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1 OS INDICADORES DE GESTÃO EM SANTARÉM – PA

1.4 DEMOCRACIA E PARTICIPAÇÃO

Um dos pressupostos da Gestão Democrática é que as unidades educacionais devem ter autonomia para realizar processos eleitorais, com a participação da comunidade escolar (pais, alunos e servidores), que vão definir quem irá administrar a escola (ocupando cargos de diretor e vice-diretor) durante o período de mandato e, além disso, a escola deve ter autonomia para realizar coletiva e livremente o seu Projeto Político Pedagógico (PPP). Este documento deve conter as diretrizes e objetivos definidos pela comunidade escolar e deve ser elaborado a partir de reuniões e discussão de onde se devem retirar encaminhamentos capazes de indicar as ações pelas quais as unidades educacionais devem se pautar para atuar nos problemas verificados no seu meio.

É um exercício lógico acreditar que as pessoas que convivem cotidianamente no ambiente escolar, em especial as pessoas que trabalham nas escolas, são as mais adequadas para elaborar tal documento político pedagógico, porquanto sabem, pela experiência do dia a dia, quais são os problemas que devem ser atacados e corrigidos. Mas o que se percebe na parceria entre a Prefeitura e o Instituto Ayrton Senna, colocada em prática na SEMED, é que a margem para o desenvolvimento de uma atuação mais democrática envolvendo uma participação mais efetiva da comunidade escolar é mínima. O que vemos é que há uma participação protocolar e formal isso porque percebemos que os ditames já vêm formulados de São Paulo e à escola cabe adaptar-se da melhor maneira possível para o cumprimento das metas que são orientadas pelo Instituto, que faz o treinamento do corpo dirigente da Secretaria Municipal de Educação que, por sua vez, passa essas orientações aos diretores, vice-diretores e técnicos pedagogos das escolas do município para que tais orientações sejam aplicadas diretamente nas escolas.

Antonio Cabral Neto e Luis Carlos Marques Sousa (2011) argumentam sobre a autonomia da escola:

Na perspectiva neoliberal, a autonomia da escola não contempla uma efetiva distribuição do poder, mas implica a atribuição de tarefas e atribuições, com um agravante: ela não vem acompanhada de recursos (humanos, materiais e financeiros) necessários para que as tarefas e atribuições sejam cumpridas de modo satisfatório e assim a escola pública vê-se impossibilitada de atender as exigências que a sociedade lhe faz (NETO; SOUSA, 2011, p.60).

Para os autores, o tema autonomia acabou ocorrendo na prática com a responsabilização da aplicação das políticas do Estado para âmbitos menores permeadas pela análise de que os sistemas educativos eram ineficientes e que precisavam ser ajustados para poder obter os resultados que a dinâmica da competitividade da sociedade do capital lhe impunha (NETO; SOUSA, 2011, p.61). Além disso, ainda culpabilizaram os professores pelo “fracasso” e passaram a apoiar, depois da Reforma do Estado de 1995, parcerias público- privadas com o objetivo de implantar uma “gestão mais eficiente” para gerenciar o setor público educacional, por causa disso que entidades como o IAS ganharam evidência e passaram a determinar até mesmo a política educacional colocada em prática no município, como diz no Instrumento Particular de Parceria - IPP Nº 1239/2005 que habilita esta ação em Santarém – PA.

A autonomia no sentido da comunidade escolar poder elaborar sua própria conduta diante dos desafios a enfrentar baseados em sua própria realidade, não se materializa de fato, porque as unidades educacionais não adquiriram a capacidade de fixar suas próprias normas para que suas ações sejam baseadas em proposições autônomas, mas ao contrário pela lógica imposta via SEMED precisam seguir as diretrizes emanadas do Instituto Ayrton Senna. Além disso, a administração acaba sendo centralizada, haja vista que tanto faz se estivermos nos referindo à centralização da SEMED em direção às escolas com a imposição das ações dos Programas e metas instituídos pelo IAS, quanto tratando da própria estrutura da Nucleação onde as Escolas-Anexas, em verdade, funcionam como salas de aulas distantes da Escola- Polo, já que as mesmas não possuem corpo dirigente e por isso a gestão da maioria das escolas de Santarém fica centralizada numa minoria representada pelas Escola-Polo e, também, dentro da própria unidade educacional onde a orientação do IAS não permite sequer a autonomia do trabalho docente uma vez que até a recuperação dos discentes deve ser determinada pela direção da escola. É possível que haja mediações nessas ações dentro das unidades educacionais e é bom mesmo que haja, pois colocar diretamente essas ações advindas conforme a vontade do IAS constitui um acinte à noção de gestão democrática que tanto apregoam que existe em Santarém.

