• Nenhum resultado encontrado

Óleo decantado visível com objetiva de 40x (1 µm), a luz plana, e com ausência de minerais adsorvidos em sua superfície, amostra P2-2 fração mineral areia.

Enfatiza-se que todas as amostras foram submetidas aos mesmos agentes intempéricos, mesmo período de agitação e de descanso, em um mesmo espaço e iguais parâmetros físico-químicos, calcinadas igualmente, sendo apenas as frações granulométricas e mineralogia de cada ambiente o diferencial para os resultados encontrados.

7. CONCLUSÕES

Os resultados indicam que as frações granulométricas nos ambientes aquosos são importantes para a formação do OMA, porém, faz-se necessário considerar outros fatores como: salinidade, mineralogia, turbulência da água e composição do petróleo.

Os resultados também indicam que a remoção natural do óleo derramado pode ser esperada em ambientes estuarinos com frações granulométricas e mineralogia diferente das encontradas em ambientes marinhos. Quanto à disponibilidade de minerais de argila mais expressiva no ambiente de manguezal é um fator importante, visto que a argila é a fração granulométrica mais apropriada para a constituição de OMA. Porém os fatores se compensam e a formação de OMA em ambiente de praia pode ser acelerada devido à ação das ondas que tem uma importante ação na dispersão das manchas de óleo e na manutenção de sedimentos finos em suspensão, e a maior salinidade.

A fração areia foi determinada como menos eficiente na formação de OMA, em comparação com a fração argila+silte, que forma OMA em maior quantidade tanto em ambiente marinho quanto em ambiente estuarino.

É importante destacar que as concentrações de Material Particulado em Suspensão nos dois ambientes, formam OMA em quantidade relativamente igual, independente das suas composições mineralógicas.

A presente pesquisa mostrou que as argilas do tipo Ilita e Caulinita presentes nos sedimentos de manguezal a margem do rio São Paulo são eficientes na formação de OMA.

8. SUGESTÕES

Sugere-se que o presente trabalho tenha continuidade a fim de melhorar alguns conhecimentos sobre a interação óleo-mineral. Desta forma apresentamos a seguir alguns itens a serem melhor pesquisados:

 Investigar qual fração do petróleo é mais favorável a formação de agregados de óleo-mineral;

 Realizar análise de imagem microscópica detalhada utilizando microscopia epi-florecente UV, para com isso fazer uma análise melhorada e mais descrita dos tipos de OMA que se formam nos ambientes estudados;

 Investigar a influência da turbulência na formação do OMA, em nível laboratorial e de bancada;

 Estudar mais detalhadamente os efeitos de dispersantes químicos e minerais finos sobre a dispersão do óleo simulando ambientes reais.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAGG, J.R., YANG, S.H. Clay–oil flocculation and its effect on the rate of natural cleansing in Prince William Sound following the Exxon Valdez oil spill. Third ASTM symposium on environmental toxicology and risk assessment: aquatic, plant, and terrestrial, Atlanta, Georgia. 25–28 de Abril de 1993, 27 p, 1993.

COSTA, M. Evolução de hidrocarbonetos derramados nas zonas costeiras e estuarinas. Coimbra, 1999. 300f. Dissertação (mestrado em Geofísica) – Setor de Tecnologia , Faculdade de ciências e tecnologia , Universidade de Coimbra.

CRA– Bacias hidrográficas do Recôncavo Norte, boletim técnico, p147-292, 2001.

DE SOUZA, E .S. & TRIGÜIS, J. A. Avaliação da degradação de um óleo leve em ambiente marinho costeiro - simulação em meso escala. Geochemica Brasiliensis, 20(1)026-037, 2006.

FERNANDES, R. M. Modelação de Derrames de Hidrocarbonetos. Dissertação (Graduação em Engenharia do Ambiente), 2001.

FINGAS, M.F. The chemistry and physics of oil behaviour at sea: Weathering and incorporation into spill models. Australian U.N. Workshop, 22p, 1998.

