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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.2 ENSAIO 2: Qualidade de raízes de yacon durante o armazenamento em

3.2.1 Delineamento experimental e tratamentos utilizados

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três repetições, sendo cada parcela constituída por três raízes. Na primeira época (ano de 2000), as raízes foram armazenadas durante 28 dias em câmara fria a 2±1oC e 90% UR e à sombra, em temperatura ambiente de 21,2oC em média, e 75% UR. As avaliações foram realizadas aos 0, 4, 8, 12, 16, 20, 24 e 28 dias após o início do ensaio. Na segunda época (ano de 2001),

armazenaram-se raízes durante 21 dias em câmara fria a 4±1oC e 90% UR, e à sombra em temperatura ambiente de 25,3oC e 64% UR. As avaliações realizaram-se aos 0, 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21 dias após o início do ensaio.

3.2.2 Características avaliadas.

A perda de massa, as atividades da peroxidase e polifenoloxidase, o teor de sólidos solúveis totais e o teor de frutose seguiram mesma metodologia em ambas as épocas. Na segunda época incluiu-se a determinação do teor de fenóis totais e excluiu-se a avaliação da textura de raízes devido a problemas técnicos. A avaliação do padrão comercial das raízes foi feita com modificações. Na primeira época foi determinada por meio da durabilidade de raízes. Na segunda época foi determinada pelo enrugamento, deterioração microbiana e escurecimento interno das raízes.

a) Perda de massa:

Esta característica foi avaliada do início ao fim do armazenamento nas mesmas raízes. A perda de massa foi expressa em porcentagem, considerando-se a diferença entre a massa inicial das raízes tuberosas e aquela obtida a cada intervalo de pesagem.

b) Padrão comercial: § Primeira época

Determinou-se a durabilidade do início ao fim do armazenamento nas mesmas raízes, por avaliação subjetiva com notas de 0 a 5, sendo 5 o ótimo do padrão

comercial, 4 correspondeu ao enrugamento somente nas pontas das raízes, 3 ao enrugamento leve da casca a partir dos extremos em aproximadamente 25% do total da raiz, 2 ao enrugamento intenso, na maior parte da casca, 1 ao enrugamento da casca (suave ou intenso) com inicio de degradação do tecido, principalmente, no local que a raiz foi destacada da planta-mãe, e 0 (zero) ao enrugamento da casca com degradação dos tecidos e incidência de patógenos secundários.

Aos 0 e 28 dias de armazenamento, determinou-se a textura em cinco raízes de cada tratamento selecionadas ao acaso, utilizando o Texturômetro Stevens – LFRA Texture Analyser com ponta de prova TA 9/1000, com velocidade de penetração de 2 mm.seg-

1

e 20 mm de profundidade.

§ Segunda época

O enrugamento, a deterioração microbiana e o escurecimento interno de yacon foram determinados segundo o método descrito por Campos (1987), com adaptações para as raízes de yacon.

As notas foram de acordo com os seguintes esquemas: § Enrugamento

Nota 0 = 0% de enrugamento.

Nota 1 = 12,5% (principalmente, do lado onde se fixam as raízes à planta). Nota 2 = 25% de enrugamento. Nota 3 = 50% de enrugamento. Nota 4 = 75% de enrugamento. Nota 5 = 100 % de enrugamento. § Deterioração microbiana 1 2 3 4 Nota 0 = 0% de dano.

Nota 1 = escurecimento na extremidade que fixa as raízes à planta Nota 2 = 12,5% de dano (escurecimento e mofo branco na extremidade) Nota 3 = 25% de dano.

Nota 4 = 50% de dano. Nota 5 = 75% de dano.

§ Escurecimento 1 2 3 4 5 Nota 0 = 0% de escurecimento Nota 1 = 25% de escurecimento Nota 2 = 50% de escurecimento Nota 3 = 75% de escurecimento Nota 4 = 100 % de escurecimento

c) Atividade da peroxidase (POD) e da polifenoloxidase (PPO)

Amostras de cada repetição com aproximadamente 20g foram congeladas em nitrogênio líquido para posterior extração da fonte enzimática. Estas amostras foram retiradas da mistura homogênea do tecido da região central das raízes.

