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4.3 Fatores abióticos: físico-químicos e hidrológicos

4.3.5 Demanda bioquímica do oxigênio

A Demanda Bioquímica do Oxigênio (DBO) mostra apenas as condições para dois dias (30/08 e 05/12/06) de coleta, por não coincidirem nas condições de fase lunar e maré não foi possível a realização de testes de significância, as amostras dos outros dias de coletas foram perdidas durante transporte.

Feitosa (1999) descreve valores de DBO entre 0,0 mg.L-1 (período chuvoso- agosto /97) e 9,20 mg.L-1 (período seco – Janeiro/98) , em baixa-mar, para a Bacia do Pina. E indica que este provável comportamento dos valores está diretamente relacionado com a grande densidade populacional do bairro de Brasília Teimosa e a presença de esgotos clandestinos na área.

Sant’anna e Tundisi (1996) registrou os valores mais elevados também na baixa-mar para o mesmo local de estudo, valores entre 0,88 mg.L-1 e 5,67 mg.L-1 durante período seco.

Os valores extremamente altos de DBO (máximo de 17.4 mg.L-1) respondem a grande concentração de matéria orgânica proveniente dos despejos domésticos, que são lançados diariamente “in natura” na área, devido ao uso das águas como receptora dos dejetos das comunidades circunvizinhas.

4.3.6 NUTRIENTES

Durante armazenamento das amostras foram perdidas 2 amostras do período chuvoso, o que impossibilita as comparações destas à do período seco.

Feitosa (1988) menciona em seu estudo que além do aporte natural dos nutrientes trazidos pelos rios que aí deságuam, há uma grande entrada dos nutrientes pelo lançamento de esgotos domésticos resultados dos bairros do Pina, Boa Viagem e parte do centro do Recife, levando este estuário a condição de um ambiente hipereutrofizado e verificou que os sais nutrientes de uma maneira geral apresentaram-se elevados durante todo o período que o estudou, sendo que na baixa-mar e nos meses chuvosos as suas concentrações se elevaram em função do maior aporte destes sais decorrentes da drenagem terrestre. Já os resultados de

do silicato. O que difere para os valores encontrados por Nascimento et al. (2003), onde os autores encontraram valores acima, para todos os nutrientes e o presente estudo com concentrações muito altas para o silicato. Estes elevados valores encontrados por Nascimento

et al. (2003), pode ser explicado pela drenagem terrestre provocada pelas chuvas (FLORES

MONTES, 1996), ressuspensão de nutrientes depositados ou regenerados no sedimento (CHESTER, 1990), águas costeiras marinhas (BOYNTON et al., 1982; FAN E JIN, 1989; MILLERO E SOHN, 1992).

Nascimento et al. 2003 encontrou valores semelhantes a outros estudos, para a mesma área, durante período chuvoso - 2000.

Os valores, para o presente estudo, dos nutrientes foram registrados como altos confirmados por dados anteriores, possivelmente pela grande influência continental, com cargas freqüentes de matéria orgânica para o local, devido ao uso das águas como receptora dos dejetos das comunidades circunvizinhas. Coincidentemente, na baixa-mar foram registrados os valores mais altos, indicando aporte a partir dos canais de mangue e diluição pelas águas mais salinas.

Há uma grande concentração dos nutrientes, o que acarreta numa produção primária bem maior, uma explosão do fitoplâncton, base da cadeia alimentar servindo de alimento a outros organismos, o zooplâncton, que pode se proliferar nestas condições e usufruir ou ter uma diminuição ou até desaparecimento da comunidade (vide Schwamborn et al.., 2004).

4.3.7 BIOMASSA UMIDA DO PLANCTON

A biomassa total com valores inferiores a 100 mg/m3, são consideradas baixas, indicando área oligotrófica (SCHWAMBORN, 1997). O que não aconteceu nas amostras da Bacia do Pina, na região do Parque dos Manguezais, que apresentou os seguintes valores: Os valores de biomassa encontrados foram extremamente altos, apresentando mínimo de 67.3 mg/m3 chegando até 8,527.02 g/m3 para a rede de 64 µm e 46,5 mg/m3 até 32,225.21 g/m3 para a rede de 300 µm.

Para algumas amostras estes altos valores podem ser atribuídos à grande quantidade de sedimento que foi arrastado devido à pouca profundidade do local e à turbulência causada pelas mares e pelo rotor da embarcação.

Vitório (2006) encontrou valores da biomassa total entre 40 mg.m-3 (junho/97) e 7.400 mg.m-3 (abril/98).

Já os valores descritos por Sant’anna (1993) da Biomassa (mg peso seco.m-3), registraram os maiores valores de 717.23 mg peso seco.m-3 (fevereiro/91) período seco e 216.71 mg peso seco.m-3 (Junho/91) período chuvoso). Estes valores mostram uma uniformidade sazonal na produção de biomassa na Bacia do Pina.

4.3.8 BIOMASSA FITOPLANCTONICA

Adicionalmente foram comparados os valores da clorofila total-α entre estudos realizados para a Bacia do Pina (área adjacente à área de estudo). Feitosa (1988), encontrou para a mesma área, valores que variaram entre 2.43 a 260 mg/m3.

Durante o período estudado por Travassos (1991), o teor de clorofila-α total no estuário do Rio Capibaribe, apresentou uma amplitude de variação de 296.37 mg/m3 com os valores oscilando da concentração mínima de 0.65 mg/m3 a concentração máxima de 297.02 mg/m-³.

Nascimento et al. (2003) descreveu a área como eutrófica devido a quantidade acentuada de clorofila-α com valores acima de 30 mg/m3.

Em estudo de Nascimento (2001) para a área, a biomassa fitoplanctônica esteve bastante elevada ao longo do período estudado, com teores de clorofila “a” total variando entre 2.70 e 256.10 mg/m3.

Grego et. al. (2004) para o estuário do rio Timbó encontrou os teores de clorofila-α que mostraram uma nítida variação sazonal, estando mais concentrados no período chuvoso, sendo este padrão mais evidente na preamar. As concentrações oscilaram de 2,43 mg/m3 a 160,49 mg/m3, ambas durante a baixa-mar.

A clorofila-α total, para a área do Parque dos Manguezais, inserido na Bacia do Pina, mostraram resultados obtidos durante período chuvoso (15/08/06). Variando entre 126,91 a 1114,24 mg/m3. Estes valores são extremamente altos comparando-se a estudos pretéritos que encontraram valores para a Bacia do Pina bem inferiores a estes, e para um dos rios contribuintes a ela. Comprovando ambiente fortemente eutrofizado.

Estes resultados mostram grandes alterações fitoplanctônica na área, e que desde os primeiros estudos até os dias de coletas deste trabalho, a região vem sofrendo mudanças consideráveis, estando a cada período estudado valores diferentes e mais altos.

4.4 RELAÇÃO DOS ORGANISMOS DO MICRO- E MESOZOOPLÂNCTON COM

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