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1 INTRODUÇÃO

2.3 RELATÓRIOS CONTÁBEIS-GERENCIAIS

2.3.1 Relatórios Contábeis-Legais

2.3.1.3 Demonstração do Resultado do Exercício

Nesta demonstração é evidenciada a formação do resultado do exercício, mediante confronto das receitas, custos e despesas incorridas no exercício social. Assaf Neto (2001; p.75) explica que:

A demonstração de resultados do exercício visa fornecer, de maneira esquematizada, os resultados (lucro ou prejuízo) auferidos pela empresa em determinado exercício social, os quais são transferidos para contas do patrimônio liquido. O lucro (ou prejuízo) é resultante de receitas, custos e despesas incorridos pela empresa no período e apropriados segundo o regime de competência, ou seja, independentemente de que tenham sido esses valores pagos ou recebidos.

As contas que compõem a demonstração do resultado do exercício são contas de resultado, isto é, contas que no início do exercício social possuem saldo zero, uma vez que no término do exercício anterior elas foram zeradas. A finalidade de se iniciar o período com as contas zeradas é identificar o resultado que a organização apurou no período: lucro ou prejuízo.

Matarazzo (1993; p.47) relata que a demonstração do resultado do exercício é uma demonstração econômica, pois inclui dados que não representam recursos financeiros.

A demonstração do resultado retrata apenas o fluxo econômico e não o fluxo monetário (fluxo de dinheiro). Para a demonstração do resultado não importa se uma receita ou despesa tem reflexos em dinheiro, basta apenas que afete o patrimônio líquido. Por exemplo, a depreciação é uma despesa não desembolsada; a receita de equivalência patrimonial (em controladas e coligadas) é uma receita devida ao aumento dos investimentos (e do patrimônio líquido), sem entrada de recursos monetários. Como as modificações no patrimônio líquido produzidas por receitas e despesas afetam a riqueza dos proprietários, elas são retratadas na demonstração do resultado que é uma peça de caráter eminentemente econômico (relacionado à riqueza) e não financeiro (relacionado a dinheiro).

A apuração de um resultado (lucro ou prejuízo) já evidencia por si só se a administração foi eficiente ou não durante um período. Através dessa demonstração é possível verificar as despesas que a empresa teve durante o exercício, comparando-as com as receitas do mesmo período. Esta demonstração é utilizada para comparar a eficiência administrativa em dois ou mais períodos, verificando o resultado e a destinação dos recursos da organização.

Na seqüência mostra-se a estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício, de acordo com o definido no artigo 187 da Lei 6.404/76.

Demonstração do Resultado do Exercício do ano XX

Ano atual Ano anterior

RECEITA OPERACIONAL BRUTA

Vendas de produtos Serviços prestados

DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA

Impostos incidentes sobre vendas Devoluções e abatimentos

RECEITA OPERACIONAL LIQUIDA

CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS E DOS SERVIÇOS PRESTADOS LUCRO BRUTO

DESPESAS OPERACIONAIS

Com vendas

Gerais e administrativas

Despesas financeiras (deduzidas das receitas financeiras)

OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS

Resultados de participações em outras sociedades

Participações nos resultados de coligadas e controladas pelo método da equivalência patrimonial

Dividendos e rendimentos de outros investimentos

LUCRO OPERACIONAL

RESULTADOS NAO OPERACIONAIS

Ganhos de capital Perdas de capital

RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DOS IMPOSTOS, CONTREBUIÇOES E PARTICIPAÇÕES

PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇOES Debêntures Empregados Administradores Partes beneficiárias

Fundos de assistência a empregados

LUCRO LIQUIDO DO EXERCÍCIO LUCRO POR AÇAO

FONTE: Adaptado de FIPECAFI (2000; p.391)

A demonstração do resultado do exercício mostra, no termino de um período, o resultado da atividade da empresa, que pode ser um lucro ou um prejuízo. Essa demonstração é elaborada de forma dedutiva, isto é, inicia-se com o total das receitas que a empresa obtém e deste valor subtraem-se os custos, as despesas e as deduções, até chegar ao resultado final, que pode ser positivo ou negativo.

Os gestores observam com muito cuidado esta demonstração, pois visualizam o volume de receitas geradas e as despesas incorridas para gerá-las. Também verificam onde foram aplicadas essas despesas, com a finalidade de averiguar se a atividade da empresa é ou não rentável.

Esta demonstração visa apresentar as entradas de recursos na empresa e onde estes recursos foram aplicados. De todas as demonstrações vistas até o momento, esta é a única caracterizada como uma demonstração financeira.

De acordo com a FIPECAFI (2000, p.337), a demonstração das origens e aplicações de recursos “tem por objetivo apresentar de forma ordenada e sumariada, principalmente as informações relativas às operações de financiamento e investimento da empresa durante o exercício, e evidenciar as alterações na posição financeira da empresa.”

A demonstração das origens e aplicações de recursos evidencia todas as movimentações financeiras que ocorrem na empresa. E mais abrangente que a demonstração do fluxo de caixa, que só se preocupa com o caixa, bancos conta movimento e as aplicações de curtíssimo prazo. A demonstração das origens e aplicações de recursos demonstra, de uma forma sintética, as operações de entrada de recursos e sua devida aplicação na empresa. Além de evidenciar, as entradas dos recursos e mostrar onde foram aplicados os recursos, demonstra também o capital circulante líquido da empresa, isto é, o capital de giro da empresa.

Para o Marion (1998; p.412), o objetivo da demonstração das origens e aplicações de recursos é “mostrar o como e o porquê da mutação do capital circulante líquido. O capital circulante líquido só varia com operações Não Circulante X Circulante. Portanto, a alteração do Não Circulante é a causa da variação do circulante. Por isso, a DOAR evidencia apenas o resultado das variações do Não Circulante que provocam alterações no Circulante.”

Matarazzo (1993; p. 50) distingue as origens de recursos e as aplicações de recursos que são visualizadas no balanço patrimonial, das origens e aplicações de recursos visualizadas na demonstração das origeps e aplicações de recursos.

Enquanto o balanço apresenta, em determinado momento, de um lado (passivo), a origem dos recursos utilizados pela empresa e, de outro, as aplicações (ativo), a demonstração das origens e aplicações de recursos mostra as novas origens e aplicações verificadas durante o exercício. Outra diferença é que a demonstração das origens e aplicações de recursos - DOAR - não mostra a totalidade das novas origens e aplicações, mas apenas aquelas ocorridas nos itens não circulantes do balanço, ou seja, no exigível a longo prazo, patrimônio líquido, ativo permanente e realizável a longo prazo. A diferença entre as novas origens não circulantes e as novas aplicações não circulantes será igual ao capital circulante líquido.

Depreende-se do exposto que no balanço patrimonial poj ser visualizada a posição dos investimentos e financiamentos da empresa em determinado momento. E a DOAR mostra como fluem as origens dos recursos e a aplicação deles durante um exercício.

A Lei 6.404/76, em seu artigo 188, determina o conteúdo da demonstração das origens e aplicações de recursos.