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Definição, descrição e caracterização das amostras

II.1. Metodologia

II.1.2. Definição, descrição e caracterização das amostras

O tipo de amostragem, principalmente a “A”, é não probabilística, por tipicidade ou intencional54.

II.1.2.1 Amostra A

É constituída por um número, que se pretendeu ser equilibrado, de oficiais das três brigadas e outras U/E/O, que tenham estado ou estão de alguma forma identificados com o apoio

54

Consiste em seleccionar um subgrupo da população que possa ser considerado representativo, requer considerável conhecimento da população e do subgrupo seleccionado (Gil, 1999, p. 104).

Amostras não probabilísticas são seleccionadas de acordo com um ou mais critérios julgados importantes pelo investigado tendo em conta os objectivos do trabalho que está a realizar (Carmo e Ferreira, 1998, p.192).

logístico operacional, tais como: professores do ex-Instituto Altos Estudos Militares55 e da Academia Militar, oficiais do Comando da Logística, da Divisão Logística/Estado-Maior do Exército e da Repartição Logística/COFT, oficiais que desempenham funções de comando em unidades de A/G (BAM, BST, BSM e BSS) e Escolas Práticas (EPSM, EPAM e EPST).

No que diz respeito às brigadas, foi solicitado o preenchimento do questionário aos responsáveis pelo seu apoio logístico; oficiais da 4ª Sec e do Batalhões de Apoio de Serviços (Comandantes de batalhão e companhia e oficiais de estado-maior). Foi o mesmo solicitado a oficiais das unidades de combate e apoio de combate, as quais se caracterizam por serem “clientes” desse apoio (Comandantes de batalhão e CCS/ECS e oficiais de estado-maior).

Dos militares seleccionados, alguns não se mostraram disponíveis, e de entre os restantes, uma parte significativa não respondeu até 12 de Setembro, data definida como limite para a conclusão atempada do estudo.

Quadro 2.1

Resumo questionários enviados/recebidos

BMI BLI BAI Outros Total

Seleccionados 32 25 25 27 109

Enviados 31 18 25 22 96

Respondidos 28 7 13 14 62

% 90,3% 38,9% 52% 63,6% 64,6%

O número reduzido de questionários aplicado à BLI, deve-se, fundamentalmente, à transferência do seu Grupo de Artilharia de Campanha, para Leiria (RA4)56. Foram assim aplicados 96 questionários, tendo sido respondidos 62 (64,6%) (Quadro 2.1 Resumo dos questionários enviados/recebidos).

Os militares que responderam ao questionário dividem-se em 4 grupos. Os oficiais da BMI (45,2%), da BLI (11,3%), da BAI (21%) e de outras U/E/O (22,6%) que, pelas funções que desempenham ou desempenharam, possam ter uma opinião que valorize este estudo. Face ao exposto, será de referir que, pelo número de respostas dadas e pela experiência efectiva que esta unidade tem no apoio de serviços a uma brigada, a opinião dos militares da BMI terá, nesta abordagem, um peso significativo.

Apesar da abrangência do universo seleccionado, na análise a efectuar, é de salientar a diferente realidade de cada uma das brigadas. Nomeadamente o facto da BMI se encontrar concentrada num campo militar, a BLI dispersa territorialmente, com as suas subunidades integradas numa estrutura regimental e a BAI dividida por duas áreas militares, S. Jacinto e o

55

Actualmente Instituto de Estudos Superiores Militares. 56

polígono de Tancos. Além desta diferença estrutural, temos ainda de considerar as missões e capacidades de cada uma delas, que são, de alguma forma, distintas. A associação destes aspectos, leva à necessidade de se ter presente, numa abordagem como a explanada neste trabalho, que a percepção dos problemas logísticos são distintos, dependendo da experiência colhida por cada um dos inquiridos, nas unidades do SFN onde preste ou tenha prestado serviço.

