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4 REVISÃO DE LITERATURA

4.5 Parâmetros para avaliação de semeadoras-adubadoras na semeadura direta

4.5.2 Demanda energética

De acordo com Araújo et al. (2001a), a velocidade e o tipo de mecanismo sulcador são fatores importantes para a definição do requerimento de potência do trator para efetuar a operação de semeadura. Araújo et al. (2001b) afirmaram que em determinados solos, há necessidade de se utilizar hastes sulcadoras ou facões para romper a camada superficial compactada, aumentando a exigência de esforço tratório.

Righes et al. (1990), avaliaram o desempenho mecânico de sulcadores em semeadura direta, determinando o trabalho específico necessário por metro de linha semeada, quando submetidos a três diferentes velocidades. Para medir a força na barra de tração, utilizaram uma célula de carga equipada com extensômetros elétricos, acoplada à barra de tração por um dispositivo que permitia comunicar à célula de carga somente os esforços na direção de deslocamento do trator. Os autores verificaram que os mecanismos de discos duplos demandaram menor energia do que os mecanismos tipo cinzel ou rotativo.

Coelho (1998), avaliou em solo Podzólico Vermelho Escuro Eutrófico conduzido por quatro safras no sistema de plantio direto, o desempenho de cinco combinações de sulcadores para unidades semeadoras e adubadoras. As combinações resultaram dos elementos disco duplo, disco duplo defasado, disco simples angulado, faca sulcadora e faca sulcadora com ponteira, sendo os três últimos protótipos. Para quantificar a força de tração demandada na operação de semeadura, o autor utilizou dois tratores agrícolas em forma de “comboio”, uma célula de carga e um sistema de aquisição de dados composto de amplificador de sinais, conversor V/F e cronodômetro. Verificou que os sulcadores para adubação do tipo facas sulcadoras exigiram maior força de tração e revolveram maior quantidade de solo em relação aos demais tratamentos, embora, não apresentassem diferenças estatísticas entre si.

Segundo Corrêa et al. (1995), dentre os diversos termos utilizados na literatura para expressar o movimento relativo de um rodado motriz, sobre a superfície que o suporta (entre eles: patinhagem, patinagem, deslizamento, patinamento), o termo mais adequado é patinagem.

Oliveira (1997), avaliando em um Latossolo e um Argissolo (Podzólico), detectou incremento na demanda de potência com o aumento da velocidade de

5,0 para 7,0 km.h-1, o mesmo ocorrendo com o solo Podzólico em relação ao Latossolo. O autor observou que: a patinagem no Latossolo foi maior que no Argissolo, independentemente da velocidade e do tipo de cobertura vegetal predominante; houve maior patinagem das rodas da semeadora-adubadora na maior velocidade, exceto para cobertura de resíduos de milho; não houve variação de consumo de combustível com relação à variação de cobertura vegetal de milho, labe-labe e vegetação espontânea, em ambos os solos Latossolo e Argissolo (Podzólico), no entanto, ocorreu aumento do consumo horário de combustível com o aumento da velocidade de deslocamento do conjunto trator-semeadora-adubadora.

Em ensaios com semeadoras de preparo reduzido e de plantio direto testadas à diferentes teores de água no solo, Bombardelli et al. (1999), verificaram que no preparo reduzido a operação de semeadura apresentou maior requerimento de força de tração em maior teor de água no solo (39%), ao passo que, a semeadura direta apresentou maior requerimento de esforço de tração em relação ao preparo reduzido em todas as condições de umidade testadas, sendo que no menor teor de água estudado (33%), exigiu maior requerimento.

Casão Júnior et al. (2000b), avaliaram na implantação de culturas de milho, soja e trigo, em solos argilosos, duas semeadoras-adubadoras diretas com hastes sulcadoras para fertilizantes e sulcadores de discos duplos desencontrados para sementes. Os autores concluíram que a variação da velocidade provocou aumento da força de tração e que o teor de água no solo interferiu na demanda de potência, sendo maior para solos com maior teor de água. Siqueira et al. (2000), testando diferentes hastes sulcadoras de semeadoras- adubadoras de plantio direto em diferentes teores de água e profundidade de sulco, verificou que a maior profundidade (12,5 cm) exigiu maior força e potência e que o teor de água no solo não afetou o requerimento de potência.

