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Os dados modelados com o campo de velocidades do cap´ıtulo 2 foram pr´e-processados se- guindo um fluxograma mais simplificado que os dados reais. Foi realizada a geometria, corre¸c˜ao NMO com as velocidades do campo utilizado e empilhamento CMP. A se¸c˜ao em- pilhada sem filtragens est´a ilustrada adiante, a ser comparada com diferentes resultados da deconvolu¸c˜ao.

Como dado de entrada da deconvolu¸c˜ao preditiva monocanal e multicanal, os dados foram organizados em CMPs e foi feita uma corre¸c˜ao NMO com velocidade constante de 2000 m/s da reflex˜ao prim´aria acima da camada de diab´asio. Ap´os este procedimento, as reflex˜oes m´ultiplas associadas a esta prim´aria ser˜ao horizontalizadas e est˜ao prontas para entrada da deconvolu¸c˜ao. Como etapa adicional, ´e necess´ario alimentar o programa com um arquivo contendo os tempos em amostras dos per´ıodos para cada CMP e outro arquivo contendo o n´umero de tra¸cos por CMP, o que foi feito com um aux´ılio de um programa em Fortran 90 e com comandos do Seismic Unix.

Na Figura 5.1, encontramos as etapas da filtragem da deconvolu¸c˜ao preditiva multicanal para um CMP escolhido dos dados aqui apresentados. Percebe-se, ap´os a horizontaliza¸c˜ao da reflex˜ao prim´aria, todas as m´ultiplas associadas ficam horizontais. Podemos ver as reflex˜oes

m´ultiplas de v´arias ordens nos tempos 1.8s, 2.4s, 2.85s, 3.5s e 4.0s. Notamos que na nossa modelagem, a periodicidade foi aproximadamente de 600ms ao longo do dado. Ap´os a deconvolu¸c˜ao preditiva, vemos o efeito da filtragem nestes ru´ıdos coerentes. Ap´os a corre¸c˜ao de inversa de MMO, obtemos o CMP filtrado como sa´ıda a ser utilizado para o empilhamento. Nas se¸c˜oes empilhadas vemos o efeito real da atenua¸c˜ao das m´ultiplas no imageamento dos refletores mascarados por estes ru´ıdos.

Figura 5.1: Display do Seisspace/ProMAX mostrando um CMP em (A), ap´os corre¸c˜ao MMO em (B), ap´os deconvolu¸c˜ao em (C) e o CMP filtrado ap´os corre¸c˜ao inversa de MMO, em (D).

Seguimos com a deconvolu¸c˜ao preditiva multicanal testando os resultados para n´umeros diferentes de canais, come¸cando com 1 canal e indo at´e 11 canais. Na Figura 5.2 tem-se uma se¸c˜ao empilhada dos dados sint´eticos sem nenhuma filtragem de m´ultiplas. Nas Figuras 5.3 e 5.4, podemos ver os resultados das se¸c˜oes empilhadas para cada quantidade de canais respectivamente. Nota-se uma melhora na qualidade das se¸c˜oes empilhadas de modo geral j´a que o efeito as m´ultiplas no empilhamento torna-se menor, e, consequentemente, gerando se¸c˜oes mais pr´oximas ao nosso campo de velocidades da Figura 2.2, o qual foi utilizado na modelagem destes dados sint´eticos. Com o aumento do n´umero de canais, a deconvolu¸c˜ao atenua cada vez mais os ru´ıdos. Entretanto, a partir de 11 canais, notamos que o filtro atenuava tamb´em as reflex˜oes prim´arias e, assim, n˜ao aconselhamos sua utiliza¸c˜ao.

Aplica¸c˜ao em Dados Sint´eticos 66

Figura 5.2: Display do Seisspace/ProMAX mostrando se¸c˜ao empilhada dos dados modelados sem filtragens.

5.2

Transformada Radon Parab´olica

Os dados modelados foram organizados em CMPs e corrigidos de NMO com o campo de velocidade RMS, ou com um campo de velocidades obtidos a partir da velocidade inter- medi´aria. Neste caso, utilizamos o campo de velocidades intermedi´arias, fazendo com que as reflex˜oes prim´arias obtenham um move-out positivo e as m´ultiplas, um move-out nega- tivo no dom´ınio Radon parab´olico, conforme explicado anteriormente. Na Tabela 5.1, est˜ao ilustrados os parˆametros utilizados para realizar a an´alise e filtragem Radon.

