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Será adotado na exploração o Modo de Produção Biológico que, inicialmente, passará por um período de conversão, que se situa nos 3 anos, até serem certificados em agricultura biológica todos os produtos da Quinta.

Nas culturas hortícolas e ervas aromáticas depois de serem corrigidos e preparados os solos serão abertos os regos, covachos ou montados os camalhões e colocam-se as plantas. Aquando da plantação será feita uma cobertura do solo com palha para diminuir a infestação de plantas adventícias, e reduzir desta forma a mão-de-obra no controlo de infestante e a evaporação da água de rega. O sistema de rega localizado será instalado na parcela imediatamente antes do espalhamento da palha.

A instalação das árvores de fruto será feita em época própria, depois de também serem preparados os solos e será também instalado na mesma altura o sistema de rega.

A fertilização será maioritariamente à base de aplicações de matéria orgânica obtida na exploração a partir da compostagem de estrume animal, palha e restos de culturas hortícolas. No entanto, não é totalmente descartada a aplicação de fertilizantes via foliar em condições que sejam realmente necessárias.

Em relação à proteção fitossanitária, esta estará muito dependente das condições meteorológicas que serão ou não favoráveis ao aparecimento de doenças e pragas. O objetivo nesta exploração é que estes focos de pragas sejam controlados por auxiliares de

44 forma a não ser necessário tratar. De qualquer forma será feito um cálculo médio do que pode ser gasto, caso seja necessário proceder aos tratamentos.

Em relação ao controlo de infestantes nas restantes zonas da exploração será passada uma alfaia para destroçar as infestantes as vezes que forem necessária, nas hortícolas e aromáticas será com mão-de-obra da exploração.

De forma a enquadrar todas as culturas que serão implementadas segue um pequeno resumo de cada uma delas, com algumas características a ter em consideração.

45 Mirtilo

Nome da espécie: Mirtilo (Vaccinium corymbosum) Grupo: Northern Highbush

Variedade: Bluecrop (Figura 7)

A escolha por esta cultivar prendeu-se fundamentalmente pela sua boa adaptabilidade ao meio, por ter um longo período de produção com elevado rendimento e boa resistência a doenças.

Condições edafo-climáticas

Quanto aos solos prefere um bom teor de matéria orgânica, superior a 3% (Fonseca & Oliveira, 2007), boa drenagem, arejado e ácidos (pH compreendido entre 4,5 e 5,2), solos arenosos, franco-arenosos e franco-argilosos.

Necessita aproximadamente entre os 2 a 6 litros de água por dia (Gonçalves, 2013), aproximadamente 35 litros por planta por semana, sendo o período desde o início da frutificação até à colheita o mais exigente em termos hídricos.

Tolerante a curtos intervalos de tempo em stress hídrico mas pouco tolerante ao encharcamento (Fonseca & Oliveira, 2007).

Relativamente à luz é uma planta de meia sombra. Todavia, a boa exposição solar garante frutos com menor teor em acidez e maior teor de açúcar, com melhores aromas, bem como promove a antecipação da colheita.

Enquanto o bom desenvolvimento vegetativo necessita de dias longos, a iniciação floral é favorecida por dias curtos (Santos, 2015).

Em relação à temperatura após a floração (50 a 90 dias) as temperaturas altas exercem um papel importante no vingamento e crescimento do fruto. A sua qualidade está relacionada positivamente com fotoperíodo longo e a ocorrência de temperaturas noturnas frescas, durante a fase de maturação. O frio durante a fase de repouso vegetativo é um fator preponderante na produção. Esta variedade é exigente em frio (800 a 1000 horas abaixo de 7,2°C).

Figura 7. Mirtilos var. Bluecrop Fonte: Anónimo, 2017

46 É importante que durante a floração não haja ocorrência de geadas pois podem causar necroses no gineceu e, consequente, destruição da flor (Santos, 2015).

No quadro 4 está sintetizado o ciclo anual do mirtilo e o quadro seguinte (quadro 5) apresenta a evolução da produtividade (ton/ha) da cultura.

