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Decisões jurisprudenciais

No documento Trabalho infantil: realidade e perspectivas (páginas 35-59)

Sabe-se que a jurisprudência pode ser considerada uma fonte do Direito do Trabalho, que não deve ser entendida como norma obrigatória, mas sim, algo que indica o caminho predominante dos Tribunais, de que forma estes estão aplicando a lei ao caso concreto, sendo também uma forma de suprir lacunas normativas (MARTINS, 2016). Sobre isso, destaca Resende (2017, p. 11) “jurisprudência é a reiterada interpretação conferida pelos tribunais às normas jurídicas, a partir do julgamento de casos concretos levados à apreciação do Poder Judiciário.” Assim, nesse tópico serão trazidas breves considerações da vinculação entre a teoria e prática, algumas implicações do trabalho do menor, tornando-se, dessa forma, palpável o entendimento a partir da análise jurisprudencial.

Fez-se em momento oportuno uma análise quanto ao trabalho escravo, que, historicamente fez com que inúmeras crianças tivessem que laborar em condições indignas. Contudo, essa não é uma realidade que ficou no passado, pois, pode-se falar em trabalho escravo contemporâneo, nesse sentido afirma Schwarz (2015, p. 87):

A precarização das relações de trabalho dos país também atinge as crianças – as crianças mais vulneráveis ao trabalho infantil são aquelas de famílias pobres, especialmente aquelas cujos pais são submetidos a condições menos descentes e/ou indecentes de trabalho – perpetuando sua inserção na extrema pobreza e no subemprego, roubando-lhe uma vida de oportunidades.

As questões do trabalho escravo ou análogo ao escravo restam escancaradas não somente na questão jurisprudencial, mas na própria mídia, nesse sentido, empresas conceituadas no ramo de vestuário, por exemplo, se utilizaram de mão de obra análoga a escrava para alavancar sua produção com baixo custo. Sobre o tema

em junho de 2011, diligência conjunta do Ministério Público do Trabalho com o

Ministério do Trabalho encontrou 51 trabalhadores, dos quais 46 bolivianos, trabalhando em condições de semiescravidão na cidade de Americana (SP). Consoante, MPT, os bolivianos laboravam 14 horas por dia e recebiam cerca de R$

0,20 por peça de roupa produzida.6

6 Conforme notícia veiculada no site Consultor Jurídico https://www.conjur.com.br/2012-set-01/zara-contesta- justica-lista-suja-trabalho-escravo-punida

O que deve se entender é que a questão do trabalho escravo infantil não se restringe apenas a não existência de liberdade de locomoção, mas está atrelada a outras questões, como, por exemplo, o não respeito à dignidade da pessoa humana, a precarização do trabalho e a não observância dos ditames legais quanto ao

trabalho do menor. Isso porque, deve-se ter uma análise hermenêutica da norma e

do caso concreto que acompanhe a evolução da sociedade. Deve ser evidenciado no entendimento do Tribunal Superior do Trabalho:

AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO PELOS RÉUS. INTEMPESTIVIDADE. Interposto agravo de instrumento fora do prazo legal, deve ser considerado intempestivo. Agravo de instrumento não conhecido. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO

PELO AUTOR. MINISTÉRIO PÚBLICO

DO TRABALHO. TRABALHO EM CONDIÇÕES ANÁLOGAS À DE ESCRAVO. CONFIGURAÇÃO. No caso em análise, o eg. Tribunal Regional considerou que "embora reconhecida a realização de trabalho em condições degradantes, não restou demonstrado nos autos a redução dos representados à condição análoga à de escravo", concluindo que "em nenhum momento, houve alusão a qualquer impedimento à ampla liberdade de locomoção dos trabalhadores" e que "a liberdade de ir e vir é incompatível com a condição de trabalhador escravo". Com a redação alterada do art. 149 do Código Penal pela Lei nº 10.803 /2003, o tipo penal passou a trazer explicitamente o conceito do que vem a ser o crime de redução a condição análoga à de escravo, trazendo as hipóteses configuradoras, dentre as quais "sujeitar a condições degradantes de trabalho", exatamente a situação descrita pelo eg. Tribunal Regional. Sob esse enfoque, a caracterização do trabalho escravo não mais está atrelada condicionalmente à restrição da liberdade de locomoção do empregado - conceito revisto em face da chamada "escravidão moderna". É preciso aperfeiçoar a interpretação do fato concreto, de modo a adequá-lo ao conceito contemporâneo de trabalho escravo contemporâneo. Nesse sentido têm caminhado a jurisprudência e a doutrina. Uma vez configuradas as condições degradantes a que eram submetidos os empregados, evidenciado o trabalho em condição análoga à de escravo, o que se declara, nos exatos termos do art. 149 do Código Penal . Recurso de revista conhecido e provido. VALOR DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COLETIVOS (grifo nosso).