FLOCH, S. L.; GUYOMARCH, J.; LEE, K. The influence of Salinity on Oil-Mineral Aggregate Formation. Revista Spill Science and Technology Bulletin, V.8, n.1, p. 65- 71. 2002

FLOODGATE, G. The fate of petroleum in marine ecosystems. In R.M. Atlas (Ed.) Petroleum Microbiology, Macmillan Publishing Co: 355-398, 1984.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica. 2011. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php. Acesso em: 20/09/2010.

KHELIFA, A ; STOFFYN- EGLI, P ; LEE, K. Characteristics of Oil Droplets Stabilized by Mineral Particles: Effects of Oil Type and Temperature. Revista Spill Science and Technology Bulletin, V.8, n.1, p. 19-30. 2002

KHELIFA, A. et al. Effects of Salinity and clay type on oil-mineral aggregation. SCIENCE DIRECT, V.59, p. 235-254. 2005

LE FLOCH, S., GUYOMARCH, J., MERLIN, F.-X, STOFFYN-EGLI, P., DIXON, J., & LEE, K. The influence of salinity on oil–mineral aggregate formation. Spill Science and Technology Bulletin, 8(1), 65–71, 2002.

LEÃO, Z.M.A.N.; DOMINGUEZ, J.M.L. Tropical coast of Brazil. Marine Pollution Bulletin, 41, p. 112 – 122, 2000.

LEE, K., STOFFYN-EGLI, P., & OWENS, E. H. The OSSA II pipeline oil spill: Natural mitigation of a riverine oil spill by oil–mineral aggregate formation. Spill Science and Technology Bulletin, 7(3–4), 149–154, 2002.

LEITE, O.R. Evolução geológica da Baía de Todos os Santos in Baía de Todos os Santos: diagnóstico sócio - ambiental e subsídios para a gestão – Germen / Universidade Federal da Bahia – NIMA – Salvador, 15 – 29, 1997.

LESSA G.C., BITTENCOURT A.C.S.P., BRICHTA A., DOMINGUEZ J.M.L. A Reevaluation of the Late Quaternary Sedimentation in Todos os Santos Bay (BA), Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências72(4):573-590, 2000.

MAGNAVITA, L.P. Geometry and kinematics of the Reconcavo-Tucano-Jatobá rift, NE, Brazil. Thesis (Doctor of Philosophy) - University of Oxford, Wolfson College, USA, 493 p., 1992.

MILANI, E.J., THOMAZ FILHO, A. Sedimentary Basins of South America. In: Cordani, U.G., Milani, E.J., Thomaz Filho, A. Campos, D.A. (eds.). Tectonic Evolution of South America. Rio de Janeiro, 31st. IGC, 389-449, 2000.

NEVES, L.E. “Estudo prático de argilas por difratometria de raios X” Boletim Técnico da Petrobras 11, p. 123-135, 1968.

OWENS, E. H., BRAGG, J. R., & HUMPHREY, B. Clay–oil flocculation as a natural cleansing process following oil spills: Part 2 – Implications of study results in understanding past spills and for future response decisions. In Proceedings of the17th arctic and marine oil spill program (AMOP) technical seminar (pp. 25–37). Edmonton, Alberta, 1994.

OWENS, E.H. The interaction offine particles with stranded oil. Pure and Applied Chemistry 71, 83–93, 1999.

OWENS, E.H., LEE, K. Interaction of oil and mineral fines on shorelines: review and assessment. Marine Pollution Bulletin 47 (9–12), 397–405, 2003.

PALADINO, E. E. Modelagem Matemática e Simulação Numérica de Trajetórias de Derrames de Petróleo no Mar. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânical) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000.

SANTOS, P.S, “Ciência e tecnologia de argilas v.2”. Ed. Edgard Blucher Ltd. 1989.

STOFFYN-EGLI, P., & LEE, K. Formation and characterization of oil–mineral aggregates. Spill Science and Technology Bulletin, 8(1), 3–44, 2002.

STRICKLAND, J. D. H. & PARSONS, T. R. (1972) A practical handbook of seawater analysis. Ottawa: Fisheries Research Board of Canada, Bull. p. 167, 1972.

Documentos relacionados