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Definição de objetivo e escopo

No documento KELLY ALONSO COSTA (páginas 132-139)

4.3 ESTRUTURA OPERACIONAL DO MODELO

4.3.1 Definição de objetivo e escopo

Conforme os parâmetros da ACV, o escopo de um estudo de ACV deve referir-se às três dimensões: onde iniciar e parar o estudo do ciclo de vida, quantos e quais sub-sistemas (ou sub-processos) incluir, e o nível de detalhes do estudo.

A primeira fase trata da definição do objetivo e escopo: trata da caracterização do empreendimento informando a tipologia do mesmo e da classificação sócio-econômica. Define as condições de contorno para a análise.

Nesta pesquisa, foi escolhida uma edificação habitacional de dois pavimentos, unifamiliar, geminada com quatro outras edificações similares formando um conjunto residencial. As plantas foram cedidas pelo Arquiteto Fernando José Pires Condeixa, CREA/RJ-1972101229, responsável pela obra. A edificação representa uma grande parcela de construções nesse setor no Brasil para a classe média baixa, atualmente

o setor sócio-econômico com maior crescimento. A unidade habitacional é denominada como simples ou popular, com estrutura em concreto e vedação em tijolo cerâmico.

A edificação escolhida possui a denominação de CASA 4. O conjunto residencial está localizado na Rua Mutuapira, lote 136, na cidade de São Gonçalo, Rio de Janeiro. A área utilizável está dividida em dois quartos, um banheiro, uma cozinha, uma sala, uma garagem e um quintal. A construção foi realizada com materiais típicos desse segmento e técnicas construtivas simples que podem ser executadas no próprio canteiro de obras. A edificação recebe abastecimento de água tratada e possui coleta de esgoto, ambos os serviços executados pela concessionária Águas de Niterói. Também recebe energia elétrica distribuída pela Empresa Ampla Energia e Serviços. O município de São Gonçalo é a segunda cidade mais populosa do Estado do Rio de janeiro e integra a região metropolitana.

A distância entre a cidade de São Gonçalo e a cidade do Rio de Janeiro é de aproximadamente 25 quilômetros. O clima do município é do tipo tropical atlântico, com chuvas de verão e inverno relativamente seco. Quanto a vida útil da edificação assumiu-se um tempo de 50 anos, segundo a recomendação de normas de construção e desempenho no Brasil, sabendo-se que as características das construções indicam uma vida útil maior.

A Figura 34 apresenta as plantas baixas do primeiro e do segundo pavimentos, conforme o projeto original. A partir das plantas baixas, é possível observar a disposição dos cômodos com as suas respectivas áreas. O total da área de construção da CASA 4 é 55, 63 metros quadrados, situada em um terreno com 61,69 metros quadrados.

Figura 34 – Plantas baixas do primeiro e segundo pavimentos, sem escala.

Fonte: Fernando José Pires Condeixa, 2012.

As plantas de fachada mostram a arquitetura do comjunto de edificações através da Figura 35.

Figura 35 – Plantas de fachada, sem escala.

Fonte: Fernando José Pires Condeixa, 2012.

O pé direito da edificação mede 2,80 metros e aparece na planta com o corte transversal, conforme a Figura 36.

Figura 36 – Plantas de corte, sem escala.

Fonte: Fernando José Pires Condeixa, 2012.

A oportunidade de avaliar os impactos de cinco edificações tendo como base os dados de apenas uma, dada às semelhanças das construções, tornou-se um aspecto relevante na escolha de um conjunto residencial. No encontro de duas ruas, localizam-se as edificações e podem ser observadas na planta de situação conforme a Figura 37.

Figura 37 – Plantas de situação, sem escala.

Fonte: Fernando José Pires Condeixa, 2012.

A orientação solar da edificação também é de grande importância para o planejamento da edificação, pois a mesma identifica a incidência solar nos quartos e demais cômodos. As diretrizes arquitetônicas preconizam que a incidência solar nos quartos apenas pela manhã, para que os mesmos não sejam estejam aquecidos na hora de repouso, à noite, devido o clima típico. Dessa forma, favorece um conforto em dias quentes e minimiza o uso de aparelhos de ar-condicionado de maior intensidade, economizando energia.