Quando questionamos a situação de pouco espaço para o exercício mais autônomo das unidades escolares, por causa do formato de atuação do Programa de Gestão do IAS seguido pela SEMED que foi implantado no setor educacional do município, argumentando com algum coordenador ou diretor (a) de escola obtivemos frequentemente como resposta que esse tipo de raciocínio é equivocado, pois o que ocorre, segundo seus esclarecimentos, é o oposto disso, já que o Instituto por meio da Rede Vencer, pelo contrário, incentiva a autonomia das

unidades escolares e do sistema municipal de ensino em Santarém e que nada é imposto por essa entidade adventícia, que interpretações como essa vem de quem não conhece acerca de como é desenvolvida essa parceria. Um fato que chama a atenção é que sempre demonstraram uma convicção inequívoca nessa forma de observar o que está ocorrendo na rede municipal de ensino.

Porém, contraditando esse ideário, existem os textos das cartilhas encontradas nas escolas que foram disponibilizadas pela Rede Vencer, com orientações oriundas do IAS, com as ações que devem ser impreterivelmente seguidas nas escolas. Para ter noção do grau de dirigismo dessas orientações, estão descritas nas cartilhas quais são as ações necessárias para se conseguir os “indicadores de sucesso” que são direcionadas para os Diretores e Coordenadores Pedagógicos. Aos diretores tais ações aparecem sob o título imperativo “Ações que a direção tem que fazer” e aos Coordenadores sob o título “Agenda do Coordenador Pedagógico”. Ambas trazem ações bem descritas, de maneira bem delineada, como um manual, para que sejam executadas “todos os dias”, “semanalmente”, “todos os meses”, “todos os bimestres”, “primeiro semestre”, “segundo semestre” e “uma vez por ano” que ode ser consultada no anexo deste trabalho.

Mas não é apenas isso que configura a falta de espaço para um exercício mais autônomo e mais democrático nas unidades educacionais permitindo-lhes planejar e colocar em práticas ações elaboradas pela própria comunidade escolar. Além de tudo isso, é oportuno não perder de vista que estas ações vêm no bojo de um conjunto de diretrizes que foram formuladas pelo Instituto Ayrton Senna, cuja sede é na região sudeste do país – na cidade de São Paulo, para serem colocadas em prática em Santarém, que fica no Norte do Brasil.

Ressaltando que compreendemos que a SEMED tem total autonomia para elaborar sua política educacional, de acordo com a realidade do município e das escolas, mas, de qualquer forma, quando é questionado sobre o fato do planejamento escolar e das ações das escolas serem realizadas a partir das orientações do IAS que são voltadas para a obtenção dos “indicadores de sucesso”, que também são traçados pelo Instituto, há sempre a concordância que isso está acontecendo, mas que isso não quer dizer que o município não tenha autonomia, como ressalta um dos Coordenadores da SEMED.

O Instituto só promove a parceria com as redes de ensino que são autônomas. Primeiro, verificaram se nós iríamos conseguir levar adiante sozinhos os programas. Por isso que foi aprovado o Plano de Remuneração dos Professores, também com a implantação da eleição direta para diretores, com a qualificação dos professores para que todos tenham nível superior e com a composição da nossa equipe que é formada

por pessoas qualificadas. Na verdade é o contrário do que dizem. Que o Instituto impõe alguma coisa... Não impõe não. Somos nós que fazemos as nossas ações, pois nós temos autonomia para planejar.

