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Diversos sistemas de indicadores de sustentabilidade foram desenvolvidos e são utilizados no mundo inteiro, como uma ferramenta importante de avaliação, entre eles o Ecological Footprint Method, Dashboard of Sustainability e Barometer of

Sustainability propostos por Van Bellen (2006), além do GRI (2006).

Compreende-se os indicadores como parâmetros através dos quais se pode ser notadas tendências de um fenômeno detectável (sustentabilidade), e a ferramenta para definição de modelo de uma sociedade sustentável em longo prazo (VAN BELLEN, 2006). Tem como principais funções: avaliação de condições e tendências e também em relação a metas e aos objetivos; comparação entre lugares e situações; prover informações de advertência e antecipar futuras condições e tendências (TUNSTALL,1994).

O modelo Ecological Footprint Method (EFM) não é apenas um instrumento para organização, mas também possui um cunho educacional que propicia a conscientização da empresa e da sociedade acerca da sustentabilidade. O EFM registra todas as movimentações de energia do sistema econômico e apresenta a partir deste registro, como uma área deve ser para que sustente a atividade do retro citado sistema, alimentando-o e sustentando-o. Apesar de ser bem sucedido no que compete a passar a idéia de que o mundo precisa de organizações sustentáveis, os próprios autores reconhecem o caráter limitado do método, pois apresenta poucas características de fato cientificas e presume mais do que seus estudos efetivamente podem relatar.

Para Bossel (1999 apud VAN BELLEN, 2006), o EFM aborda bem a dimensão ambiental, porém não avalia aspectos e características relacionadas da dimensão social. Considerou-se assim, o Ecological Footprint Method como respeitosamente limitado, de forma que não seria possível uma relação da sustentabilidade com a gestão de Recursos Humanos, e suas ações à luz de uma administração renovada, com adoção de pressupostos mais humanitários e subjetivos do ser humano, como proposto pelo estudo, auxiliando a tomada de decisão e a gestão.

O Dashboard of Sustainability supera a desvantagem do método anterior de

se trabalhar com apenas uma dimensão (ambiental), foi criado com o intuito de alcançar o mundo. Ele é composto de indicadores em quatro dimensões-econômica, social, ambiental e institucional- que estão representados com o formato de um painel de um carro, e tem como finalidade ter seus dados utilizados para a tomada de decisão da organização e seus stakeholders (VAN BELLEN, 2006).

O Dashboard of Sustainability tem cumprido sua finalidade do alcance mundial, pois seus dados servem para que os países comparem seus desempenhos entre si. Porém, ainda está em construção, como afirmam seus próprios autores. Os mesmos sugerem que o DS apresente indicadores reconhecidos internacionalmente, com uma base científica mais consistente (CHAMBERS et al., 2000; VAN BELLEN, 2006). Possui um potencial educativo fraco, o que já está sendo estudado pelo UM-

Commission for Sustainable Development, segundo o site do International Institute for Sustainable Development.

O Barometer of Sustainability é útil como uma ferramenta de comunicação. Por ser simples, pode ser usado em quase todos os níveis - local, nacional, regional, continental e global. Avalia as dimensões sociais e ambientais, sendo representadas em uma configuração bidimensional. Ele progride com relação à interação de fatores biofísicos e de saúde social, bem-estar do ecossistema com bem-estar do homem, permitindo que a avaliação seja ajustada às condições locais. A dimensão humana e ecológica tem pesos iguais no sistema. Mostra seus resultados por meio de índices, representados graficamente. É mais uma ferramenta de comunicação para observar as diferenças e as similaridades entre percepções das pessoas e dados que procura retratar de forma objetiva o bem estar humano e ecológico. Porém, este modelo é pouco conhecido no Brasil, e sua aplicação desconhecida como ferramenta de

mensuração da sustentabilidade de uma localidade brasileira, com potencial educativo fraco (VAN BELLEN, 2006; CAMPOS; SILVA; GÓMEZ, 2007).

Como foi visto, as três ferramentas, Ecological Footprint Method, Dashboard

of Sustainability e Barometer of Sustainability podem ser utilizadas para mensurar a

sustentabilidade de um determinado sistema, mas apresentam vantagens e desvantagens. Campos, Silva e Gómez (2007) baseando-se nos estudos de Van Bellen (2006) trazem de forma mais específica e sintetizados os modelos avaliados por critérios, expostos no Quadro 5.

Modelos / Critérios Barometer of Sustainability Dashboard of Sustainability Ecological Footprint Method Escopo Social

Ecológico Ecológico Social Econômico Institucional Ecológico Esfera Local Regional Nacional Continental Global Organizacional Local Regional Nacional Continental Individual Organizacional Local Regional Nacional Continental Global Participação Mista Mista Top-down Apresentação Utiliza recursos visuais Utiliza recursos visuais Utiliza recursos visuais

Alternativas Não Não Não

Estimativa Sim Sim Não

Potencial Educativo Fraco Fraco Forte

Quadro 5- Características gerais dos modelos segundo critérios de avaliação Fonte: Campos; Silva e Gómez (2007).

O critério escopo está baseado na finalidade da pesquisa através da utilização de dados. A esfera fundamenta-se nas fronteiras geográficas às quais os modelos podem ser aplicados; a participação distribui valores para os especialistas e para os atores envolvidos; a apresentação refere-se à forma como os dados são tabulados para posterior visualização; as alternativas avaliam se os modelos proporcionam opções para correções de pontos negativos; o critério estimativa informa se têm a possibilidade de fornecer uma perspectiva futura na mensuração da sustentabilidade e o potencial educativo informa se os modelos apresentados possuem uma abordagem que busque conscientização dos tomadores de decisão e do público-alvo para os problemas socioambientais (VAN BELLEN, 2006; CAMPOS; SILVA; GÓMEZ; 2007).

Ao comparar as três ferramentas anteriores com o GRI (2006), constata-se que o GRI contempla as três dimensões da sustentabilidade, de forma clara e objetiva, auxiliando o pesquisador na identificação das variáveis que ele deseje utilizar para atender ao seu objetivo de estudo. Vale salientar, a relevância dos indicadores do GRI que permeiam o âmbito nacional e internacional no que concerne a sustentabilidade. Os princípios adotados nos conteúdos do GRI consistem em garantias da qualidade das informações (GRI, 2006).

A compreensão da sustentabilidade, das suas dimensões e formas de mensuração facilita a gestão organizacional no tocante ao desenvolvimento de ações gerenciais que contemplem o atendimento das demandas sociais, econômicas e ambientais. Neste contexto há necessidade de se vislumbrar sobre a temática da gestão organizacional e sua abordagem tradicional e renovada.