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4.2 ARGAMASSAS

4.2.1.3 Densidade de massa e teor de ar incorporado

O ensaio de densidade de massa no estado fresco e teor de ar incorporado, foi realizado com 3 amostras para cada composição e seus resultados estão demonstrados na Tabela 14.

Tabela 14 - Densidade de massa e teor de ar incorporado nas argamassas no estado fresco. NBR 13278 (ABNT, 2005)

T-I T-II T-III T-IV T-V

Densidade de massa (Kg/cm³) 1.846,00 1.917,00 1.967,00 2.108,00 2.155,00 Teor de ar incorporado (%) 10 11 11 9 9

Fonte: Autoria própria (2016)

Na Tabela 14 está descrito numericamente o aumento da densidade de massa da argamassa no estado fresco conforme aumenta a quantidade de areia de

britagem nas composições isto atribui-se ao fato da massa especifica da areia de britagem ser maior (2,99 g/cm³) que a da areia natural (2,26 g/cm³), o T-I composto somente de areia natural apresenta a menor densidade de massa, e a mesma sobe gradativamente conforme aumenta a quantidade de areia de britagem na composição do traço.

A representação gráfica deste resultados está apresentada na Figura 42.

Figura 42 - Gráfico da densidade de massa no estado fresco e teor de ar incorporado.

Fonte: Autoria própria (2016).

Na Figura 42 observa-se que a densidade de massa da argamassa no estado fresco aumenta conforme aumenta a quantidade de areia de britagem na argamassa, diferente do ar incorporado que apresenta seu teor máximo no T-II e T-III. Este aumento da densidade de massa é justificado pois a massa especifica da areia de britagem é maior aumentando a sua quantidade aumenta a densidade de massa.

Os valores da densidade encontrados classificam as argamassas conforme a NBR 13281 (ABNT,2005) em D4, para as argamassas T-I, T-II, T-III, e D5 para as argamassas T-IV e T-V.A aplicação da ANOVA mostra que as amostras são significativas, e que a adição gradativa da areia de britagem influenciou no resultado final da densidade de massa das argamassas no estado fresco, com Fcalculado maior que Fcrítico. R² = 0,9734 R² = 0,5624 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 1600 1700 1800 1900 2000 2100 2200

TI TII TII TIV TV

Te o r d e a r in corp o ra d o (% ) De n sid ad e d e mas sa (K g/cm ³)

Relação Densidade de massa-Teor de ar incorporado

Densidade de massa Teor de ar incorporado

A aplicação do teste de Tukey para a densidade de massa da argamassa no estado fresco mostra que o comportamento do traço T-IV e T-V não apresenta diferença significativa entre as médias, apesar das quantidades diferentes de areia de britagem que compõe cada um deles, o mesmo ocorre com T-II e T-II que apresentam comportamentos semelhantes entre si e diferentes de T-IV e T-V, já T-I apresenta um comportamento diferenciado dos demais traços, muito provavelmente pelo fato de ser composto somente com areia natural.

O teor de ar incorporado calculado varia 11% a 9% representando uma variação de 10,18% do maior índice em relação ao menor. Silva (2016) encontrou valores mais baixos que este, seus índices variaram de 0,08% a 3,08%, no entanto seus traços continham cal, e não continham aditivos. Ainda segundo o autor o aumento dos teores de finos, cal e material pulverulento, aumentam o grau de empacotamento do conjunto agregado/aglomerante.

No anexo A, na Tabela fornecida pelo fabricante estão descritos os ensaios realizados para determinar as características físicas e mecânicas do aditivo utilizado nas argamassas, observa-se nesta Tabela que foram ensaiados três traços de argamassa sendo que no traço-2 (1:2); cimento/areia e aditivo, e traço-3 (16) cimento/areia e aditivo, sem a presença da cal, no ensaio de teor de ar incorporado foram encontrados os índices de: traço-2 9,8% e traço-3 8,1% de teor de ar incorporado.

