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de animais domésticos, com diferentes períodos pós emissão.

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3.5.1. Estágio larval

O desenvolvimento larval de M. domestica foi estudado utilizando-se fezes de animais domésticos, em diferentes perío- dos pós-emissão como substrato de criação. Assim, a combina- ção d e s t e s d o i s f a t o r e s c o r r e s p o n d e u a um t r a t a m e n t o .

As larvas recém-eclodidas de M. domestica, obtidas con- forme foi relatado no ítem 3.3., eram transferidas para os di- ferentes tratamentos, com auxílio de um pincel fino (número ze- ro), l i g e i r a m e n t e u m e d e c i d o c o m á g u a d e s t i l a d a .

F o r a m u t i l i z a d a s q u a t r o r e p e t i ç õ e s p o r tratamento, sen- do q u e c a d a r e p e t i ç ã o era c o n s t i t u í d a p o r 15 larvas, n u m t o t a l de 60 l a r v a s por t r a t a m e n t o .

As observações foram diárias, sendo analisadas as se- g u i n t e s v a r i á v e i s :

- d u r a ç ã o - v i a b i l i d a d e

3.5.2. Estágio pupal

As pupas recém-formadas de M. domestica eram retira- das dos recipientes e transferidas individualmente para tubos de ensaio (1,5 cm de diâmetro x 12,0 cm de altura), tampados com algodão hidrófobo, até a emergência dos adultos. As pupas c o m 24 h o r a s de idade f o r a m p e s a d a s .

V a r i á v e i s a n a l i s a d a s : - d u r a ç ã o - v i a b i l i d a d e - p e s o de p u p a s 3.5.3. P e r í o d o d e l a r v a a a d u l t o V a r i á v e i s a n a l i s a d a s : - d u r a ç ã o - v i a b i l i d a d e - r a z ã o s e x u a l (rs = ) - r i t m o de e m e r g ê n c i a dos m a c h o s e f ê m e a s 3.6. A n á l i s e e s t a t í s t i c a Os d a d o s e x p e r i m e n t a i s d o s t r a t a m e n t o s r e l a t i v o s à fe- zes de b o v i n o s , s u í n o s e g a l i n h a s f o r a m s u b m e t i d o s à a n á l i s e de v a r i â n c i a , r e a l i z a d a s e g u n d o o d e l i n e a m e n t o i n t e i r a m e n t e ca- s u a l i z a d o , no e s q u e m a f a t o r a l AxB, o n d e A: o n ú m e r o de substra- tos; B: os p e r í o d o s p ó s - e m i s s ã o ; p o r t a n t o , 3x5. As m é d i a s fo- r a m c o m p a r a d a s p e l o t e s t e de D u n c a n , ao n í v e l de 5% de probabi- lidade.

Apenas os dados correspondentes as fezes de eqüinos recém-emitidas, comparados aos demais substratos de mesma ida-

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de, foram submetidos a análise de variância, pois, este tipo de fezes a partir de 24 horas pós-emissão não foram adequadas ao desenvolvimento e sobrevivência das larvas de M. domestica.

A razão sexual de M. domestica, avaliada pelos adul- tos, foi testada em relação a razão esperada, utilizando-se o teste de a d e r ê n c i a do X 2 .

O desenvolvimento das fases pós-embrionárias de Musca domestica (L., 1758), em fezes de eqüinos, só ocorreu no trata- mento referente a fezes recém-emitidas. Portanto, não foi pos- sível submeter estes resultados ao delineamento experimental utilizado para a análise dos parâmetros biológicos relaciona- dos aos espécimens provenientes de fezes de bovinos, suínos e galinhas, com diferentes períodos pós-emissão. Assim, os resul- tados r e f e r e n t e s a fezes de eqüinos r e c é m - e m i t i d a s serão anali- sados posteriormente.