No entanto, depois de questionado a respeito da informação que obtivemos dialogando com diretores do município de que esse planejamento tem seu intento voltado ao alcance das metas que são traçadas pelo IAS obtivemos como resposta:

É verdade, mas essas metas não são só do Instituto são metas do governo federal que tem que ser alcançadas e o Instituto Ayrton Senna tem um papel importante ajudando o município a alcançar esse objetivo que é do governo (docente que trabalha numa das coordenações da SEMED).

Por causa disso, com a junção dessas informações, fica um pouco complicado compreender quais os nexos habilitam as convicções que aparecem na leitura exposta por coordenadores da Secretaria de Educação e diretores de escolas que são mais alinhados com a visão oficial veiculada na SEMED, pois para não contraditar os dados provenientes dessas falas, teríamos de fazer um raciocínio malabarista e no final ainda ignorar os ditames adventícios que estão expressos em materiais oficiais em forma de cartilha que são oriundos do IAS e que encontramos nas escolas de Santarém quando de nosso trabalho de campo. Além das orientações voltadas à SEMED que são obtidas em treinamentos realizados pelo IAS em São Paulo-SP e em Santarém-PA, o Instituto Ayrton Senna parece ter por escopo o controle de todas as ações que acontecem na rede municipal de ensino e até padronizando as ações que devem acontecer nas escolas. Um dos diretores nos permitiu fazer cópia de um fascículo com orientações para diretores e coordenadores pedagógicos (pedagogos) que passaremos a ilustrar.

As orientações do IAS parecem ter por objetivos criar uma rotina gerencial nas escolas, por isso que na “Agenda do Diretor” e na “Agenda do Coordenador Pedagógico” (pedagogo) estão registradas tais ações que, pela compreensão do texto, impreterivelmente devem ser seguidas diariamente, mensalmente, a cada bimestre, uma vez por semestre, no segundo semestre e uma vez por ano, tudo bem explicado passo a passo numa espécie de cartilha. Num diálogo com uma das diretoras da rede municipal de ensino pudemos depreender que acreditam que se deve seguir as orientações para que se possa obter os resultados que o IAS traça e a SEMED cobra. Por isso que nesse material orientador

encontramos registradas as ações didaticamente divididas por períodos com a descrição minuciosa do que deve ser feito em cada um deles. Faremos a exposição dos principais tópicos encontrados como orientações. Um detalhe é que sempre estão descritas no imperativo – como ordem de comando. Estas ações emanadas do IAS são voltadas para ser executadas nas escolas municipais sob seu comando, no caso aqui é colocado em prática nas unidades educacionais de Santarém-PA. Vejamos inicialmente as ações ditadas para serem executadas diariamente:

Ações que o Diretor tem que fazer: todos os dias: *Cumprir a agenda do dia; *Cumprir o calendário escolar; *Assegurar o controle de frequência e acionar providências: aluno, professores, demais servidores; *Assegurar que os alunos estão nas salas de aula ou em atividades/locais apropriados; *Assegurar que os professores estejam nas classes e estimular o cumprimento do programa de trabalho; *Assegurar o cumprimento das rotinas de: Limpeza, segurança, merenda; *Verificar saldos e pagamentos; *Assegurar a manutenção do clima cordial na escola entre: alunos professores, funcionários, pais (texto com o Título “Agenda do Diretor”).

Na agenda de ações diárias, no item “assegurar controle de frequência” as orientações é que se substituam professores e ou outros servidores em caso de ausência. A logística para se conseguir isso não está clara uma vez que isso incluiria o setor de pessoal da SEMED e substituir um trabalhador da educação que não seja temporário não é tão simples assim, talvez por isso que a Secretaria de Educação contumazmente insiste em manter um grande contingente de trabalhadores temporários em seus quadros – pois com esses é mais simples fazer isso posto que os temporários não possuem muitos direitos no serviço público ou mais cômodo para SEMED manter a pressão sobre os mesmos para que sigam à risca tudo que é ditado como orientações nos Programas do IAS. No item “assegurar que os professores estejam na classe” inclui em suas minúcias que o diretor deve percorrer os corredores da escola para fiscalizar se o trabalho esta sendo realizado em sala de aula, mas não apenas isso, o diretor deve visitar as salas de aula por amostragem e também fiscalizar o diário de classe por amostragem o que pode ser um indicativo de certa intromissão no trabalho docente. O diretor deve também realizar rotineiramente verificações gerais na escola dando conta de todas as situações que envolvem também a responsabilidades dos demais servidores com as tarefas de limpeza, manutenção das condições físicas, etc.