Siqueira et al. (2001), avaliando quatro semeadoras-adubadoras na operação de semeadura direta de soja, equipadas com sulcadores do tipo haste, detectaram aumento significativo no requerimento de força de tração e potência média e máxima na barra, força de tração e potência específica (em unidade de N e kW/linha.cm de profundidade) média e máxima, com o aumento da velocidade de deslocamento de 4,7 para 8,3 km.h-1.

Avaliando dez semeadoras-adubadoras de plantio direto, Casão Júnior et al. (2001a), observaram que a força de tração máxima foi em média 10% maior que a força

média exigida na barra de tração. Os autores obtiveram valores de força específica média de 20 kgf/linha.cm de profundidade, sendo que atribuíram o aumento de exigência de força e potência ao projeto, número e à área de contato dos elementos sulcadores.

A maioria das máquinas agrícolas para semeadura disponíveis no mercado possui mecanismos dosadores de sementes e fertilizantes acionados pelo rodado, cuja eficiência tem relação direta com as condições de contato rodado-solo, sendo influenciada pela carga vertical, pelas características da roda e pelas propriedades físicas do solo. Estes fatores determinam o índice de patinagem do rodado, o qual em áreas de plantio direto apresenta menores índices devido à melhor resistência do solo ao rolamento, o que permite efetuar a operação de semeadura com maior teor de água no solo, em relação ao solo com preparo convencional (Vieira & Reis, 2001).

Reis (2000), avaliando, em solo argiloso, a influência do teor de água no solo sobre a qualidade e rendimento de trabalho de duas semeadoras-adubadoras de plantio direto, não detectou diferenças significativas para o consumo de combustível e a patinagem dos rodados do trator e das semeadoras-adubadoras. O autor observou que todos os teores de água no solo (quatro níveis) testados propiciaram uma relação solo-semente satisfatória para a emergência das plântulas de milho.

Marques et al. (1999), avaliando em Nitossolo, a implantação da cultura do milho em sistemas de preparo convencional e plantio direto sob diferentes métodos de manejo de vegetação espontânea (químico, rolo faca, roçadora e triturador de palha), observaram que os tratamentos em plantio direto não diferiram entre si para as variáveis velocidade de deslocamento, capacidade de campo teórica, consumo de combustível, força de tração, potência média na barra, potência no pico de força e energia utilizada. Marques (1999), concluiu que os tratamentos com semeadura direta demandaram menor tempo efetivo, consumo de combustível horário e por unidade de área e menor requerimento específico de energia por área, em relação ao convencional. O autor indicou o manejo químico como melhor alternativa, por apresentar a menor demanda dentre os parâmetros avaliados, sem interferir na produtividade. Levien et al. (1999), estudando os mesmos tratamentos, concluíram que a patinagem das rodas motrizes do trator foi influenciada pelos tratamentos e responsável pelas diferenças significativas nos parâmetros capacidade de campo e potência na barra.

semeadura da cultura do feijoeiro, nos sistemas de preparo de solo convencional, reduzido e plantio direto, encontrou maior demanda de força integrada e instantânea, pico de força na barra de tração e maior consumo de combustível para a semeadura realizada em solo sob sistema de preparo reduzido com uso de escarificador. O autor também detectou que a patinagem dos rodados motrizes traseiros do trator na operação de semeadura foi menor no sistema de plantio direto em relação ao preparo reduzido.

Mantovani et al. (1992), avaliaram em campo o desempenho operacional de nove semeadoras-adubadoras de milho submetidas à variação de velocidade e concluíram que todas apresentaram menor requerimento de potência em relação ao indicado pelos fabricantes. Justino (1998), concluiu que o aumento da velocidade de deslocamento reduziu a patinagem da roda motriz da semeadora-adubadora e aumentou a capacidade de campo efetiva.

Silva (2000b), avaliou em Latossolo, a demanda energética em semeadoras-adubadoras de precisão para semeadura direta com diferentes mecanismos sulcadores para fertilizante e velocidades de deslocamento na implantação das culturas de milho e soja. O autor verificou que: o mecanismo sulcador do tipo facão apresentou maior requerimento de força (13,32 kN), seguido pelos tipos guilhotina e pelos discos duplos; a força de tração média na barra solicitada pelas semeadoras-adubadoras de precisão variou em função dos mecanismos sulcadores utilizados e da profundidade de deposição de sementes.

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