6 CRITÉRIOS E REFERÊNCIAS PARA A AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE QUALIDADE DOS TERMINAIS AOS USUÁRIOS DO SISTEMA
Etapa 3 Definição dos parâmetros de avaliação de terminais
Como a metodologia de avaliação proposta aborda o terminal como um sistema e considerando que todo sistema tem um objetivo/ função, de acordo com os princípios da Teoria Geral dos Sistemas apontados no tópico 5.2, tem-se o cumprimento da sua função como parâmetro básico para nortear a avaliação do nível de qualidade no atendimento aos usuários pelo terminal. Considerando ainda que a função do terminal rodoviário interurbano de passageiros é a de possibilitar a transferência do objeto transportado entre meios de um mesmo sistema ou de diferentes sistemas de transporte com eficiência, eficácia e mobilidade, pode-se adotar como macro-parâmetros de avaliação do seu nível de qualidade esses três elementos. Por serem os parâmetros mais genéricos de avaliação, eles serão aqui identificados como parâmetros nível 1 (N1), conforme ilustra a Figura 6.6.
Figura 6.6: Parâmetros de avaliação nível 1
Esses parâmetros podem, de acordo com os princípios da rede semântica do planejamento de transportes, ser desmembrados em outros elementos, conforme a Figura 6.7. O parâmetro eficácia pode ser desmembrado nos parâmetros tempestividade na transferência, integridade do objeto e assertividade. O parâmetro mobilidade pode ser desmembrado nos parâmetros acessibilidade do meio pelo objeto e acessibilidade do meio pelo sujeito. Já o parâmetro eficiência pode ser desmembrado em eficiência de mercado e eficiência de produção. Esses parâmetros serão aqui identificados como parâmetros nível 2, por serem mais específicos que os primeiros.
Figura 6.7: Parâmetros de avaliação nível 2
Alguns desses parâmetros ainda podem ser desmembrados em outros mais específicos, conforme mostram as Figuras 6.8 e 6.9. O parâmetro N2 acessibilidade do meio pelo objeto pode ser desmembrado em disponibilidade espacial do meio, em compatibilidade do meio com o objeto e em capacidade física do meio. O parâmetro N2 acessibilidade do meio pelo sujeito pode ser desmembrado em capacidade financeira do sujeito e em disponibilidade temporal do meio. O parâmetro N2 eficiência de produção pode ser desmembrado nos parâmetros custo do serviço, custo da infraestrutura e externalidades ao meio ambiente. Esses parâmetros serão aqui chamados de parâmetros nível 3 (N3).
Figura 6.9: Parâmetros de avaliação nível 3
Para que um terminal atenda a cada um desses parâmetros N3 e consequentemente aos seus parâmetros base (N2 e N1), o terminal deve ter uma série de condições, as quais podem ser identificadas a partir de uma revisão na literatura sobre terminais e transporte. As condições para que o terminal atenda aos parâmetros N3 vinculados ao parâmetro N1 eficácia são apresentadas na Figura 6.10.
Figura 6.10: Condições para que o terminal atenda aos parâmetros N3 vinculados à eficácia
As condições para que o terminal atenda aos parâmetros N3 vinculados ao parâmetro N1 mobilidade são mostradas na Figura 6.11.
Figura 6.11: Condições para que o terminal atenda aos parâmetros N3 vinculados à mobilidade
Já as condições para que o terminal atenda aos parâmetros N3 vinculados ao parâmetro N1 eficiência são mostradas na Figura 6.12.
Figura 6.12: Condições para que o terminal atenda aos parâmetros N3 vinculados à eficiência
Algumas dessas condições, por não constituírem o foco da avaliação não serão utilizadas na avaliação. As justificativas detalhadas para a não-utilização de cada uma delas
encontram-se nas Figuras 6.25 a 6.29. Já aquelas que serão utilizadas podem ser agregadas nos seguintes atributos:
• Informação no terminal
• Facilidade de acesso ao terminal • Segurança no terminal
• Conforto no terminal • Salubridade no terminal
• Cortesia no atendimento no terminal • Acessibilidade do terminal aos usuários • Compatibilidade veículo-terminal • Capacidade do terminal
• Sustentabilidade ambiental
Esses atributos de avaliação serão aqui identificados como parâmetros nível 4 (N4). A relação entre os parâmetros N1, N2, N3 e N4 pode ser visualizada na Figura 6.13.