Os valores apresentados pelo fabricante comprovam a possibilidade do aditivo ter contribuído para que as argamassas tenham apresentado valores altos de ar incorporado, O alto teor de ar incorporado contribui no aumento da trabalhabilidade das argamassas, porém pode também ser a causa de porosidade excessiva em argamassas permitindo o aumento de permeabilidade e infiltrações, que por sua vez contribuem com patologias nos revestimentos

O valor elevado do teor de ar incorporado pode contribuir para a aplicação da argamassa na execução dos revestimentos

A análise estatística, ANOVA, dos dados levantados provam que as amostras são homogêneas em função do seu coeficiente de variância constatando que os diferentes teores de areia de britagem na composição das argamassas, não altera significativamente o teor de ar incorporado nas argamassas, pois Fcalculado (1,32) ficou abaixo de Fcrítico (3,48).

A aplicação do teste de Tukey, comprovou que no fator estatístico os cinco traços de argamassas ensaiados para o teor de ar incorporado não apresentam diferenças significativas ou seja esta propriedade não sofreu alterações significativas com o acréscimo gradativo da areia de britagem em suas composições.

4.2.1.4 Retenção de água

A NBR 13277 (ABNT, 2005), determina que seja feita a pesagem do funil com argamassa para determinação da retenção da água aos 15 min de duração de sucção da bomba ligada, nesta pesquisa foram feitas três pesagens, possibilitando a leitura de três retenções de água aos 5 min. 10 min e 15 min, isto possibilitou a observação da constância e regularidade desta retenção. Na Figura 43 estão representadas as curvas de retenção de água.

Figura 43 - Curvas de retenção de água das argamassas no estado fresco. Fonte: Autoria própria (2016)

Observa-se na Figura 43 que o perfil de T-I (100%) areia natural está um pouco distanciado dos demais, e apresenta o maior nível de retenção de água, nos demais traços quanto maior a quantidade de areia de britagem menor a retenção de água da argamassa. A diminuição da retenção de água é constante, não são constatados variações de leituras, caindo 3% do tempo de leitura 5min para 10 min e

70% 75% 80% 85% 90% 95% 100% 0 5 10 15 Re ten ção d e á gu a (5) Tempo-t (min) Retenção de água TI TI I TI II

2% do tempo de leitura de 10 min para o tempo de 15 min, nos quatro traços com areia de britagem.

Na Tabela 15 estão descritos os resultados para a retenção de água nas argamassas.

Tabela 15 - Retenção de água da argamassa no estado fresco NBR 13277 (ABNT, 2005)

Tempo t(min) T-I T-II T-III T-IV T-V

Água retida em (%)

5 84 81 80 79 78

10 82 78 77 76 75

15 80 76 75 74 73

Fonte: Autoria própria (2016).

Os valores apresentados na Tabela 15 variam de 84% a 80% na areia natural, e de 81% a maior retenção no T-II e 73% a menor no T-V, que são compostos por areia de britagem, Silva (2006) obteve valores de 61,80% a 40,15% na areia natural e69,68% e 47,89% na areia de britagem. Observa-se que para o autor os traços compostos com areia de britagem Tiveram uma retenção maior de água do que os traços compostos com areia natural.

Os valores encontrados nesta pesquisa são maiores que os encontrados pelo referido autor em ambas as composições, a diferença entre elas reside no fato de Silva (2006) ter usado cal nas composições dos traços das argamassa, enquanto está pesquisa substituiu o mesmo por aditivo plastificante, diminuindo assim consideravelmente a quantidade final de finos.

O aumento de perda de água por sucção ou diminuição da retenção desta água na argamassa justifica o fato de, quanto maior a quantidade de areia de britagem na composição menor a retenção de água.

Angelim, R; Angelim, MS e Carasek (2003) afirmam que o aumento no teor de finos aumenta a relação água/cimento das argamassas, contudo nas argamassas de calcário o efeito é inverso, mostrando uma diminuição nos valores em relação a argamassa de referência usada na pesquisa, reforçando assim o resultado obtido nesta pesquisa com menor retenção de água para maior quantidade de areia de britagem de rocha calcária.