Além dessas ordens a serem seguidas, diariamente, há as orientações a serem executadas semanalmente:

Ações que o Diretor tem que fazer: semanalmente: *Assegurar que os professores estejam cumprindo seus planos de curso; *Assegurar o atendimento às solicitações de documentos fornecidos pela escola bem como a organização dos documentos e informações existentes (texto com o Título “Agenda do Diretor”).

Na parte sobre “assegurar o cumprimento do plano e curso” há a orientação que o diretor deve fazer pessoalmente, ou delegar essa tarefa ao coordenador pedagógico, o confronto do plano de curso do professor com o diário de classe supervisionando o trabalho docente. Na parte de supervisão da secretaria da escola também deve atentar se o trabalho de expedição de documentos está sendo realizado dentro de prazos previstos. De modo a gerenciar completamente as ações de ensino e administrativas da escola.

Depois destas, no mesmo fascículo também encontramos as obrigações mensais que o diretor deve executar:

Ações que o Diretor tem que fazer: todos os meses: *Avaliar a frequências de alunos, professores e demais servidores; *Avaliar o andamento do plano individual de trabalho; *Analisar a situação financeira da escola; *Verificar o suprimento e a necessidade de compras; *Estabelecer a agenda de eventos do próximo mês (texto com o Título “Agenda do Diretor”).

No item “analisar frequências” diz que o diretor deve verificar as ausências e tomar providencias. Aos alunos deve entrar em contato com os pais ou responsáveis e aos funcionários da escola solicitar providencia à SEMED. No trabalho de campo que realizamos no segundo semestre de 2009 verificamos que em geral dá-se uma chance para o docente repor a aula em que, por qualquer motivo desamparado pela legislação, tenha se ausentado e caso não seja possível a reposição é efetuado o desconto em folha do(s) dia(s) correspondentes à(s) falta(s). Além disso, fazer um acompanhamento das metas (que são traçadas pelo IAS, enviadas para SEMED e encaminhadas para as escolas) e corrigir rumos para o alcance das mesmas – caso seja necessário. Além do mais, ficar atento ao estoque de mantimentos da escola. Deve ainda estabelecer a agenda do mês seguinte, indicando datas de reuniões com grêmio, professores, pais e demais servidores da unidade educacional sob sua responsabilidade.

Também encontramos ações a ser realizadas nos bimestres letivos conforme as regras a seguir:

Agenda do Diretor: Ações que o Diretor tem que fazer: todos os bimestres:

*Avaliar o rendimento do aluno e acionar medidas de recuperação; *Submeter as contas [da escola] à aprovação dos respectivos conselhos fiscais (texto com o Título “Agenda do Diretor”).

Neste item, deve o diretor analisar os dados do bimestre em questão e o cumulativo. Deve verificar os mecanismos de avaliação utilizados supervisionando as estratégias de ensino de cada professor. Definir as atividades de recuperação a ser adotadas. Nesse caso, chama a atenção o fato de não ser o professor quem define baseado no seu dia a dia com seus alunos quais serão as atividades que devem ser desenvolvidas para a recuperação dos alunos, mas, pelas diretrizes do texto, essa medida parte da direção da escola. Além disso, a direção deve avisar aos alunos quais são as medidas que devem ser adotadas entrepondo-se, mais uma vez, no trabalho do professor e no seu relacionamento com sua turma.

