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Taxas de Juros Médias Cobradas por Diferentes Tipos de Instituições Financeiras

DEMAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

instituições financeiras bancos de câmbio

outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros Comissão de Valores Mobiliários (CVM) bolsas de mercadorias e futuros bolsas de valores Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) Superintendência de Seguros Privados (Susep) IRB-Brasil

Resseguros seguradorassociedades sociedades de capitalização

entidades abertas de previdência complementar Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC) Secretaria de Previdência Complementar (SPC)

entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão)

FONTE: BACEN (2008c)

Tabela 2.1 - Quantidades de instituições financeiras, por segmento de atividade (dados de 31 de dezembro, de 2001 a 2007).

Segmento 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS CAPTADORAS DE DEPÓSITO À VISTA

Banco Múltiplo 153 143 141 139 138 137 135

Banco Comercial1 28 23 23 24 22 21 20

Caixa Econômica 1 1 1 1 1 1 1

Cooperativa de Crédito 1.379 1.430 1.454 1.436 1.439 1.452 1.465

DEMAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

Agência de Fomento 9 10 11 12 12 12 12

Banco de Desenvolvimento 4 4 4 4 4 4 4

Banco de Investimento 20 23 21 21 20 18 17

Companhia Hipotecária 7 6 6 6 6 6 6

1 Inclui os bancos estrangeiros com filiais no país.

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Segmento 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Sociedade de Crédito Financiamento e

Investimento 42 46 47 46 50 51 52

Sociedade de Crédito Imobiliário2 e

Associação de Poupança e Empréstimo 18 18 18 18 18 18 18 Sociedade de Crédito ao

Microempreendedor 23 37 49 51 55 56 52

OUTROS INTERMEDIÁRIOS FINANCEIROS (sujeitos à supervisão também da CVM) Sociedade Administradora de

Consórcios 399 376 365 364 342 333 329 Sociedade de Arrendamento Mercantil 72 65 58 51 45 41 38

Sociedade Corretora de Câmbio 43 42 43 47 45 48 46

Sociedade Corretora de Títulos e

Valores Mobiliários 177 161 147 139 133 116 107 Sociedade Distribuidora de Títulos e

Valores Mobiliários 159 151 146 138 134 133 135 Total 2.534 2.536 2.534 2.497 2.464 2.447 2.437 Fonte: Adaptado de BACEN (2008a).

Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista – a partir de agora somente “instituições financeiras” – realizam basicamente dois tipos de atividades: disponibilização de mecanismos de pagamentos diversos, e intermediação financeira entre agentes superavitários e agentes deficitários de liquidez (ASSAF NETO, 2006). Elas disponibilizam serviços aos usuários a partir dessas atividades, trabalhando em cada possível derivação de serviço para oferecer algum tipo de vantagem em relação aos concorrentes. Buscam desta forma lucro, ou seja, remuneração aos investimentos em montante igual ou superior a um custo de oportunidade, dado nível similar de risco.

Como intermediárias financeiras, essas instituições buscam lucro procurando satisfazer, simultaneamente, o portfólio de preferências de dois grupos distintos de agentes econômicos que com ela se relacionam. De um lado, têm-se tomadores de recursos, agentes visando a incrementar a própria riqueza de ativos reais (estoques, imóveis, equipamentos etc.) por meio da aplicação dos recursos emprestados em investimentos supostos por eles como rentáveis. De outro, têm-se poupadores, agentes visando a manter a essência do patrimônio por meio de ativos de valorização estável e mínimo nível de risco.

As instituições financeiras que se posicionam entre esses agentes captam então recursos de um lado, pagando por isso determinada taxa de juros que signifique a eles

2 Inclui 15 Sociedades de Crédito Imobiliário-Repassadoras que não podem captar recursos junto ao público.

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“valorização estável e mínimo nível de risco”, e emprestam do outro, cobrando taxa de juros maior, compatível com padrões de mercado, com algum tipo de classificação do perfil do usuário e com riscos associados ao tipo de operação de crédito. Com a diferença entre os montantes devidos nas duas operações, denominado spread, a instituição procura cobrir seus vários dispêndios e então remunerar adequadamente o capital originalmente investido (ASSAF NETO, 2006).