A menor retenção de água pela argamassa diminui a sua consistência, este fato pode vir a prejudicar a mesma na hora da aplicação no substrato pois terá a sua

plasticidade também diminuída. No caso desta pesquisa foi adotado o uso do aditivo plastificante com o objetivo de amenizar os efeitos da falta da cal nas argamassas.

A aplicação da ANOVA no conjunto de dados comprova a validade das amostras pois o desvio padrão manteve-se em torno de 0,02 e o coeficiente de variância em torno de 3, índices baixos que indicam a homogeneidade das amostras, enquanto entre Fcalculado (3,37), Fcrítico (3,47) não há diferença significativa.

Na aplicação do teste de Tukey para estas médias, observou-se que mesmo na condição de composições diferentes no item quantidade de areia de britagem e areia natural o T-II, T-III, T-IV estatisticamente não apresentam diferenças, já T-I pode apresentar alguma semelhança com T-II, T-III, T-V, mas não tem semelhanças com T-V, e T-V por sua vez também pode apresentar algum comportamento próximo a T- II, T-III, e T-IV.

Segundo a NBR 13281 (ABNT, 2005) no item retenção de água a classificação dos traços é U2, que abrange a faixa de 72% a 885% o teor de retenção de água.

4.2.1.5 Exsudação

Este ensaio foi realizado com orientação na norma RM-6 (RILEM, 1982), segundo Na Figura 44, está descrita a evolução da exsudação das argamassa analisadas.

Figura 44 - Exsudação da água nas argamassas no estado fresco, MR (RILEM 1982).

Fonte: Autoria própria (2016).

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 0 50 100 150 200 250 Exs u d açã o -(%) Tempo-t(min) Exsudação TI TII TIII TIV TV

Na Figura 44 observa-se pelo gráfico que todas as composições obtiveram um ápice de exsudação no tempo de 60 min, independente da percentagem de areia de britagem de rocha calcária adicionada a composição, concluindo-se assim que o tempo necessário para a argamassa atingir o máximo de sua exsudação não depende da quantidade de areia de britagem usada na composição.

Os resultados observados no gráfico não permitem traçar uma relação entre o aumento de areia de britagem e a diminuição da exsudação, existe sim uma relação entre o tempo de mistura e a diminuição da exsudação, a partir dos 60min esta começa a diminuir, diminuindo com menor intensidade dos 120min aos 180min. Na Tabela 16 estão descritos os valores da exsudação lidas para cada traço nos tempos propostos para o ensaio.

Tabela 16 - Exsudação da argamassa no estado fresco. RM-6 (RILEM, 1982)

Tempo t(min) (%) Exsudada em relação a água de amassamento

T-I T-II T-III T-IV T-V

15 0,20 0,64 0,47 0,56 0,33 30 0,52 0,76 0,73 1,15 0,62 60 1,27 1,80 1,07 1,63 1,56 120 1,10 1,58 0,88 1,39 1,23 240 0,85 1,27 0,75 1,10 0,35 Média 0,814 1,21 0,7 1,166 0,818

Fonte: Autoria própria (2016).

Analisando os resultados da Tabela 16 constata-se que a composição com maior percentagem de areia de britagem não é a que apresenta maior índice de exsudação aos 60min, está exsudação máxima ocorre no traço T-II, composto por 80% de areia natural e 20% de areia de britagem, seguido do T-IV, T-V, T-I e T-III. Os traços T-I, T-II, T-II, T-V se mantem praticamente constantes após os 60 min, apena o T-V sofre uma queda brusca dos 120 min para os 240 min. A maior média de exsudação ocorre com o traço T-IV, composto por 40% areia natural e 60% de areia de britagem.

A análise estatística feita pela ANOVA mostra que o aumento gradativo de areia de britagem nas composições, não influenciou o resultado final ada exsudação pois Fcalculado (1,89) ficou abaixo de Fcrítico (2,67). O teste de Tukey comprovou que pelo comportamento dos traços não há diferença significativa das amostras, com aumento gradativo da areia de britagem nas composições.

4.2.2 Argamassas no Estado Endurecido