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7 METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO AOS USUÁRIOS PELOS

Etapa 1.8 Inserção dos dados no banco de dados

Após coletados em campo, os dados foram digitados para a planilha do Apêndice B. O mesmo se deu com os resultados obtidos da pesquisa realizada pelo Ceftru e a ANTT quanto aos dados de satisfação do usuário e acessibilidade.

Etapa 1.9 - Conferência e correção dos dados

Após a digitação dos dados coletados, foi feita uma conferência qualitativa do tipo censo para a identificação de possíveis erros de digitação, os quais não foram encontrados. Já os dados coletados indiretamente do banco da pesquisa feita pelo Ceftru e ANTT já haviam passado por um processo de conferência tanto quantitativa como qualitativa pela equipe de pesquisadores do Ceftru de modo a garantir a sua confiabilidade e representatividade. O

formato dos dados digitados e obtidos do banco da pesquisa feita pelo Ceftru e ANTT permitiu de maneira simples o cálculo da pontuação dos itens e atributos avaliados por meio da planilha do Apêndice B, conforme detalha o próximo tópico.

Macro-etapa 2 - Avaliação e classificação do terminal avaliado

Após a coleta e o tratamento dos dados, tem-se a última macro-etapa da metodologia, a avaliação e classificação do terminal avaliado. Suas etapas são especificadas a seguir.

Etapa 2.1 - Avaliação do terminal

Para a avaliação do terminal, conforme o método de pontuação construído no capítulo referente aos critérios e referências para avaliação, é necessária a atribuição de pontos a cada item avaliado, os quais agregados por atributo permitem a pontuação de cada atributo de avaliação. A agregação dos pontos dos atributos, por sua vez, resulta na pontuação final do terminal.

Com base no método de pontuação construído, foram atribuídos pontos (de zero a um) a cada item cujo estado atual foi verificado na avaliação in loco do terminal, em função do grau de atendimento ao seu estado ideal. Esses pontos podem ser visualizados no Apêndice B. Porém, para o cálculo da pontuação de cada atributo, foi preciso primeiramente ponderar os itens avaliados dentro de cada atributo quanto aos seus diferentes níveis de importância. Essa ponderação teve como base a Teoria das Necessidades Humanas e a Teoria dos Dois Fatores. Os itens relativos às necessidades fisiológicas do indivíduo, necessidades de segurança e necessidades sociais, as quais são prioritários de acordo com os pressupostos das duas teorias (se tais necessidades não forem satisfeitas geram insatisfação no indivíduo), foram priorizados dentre os demais componentes do mesmo atributo.

Os atributos que tiveram itens de avaliação referentes às necessidades supracitadas foram os atributos conforto, segurança e salubridade. Como todos os itens avaliados dos atributos segurança e salubridade eram referentes à necessidade básica de segurança (o primeiro relativo à segurança contra violência e a segunda relativa à segurança contra a aquisição de enfermidades), todos foram ponderados entre si de forma semelhante (com peso igual a

um), não havendo assim itens priorizados. Já dentre os itens do atributo conforto, alguns foram priorizados (com peso igual a dois quando os demais tiveram peso igual a um) por estarem relacionados com as necessidades fisiológicas e sociais do homem. Os itens de avaliação relativos às necessidades fisiológicas do indivíduo foram a existência de banheiros masculinos e femininos no terminal, assim como fraldários (necessidade fisiológica de excreção), locais para alimentação (necessidade fisiológica de alimentação), bebedouros de água (necessidade fisiológica de hidratação), cobertura nas áreas do terminal (necessidade fisiológica de proteção contra intempéries) e assentos nas áreas de espera (necessidade fisiológica de descanso). A existência de telefones busca a satisfação da necessidade social de comunicação. Tais itens podem ser visualizados nas Figuras 6.25 a 6.29.