O spread da atividade de intermediação financeira é calculado basicamente pela razão entre o resultado dessa atividade – receitas menos despesas de intermediação financeira – e o montante de recursos emprestados no respectivo período. O cálculo detalhado do spread, no entanto, contribui à análise do desempenho dessas instituições, dada a relevância da intermediação financeira no rol de atividades operacionais delas.

Alguns métodos de cálculo do spread de instituições financeiras brasileiras podem ser apresentados, diferenciando-se basicamente pela amplitude do resultado operacional considerado no cálculo do spread, se limitado à atividade de intermediação financeira ou se considerando também os demais serviços prestados por essas instituições; diferenciam-se ainda pela utilidade principal do indicador calculado, seja para analisar os elementos componentes do spread total aplicado pelas instituições ou para subsidiar análises de desempenho sobre elas.

Um desses métodos foi proposto por Matias (2006), visando à análise da composição do spread total aplicado, mas considerando a totalidade de ingressos e de dispêndios operacionais reconhecidos pela instituição. Ou seja, no modelo proposto, incluem-se no cálculo do spread as receitas de outras atividades além da intermediação financeira, bem como a totalidade das despesas operacionais indiretas, possibilitando uma análise da atividade operacional da instituição como um todo.

Nesse modelo, inicia-se então pelo cálculo da taxa média de spread financeiro, dada pela diferença, em pontos percentuais, da razão das receitas e das despesas da intermediação financeira em relação ao ativo operacional (este, dado pelo ativo total menos o ativo permanente, conforme indicado pelo autor). A partir dessa taxa média, calculam-se outros dois indicadores de resultado da entidade: primeiro, o spread total, somando-se a taxa de serviços recebidos no período, igual à razão da receita de prestação de serviços sobre o ativo operacional. Em seguida, calcula-se a taxa de resultado bancário da entidade no período, debitando-se do spread total as taxas referentes a três tipos de despesas: 1) inadimplência, dada pela razão da provisão para créditos de liquidação duvidosa sobre o ativo operacional, 2)

49 despesas estruturais, dada pela razão da soma de gastos com pessoal e administrativos sobre o ativo operacional, e 3) impostos, dada pela razão dos impostos diretos, mais imposto de renda e contribuição social sobre lucro líquido, tudo sobre ativo operacional.

No Quadro 2.2, a seguir, está indicada a sequência desse cálculo. Vale ressaltar que todas as taxas calculadas por esse modelo estão apresentadas em porcentagem em relação ao ativo operacional.

Quadro 2.2 - Modelo de cálculo do spread de instituições financeiras bancárias.

Resultados Spread

Ativo operacional 100%

Taxa média de aplicação %

(-) Taxa média de captação (%)

(=) Taxa média de spread financeiro %

(+) Taxa de serviços %

(=) Spread total %

(-) Taxa de inadimplência (%)

(-) Taxa de despesas estruturais (%)

(-) Taxa de impostos (%)

(=) Taxa de resultado bancário %

FONTE: Adaptado de Matias (2006).

Com base nesse modelo, Matias (2006) calculou a composição do spread total dos vinte maiores bancos brasileiros à época do estudo, nos anos de 2001 a 2005; os resultados médios desse cálculo estão apresentados no Gráfico 2.2, a seguir.

Gráfico 2.2. Evolução dos componentes formadores do spread bancário (média dos vinte maiores bancos brasileiros à época do estudo; MATIAS, 2006).

1,6 1,95 1,5 1,5 1,92 6,78 6,01 5,84 5,81 5,58 0,89 1,07 1,46 1,51 2,01 1,71 1,93 2,07 2,49 2,66 0 2 4 6 8 10 12 2001 2002 2003 2004 2005 p o n to s p e rc e n tu ai s