Quadro 4.Ciclo anual da cultura do mirtilo, Adaptado de Santos, 2015

Dormência Crescimento vegetativo

(início da primavera até ao fim do verão)

Colheita Início do outono Floração (Abril) Polinização Vingamento do fruto (Maio) Maturação (Junho) Entre a 2º semana de junho e a 1º de julho

Quadro 5.Produtividade do Mirtilo, Adaptado de Serrado et al, 2008

Ano 1 2 3 4 5 6 7 8 9

47 Maracujá

Nome da espécie: Maracujá (Passiflora edulis)

Variedade: Maracujá Roxo (Figura 8)

A escolha por esta espécie e variedade teve em atenção a robustez que apresenta assim como a adaptabilidade ao

clima da região.

Condições edafo-climáticas

Em termos de solos prefere solos arenosos ou levemente argilosos, profundos e bem drenados (Costa, et al., 2005b), o pH do solo deve encontrar-se entre os 5 e os 6

(Júnior, 1993) e são preferíveis regiões com altitude entre 100 e 900m (Anacleto, 2013). Nos dias mais quentes, o consumo de água chega aos quatro litros diários por planta (Barbosa, 2016). A humidade relativa deve ser baixa e a precipitação deve rondar os 800 a 1700mm bem distribuídos ao longo do ano (Anacleto, 2013).

Relativamente à temperatura requer temperaturas médias em torno de 23 a 25º C (Anacleto, 2013;1). São tolerantes ao frio e às geadas, podendo suportar episódios de

algumas horas de até -4 ºC (Madeira, 2014a). A cultura necessita entre 11 horas a 12

horas de luz para iniciar a floração (Meletti, 1996).

O quadro 6 apresenta-se o ciclo anual da cultura do maracujá. A produtividade da cultura está situada entre as 10 e as 15 toneladas/hectare (Madeira, 2014a).

Quadro 6.Ciclo anual da cultura do maracujá. Fonte: Madeira, 2014a

Crescimento vegetativo Colheita Poda

Polinização Vingamento do

fruto Maturação

Março e Abril

(maior produção, mas continua a produzir até o

outono)

Outubro Figura 8. Maracujá Roxo

48 Alperce

Nome da espécie: Alperce (Prunus armeniaca)

Variedades: Avana Currôt (maio), Gneff A (junho/julho) e Paviot (agosto/setembro) (Figura 9) (Anónimo, 2014).

A escolha por esta espécie e por estas variedades está relacionada com as características de robustez e adaptabilidade ao clima da região que apresenta e de forma a conseguir-se um período mais longo de comercialização (maio-setembro).

Condições edafo-climáticas

Quanto aos solos prefere os de textura franca, profundos, bem drenados e arejados; com teores de matéria orgânica elevados e com pH de 6,0-7,0 (Anónimo, 2017c).

Necessita de 400-1000 de horas de frio (abaixo dos 7ºC) de forma a vegetar e frutificar normalmente (Anónimo, 2017c) e de boa exposição solar. Relativamente às necessidades hídricas precisa de 7-8 litros/semana/m2 ou 25-50 mm de água de 10 em 10 dias, na altura do crescimento do fruto ou em períodos de seca (Anónimo, 2017c).

O quadro 7 mostra o ciclo anual da cultura do alperce. A produtividade da cultura está situada entre as 10 e as 15 toneladas/hectare (Anónimo, 2017c).

Quadro 7. Ciclo anual da cultura do alperce Fonte: Anónimo, 2017c

Crescimento vegetativo Colheita

Floração

(Fevereiro/Março)

Vingamento do fruto Maturação Maio-Setembro Figura 9. Alperce var

Paviot. Fonte: Anónimo, 2014

49 Cerejeira

Nome da espécie: Cerejeira (Prunus avium)

Variedade: Linda de Fontelo (Maio); Bical Vermelha (Junho/Julho) (Figura 10); Rijal ou de saco (Julho)

A escolha por estas variedades regionais teve em atenção as características dos seus frutos, grandes, rijos e de cor vermelho escuro e pelo facto de poderem permitir uma maturação e colheita escalonada e, consequentemente, um fornecimento do produto durante um maior período de tempo.

A cerejeira tem uma grande adaptabilidade relativamente às condições climáticas, desde que a zona de cultivo tenha frio suficiente para quebrar a dormência (Dias, 2012)

Condições edafo-climáticas

Esta cultura prefere solos profundos, frescos, bem estruturados e ricos em matéria orgânica (Dias, 2012).