(TST – Agravo de Instrumento em Recurso de Revista n. 531004920115160021, data 12/05/2017).

A Justiça Obreira julga com frequência casos envolvendo o trabalho de menores e, e em diversas ocasiões, tem-se reconhecido o vínculo de emprego, pela inobservância por parte dos empregadores dos requisitos legais para a contratação

ou mesmo pela inobservância do art. 428 da CLT, da utilização em atividades consideradas de risco, proibidas por lei. Ademais, levando-se, em consideração as premissas não proibitivas, mas sim permissivas, deve-se observar que quando se refere aos aprendizes, devem ser preenchidos os requisitos no artigo aludido. Dessa forma, tem-se o seguinte entendimento:

RECURSO DE REVISTA. MOTORISTAS E COBRADORES DE ÔNIBUS. COTA DE APRENDIZES. BASE DE CÁLCULO. OFENSA

AOS ARTIGOS 428 E 429 DA

CLT. NÃO CONFIGURAÇÃO. NÃO CONHECIMENTO. É certo que o artigo 429 da CLT estabelece obrigações às empresas de empregar e matricular aprendizes nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem nas funções que exijam formação profissional. Tal preceito, contudo, não se aplica para a atividade de motorista, a qual não pode ser incluída na base de cálculo do número de aprendizes a serem contratados pela autora, empresa de transporte coletivo e de carga, não obstante o disposto no referido preceito. Primeiro porque para conduzir veículo de transporte coletivo de passageiros, de escolares, de emergência ou de produto perigoso, uma das exigências previstas no artigo 145, I e II, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é de que o condutor tenha, no mínimo, 21 anos de idade, além de ser aprovado em curso especializado e em curso de treinamento de prática veicular em situação de risco, em conformidade com normas editadas pelo CONTRAN. Esta exigência, com previsão em norma cogente, leva à conclusão de que, a princípio, nenhum "MENOR" de 21 anos poderá sequer apresentar-se para frequentar curso de especialização, conforme dicção explícita do parágrafo único do supracitado dispositivo. Segundo porque o artigo 428 da CLT trata de " formação técnico-profissional metódica, compatível com o desenvolvimento físico, moral e psicológico". Com isso, conclui-se que não estamos tratando de função que exija formação técnico-profissional, senão "HABILITAÇÃO PROFISSIONAL" que, a toda evidência, cuida de aspecto totalmente dissociado da primeira. Ressalte-se, ainda, que o intérprete da lei há que ter muito cuidado ao proceder à leitura dos dispositivos que cuidam da matéria objeto de interpretação, posto que o artigo 10 do Decreto nº 5.598/05, ao estabelecer que " Para a definição das funções que demandem formação profissional, deverá ser considerada a Classificação

(TST – Recurso de Revista n. 17962020125030059, relator Guilherme Augusto Caputo Bastos, data de julgamento 28/06/2017).

Nesse caso prático, verifica-se que não foram preenchidos os requisitos para a condição de aprendiz, destoando-se totalmente do objetivo da aprendizagem na seara laboral, pois, o empregador deve ter comprometimento com o desenvolvimento do jovem, propiciando-lhe condições dignas de trabalho, sem que este tenha prejudicado o seu desenvolvimento.