A Tabela 12 apresenta os quadros de áreas das edificações, onde se pode observar a distribuição dos espaços arquitetônicos e a taxa de ocupação do terreno que é definida como a porcentagem máxima de construção em projeção horizontal permitida em um lote. Em suma, é o limite estipulado por lei para o uso e ocupação do solo para controle e crescimento urbano. O uso e ocupação do solo também fazem parte dos itens analisados para avaliação dos impactos.

Tabela 12. – Quadro de áreas.

Fonte: Fernando José Pires Condeixa, 2012.

Para o empreendimento ser avaliado, foi realizada uma pesquisa do entorno da edificação, investigando a origem de insumos e caracterizando do meio-ambiente. O estudo detalhado dessas etapas é de grande relevância para uma correta avaliação dos objetivos propostos, já que o subsetor possui uma estrutura complexa.

4.3.1.1 Definição das fronteiras do sistema

O abastecimento de eletricidade foi com base em um quilowatt-hora (1 kWh).

Está incluída a eletricidade elétrica produzida pelas tecnologias do sistema elétrico, pertinente ao Brasil, tendo em vista a geração, rede de transmissão e distribuição para o usuário final.

Já o abastecimento de água também é caracterizado conforme o usual no Brasil, medição em metro cúbico. A água tratada é distribuída por centrais de abastecimento, provenientes de centrais de tratamento, que captam a água de bacias hidrográficas de rios. As águas residuais (esgoto) são coletadas para tratamento.

Outro aspecto importante para definição das fronteiras é o conhecimento do clima. A edificação está localizada no Estado do Rio de Janeiro, onde o clima predominante é o tropical semi-úmido na área de relevo mais plano (modelo), com

elevados índices de pluviosidade no verão e inverno seco. A temperatura média anual da área é de 24ºC e a média de chuvas anuais é de cerca de 1.250 mm.

Após a pesquisa de abastecimento de energia e água e caracterização do clima, fazem-se necessárias as definições das fases da ACV de uma edificação habitacional. As fases definidas são: a construção, a utilização e o fim de vida, conforme a Figura 38.

Figura 38 – Fronteira do sistema.

Fonte: Autor, 2012.

A fase de construção inclui a produção dos materiais usados na construção da edificação (manufaturados na obra), o transporte de materiais para o canteiro de obras, a energia consumida durante a fase de construção, as emissões e a gestão dos resíduos gerados no local da construção.

A fase de utilização inclui a operação e atividades de manutenção de acordo com as características climáticas onde a edificação está inserida. A fase de operação inclui o consumo de enrgia como o uso do ar condicionado, atividades domésticas: tais como iluminação (não serão consideradas as trocas de lâmpadas), consumo de água tratada, eletrodomésticos (não serão consideradas as trocas de aparelhos) e o consumo de gás liquefeito de petróleo, como na maioria das edificações habitacionais no país. Estima-se que as atividades de manutenção necessárias para manter as edificações em bom estado são: a pintura, tubos e conexões de PVC (trocas ou vazamentos), manutanção de janelas de alumínio,

substituição de telhas e substituição dos armários e dos metais da cozinha e do banheiro. O consumo de materiais está incluso nessas atividades; também surge nessa fase a produção de resíduos e emissões.

A fase fim de vida (demolição/desmantelamento) avalia a energia consumida pelos equipamentos e máquinas utilizados durante a demolição; outro fator importante nessa fase é a quantidade de resíduos gerados durante a desmontagem da construção, incluindo o seu transporte até o destino final e a deposição em aterro.

É importante ressaltar que o modo de transporte de materiais de construção é 100% de caminhão. A distância do local de aquisição dos materiais até o local da construção é assumido como sendo 18,5 km.

No documento KELLY ALONSO COSTA (páginas 132-139)