Em termos de necessidades hídricas a precipitação anual deve ser maior que 800mm, mas as épocas de vingamento do fruto devem ser relativamente secas ou com movimento do ar. Intolerante ao excesso de água, raízes requerem bom arejamento (Dias, 2012).

As temperaturas médias em janeiro inferiores a 8°C; gradiente entre janeiro e julho superior a 13°C; a partir do início de maio e durante o Verão, temperatura média mensal acima dos 15°C (Quadrado et al., 2013). O número de horas de frio deve estar entre 700 a 1500 horas (Madeira, 2014b).

A produtividade da cerejeira varia entre as 2 t/ha no ano 2 e chega ao ano cruzeiro

com uma produtividade entre 15 e 20 t/ha (Costa, 2006) A figura 11 representa o ciclo anual

da cerejeira e o quadro seguinte (quadro 8) mostra o calendário de produção das 3 variedades.

Figura 10. Cerejas Var. Bical Vermelha

50 Figura 11. Esquema de evolução de um gomo floral de cerejeira. Fonte: Carvalho, 1994

Quadro 8.Calendário de produção das variedades Linda de Fontelo, Bical Vermelha e Rijal ou de saco. Adaptado de Anónimo, 2014

Maio Junho Julho

Quinzena Quinzena Quinzena Quinzena Quinzena Quinzena Linda de Fontelo Bical Vermelha Rijal ou de saco

51 Macieira

Nome da espécie: Macieira (Malus domestica)

Variedades: Porta da Loja (fim de setembro/outubro) (Figura 12), Camoesa Corada (outubro) (Figura 13) e Tromba de Boi (outubro) (Figura 14)

A escolha destas variedades está relacionada com o seu carácter regional e as suas características de adaptabilidade à região. Foram escolhidas 3 variedades para prolongar o período de colheita, tornando-a assim mais escalonada. A variedade Porta da Loja tem o seu período de maturação entre o fim de setembro e o início de outubro, a variedade Camoesa Corada é colhida no início de outubro e a Tromba de Boi durante o mês de outubro, conseguindo assim ter maçã durante aproximadamente 2 meses. A boa recetividade por parte do consumidor e a capacidade de resiliência a condições adversas por parte das variedades regionais, a resistência a pragas e doenças e um maior tempo de conservação foram também alguns elementos que pesaram na decisão.

Porta enxerto: M106 uma vez que é mais resistente e não é tão exigente em fertilidade do solo como o M9

Condições edafo-climáticas

Relativamente aos solos eles devem ser férteis, fundos, frescos e francos, a cultura é sensível a solos muito argilosos (Saraiva, 1992). Em relação à água estima-se uma necessidade útil de água para rega de 4.900 m3/ha (Saraiva, 2015). No que respeita às horas de frio necessárias, estima-se que sejam necessárias 200 a 1700 horas abaixo de 7ºC (Requejo, 1988).

Figura 13. Maçã Camoesa Rosada

Fonte: DRAPC, 2016

Figura 14. Maçã Tromba de Boi

Fonte: DRAPC, 2016 Figura 12. Maçã Porta da Loja

52 O quadro 9 representa o ciclo anual da macieira e o quadro seguinte (quadro 10) a sua produtividade.

Quadro 9.Ciclo anual da macieira. Adaptado de saraiva, 2015 Repouso

vegetativo

Crescimento vegetativo

(início da primavera até ao fim do verão)

Colheita

Inverno Floração Polinização Vingamento

Maturação

(set.-out.)

Fim de setembro e durante o mês de

outubro

Quadro 10.Produtividade da Macieira. Adaptado de Simões et al, 2008

Ano 1 2 3 4 5 6 7 8 9

53 Vinha

Nome da espécie: Videira, Vitis vinifera L

Variedades: Azal (Figura 16) e Arinto (Figura 15)

Estas são 2 castas predominantes na região e, portanto, bem adaptadas. A parcela de vinha já se encontra instalada.

Condições edafo-climáticas

A cultura é bem adaptada aos solos da região que têm origem na desagregação do granito, são pouco profundos, texturas predominantemente arenosas a franco-arenosas (ligeiras), acidez naturalmente elevada e pobreza em fósforo (Cipriano, 2015).