Agora, vejamos as ações a ser efetivadas no primeiro semestre letivo. Note que aqui há a indicação inclusive em que mês se deve executar as ações respectivas:

Ações que o Diretor tem que fazer: no primeiro semestre: *Realizar matrícula centralizada ou descentralizada, conforme determinação da Secretaria da Educação. Quando realizar: janeiro, fevereiro e março; *Realizar o censo Escolar. Quando realizar: março; *Programar a atividades para o período de férias. Quando realizar: junho; *Rever o PDE. Quando realizar: junho (texto com o Título “Agenda do Diretor”).

Além do Censo, o diretor deve no primeiro semestre estabelecer quais são as atividades extracurriculares que ocorrerão no período de férias e quem irá desenvolvê-las. Em relação ao Plano de Desenvolvimento da Escola – PDE a direção deve redefinir metas e elaborar planos individuais de trabalhos visando o alcance das metas do PDE.

A partir de agora todas as ações vem com a indicação de data de execução, como vemos nessas cuja realização deve ocorrer no segundo semestre:

Ações que o Diretor tem que fazer: no segundo semestre: *Organizar matricula e rematrícula; *Realizar matricula centralizada ou descentralizada, conforme determinação da Secretaria da Educação. Quando realizar: novembro e dezembro; *Organizar e implementar a conclusão do ano letivo. Quando realizar: outubro e janeiro; *Definir enturmação e montar o quadro de professores. Quando realizar: outubro e novembro; *Avaliar e divulgar os resultados dos alunos. Quando realizar: dezembro; *Programar as atividades para o período de férias. Quando realizar:

dezembro; *Rever o PDE. Quando realizar: dezembro (texto com o Título “Agenda do Diretor”).

Aqui, a direção deve planejar as providencias para o encerramento do ano. Verificar formatura e a transferência dos alunos. Definir em consonância com a SEMED quantas turmas funcionarão no ano seguinte e definir a partir de então a lotação dos professores. Elaborar estratégias para a recuperação. Elaborar boletim final e a partir do resultado obtido pelos alunos propor medidas de melhorias para o próximo ano. Da mesma forma que no primeiro semestre a direção deve programar as atividades extracurriculares para as férias e designar quem será responsável. Além disso, deve analisar o resultado das rotinas da escola em todos os seus âmbitos desde a limpeza, secretaria, administração, segurança, etc. rever o PDE e definir planos individuais de trabalho visando o alcance de suas metas.

Por fim a “Agenda do Diretor” finaliza suas orientações com as ações anuais:

Ações que o Diretor tem que fazer: uma vez por ano: *Elaborar o calendário de eventos (escolar). Quando realizar: dezembro; *Participar da avaliação externa. Quando realizar: data definida pela Secretaria; *Promover a escolha de livros didáticos. Quando realizar: data definida pela Secretaria; *Inventario o patrimônio. Quando realizar: dezembro; *Realizar o balanço anual. Quando realizar: dezembro (texto com o Título “Agenda do Diretor”).

Aqui, como se observa, cabe ao diretor verificar os eventos que são obrigatórios e de interesse da escola. Planejar o calendário de acordo com a carga horária obrigatória e publicar tal calendário. Consoante a SEMED deve aplicar testes de avaliação externa. Analisar os resultados da escola com professores, colegiado e pais e definir ações de melhoria. Além de realizar levantamento patrimonial etc. e encaminhar para a Secretaria de Educação tal listagem patrimonial.

Essas ações que acompanhamos na “Agenda do Diretor” somadas às ações ditadas para o Coordenador Pedagógico representam na prática que na administração das escolas se tem implantado técnicas que parecem ser mais adequadas à administração das empresas privadas, como discute Peroni (2010) – o que, aliás, é uma das características da gestão gerencial tida pelo IAS como a solução para todos os problemas da educação. De modo que, como já mencionado, não é apenas o diretor que “tem que fazer”, que tem obrigações a cumprir, pois o intento de padronizar as ações nas escolas que possuem corpo dirigente

constituído enlaça outro profissional da educação: o pedagogo. No ambiente escolar o pedagogo parece ter a função de superintendente do IAS. Essa assertiva se baseia na delimitação que encontramos no texto “Agenda do Coordenador Pedagógico” que traz as