CONCLUSÃO

O trabalho infantil é algo muito presente na sociedade, contudo, ainda pende de muita discussão, até mesmo nos meios de comunicação, sendo pouco discutido em trabalhos de cunho monográfico, pois necessita de uma análise histórica, da legislação e de correlação com aquilo que rodeia a sociedade. Logo, é um tema que deve ser de conhecimento de todos, visto que a defesa dos direitos desses menores também deve emergir da atitude de cada indivíduo da sociedade, preocupado com o outro ser, que está em pleno desenvolvimento psíquico, físico e mental.

Diante disso, foi possível evidenciar por intermédio dessa pesquisa a importância da legislação em âmbito nacional, mas também da extrema relevância dos aspectos internacionais, essa comunhão de esforços em prol de um único objetivo que é o respeito aos direitos desses indivíduos e da necessidade e da necessidade de alternativas que visem minimizar o impacto do trabalho precoce na vida desses menores. Sem dúvida, a condição econômica faz com que o menor se submeta cada vez mais cedo ao labor, como forma de ajudar no sustento da família, por vezes, deixando de lado os estudos em virtude da jornada exaustiva diária que possui.

Todavia, não está aqui a se falar apenas na condição dos pais terem que zelar pelo desenvolvimento dos filhos, mas o próprio empregador que deve respeitar aquilo que expressamente está disposto em lei, seja na Constituição Federal, na CLT, no Estatuto da Criança e do Adolescente, na lei de aprendizagem e tantas outras que disciplinam o trabalho infantil. É um elo necessário, em que cada contribuição poderá em um futuro próximo possibilitar a diminuição desse tipo de trabalho.

Ademais, deve-se salientar ainda que na conjuntura atual, as formas de trabalho infantil proibidas por leis, devem ser erradicadas, bem como serem impostas as sanções previstas em lei, seja para o empregador ou aquele que anuiu. Notoriamente, isso somente será possível caso haja o envolvimento de toda a sociedade, Estado, empresas privadas, que possam fazer cada um a sua parte e propiciar uma vida mais digna e o pleno desenvolvimento a esses jovens.

Por fim, cabe destacar que neste trabalho, por intermédio da vinculação entre teoria e prática, pode-se ter melhor entendimento do que os Tribunais estão decidindo atualmente e demonstrar que o trabalho infantil é algo iminente, que requer efetivo acompanhamento em prol da possibilidade do desenvolvimento sadio do menor. Aliás, também se teve contato com a questão história, desde as mais remotas civilizações, evolução legislativa em âmbito nacional e internacional, que com a vinculação prática propiciaram a análise da realidade, do mundo em que os menores estão envolvidos.

REFERÊNCIAS

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VIDOTTI, Tarcio José. O trabalho infantil das naus portuguesas às fábricas no

brás: uma viagem de cinco séculos de abandono. In: Trabalho infantil: mitos,

Anexo a) Decreto n. 6.481/08

Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos DECRETO Nº 6.481, DE 12 DE JUNHO DE 2008.

Regulamenta os artigos 3o, alínea “d”, e 4o da Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que trata da proibição das piores formas de trabalho infantil e ação imediata para sua eliminação, aprovada pelo Decreto Legislativo no 178, de 14 de dezembro de 1999, e promulgada pelo Decreto no 3.597, de 12 de setembro de 2000, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos artigos 3o, alínea “d”, e 4o da Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT),

DECRETA:

Art. 1o Fica aprovada a Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista TIP), na forma do Anexo, de acordo com o disposto nos artigos 3o, “d”, e 4o

da Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho - OIT, aprovada pelo Decreto Legislativo no 178, de 14 de dezembro de 1999 e promulgada pelo Decreto no 3.597, de 12 de setembro de 2000.

Art. 2o Fica proibido o trabalho do menor de dezoito anos nas atividades descritas na Lista TIP, salvo nas hipóteses previstas neste decreto.

§ 1o A proibição prevista no caput poderá ser elidida:

I - na hipótese de ser o emprego ou trabalho, a partir da idade de dezesseis anos, autorizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, após consulta às organizações de empregadores e de trabalhadores interessadas, desde que fiquem plenamente garantidas a saúde, a segurança e a moral dos adolescentes; e

II - na hipótese de aceitação de parecer técnico circunstanciado, assinado por profissional legalmente habilitado em segurança e saúde no trabalho, que ateste a não exposição a riscos que possam comprometer a saúde, a segurança e a moral dos adolescentes, depositado na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego da circunscrição onde ocorrerem as referidas atividades.