Para que os parâmetros N4 sejam alcançados, o terminal necessita ter uma série de itens, relativos a cada parâmetro, nos seus respectivos estados ideais. Esses itens foram retirados da caracterização sistêmica do terminal, a qual possui uma série de elementos que um terminal pode ter, conforme mencionado na Etapa 2 da metodologia de construção dos critérios e referências de avaliação. A identificação dos mesmos como necessários para o alcance da função do terminal no Strip possui como base uma revisão da literatura sobre terminais e transportes, além dos pressupostos da teoria das necessidades humanas e da teoria dos dois fatores. Tais itens, nos seus respectivos estados ideais e distribuídos por atributo, são mostrados nas Figuras seguintes.
• Informação no terminal
Figura 6.14: Itens de avaliação relativos ao atributo informação • Facilidade de acesso ao terminal
• Segurança no terminal
Figura 6.16: Itens de avaliação relativos ao atributo segurança
Os itens mostrados na Figura 6.16 objetivam a satisfação das necessidades de segurança que o indivíduo tem, em acordo com os pressupostos da Teoria das Necessidades Humanas.
• Conforto no terminal
Figura 6.17: Itens de avaliação relativos ao atributo conforto
Dentre os itens mostrados na Figura 6.17, o item existência de cobertura nas principais áreas de concentração e fluxo de pessoas no terminal busca a satisfação das necessidades
fisiológicas de proteção contra intempéries do indivíduo, segunda a teoria das necessidades humanas. Ainda com base nos fundamentos dessa teoria, os itens existência de assentos nas áreas de espera de uso público buscam a satisfação da necessidade fisiológica de descanso do homem, assim como a existência de bebedouros de água busca a satisfação da sua necessidade fisiológica de hidratação. Já a existência de banheiros masculinos e femininos, bem como de fraldários no terminal, busca a satisfação da necessidade fisiológica de excreção das pessoas. A existência de locais para alimentação objetiva a satisfação da necessidade fisiológica de alimentação do indivíduo e a existência de telefones públicos atende à sua necessidade social de comunicação.
• Salubridade no terminal
Figura 6.18: Itens de avaliação relativos ao atributo salubridade
Todos os itens mostrados na Figura 6.18 buscam a satisfação das necessidades de segurança do indivíduo. Por tratarem da segurança contra a aquisição de enfermidades pelo ser humano, elas foram agrupadas no atributo salubridade, diferentemente daquelas que tratam da segurança contra violência ao indivíduo, reunidas no atributo segurança.
• Cortesia no atendimento no terminal
Figura 6.19: Itens de avaliação relativos ao atributo cortesia • Acessibilidade do terminal aos usuários
Figura 6.20: Itens de avaliação relativos ao atributo acessibilidade • Compatibilidade veículo-terminal
Figura 6.21: Itens de avaliação relativos ao atributo compatibilidade veículo-terminal • Capacidade do terminal
• Sustentabilidade ambiental
Figura 6.23: Itens de avaliação relativos ao atributo sustentabilidade Etapa 4 - Identificação dos dados necessários para a avaliação
Definidos os parâmetros de avaliação, pode-se levantar os dados necessários a serem coletados para que seja feita a avaliação. Como a avaliação, de uma forma geral, é a comparação do estado atual com o ideal de um determinado objeto para a emissão de um juízo de valor, os dados necessários para a avaliação são o estado atual de cada um dos itens listados para cada atributo de avaliação. A comparação do estado atual deles com o ideal, estado este mostrado no tópico anterior, permitirá a identificação do quão próximo está o terminal do seu estado ideal. Desse modo, para cada item que compõe os atributos de avaliação foi elaborada uma questão quanto ao seu estado atual, conforme exemplifica a Figura 6.24.
Figura 6.24: Exemplo de dados a serem coletados
Todas as questões referentes aos dados a serem coletados, bem como o detalhamento dos parâmetros, podem ser visualizados nas Figuras 6.25 a 6.29.
Observação 6.1: Para a coleta dos dados de nível de serviço das áreas de espera e de