Em relação as necessidades em água segundo Neves (2012) valores de 350-600 mm anuais são adequados à cultura que se mostra muito resistente à falta de humidade, embora o seu excesso possa provocar doenças. Embora a cultura não seja tradicionalmente regada já existem estudos que aferem que a rega pode ser essencial em algumas fases do ciclo cultural.

Relativamente à luz deve haver uma boa exposição solar para evitar o desenvolvimento de doenças e ajudar na maturação dos cachos. Todavia é necessário ter cuidado com o escaldão (Neves, 2012).

Temperaturas médias anuais não devem ser inferiores a 9 ºC, situando-se as temperaturas ótimas entre 11 e 18 ºC (Neves, 2012).

A produtividade:10000kg (Garrido & Mota, 2011). No quadro 11 está representado o ciclo anual da videira.

Figura 15. Casta Arinto Fonte: Anónimo 2018

Figura 16.Casta Azal Fonte: Anónimo, 2018

54 Quadro 11.Ciclo anual da videira. Adaptado de Neves, 2012

Dormência Crescimento vegetativo Colheita

Início do outono

Floração e polinização

Vingamento do

55 Hortícolas

Nome das espécies: Alface (Lactuca sativa); Feijão verde (Phaseolus vulgaris L) Tomate (Solanum lycopersicum); Pimento padron (Capsicum frutescens L.) Rúcula (Eruca sativa); Ervilha de vagem (Pisum sativum); Couves (Brassica spp.) e Espinafres (Spinacia oleracea)

Condições edafo-climáticas

Os terrenos devem ser planos, frescos e bem drenados (arenosos, franco-arenosos, franco-limosos ou argilo-arenosos), ricos em matéria orgânica. O clima deve ser ameno a temperado, de amplitudes térmicas pouco acentuadas e precipitação média. Boa exposição solar e disponibilidade de água (Pinto, 2013). No quadro seguinte (Quadro 12) estão indicadas as respetivas variedades de cada espécie, assim como o compasso de plantação, a área e a produtividade de cada uma.

Quadro 12.Culturas, variedades, compassos, áreas e produtividades respetivas. Fonte: Horto Sementes (2014) e DRAPC (2017)

Culturas Variedade Compasso de

plantação (cm) Área (ha) Produtividade (kg/ha) Primavera-Verão Alface

Grand rapid (45dias) Maravilha das 4 estações (60

dias)

Dourada da primavera (70)

30x30 0,042 20000

Feijão-verde Bencanta 50x70 0,056 15000

Tomate Red Cherry 80x100 0,048 40000

Tomate Coração de boi 80x100 0,064 60000

Pimento Padron 60x50 0,035 30000

Rúcula Selvática 20x25 0,0175 10000

Outono-Inverno

Ervilha de vagem Carouby de Maussane 50x50 0,028 10000

Couve Nabiça 40x50 0,088 15000

Couve Coração de boi grande 40x50 0,088 15000

Couve Tronchuda Portuguesa 40x60 0,084 15000

56 Batata-doce

Nome da espécie: Batata-doce (Ipomoea batatas L.) Variedade: Lira (Figura 17)

Embora seja uma cultivar da IGP de Aljezur e ser essa zona de eleição para a sua produção, o cultivo desta variedade mais a norte, tem resultados bastante

positivos. Condições edafo-climáticas

Regra geral, a batata-doce desenvolve-se em qualquer tipo de solo; contudo, são considerados ideais os solos mais leves, areno-argilosos, soltos, bem estruturados, com boa drenagem e bom arejamento; prefere solos com média ou alta fertilidade; o pH mais indicado está entre 5,6 e 6,5; Não requer solos muito trabalhados nem é exigente em solos muito ricos (Glória, 2009). Quanto às exigências hídricas é extremamente resistente à seca, mas muitíssimo sensível ao frio, sucumbindo se houver formação de geada (DGDAR, 2015). A cultura é sensível a geadas, mas pode ser cultivada em regiões temperadas (Glória, 2009).

A Produção de batata-doce pode ir até 18 toneladas por hectare (Marreiros, 2017). No quadro 13 está representado o ciclo anual da cultura da batata-doce.

