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Barca Inglesa”David Lyn” P. Felby 8 5 13 Bergantim “Record” W. Hutchinson 83 81 164

Patacho “Loyal” W. E. Tynes 8 41 49 Barca “Duque de Bragança” Hermino de Freitas 45 45 90 Bergantim”Experiência” Joaquim da S. Reino 145 47 192

2.º Semestre de 1854

Patacho Inglez “Loyal” Ignes 20 22 42 Patacho “Flor D’Angra” Santo Amaro 17 23 40 Patacho “Flor Macdonald” King 26 12 38 Barca Americana “George Henry” Penvelton 114 89 214

TOTAL 842

148 Idem, Ibidem, f. 109v.º. 149 Idem, Ibidem, f. 110.

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A 18 de Fevereiro de 1856 o Governo Civil registava um outro mapa Geral: Quadro 16 – Número de emigrados com passaporte em 1855 (1.ºe 2.º semestres)151

Nome do Navio e Nação a que

Pertence Nome do Capitão

Número de emigrados

de todas as idades Total Homens Mulheres

1.º Semestre de 1855

Barca Inglesa “Prima Robert” Rev. Turner 113 85 198 Brigue Inglez “Florest” s.nome 11 6 17 Barca Americana “Carviola” L.C. Hopkins 109 87 196

2.º Semestre de 1855

Hiate Português “Cruz 2.º ” L. ct. dos Santos 27 17 44 Brigue Inglez “Tropic” F.W. Zuller 188 139 327 Barca Americana “Carviola” Hopkins 112 99 211 Total 993

Num período posterior, entre 1858 e 1862 estimava-se que tinham saído da ilha mais 3683 madeirenses. Verificava-se um decréscimo na emigração no final da década de 50 até 1862, situação que se comprovava com o mapa 18 da emigração do Governo Civil do Funchal.152

Na década de 50 e 60 de oitocentos fazia-se o assento e registava-se os passageiros que saíam da ilha. Havia que preencher os Signaes, que diziam respeito à idade e altura, bem como o registo de outros pormenores, nomeadamente, cor cabelo, sobrolho e olhos, forma do rosto, o nariz, boca, e cor do emigrante. Registava-se também quem acompanhava o passageiro e por quem era abonado. Dos exemplos encontrados, contabilizámos o número de passaportes emitidos por cada embarcação, com destino a Demerara: 153 No inventário de passaportes, ordenava-se pela lei que fosse registada a relação de passageiros e remetidas ao Governo Civil. Também encontrámos ali a referência aos passageiros, a relação de emigrados do porto do Funchal para aquela colónia, dando conta do nome e nacionalidade do navio.

151 Idem, Ibidem, f. 140, 154v.º

152 Jacinto António Perdigão, Relatório apresentado à Junta Geral do Distrito do Funchal, Funchal:

Imprensa Nacional, 1863.

85 Quadro 17 – Passaportes emitidos para Demerara contabilizados no registo de passageiros – 1860-64

Nome do navio passaportes Número de

Emitidos

Barca Americana Garviola 47

Barca Duquesa de Bragança 33

Barca Inglesa Cibel 73

Barca Inglesa George Henry 76

Barca Inglesa Louisa Baillie 107

Barca Inglesa Mari 52

Barca Inglesa Prince Robert 69

Barca Inglesa Princesa Alice 33

Barca Inglesa Protector 52

Barca Inglesa Record 43

Barca Inglesa Tropic 113

Brigue Inglês Florest 85

Brigue Inglês Record 52

Escuna Inglesa Flying Fish 28

Hiberia 27

Patacho Flor de Angra 14

Patacho Inglês Loyal 37

Patacho M. Donald 22

Velacheiro Americano Charles Keen 112

TOTAL 1075

Quadro 18 – Passaportes emitidos para Demerara contabilizados no registo de passageiros (1864-65) 154

Barca Portuguesa Três Amigos 33 Patacho Português Mercúrio 26

Patacho Galgo 100

Barca Portuguesa Três Amigos 150 Barca Três Amigos 58 Brigue Inglês Laura 13 Hiate Flor de Ovar 73

Patacho Galgo 64

Patacho Inglês George 53

TOTAL 570

Nas décadas seguintes exploraram-se linhas regulares entre a Madeira e os territórios britânicos. Curiosamente, também alguns ilhéus açorianos perseguiam este mesmo destino. Em 1881, Mariano Correia de Lima, da freguesia da Sé, Angra do