Extração: Ocorreu de acordo com o método de Cano et al. (1997),

com modificações. Realizou-se homogeneização de 10 g de amostra em 10 mL de tampão fosfato 0,2M, pH 7,0. Filtrou-se o material usando papel Whatman no 1 e, a seguir, fez-se centrifugação a 10000 rpm por 10 minutos, à temperatura de 4oC. O sobrenadante constituiu a

fonte enzimática (extrato bruto), a qual foi armazenada em frascos de vidro no “freezer” para posterior quantificação. Todo o procedimento de extração foi realizado a 4°C.

Determinação de peroxidase (POD): Determinou-se a atividade

enzimática de POD ao longo do armazenamento, de acordo com o método estabelecido por Lima (1994). A mistura reacional contendo 1,0 mL de extrato bruto, 0,5 mL da solução de H2O2 20 mM e 0,5 mL de solução de aminoantipirina 4mM em diclorofenol 10 mM, foi

deixada em banho a 30oC por 5 minutos. A reação foi interrompida pela adição de 2mL de etanol absoluto ao sistema. Procedeu-se a leitura de absorbância em espectrofotômetro a 505nm. A atividade enzimática foi expressa em µmol de H2O2 decomposto x min-1.g-1 MF.

Determinação de polifenoloxidase (PPO): A atividade de PPO foi

determinada de acordo com o método de Cano et al. (1997) modificado. A 0,3 mL do extrato bruto foi adicionado 1,75 mL de tampão fosfato 0,1M (pH 6,0) e 0,05 mL de catecol 0,1 M. A mistura foi incubada por 30 minutos em banho a 30oC. Interrompeu-se a reação pela adição de 0,7 mL de ácido sulfúrico 5%. Realizou-se a leitura de absorbância em espectrofotômetro a 395nm. A atividade enzimática foi expressa em ∆A395 min-1g-1MF

d) Teor de fenóis totais:

Extração: Na segunda época, a extração de fenóis foi realizada

segundo o método de Phillips & Henshaw (1977), com modificações. De cada repetição, amostras de aproximadamente 5 g, obtidas da mistura homogênea do tecido retirado da região central das raízes, foram transferidas aos tubos de ensaio com a adição de 15 mL de etanol 70% e colocados em banho-maria a 60oC por 15 minutos . Em seguida, o conteúdo dos tubos foi filtrado e os sobrenadantes foram transferidos aos balões volumétricos de 50 mL. Os

resíduos foram re-extraídos por mais duas vezes com volumes de aproximadamente 10mL de etanol 70%. O volume dos extratos reunidos foi completado até 50 mL com etanol 70%, constituindo a fonte de fenóis totais de cada parcela.

Determinação: A quantificação de fenóis realizou-se segundo o método

de Foli-Denis (Horwitz, 1995). Uma alíquota de 1mL da fonte de fenóis totais foi transferida para tubo de ensaio. Adicionou-se 0,5 mL do reagente de Folin-Denis e 1,0 mL de solução saturada de Na2CO3, nesta seqüência. Completou-se o volume até 10 mL com água destilada.

Após 2 horas foi feita a leitura da absorbância a 725nm. Utilizando-se uma curva padrão, obtida com soluções de ácido gálico (100 mg de ácido gálico em 1000 mL de água), obtiveram-se as concentrações de fenóis totais de cada parcela. Os resultados foram expressos em g.100g-1MF.

e) Teor de frutose total:

Em amostras de 10g determinou-se o teor de frutose segundo metodologia descrita por Pollock & Jones (1979). Os procedimentos de extração e determinação de frutose total encontram-se citados no item 3.1.6.2.

f) Teor de sólidos solúveis totais (SST):

Comprimindo-se amostras de aproximadamente 10g de tecido, obtiveram-se as gotas de suco que foram colocadas no refratômetro digital ATAGO PR-32 sendo determinada a concentração de açúcares. Esta determinação foi repetida quatro vezes. Os resultados foram expressos em oBrix.

3.2.3 Análise estatística.

Os dados foram submetidos à análise de variância, utilizando equações de regressão. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, Realizaram-se contrastes ortogonais pelo teste F entre os tratamentos de adubação e a testemunha sem qualquer tipo de adubação, e entre os tratamentos minerais (K3+M, K3 e K6+M) e orgânicos (Comp, Biod e Verm). Utilizou-se o programa de análise estatística SAS. No capítulo Resultados e Discussão se prescindirá do termo estatisticamente diferentes ao se comparar os resultados, pois fica subentendido que a diferença é estatística e não numérica. Os resultados da análise de variância encontram-se no Anexo 2, na forma de tabelas numeradas com letras.

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