Tabela 5.1: Descri¸c˜ao dos Parˆametros utilizados nos dados modelados

Parˆametros Valores N´umero de valores de P 1000

P m´ınimo -5000 ms P m´aximo 5000 ms Tempo m´ınimo 0 s Tempo m´aximo 2 s Frequˆencia m´ınima 4 Hz Frequˆencia m´axima 90 Hz N´umero de intera¸c˜oes 3

Na Figuras 5.5 vemos um CMP selecionado e corrigido de NMO com velocidade inter- medi´aria. ´E poss´ıvel notar claramente a diferen¸ca do move-out das reflex˜oes prim´arias e m´ultiplas, bem como no dom´ınio Radon, a energia das prim´arias est˜ao concentradas nas

regi˜oes esperadas com move-out negativo. Ap´os a mudan¸ca de dom´ınio atrav´es da trans- formada Radon, ”apagamos”a regi˜ao contendo as m´ultiplas e voltamos para o dom´ınio t-x, atrav´es da inversa. Assim a corre¸c˜ao inversa de NMO com a velocidade intermedi´aria foi realizada, gerando a sa´ıda filtrada para prosseguir o fluxograma de processamento.

Os CMPs filtrados foram utilizados nas etapas seguintes at´e a gera¸c˜ao da se¸c˜ao empi- lhada. Na Figura 5.6 vemos a se¸c˜ao empilhada ap´os a filtragem Radon parab´olica. Notamos sua melhora com rela¸c˜ao `a se¸c˜ao original, sendo esta cheia de ru´ıdos conforme discutimos anteriormente. A se¸c˜ao filtrada est´a bem pr´oxima do campo de velocidades da Figura 2.2, mostrando como as m´ultiplas de diab´asio podem complicar o imageamento nas camadas mais profundas, dificultando sua visualiza¸c˜ao e a interpreta¸c˜ao geol´ogica.

Ao olharmos para a se¸c˜ao empilhada da Figura 5.6, vemos boa atenua¸c˜ao de forma geral das m´ultiplas de diab´asio. Notamos que os refletores das camadas mais profundas que est˜ao em aproximadamente a 2,8 s e a 3,2 s s˜ao bem imageados quando comparamos com a se¸c˜ao original, onde mal podemos observar, j´a que as m´ultiplas ”mascaram”estas reflex˜oes. Na Bacia do Solim˜oes, as rochas reservat´orio est˜ao abaixo de duas ou trˆes camadas de diab´asio em alguns pontos da bacia. Uma filtragem eficiente como a transformada Radon, ir´a resultar em imagens mais claras, gerando ao sucesso de uma campanha explorat´oria.

Apesar dos bons resultados, h´a alguns ru´ıdos aleat´orios, por´em de baixa amplitude nas regi˜oes onde n˜ao h´a informa¸c˜ao s´ısmica (no modelo). Adicionalmente, sabe-se na literatura que devido a problemas relacionados com a amostragem e falseamento, a Transformada Radon n˜ao ´e muito eficiente nos offsets longos. Uma forma de se contornar esta limita¸c˜ao ´

e realizar a filtragem com offsets curtos. Para o caso dos dados sint´eticos, a filtragem foi realizada at´e o offset 500. Notou-se que este procedimento n˜ao afetou os resultados obtidos na se¸c˜ao empilhada final.

Aplica¸c˜ao em Dados Sint´eticos 68

Figura 5.3: Display do Seisspace/ProMAX mostrando se¸c˜ao empilhada dos dados modelados ap´os deconvolu¸c˜ao monocanal em (A), com 3 canais em (B) e com 5 canais em (C).

Figura 5.4: Display do Seisspace/ProMAX mostrando se¸c˜ao empilhada dos dados modelados ap´os deconvolu¸c˜ao com 7 canais em (A), com 9 canais em (B) e com 11 canais em (C).

Aplica¸c˜ao em Dados Sint´eticos 70

Figura 5.5: Display do Seisspace/ProMAX mostrando o fluxograma da transfor- mada Radon Parab´olica. Um CMP ap´os corre¸c˜ao NMO com veloci- dade RMS intermedi´aria em (A), dom´ınio Radon parab´olico em (B), dom´ınio radon parab´olico ap´os o mute na regi˜ao das m´ultiplas em (C) e o CMP filtrado como sa´ıda ap´os a transformada Radon Inversa em (D). As setas vermelhas indicam a reflex˜ao da camada de diab´asio e as setas azuis, as m´ultiplas.

Figura 5.6: Display do Seisspace/ProMAX mostrando a se¸c˜ao empilhada dos dados sint´eticos ap´os a filtragem Radon Parab´olica.

6

Aplica¸c˜ao em Dados Reais

Ap´os testarmos a metodologia em dados sint´eticos no cap´ıtulo 5, ´e a vez de trabalharmos com dados reais da Bacia do Solim˜oes. Dando prosseguimento ao cap´ıtulo 3, onde foi descrito o fluxograma de processamento utilizado para dados reais, continuamos com a mesma linha s´ısmica, a 0254-0269, cedida pela Agˆencia Nacional do Petr´oleo, para atenua¸c˜ao das m´ultiplas associadas `a camada de diab´asio.

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