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2 SUSTENTAÇÃO TEÓRICA

12 Wigglesworth 1980 “‘Wigglesworth” Sim 13 Autio-

3.4 ESTUDO 3: FATORES DE RISCO PARA ÓBITO FETAL

3.4.5 Definição das Variáveis Estudadas

Para maiores informações sobre a construção das variáveis do estudo Nascer no Brasil consultar Gama et. al, (GAMA et al., 2014).

A partir das variáveis do banco de dados do estudo primário, foram selecionadas variáveis de interesse para alcançar o objetivo de estudar as condições de risco envolvidas com o óbito fetal, determinadas com base na revisão da literatura. Como no Brasil a maioria dos óbitos fetais (89%) ocorre no período pré-parto (VIEIRA et al., 2016) se focou nos fatores de risco envolvidos com a natimortalidade antes do início do trabalho de parto.

As variáveis foram criadas a partir dos dados extraídos das entrevistas com as puérperas, durante o período de internação, dos dados do prontuário e dos dados do cartão de pré-natal. Algumas variáveis foram recodificadas para se adequarem a este estudo. A variável dependente, natimorto, foi construída a partir da variável original “Situação do RN”, sendo os óbitos neonatais excluídos. Algumas das variáveis preditoras também foram recodificadas: 1. “raça/cor da pele” - na variável original se distribuía em Branca, Preta, Parda/morena/mulata, Amarela/oriental e Indígena, e foi transformada em “branca, preta e outras”; 2. “Fumou na gravidez” sim/não, foi construída a partir da variável original onde foram consideradas como fumantes aquelas que referiram o consumo de cigarros durante qualquer época da gestação e em qualquer quantidade e ex-fumantes.

A variável original, relacionada à ingesta de álcool durante a gestação, foi construída com base em um questionário aplicado às puérperas, que compõem o instrumento TWEAK (Tolerance Worry Eye-opener Annoyed Cut-down) – uma ferramenta usada para avaliar o uso abusivo do álcool (RUSSELL et al., 1994). Foi categorizada em “Não suspeição de uso inadequado de álcool (positivo para 2 ou mais em 7) / suspeição de uso inadequado de álcool/Não ingeriu bebida alcoólica durante a gravidez”. Para este estudo foi recategorizada para “Suspeição de uso inadequado de álcool / Não suspeição de uso

inadequado de álcool”, sendo somada a esta última opção - não ingeriu bebida alcoólica na gravidez.

Infecção pelo HIV não foi estudada como causa/fator de risco porque nenhum óbito intraútero foi relato, nesse banco de dados, em mulher portadora ou com doença pelo do HIV.

O escore econômico - critério de classificação econômica, adotado foi o preconizado pela ABEP (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa), que estima o poder de compra das pessoas e famílias urbanas, baseado na posse de bens e no grau de instrução do chefe da família, divididas em 5 categorias – A, B, C, D e E, variando de A (classe mais elevada) a E (classe mais baixa) (GAMA et al., 2014). Para este estudo as classes A e B foram agrupadas, bem como as classes D e E, ficando, assim, a categoria com três classes: A + B, C e D + E.

Para a construção da variável original “adequação da assistência pré-natal” foi utilizado como parâmetro as recomendações do Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN) do Ministério da Saúde, que considera como pré-natal adequado quando o início do acompanhamento pré-natal acontece até 16ª semana gravidez e com um mínimo de seis consultas. Deverá ter uma consulta no primeiro trimestre da gestação, duas no segundo e três no terceiro trimestre. Com base nesses critérios, construísse a classificação da adequação da assistência pré-natal em: Inadequada - quando o início do pré-natal inicia após a 27ª semana ou tem menos de 50% das consultas previstas para a idade gestacional no momento do parto, independentemente da idade gestacional no início do pré-natal; Parcialmente adequada - quando início do pré-natal acontece entre a 16ª e 27ª semana gestacional, com pelo menos 100% das consultas esperada para idade gestacional na ocasião do parto ou o início do pré-natal ocorreu antes da 16ª semana e a gestante realizou 50%-99% das consultas esperadas para a idade gestacional quando do parto; Adequada - quando o início da assistência pré-natal começou até a 16ª semana de gestação e de 100% a 149% das consultas programadas para a idade gestacional foram cumpridas na hora do parto; Mais que adequado - quando a da assistência pré-natal iniciou até a 16ª semana de gravidez e número de consultas foi ≥ 150% do número predito para idade gestacional no momento do parto (GAMA et al., 2014). Neste estudo, a variável original foi agrupada e transformada em binária: inadequada/parcialmente adequada e adequada/mais que adequada.

Assim, as variáveis estudadas neste estudo foram natimorto – sim/não, como variável dependente e as varáveis independentes (preditoras): socioeconômicas e demográficas (idade materna: 12 – 19 anos, 20 – 34, ≥35; raça/cor: branca, preta e outras; escolaridade materna: ensino fundamental incompleto, ensino fundamental completo, ensino médio completo e ensino superior e mais; situação conjugal: sem companheiro e com companheiro; escore econômico: Classe D+E, Classe C, Classe A+B); IMC: < ou = 24,9/ > ou =25,0; complicações gestacionais: ( doença hipertensiva – sim/ não; diabetes – sim/não, infecção urinária: sim/não, sífilis: sim/não, diagnóstico de síndromes hemorrágicas - Sim/Não); hábitos (fumo – sim/não, ingesta de álcool – não suspeição de uso/suspeição de uso); obstétricas (primípara – sim/não , tipo de gestação: gemelar ou + / única, natimorto prévio – sim/não; pré-natal (assistência pré-natal - não teve assistência pré-natal e teve assistência pré-natal, adequação do pré-natal – inadequado ou parcialmente adequado/adequado ou mais que adequado); dificuldade na utilização do serviço de saúde (peregrinação - sim, não); recém-nascido ( sexo do recém-nascido – masculino/feminino, malformação – sim/não).

Figura 1: Modelo estruturado hierárquico para óbito fetal. Nascer no Brasil, Brasil, 2011 a 2012.