Quadro 13.Ciclo anual da Batata-doce. Adaptado de Glória, 2009 Viveiros

(colocação da batata no solo para obtenção dos

rebentos)

Plantação Colheita Cura Comercialização

Fevereiro Final de Abril/ Maio Início de Setembro 4 dias após a apanha Após o período de cura até 1 ano Figura 17.Batata-doce var. Lira

57 Ervas aromáticas e Flores comestíveis

São estas as principais ervas aromáticas que vão ser produzidas na exploração (Figura 18).

Figura 18. Ervas aromáticas. Cidreira, Hortelã-pimenta, Manjericão e Tomilho-limão Fonte: Mourão, 2015 Nome das espécies: Cidreira (Melissa officinalis L.), Hortelã-pimenta (Mentha x piperita L.), Manjericão (Ocimum basilicum L.) e Tomilho-limão (Thymus x citriodorus (Pers.) Schreb. Ex Schweig. & Korte)

A sua escolha baseou-se no facto da sua dualidade de utilização e/ou finalidade, ou seja, poderem ser utilizadas em fresco ou após secagem. Estas espécies ocuparão uma área de 1405 m2 e serão colocadas a um compasso de: 30x30 cm. A produtividade esperada rondará os 6000 kg/ha.

São também instaladas outras espécies complementares com o objetivo específico de serem utilizadas como um meio de luta biológica, muito embora possam também ter algum aproveitamento.

Condições edafo-climáticas  Cidreira

Prefere clima temperado quente, é sensível às geadas e não requer radiação solar direta. Deve ser cultivada em solos de textura média, ricos em matéria orgânica e bem drenados (Carvalho Júnior et al., 1994; Tavares et al., 2010).

 Hortelã-Pimenta

Adapta-se a climas temperados com precipitação de 1000-1500 mm, boa exposição solar, embora também tolere meia sombra. A produção de óleo essencial é beneficiada por valores de temperatura e radiação solar altos (Weller et al, 2000). A planta cresce bem numa grande diversidade de solo, incluindo os mais pesados, desde que exista uma boa drenagem e não fiquem encharcados no Inverno. No entanto, os mais apropriados à cultura são os solos profundos, soltos, ricos em matéria orgânica, com boas condições de retenção de humidade, bem drenados e pH entre 5,5 e 7,0

58

 Manjericão

As condições preferenciais são de clima quente e húmido, com temperaturas médias do ar superiores a 18 ºC e proteção contra o vento, geadas e excesso de temperatura. O solo deve ser de textura ligeira, fértil, permeável, húmido e rico em matéria orgânica (Mourão, 2015).

 Tomilho-limão

As condições climáticas preferenciais são de boa exposição solar. Em condições de Invernos muito chuvosos e solos encharcados as plantas podem morrer precocemente (Alves, 2010). Vegeta em solos bem drenados, preferencialmente calcários (Tavares et

al., 2010).

Como referido, vão ser instaladas um conjunto de outras espécies, quadro 14, com o objetivo de servirem de habitat a auxiliares das culturas e facilitarem a luta biológica. A área está referenciada no mapa da figura 6 e no quadro 3

59 Quadro 14.Plantas presentes na exploração em zonas não utilizadas com culturas. Fonte: Anónimo,

2017f

Planta Onde instalar Função

Alecrim

(Rosmarinus officinalis) Promontório

Repele diversas pragas; atrai insetos polinizadores; a sua presença resulta estimulante para outras

plantas

Alfazema

(Lavandula angustifolia) Faixa florística

Repele diversas pragas; atrai insetos polinizadores; a sua presença resulta estimulante para outras

plantas Aneto

(Anethum graveolens) Promontório Refúgio para sirfídeos predadores e caracóis

Borragem (Borago officinalis)

Em bordadura das parcelas

Melhora a produção e a qualidade, por melhorar a disponibilidade de cálcio e potássio; proporciona

sombra.