§ 2o As controvérsias sobre a efetiva proteção dos adolescentes envolvidos em atividades constantes do parecer técnico referido no § 1o, inciso II, serão objeto de análise por órgão competente do Ministério do Trabalho e Emprego, que tomará as providências legais cabíveis.

§ 3o A classificação de atividades, locais e trabalhos prejudiciais à saúde, à segurança e à moral, nos termos da Lista TIP, não é extensiva aos trabalhadores maiores de dezoito anos.

Art. 3o Os trabalhos técnicos ou administrativos serão permitidos, desde que fora das áreas de risco à saúde, à segurança e à moral, ao menor de dezoito e maior de dezesseis anos e ao maior de quatorze e menor de dezesseis, na condição de aprendiz.

Art. 4o Para fins de aplicação das alíneas “a”, “b” e “c” do artigo 3o da Convenção no 182, da OIT, integram as piores formas de trabalho infantil:

I - todas as formas de escravidão ou práticas análogas, tais como venda ou tráfico, cativeiro ou sujeição por dívida, servidão, trabalho forçado ou obrigatório;

II - a utilização, demanda, oferta, tráfico ou aliciamento para fins de exploração sexual comercial, produção de pornografia ou atuações pornográficas;

III - a utilização, recrutamento e oferta de adolescente para outras atividades ilícitas, particularmente para a produção e tráfico de drogas; e

IV - o recrutamento forçado ou compulsório de adolescente para ser utilizado em conflitos armados.

Art. 5o A Lista TIP será periodicamente examinada e, se necessário, revista em consulta com as organizações de empregadores e de trabalhadores interessadas.

Parágrafo único. Compete ao Ministério do Trabalho e Emprego organizar os processos de exame e consulta a que se refere o caput.

Art. 6o Este Decreto entra em vigor noventa dias após a data de sua publicação. Brasília, 12 de junho de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Carlos Lupi

Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.6.2008 e retificado no DOU de 23.10.2008 LISTA DAS PIORES FORMAS DE TRABALHO INFANTIL (LISTA TIP) I. TRABALHOS PREJUDICIAIS À SAÚDE E À SEGURANÇA

Atividade: Agricultura, Pecuária, Silvicultura e Exploração Florestal

Item Descrição dos Trabalhos Prováveis Riscos Ocupacionais Prováveis Repercussões à Saúde 1. Na direção e operação de tratores,

máquinas agrícolas e esmeris, quando motorizados e em movimento

Acidentes com máquinas, instrumentos ou ferramentas perigosas

Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites, dorsalgias, sinovites, tenossinovites), mutilações, esmagamentos, fraturas

2. No processo produtivo do fumo, algodão, sisal, cana-de-açúcar e abacaxi

Esforço físico e posturas viciosas; exposição a poeiras orgânicas e seus contaminantes, como fungos e agrotóxicos; contato com substâncias tóxicas da própria planta; acidentes com animais peçonhentos; exposição, sem proteção adequada, à radiação solar, calor, umidade, chuva e frio; acidentes com instrumentos pérfuro-

Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites, dorsalgias, sinovites, tenossinovites); pneumoconioses; intoxicações exógenas; cânceres; bissinoses; hantaviroses; urticárias; envenenamentos; intermações; queimaduras na pele; envelhecimento precoce; câncer de

cortantes

pele; desidratação; doenças respiratórias; ceratoses actínicas; ferimentos e mutilações; apagamento de digitais

3. Na colheita de cítricos, pimenta malagueta e semelhantes

Esforço físico, levantamento e transporte manual de peso; posturas viciosas; exposição, sem proteção adequada, à radiação solar, calor, umidade, chuva e frio; contato com ácido da casca; acidentes com instrumentos pérfuro-cortantes

Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites, dorsalgias, sinovites, tenossinovites); intermações; queimaduras na pele; envelhecimento precoce; câncer de pele; desidratação; doenças respiratórias; ceratoses actínicas; apagamento de digitais; ferimentos; mutilações

4. No beneficiamento do fumo, sisal,

castanha de caju e cana-de-açúcar

Esforço físico, levantamento e transporte de peso; exposição a

Fadiga física; afecções músculo- esqueléticas, (bursites, tendinites,

poeiras orgânicas, ácidos e

substâncias tóxicas

dorsalgias, sinovites, tenossinovites); intoxicações agudas e crônicas; rinite; bronquite; vômitos; dermatites ocupacionais; apagamento das digitais

5. Na pulverização, manuseio e

aplicação de agrotóxicos, adjuvantes, e produtos afins, incluindo limpeza de equipamentos, descontaminação, disposição e retorno de recipientes vazios

Exposição a substâncias químicas, tais como, pesticidas e fertilizantes, absorvidos por via oral, cutânea e respiratória

Intoxicações agudas e crônicas; poli- neuropatias; dermatites de contato; dermatites alérgicas; osteomalácias do adulto induzidas por drogas; cânceres; arritmias cardíacas; leucemias e episódios depressivos 6. Em locais de armazenamento ou de

beneficiamento em que haja livre desprendimento de poeiras de cereais e de vegetais

Exposição a poeiras e seus contaminantes

Bissinoses; asma; bronquite; rinite alérgica; enfizema; pneumonia e irritação das vias aéreas superiores 7. Em estábulos, cavalariças, currais,

estrebarias ou pocilgas, sem condições adequadas de higienização

Acidentes com animais e contato permanente com vírus, bactérias, parasitas, bacilos e fungos

Afecções músculo-

esqueléticas(bursites, tendinites, dorsalgias, sinovites, tenossinovites); contusões; tuberculose; carbúnculo; brucelose; leptospirose; tétano; psitacose; dengue; hepatites virais; dermatofitoses; candidíases; leishmanioses cutâneas e cutâneo- mucosas e blastomicoses

8. No interior ou junto a silos de

estocagem de forragem ou grãos com atmosferas tóxicas, explosivas ou com deficiência de oxigênio

Exposição a poeiras e seus contaminantes; queda de nível; explosões; baixa pressão parcial de oxigênio

Asfixia; dificuldade respiratória; asma ocupacional; pneumonia; bronquite; rinite; traumatismos; contusões e queimaduras

9. Com sinalizador na aplicação aérea

de produtos ou defensivos agrícolas

Exposição a substâncias químicas, tais como pesticidas e fertilizantes,

absorvidos por via oral, cutânea e respiratória

Intoxicações exógenas agudas e crônicas; polineuropatias; dermatites; rinite; bronquite; leucemias; arritmia cardíaca; cânceres; leucemias; neurastenia e episódios depressivos. 10. Na extração e corte de madeira Acidentes com queda de árvores, serra

de corte, máquinas e ofidismo

Afecções músculo-esqueléticas (bursites, tendinites, dorsalgias,

sinovites, tenossinovites); esmagamentos; amputações; lacerações; mutilações; contusões; fraturas; envenenamento e blastomicose

11. Em manguezais e lamaçais Exposição à umidade; cortes;

perfurações; ofidismo, e contato com excrementos

Rinite; resfriados; bronquite; envenenamentos; intoxicações exógenas; dermatites; leptospirose; hepatites virais; dermatofitoses e candidíases

Atividade: PESCA

Item Descrição dos Trabalhos Prováveis Riscos Ocupacionais Prováveis Repercussões à Saúde 12. Na cata de iscas aquáticas Trabalho noturno; exposição à

radiação solar, umidade, frio e a animais carnívoros ou peçonhentos; afogamento

Transtorno do ciclo vigília-sono; queimaduras na pele; envelhecimento precoce; hipotermia; lesões; envenenamentos; perfuração da membrana do tímpano; perda da consciência; labirintite e otite média não supurativa e apnéia prolongada 13. Na cata de mariscos Exposição à radiação solar, chuva, frio;

No documento Trabalho infantil: realidade e perspectivas (páginas 35-59)

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