Quadro 2.2

Caracterização da amostra por números absolutos

Grande Unidade Total

BMI BLI BAI Outras

Of Sup 13 7 9 12 41 Capitão 13 3 1 17 Posto Subalterno 2 1 1 4 Armas 23 7 13 7 50 Arma ou Svc Serviços 5 7 12 QP AM 23 7 13 11 54 Quadro QP Tec 5 3 8 inferior 36 6 4 10 36 a 40 13 3 5 3 24 41 a 45 7 4 3 8 22 Idade superior 45 2 1 3 6 Comando 15 3 9 7 34 Estado Maior 13 4 3 4 24 Tipo função Docência 1 3 4 1 a 6 meses 9 4 6 7 26 6 a 12 meses 14 2 2 4 22 Tempo na função superior a 12 meses 5 1 5 3 14 Apoio de serviços 7 1 9 17

Usufrui apoio serviços 18 6 10 34 Unidade outras 3 1 2 5 11 Não 21 6 11 5 43 Anteriores funções Un ApSvc Sim 7 1 2 9 19 Total 28 7 13 14 62

A idade declarada pelos oficiais inquiridos varia entre os 27 e os 52 anos, uma variável independente que se pode relacionar com o tempo de serviço e experiência adquirida. Depois de analisada a amostra, verifica-se que, 74,2% se situa entre os 36 e os 45 anos (quadro 2.2 Caracterização da amostra por números absolutos) o que, de uma forma geral, corresponde ao posto de Major, ou Tenente-Coronel, garantindo assim, experiência de comando e também de estado-maior. Relativamente ao posto, e no seguimento do referido no factor “idade”, a maioria dos inquiridos são oficiais superiores (66,1%) e praticamente todos (97,6%) são oriundos da

Academia Militar, o que garante uma uniformidade, no mínimo, em termos académicos, dos conhecimentos ao nível da logística (ver apêndice E - Caracterização da amostra).

Consequência da intenção inicial de questionar os militares que participam na execução e planeamento da manobra logística, bem como, os que usufruem do apoio logístico, é de registar que 54,8 % dos militares que responderam ao questionário, pertencem ao segundo grupo, podendo as respostas ser influenciadas pelo receio de o mesmo não ser eficaz, caso se alterem procedimentos, organizações ou doutrinas.

Mais de metade dos inquiridos desempenham funções de comando, sendo essa percentagem de 75% em unidades de apoio de serviços. No entanto, apenas 21,2% desempenham essas funções há mais de um ano (Quadro 2.3 Tempo nas funções), característica que limita a possível experiência colhida.

Quadro 2.3 Tempo nas funções

Tipo função Total

Comando Estado Maior Docência

Tempo na função superior a 12 meses 7 5 2 14

6 a 12 meses 14 8 0 22

1 a 6 meses 13 11 2 26

Total 34 24 4 62

Outro aspecto a salientar, é a falta de experiência de planeamento e de execução da manobra logística, em virtude de, recentemente, as missões se terem caracterizado pelo emprego de unidades de escalão batalhão em missões de paz, sendo que, desde o empenhamento numa guerra nas ex-províncias ultramarinas, há mais de 20 anos, não se tem verificado a necessidade de actuação, com grandes unidades, em operações de alta intensidade. Este factor não permitiu a experimentação dos aspectos relacionados com o apoio logístico a unidades com a dimensão de uma brigada em situações reais, nem em operações convencionais de combate. Esta questão assume maior importância quando se verifica que mais de metade dos inquiridos (59,7%), não desempenha e nunca desempenhou, funções em unidades de apoio de serviços (quadro 2.4 Funções em unidades de apoio de serviços).

Quadro 2.4

Funções em unidades de apoio de serviços

Unidade Total Apoio de serviços Usufrui apoio serviços outras Não 6 29 8 43

Anteriores funções Un ApSvc

Sim 11 5 3 19

II.1.2.2 Amostra B

Neste universo foram efectuadas entrevistas a oficiais generais, que pelas funções que desempenham, são, na rotina das suas preocupações, confrontados com problemas relacionados com o apoio logístico da componente operacional, seja ao nível da táctica, onde se enquadram os comandantes das três brigadas (BMI, BAI e BLI), seja ao nível do planeamento e da execução da logística operacional, caso dos seguintes oficiais: General SCEME, General Comandante do COFT, General Quartel-Mestre General57 e General Director do Serviço de Material (DSM)58.

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