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Heroísmo, e sua família, solicitavam passaporte no Funchal para saírem para Demerara.155

Para percebermos o verdadeiro êxodo insular madeirense para Demerara no fim do século XIX, vejamos as saídas entre 1880-1899:156

Quadro 19 – Saídas de Emigrantes Madeirenses para Demerara – 1880-1900

ANO SAÍDAS ANO SAÍDAS ANO SAÍDAS ANO SAÍDAS

1880 321 1886 137 1892 101 1897 127 1881 254 1887 163 1893 186 1898 24 1882 177 1888 164 1894 286 1899 74 1883 247 1889 21 1895 154 1884 504 1890 71 1896 89 1880-1899 3.482

Relativamente às transacções comerciais, a barca Felisberta, de Francisco Rodrigues, assegurava muito dessas linhas de comércio. A firma Francisco Rodrigues & C.ª garantia para o Funchal o «transporte de muito melaço destinado à firma Wm. Hinton &Sons e daqui levavam muita cebola.»157

O comércio tinha como principais produtos exportados para Demerara a cebola, a semilha e o vinho158. Era importada a farinha159, o arroz160, o melaço161 e os «ponches de melaço»162 Os produtos a partir da cana-de-açúcar também foram exportados. Em 1885 a cana sacarina foi devastada por uma doença, e houve falta de matéria-prima para fabricar os produtos. Uma praga agrícola afectou os canaviais e pôs em causa a produção sacarina na ilha. Importou-se outras variedades de cana-de-açúcar mais resistentes.163 Em 1887 vendiam-se carregamentos de cana-de-açúcar na capital madeirense. Os barcos de Demerara traziam espécies para serem plantadas na ilha, e assegurar os canaviais da Madeira.164 Depois com a Questão Hinton, na década de 90, alterava-se a conjuntura de produção da cana-de-açúcar na ilha. A família Hinton saia

155 ARM, Governo Civil, n.º 464, f. 104-104v.º.

156 ARM, Administração do Concelho do Funchal, Livros n.º 129 a 132. 157 Periódico, Jornal da Madeira, 10/12/1989.

158 Periódico, Diário de Notícias, 11/09/1880. 159 Idem, ibidem, 02/07/1880.

160 Idem, ibidem, 10/08/1880. 161 Idem, ibidem, 11/12/1880. 162 Idem, ibidem, 30/12/1880.

163 Periódico, O Direito do Funchal, 22/10/1887. 164 Idem, ibidem, 13/04/1887.

87 beneficiada com o decreto de 1895, que alterava o sistema de produção e transformação. O professor João Adriano Ribeiro, a propósito dos efeitos do decreto diz-nos:

Considerando que era necessário assegurar à agricultura uma venda certa a preço remunerador, sobretudo para colocar a indústria em condições de laborar ao abrigo da concorrência estrangeira, elaborou-se uma série de decretos que favoreciam declaradamente a casa Hinton. Enquanto os fabricantes se obrigassem a comprar toda a cana, os açúcares e melaços para consumo, pagariam direitos. No entanto, a importação de melaço ficou restrita às fábricas de álcool, com a justificação da exclusiva aplicação no tempero de vinhos.165

Os Hinton acabaram com a concorrência, monopolizando a produção, porque tinham os meios e detinham a matéria-prima necessária. O monopólio e a lei da exclusividade viriam mais tarde. Afastada destas disputas de poder da família Hinton, da tentativa de monopólio da indústria sacarina, a população madeirense sentia os efeitos negativos da crise de produção da cana-de-açúcar na ilha. Tentando subsistir num tempo de dificuldades económicas, sempre dependente dos grandes senhores, não vislumbravam um grande futuro na ilha. Em contrapartida, ouviam notícias do El- Dorado sul-americano.

8. Pontinha e Ilhéu – Porto do Funchal, 1900. Desenho de Leopold Wagner.

165 João Adriano Ribeiro, A Cana-de-Açúcar na Madeira: Séculos XVIII-IX, Calheta, Câmara Municipal

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CAPÍTULO III

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3 – ACERCA DA EMIGRAÇÃO MADEIRENSE PARA A ILHA DE TRINDADE