4.1. Desenvolvimento pós-embrionário de M. domestica em fezes de bovinos, suínos e galinhas

4.1.1. E s t á g i o l a r v a l

A duração do estágio larval de M. domestica, mantida em fezes de bovinos (Bos taurus L.), suínos (Sus scrofa L.) e galinhas (Gallus gallus L.) em diferentes períodos pós-emis-

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são (recém-emitidas, com 24, 48, 72 e 96 horas), é apresentada na Tabela 2 e Figura 2. A interação dos fatores analisados (ti- pos de substrato x período pós-emissão) não foi significati- va. Comparando-se os diferentes tratamentos, observou-se que este estágio foi mais curto em fezes de suínos, e mais longo em fezes de bovinos, independente da idade do substrato. Resul- tados s e m e l h a n t e s f o r a m o b s e r v a d o s por BAI & S A N K A R A N (1982), que registraram que o desenvolvimento larval de M. domestica e m fezes de suínos, foi mais rápido do que as l a r v a s d e s t a es- pécie mantidas em fezes de bovinos e de galinhas. Também ZVERE- VA (1982) relatou que em fezes de galinhas, a duração do está gio larval de M. domestica foi mais longa do que em fezes de suínos. Por o u t r o lado, este e s t á g i o m o s t r o u - s e significativa- m e n t e mais longo nos t r a t a m e n t o s r e l a t i v o s à 72 e 96 h o r a s p ó s - emissão, i n d e p e n d e n t e m e n t e do substrato, r a t i f i c a n d o a a f i r m a - ção de B E A R D S & S A N D S (1973) de que a q u a l i d a d e das fezes, co- mo s u b s t r a t o larval p a r a dípteros, d i m i n u i c o m o tempo.

A viabilidade larval de M. domestica foi significati- v a m e n t e i n f l u e n c i a d a pelas duas v a r i á v e i s a n a l i s a d a s , isto é, pelo tipo de substrato e pela idade do mesmo (Tabela 3 e Figu- ra 3). Comparando-se os três tipos de fezes como substrato de criação, dentro de cada período pós-emissão, observou-se que a sobrevivência de larvas mantidas em fezes recém-emitidas de ga- linhas, diferiu significativamente da verificada para fezes de bovinos. Não evidenciou-se diferença significativa ao compa- rar-se as viabilidades registradas entre fezes de suínos e de

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FIGURA 2. Duração do estágio larval e pupal de

M. domestica,

criada em fezes de animais domésticos, com diferen- tes períodos pós-emissão, sob condições de labora- tório.

D O M É S T I C O S , E M D I F E R E N T E S P E R Í O D O S P Ó S - E M I S S Ã O , SOB C O N D I Ç Õ E S D E L A B O R A T Ó R I O

1 Valores seguidos pela mesma letra (minúscula, em relação aos períodos pós-emissão e, maiúscu- la, em relação aos diferentes tipos de fezes) não diferem entre si pelo teste de Duncan, ao ní- vel de 5% de probabilidade.

2 r.e. = fezes recém-emitidas

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FIGURA 3. Viabilidade do estágio larval de M. domestica, cria- da em fezes de animais domésticos em diferentes pe- ríodos pós-emissão, sob condições de laboratório.

galinhas. As larvas mantidas em fezes de suínos com 24, 48 e 72 horas pós-emissão, apresentaram os maiores percentuais de viabilidade larval, diferindo significativamente do observado para os outros substratos, dentro destes períodos. Estes re- sultados ratificaram ZVEREVA (1982) que observou que larvas de M. domestica, mantidas em fezes de suínos, apresentaram mai- or viabilidade do que as mantidas em fezes de galinhas. No pre- sente estudo verificou-se que, a viabilidade larval de M. domestica não diferiu ao utilizar-se, como dieta, os três subs-

t r a t o s c o m 96 h o r a s p ó s - e m i s s ã o .

Por outro lado, analisando-se a viabilidade larval obtida entre os diferentes períodos pós-emissão dentro de ca- da substrato, observou-se que a viabilidade larval de M. domestica, mantida em fezes de bovinos com 72 horas pós-emis-

são, foi significativamente menor do que a viabilidade obser- vada para os demais períodos pós-emissão (Tabela 3). Este re- sultado possivelmente deveu-se a um erro experimental, pois é evidente a tendência de um decréscimo gradual da viabilidade neste substrato, considerando-se os demais períodos pós-emis- são. Para larvas mantidas em fezes de suínos, a menor viabili- dade registrada foi ao utilizar-se este substrato com 96 horas de idade, ocorrendo uma diferença significativa em relação aos demais períodos. Entretanto, as fezes de suínos apresentaram- se qualitativamente mais adequadas ao desenvolvimento das lar- vas de M. domestica com 24, 48 e 72 horas pós-emissão. Fezes recém-emitidas de galinhas mostraram-se significativamente

