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 Objetivo geral:

o Aumentar a segurança dos doentes que necessitem de realizar terapia transfusional no SUMC.

 Objetivos específicos:

o Consolidar os conhecimentos dos enfermeiros do SUMC sobre os procedimentos ine- rentes ao processo transfusional;

o Uniformizar os procedimentos relacionados com a administração de componentes sanguíneos.

3.4 – Metodologia

Tendo em conta a importância da hemoterapia no tratamento de diversas situações de urgência e emergência, as exigências que a mesma requer em termos da qualidade ao longo de todo processo de transfusão sanguínea, para garantir a segurança dos doentes, bem como a responsabilidade do enfermeiro em diversas etapas da cadeia transfusional, e após reunião com a Professora Orientadora, com a Supervisora Clínica e com a Enfermeira-Chefe, definiu-se como área temática do projeto a segurança transfusional no doente em serviço de urgência e responsabilidade do enfermeiro na qualidade do processo de transfusão sanguínea.

58 Posteriormente, e para obter dados referentes ao SUMC, realizaram-se reuniões com o gestor do risco clínico e com o responsável pelo serviço de imuno-hemoterapia.

Da reunião realizada com o gestor de risco clínico, tomou-se conhecimento que foi atualizada, no ano de 2016, a Norma de Procedimento relativa às intervenções de enfermagem na administração de componentes sanguíneos e hemoderivados, com inclusão de novos critérios na auditoria ao processo clínico – hemovigilância, como uma ação para redução do risco relacionado com o processo transfusional. Através da referida reunião, obteve-se uma apreciação positiva do gestor do risco clínico relativamente à área temática do projeto, o qual a considerou como uma área na qual seria importante intervir.

Na instituição onde se desenvolveu o projeto, os registos referentes à hemovigilância são efetuados em impresso próprio, cuja existência é prévia à atualização da Norma de Procedimento que se encontrava em vigor na altura em que decorreu o estágio, com obrigatoriedade de preenchimento por todos os enfermeiros, aquando da administração de componentes sanguíneos. De referir que as auditorias são realizadas para os serviços de internamento, não sendo realizadas para o serviço de urgência.

Através da reunião realizada com o responsável pelo serviço de imuno-hemoterapia, obteve-se o número de componentes sanguíneos administrados no ano de 2016, quer na referida Unidade Hospitalar, quer no SUMC, sendo assim possível calcular a taxa de administração correspondente ao serviço onde o PIP seria implementado. Da totalidade dos 3312 compostos sanguíneos administrados por 29 serviços, 983 (29,68%) foram administrados no SUMC para o referido ano, verificando-se assim que a hemoterapia foi uma terapia com expressão assinalável no cuidado aos doentes no SU (Centro Hospitalar Universitário do Algarve, 2017).

Posteriormente procedeu-se à formalização do pedido de parecer ao Conselho de Administração e à Comissão de Ética do CHUA, bem como à Comissão de Ética da UE (as autorizações podem ser consultadas nos anexos A e B, respetivamente). Embora o PIP não estivesse relacionado com a prestação de cuidados aos doentes, envolveu uma população de enfermeiros com recolha de informações pessoais e sigilosas, exigindo uma declaração de consentimento informado, as garantias de anonimato e confidencialidade dos participantes, bem como a apreciação das referidas Comissões de Ética.

59 Como forma de obter estratégias para atingir os objetivos definidos, bem como selecionar conteúdos que fossem imprescindíveis de incluir no plano formativo sobre transfusão de componentes sanguíneos, distribuiu-se um questionário pelos enfermeiros que se encontravam em prestação direta de cuidados no referido serviço (o qual poderá ser consultado no apêndice C, e o consentimento informado no apêndice D), correspondendo a 52 o número dos que se encontravam acessíveis. De igual forma, aplicou-se a grelha de auditoria aos impressos de registo da hemovigilância efetuada e aos processos clínicos dos doentes submetidos a terapia transfusional no SUMC, correspondentes às administrações de componentes sanguíneos ocorridos no período de tempo de um mês. Para cada transfusão, e de acordo com o procedimento realizado na referida unidade hospitalar, foi aplicada a grelha de auditoria para os primeiros e segundos componentes administrados, tendo-se obtido um número total de 40 componentes sanguíneos administrados para o primeiro componente e 23 componentes sanguíneos administrados para o segundo componente, no período de tempo definido.

O questionário foi elaborado para ser possível efetuar uma caracterização sociodemográfica dos enfermeiros e aferir, junto dos mesmos, a pertinência do tema, bem como analisar as suas perceções, os seus conhecimentos e a prática realizada no SUMC.

Numa fase posterior, procedeu-se à criação de uma checklist sobre Transfusão de Componentes Sanguíneos (apêndice E), bem como à elaboração do plano de sessão (apêndice F), dos diapositivos de apoio (apêndice G) e dos questionários de avaliação (apêndice H) das sessões de formação. A realização destes documentos teve por base uma pesquisa científica sobre as evidências disponíveis referentes à área temática em estudo, bem como a consulta da Norma de Procedimento em vigor no hospital.

Seguidamente procedeu-se ao agendamento das datas para a realização das sessões de formação, junto da Enfermeira-Chefe e da Supervisora Clínica, tendo em conta a disponibilidade dos recursos necessários à sua realização (espaço físico e meios audiovisuais).

De forma a ser possível implementar o plano formativo, efetuou-se um convite aos enfermeiros para participarem nas sessões de formação. Este foi realizado quer junto dos enfermeiros, quer através de correio eletrónico, ao qual se anexou um folheto de divulgação, de forma a possibilitar a participação de todos os elementos interessados. O folheto de divulgação foi também afixado no serviço, em local destinado a esse fim. Realizaram-se duas sessões de formação com a carga horária de sessenta minutos cada, onde estiveram presentes 27 enfermeiros, nas quais se utilizou uma apresentação powerpoint dos conteúdos a abordar, bem como foram apresentados os impressos

60 existentes na instituição, referentes ao processo transfusional, e a checklist elaborada. No final da apresentação das sessões de formação foi estabelecido um diálogo com os enfermeiros presentes, para percecionar a sua opinião acerca da formação implementada no aumento da segurança dos doentes que necessitem de realizar terapia transfusional no SUMC, onde foram discutidos os pontos fortes e os pontos a serem melhorados, bem como se procedeu à entrega do questionário de avaliação das sessões, para ser possível obter dados referentes à sua apreciação.