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meio corrosivo (eletrólito)

3.4. PATOLOGIA DAS TINTAS

3.4.2. Defeitos de ordem geral

São defeitos cuja ocorrência podem prejudicar a eficiência da película de tinta, dando início a processos corrosivos. São geralmente provocados por problemas de aplicação ou de composição da tinta. Todos estes problemas necessitam de uma intervenção rigorosa para serem solucionados.

a) Empolamento

O empolamento consiste na formação de nódulos (ou bolhas) sob a película devido ao aprisionamento de algum fluido. É um problema que se resume basicamente às condições inadequadas de aplicação da tinta. Sua causas principais são:

i. Umidade relativa superior a 85% e temperatura da chapa inferior a 10 ºC; ii. retenção de solvente;

iii. processos corrosivos acelerados causando o aparecimento de bolhas sob a película

É um problema relativamente grave já que pode levar ao rompimento da película de tinta e à formação de vários pontos de corrosão na superfície metálica. Carece de uma intervenção mais rigorosa, de preferência limpeza da superfície através de jateamento ou limpeza mecânica. Em seguida vem a aplicação da tinta de acordo com as especificações de projeto, observando sempre evitar os motivos que causaram tal problema.

b) Empoamento ou calcinação

O empoamento, ou calcinação, também é conhecido como engisamento. É um defeito característico de certas resinas e consiste na degradação desta pela ação dos raios ultravioleta do sol. Tem-se então a liberação dos pigmentos e a conseqüente perda de brilho, e em alguns casos até da cor. Este defeito pode manifestar-se, ou ser agravado, também pela degradação dos pigmentos, em especial os orgânicos.

A resistência a raios ultravioletas é uma característica fundamental das resinas. Há aquelas que são altamente resistentes aos raios ultravioletas, como as poliuretânicas alifáticas, e aquelas de resistência razoável, como as acrílicas e estirenoacrilato. Temos ainda aquelas de fraca resistência, como as alquídicas e as epóxis, que são as tintas mais utilizadas em se tratando de estruturas metálicas.

É um problema originado durante a etapa de projeto e de responsabilidade direta do projetista. Quando as estruturas metálicas forem concebidas para ficarem aparentes, logicamente os perfis metálicos estarão sujeitos à ação da radiação solar, incluindo a ação de raios ultravioleta. Neste caso cabe ao projetista especificar para estes perfis uma pintura resistente à ação da radiação ultra violeta. Entretanto, perfis não expostos ao sol, ou embutidos em alvenaria, podem receber apenas uma pintura convencional anti-corrosiva, já que a própria alvenaria atua como elemento intermediário e de acabamento, desde que devidamente estanque à umidade.

Para as estruturas que já estão sofrendo este tipo de degradação, a solução é a aplicação de uma outra tinta com capacidade de suportar a ação de raios ultravioleta sobre a pintura antiga, como as poliuretânicas alifáticas, com os cuidados necessários para garantir uma boa aderência entre ambas. Deve-se evitar utilizar tintas que sejam incompatíveis entre si.

c) Fendilhamento

O fendilhamento, também conhecido como fraturamento, craqueamento ou gretamento, é um defeito que consiste na quebra da película devido à perda de flexibilidade. Pode ser ocasionada pelos seguintes motivos:

i. Formulações mal balanceadas; ii. falta de plastificante na tinta.

Como o problema ocorre por causa dos problemas na tinta, não basta apenas fazer uma nova aplicação sobre a antiga pois, a sua correção implica em uma remoção da película deficiente, de preferência com jateamento, e a aplicação de uma nova camada de tinta devidamente preparada e adequada.

Entretanto cabe aqui uma avaliação do inspetor se tal intervenção é realmente apropriada. Dependendo das condições onde a peça irá trabalhar, por exemplo embutida na alvenaria, é possível deixá-la sem intervenção pois a ação de agentes nocivos seria sensivelmente reduzida.

d) Descascamento

O descascamento é o mais comum dos problemas que ocorrem em estruturas metálicas. É um defeito que ocorre devido à perda de aderência entre a película e o aço, ou entre películas de diferentes demãos. Várias são as causas responsáveis pelo seu aparecimento:

i. Limpeza inadequada da superfície do aço;

ii. contaminação da superfície a ser pintada após a limpeza; iii. contaminação da superfície entre demãos;

iv. rugosidade inadequada (pouca rugosidade); v. incompatibilidade entre tintas;

vi. inobservância dos intervalos para repintura, especialmente em tintas polimerizáveis.

Problemas causados pela limpeza inadequada ou algum tipo de contaminação normalmente se manifestam de forma localizada na região do destacamento da película. Para corrigi-los basta fazer uma remoção da película, limpar a região afetada por limpeza mecânica e reaplicar a pintura original. Caso seja um problema causado pela rugosidade inadequada, incompatibilidade entre tintas ou relacionado ao intervalo de pintura, o destacamento ocorre de forma generalizada. A sua correção implica na completa remoção da película de tintas por jateamento e posterior repintura.

e) Enrugamento

O enrugamento consiste na ondulação da película, ocasionada por uma secagem irregular. É um defeito normalmente associado à formulação das tintas. Duas são as causas:

i. Películas muito espessas;

ii. solventes extremamente voláteis.

Tintas à base de resina fenólica aplicadas em superfícies com temperaturas elevadas também apresentam tal defeito. A correção implica na remoção da película de tinta defeituosa por jateamento ou limpeza mecânica, e posterior repintura.

f) Sangramento

O sangramento consiste no manchamento da película de tinta. É um problema que ocorre devido ao afloramento da cor da tinta de fundo, causado pela ação de solventes fortes da tinta de acabamento provocando a dissolução da tinta de fundo. Ocorre com freqüência na cor vermelha, de onde surgiu tal denominação. A solução é se refazer a pintura.