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mais adequadas como substrato para a criação de M. domestica em relação aos d e m a i s p e r í o d o s p ó s - e m i s s ã o . B E A R D S & SANDS (1973) relataram que as fezes de galinhas possuem fonte protei-

ca necessária ao desenvolvimento larval de M. domestica, embo- ra t e n h a m a c r e s c e n t a d o que as fezes f r e s c a s s e j a m u m s u b s t r a t o muito mais adequado do que fezes com mais tempo de emissão, co- mo foi d e s t a c a d o a n t e r i o r m e n t e . E s t e s a u t o r e s a f i r m a r a m ainda que o metabolismo bacteriano que ocorre na biodegradação de fe-

zes de g a l i n h a s pode i n t e r a g i r c o m o d e s e n v o l v i m e n t o do d í p t e - ro, a f e t a n d o a v i a b i l i d a d e . E s t a a t i v i d a d e m e t a b ó l i c a dos or- ganismos contidos neste substrato é intensa, e aumentam até um platô, onde amônia é produzida e o nitrogênio é perdido. Conse- q ü e n t e m e n t e , o t e o r de p r o t e í n a s b r u t a s é r e d u z i d o c o m o p a s - sar do tempo. A interação destes fatores, modificando as carac- terísticas químico-físicas do substrato, possivelmente influên- cia o desenvolvimento larval de M. domestica, causando a queda significativa da viabilidade neste estágio em fezes com mais de 24 h o r a s p ó s - e m i s s ã o .

4.1.2. E s t á g i o p u p a l

Como pode ser observado na Tabela 4 e Figura 2, não houve interação entre o tipo de fezes e o período pós-emissão, na duração do estágio pupal de M. domestica. Pupas provenien- tes de larvas criadas em fezes de suínos e de galinhas, apre- sentaram um incremento na duração deste estágio em relação a

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pupas provenientes de larvas criadas em fezes de bovinos. Embo- ra este incremento tenha determinado uma diferença significati- va entre os tratamentos, esta diferença em termos biológicos não é expressiva e, provavelmente, foi determinada pelo teste de significância utilizado neste trabalho (teste de Duncan) ou pelo reduzido número de indivíduos amostrados para o tratamen- to r e l a t i v o à f e z e s de b o v i n o s c o m 72 h o r a s p ó s - e m i s s ã o .

A v i a b i l i d a d e do e s t á g i o p u p a l está a p r e s e n t a d a na Ta- b e l a 5 e F i g u r a 4. O tipo de fezes, a s s i m c o m o o p e r í o d o pós-e- m i s s ã o d e s t a s fezes u t i l i z a d a s c o m o s u b s t r a t o s p a r a a c r i a ç ã o das larvas de M. domestica, não influenciaram a viabilidade pu- pal. E n t r e t a n t o , a p e s a r de não t e r sido e v i d e n c i a d a d i f e r e n ç a

s i g n i f i c a t i v a e n t r e os t r a t a m e n t o s , f o r a m o b t i d o s v a l o r e s mais e l e v a d o s e m f e z e s de suínos, c o n c o r d a n d o c o m os r e s u l t a d o s de ZVEREVA (1982). Por outro lado, a viabilidade pupal de M. do- mestica em fezes de galinhas com 24 horas pós-emissão, foi a-

c e n t u a d a m e n t e m e n o r do que nos d e m a i s t r a t a m e n t o s .

Os pesos médios de pupas de M. domestica encontram- se na Tabela 6. A interação entre os fatores analisados foi sig- nificativa. Comparando-se os três tipos de fezes, dentro de ca- da p e r í o d o p ó s - e m i s s ã o , o b s e r v o u - s e que os p e s o s m é d i o s de p u - p a s p r o v e n i e n t e s de fezes r e c é m - e m i t i d a s , c o m 24, 48 e 72 h o - ras pós-emissão, não diferiram significativamente em fezes de suínos e de galinhas; para fezes com 96 horas pós-emissão, en- tretanto, esta diferença foi significativa. As pupas provenien-

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FIGURA 4. Viabilidade do estágio pupal de M. domestica, cria-

da em fezes de animais domésticos, em diferentes

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