A agregação dos pontos dos itens de um mesmo atributo, segundo o método de pontuação construído e após a ponderação supracitada, resultou na pontuação de cada atributo utilizado na avaliação do Terminal Rodoviário do Tietê. Tais pontos podem ser visualizados na Tabela 8.1.

Tabela 8.1: Pontuação de cada atributo de avaliação

Atributo Pontuação do Atributo (PA)

Segurança 1,000 Compat. Veículo - Term. 1,000 Conforto 0,976 Facilidade de Acesso 0,867 Informação 0,864 Capacidade 0,857 Salubridade 0,856 Sustentabilidade 0,775 Cortesia 0,770 Acessibilidade 0,000

A Tabela 8.1 mostra que os atributos segurança e compatibilidade veículo (ônibus) – terminal foram os únicos que obtiveram a pontuação máxima. Isso mostra que o estado dos itens avaliados desses atributos na verificação in loco do terminal estava dentro dos padrões ideais. Logo após aparece o atributo conforto, seguido pelos atributos facilidade de acesso, informação, capacidade e salubridade, todos esses com pontuação aproximada. Com pontos um pouco inferiores à média de pontos dos atributos (0,797) aparecem os atributos sustentabilidade ambiental e cortesia. Por último, com pontuação nula, encontra-

se o atributo acessibilidade do terminal às pessoas com mobilidade reduzida. Esse atributo teve a pontuação nula porque o terminal não atendeu a todos os requisitos considerados no método adotado por Ceftru (2010), como a existência de sinalização tátil para guiar as pessoas com deficiência visual e guichês rebaixados. Por não atender a todos os requisitos de acessibilidade, algumas pessoas com algum tipo de restrição de mobilidade poderiam não conseguir acessar o terminal com segurança e autonomia, motivo pelo qual o mesmo teve o atributo com pontuação nula.

Quando agregados, os pontos dos atributos resultam na pontuação final do terminal. Porém, seguindo o método de pontuação, antes de terem seus pontos agregados os atributos foram ponderados quanto aos seus diferentes níveis de importância entre si para a composição da nota final do terminal. Conforme abordado no capítulo 6, a ponderação dos atributos foi feita com o emprego da técnica AHP (Analytic Hierarchy Process) com pesquisadores do Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes e do Programa de Pós- Graduação em Transportes da Universidade de Brasília. Foram consultados 14 pesquisadores, alguns dos quais com vasto conhecimento em terminais rodoviários interurbanos por terem participado do projeto de qualificação de terminais rodoviários pelo Ceftru. Cada um dos pesquisadores preencheu o formulário do Apêndice H, assinalando o quão importante ele considerava cada um dos atributos em comparação com os demais. Com todos os formulários preenchidos, pode-se calcular os pesos de importância de cada atributo, os quais são mostrados na Tabela 8.2. As matrizes de cálculo dos pesos podem ser visualizadas no Apêndice I.

A Tabela 8.2 mostra que os pesquisadores priorizaram o atributo segurança dentre os demais, seguido pelo atributo acessibilidade do terminal às pessoas com algum tipo de restrição de mobilidade, fato que evidencia a preocupação em se ter um terminal acessível a todos os seus usuários. Logo após aparecem os atributos salubridade, capacidade do terminal, compatibilidade do ônibus com o terminal, a facilidade de acesso ao terminal, a disponibilidade de informações para uso do terminal, o conforto, a cortesia dos funcionários do terminal e por fim o atributo sustentabilidade ambiental.

A soma dos produtos do peso e da pontuação de cada atributo resultou na pontuação final do Terminal Rodoviário do Tietê, a qual foi 7,503, conforme mostra a Tabela 8.3.

Tabela 8.3: Cálculo da nota final do Terminal Rodoviário do Tietê

O terminal só não obteve uma pontuação melhor devido à nota nula do atributo acessibilidade, que, com a elevada importância atribuída pelos pesquisadores, reduziu de modo significativo a nota do terminal.