Calêndula

(Calendula officinalis) Faixa florística

Produz grandes quantidades de pólen; atrai uma grande quantidade de insetos úteis. Repele grande

número de pragas

Cebolinho (Allium schoenoprasum)

Em bordadura das parcelas

Inibe a mancha negra e a sarna; Proporciona bons resultados na cultura de tomateiro, em macieiras e

alface Chagas

(Tropaelum majus)

Nas linhas das

árvores de fruto Planta-isco para afídios

Cravo-túnico (Tagetes sp.) Em bordadura das parcelas

Repele nemátodos e mosca-branca. Proporciona bons resultados na cultura de tomateiro, alho e

roseiras Saganho-mouro

(Cistus salvifolius) Promontório Refúgio para himenópteros

Salva (Salvia officinalis) Faixa florística Repele uma série de pragas; afasta a borboleta- branca da couve

Santolina (Santolina

chamaecyparissus) Promontório

Excelente como repelente de grande número de insetos

Urtigas (Urtica sp.) Promontório

Acelera a compostagem; o chorume ou a maceração são usados como inseticida contra

piolhos e ácaros.

Rosmaninho

(Lavandula pedunculata) Faixa florística

Repele diversas pragas; atrai insetos polinizadores; a sua presença resulta estimulante para outras

plantas Medronheiro

60 No sentido de fazer um ponto da situação relativamente às culturas indica-se no quadro 15 as várias culturas bem como a altura aproximada em que serão realizadas as práticas culturais. Desta forma conseguimos também perceber quais as culturas disponíveis para venda em cada mês, possibilitando-nos assim uma visão anual da produção.

Quadro 15.Resumo das culturas e respetivos trabalhos culturais

Mês set. out. nov. dez. jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago.

Semana 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 Mirtilos Batata-doce Vinha Maracujá Alperce Cereja Maçã Alface Feijão-verde Tomate Pimeno padron Rúcula Nabiça Ervilha de vagem Couves Espinafres Aromáticas Colheita Poda Aplicações / Trat. fitos.

Gestão de infestantes Ocupação do terreno

Instalação Limpeza do terreno

61 3 – Comercialização

A comercialização dos produtos da quinta irá passar maioritariamente pela venda direta a restaurantes localizados nos grandes centros urbanos mais próximos. Preferencialmente restaurantes que adotem conceitos de trabalho com produtos locais e sazonais, aproveitando as mais-valias dos mesmos nas suas alturas ótimas. Algumas mercearias gourmet ou de venda de produtos regionais também serão procuradas para o escoamento dos nossos produtos. Estes métodos de comercialização permite-nos garantir um escoamento fixo e seguro e, acima de tudo, a oferta de produtos com o máximo de frescura possível, uma vez que as frutas e legumes serão colhidos e entregues num período máximo de 2 dias.

As vendas serão realizadas em dia fixo da semana permitindo assim estabelecer uma organização mais eficiente de todas as tarefas da exploração com a maior antecedência possível.

O transporte dos produtos será feito em carrinha própria da exploração e com as condições necessárias ao bom acondicionamento dos produtos.

Em relação às ervas aromáticas as vendas, para além do fornecimento aos restaurantes, pensamos criar uma linha de condimentares secos, chás e infusões com o nome da marca já criada, doCabo. As vendas destes produtos serão feitas tanto ao nível local como via online aproveitando a funcionalidade prática do site criado para a quinta. A Figura 19 mostra o layout do site já criado.

62 De forma a facilitar a análise do processo de escoamento dos produtos da quinta, apresentamos no quadro 16 o calendário de colheita e disponibilidade para comercialização das espécies cultivadas.

Quadro 16.Calendário de comercialização das culturas

Meses Culturas Set. Batata- doce Maçã Ervas Aromáticas Out. Batata- doce Maçã Ervas Aromáticas Nov. Batata- doce

Maçã Ervilha Espinafres Nabiça

Dez. Batata-doce Ervilhas Espinafres Nabiça Couves Jan. Ervilhas Espinafres Nabiças Couves

Fev. Espinafres Couves Mar. Espinafres Maracujá

Abr. Espinafres Maracujá Rúcula

Mai. Maracujá Rúcula Cereja Alface Pimento Tomate

Jun. Maracujá Rúcula Cereja Alface Pimento Tomate Mirtilo Alperce Feijão-verde aromáticas Ervas Jul. Maracujá Rúcula Cereja Alface Pimento Tomate Mirtilo Alperce Feijão-

verde

Ervas aromáticas

Ago. Maracujá Rúcula Cereja Alface Pimento Tomate Mirtilo Alperce Feijão-

verde

Ervas aromáticas

63 4 – Análise económico-financeira

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