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Para Carasek (2010), as patologias nas argamassa ainda podem ter como origem os seguintes fatores:

- A qualidade dos materiais constituinte da argamassa; - A composição (ou traço) da argamassa;

- Os processos de execução;

- Os fatores externos (exposição as intempéries, poluição atmosférica, umidade de infiltração, etc.

Segundo a NBR 13749 (ABNT, 2013). Os revestimento podem apresentar os fenômenos patológicos descritos no Quadro 8.

Patologias Causas

Fissuras mapeadas

Podem formar-se por retração da argamassa, por excesso de finos no traço, quer sejam de aglomerantes, quer sejam de finos no agregado,

ou por excesso de desempenamento. Em geral, apresentam-se m forma de mapa.

Fissuras geométricas

Quando acompanham o contorno do componente da base, podem ser devidas à retração da argamassa de assentamento. Fissuras na vertical

podem ser devidas à retração higrotérmica do componente, interfaces de base constituída de materiais diferentes, locais onde deveriam ter

sido previstas juntas de dilatação.

Vesículas Causas das vesículas

Hidratação retardada do óxido de cálcio não hidratado presente na cal hidratada (ointerior da

vesícula é branco)

Presença de concreções ferruginosas na areia (o interior da vesícula é vermelho)

Matéria orgânica ou pirita na areia (o interior da vesícula é preto).

Pulverulência

Causas da pulverulência

Excesso de finos no agregado Traço pobre em aglomerante

Carbonatação insuficiente da cal, em argamassas de cal, dificultada por clima seco e temperatura elevada

ou por ação do vento. Empolas

pequenas

Oxidação da pirita presente como impureza no agregado, resultando na formação de gipsita, acompanhada de expansão (o agregado

apresenta pontos pretos). Expansão e

deslocamento do revestimento

Preenchimento de fissuras com gesso, por ter endurecimento rápido; a gipsita formada na hidratação do gesso reage com o cimento da

argamassa, formando a etringita, acompanhada de expansão.

Quadro 8-- Fenômenos patológicos em revestimentos conforme NBR 13749 (ABNT, 2013) Fonte: Adaptado da NBR 13749 (ABNT, 2013).

Os revestimentos de argamassas estão sujeitos aos diversos tipos de manifestações patológicas que prejudicam a sua estanqueidade e durabilidade. Tais problemas promovem a deterioração dos revestimentos devido a processos físico- mecânico, químicos e biológicos. (PASSOS et. al., 2008).

Carasek (2010), coloca que esta distinção fica relatada a nível didático pois na prática é extremamente difícil separar o causador das patologias pois eles se sobrepõe sendo necessário considerar as suas interações.

Ainda segundo a autora geralmente estes processos se manifestam de efeitos físicos nocivos, com o aparecimento de rebocos fissuração, deslocamentos, vesículas, aumento de porosidade e permeabilidade.

Segundo Müller e Bücher (1993) apud Nakakura e Cincotto (2004), a permeabilidade é um fenômeno de passagem de água no estado liquida ou de vapor, através da argamassa endurecida, este fenômeno é influenciado pelos poros capilares de dimensões maiores que 50mm e também pelas bolhas de ar incorporado que podem chegar até 3mm. Ainda segundo as autoras Nakakura e Cincotto (2004) a capilaridade são espaços não preenchidos pelos compostos hidratados do aglomerante, com o avanço da idade da aplicação da argamassa e o endurecimento da mesma a permeabilidade tende a diminuir pois seu prosseguimento depende da hidratação ao longo do tempo.

Silva (2005) não constatou influência da areia de britagem de rocha calcária na absorção por capilaridade, pois segundo o autor provavelmente devido a retração existem fissuras no interior dos corpos de prova prismáticos que podem prejudicar os resultados dos ensaios.

Segundo Angelim et. al. (2003) o aumento do teor de finos aumenta a retração por secagem das argamassas, com exceção dos finos de calcário. As argamassas nas quais foram acrescentados estes finos apresentaram valores de retração por secagem muito próximos aos de argamassas sem adição de finos.

Medeiros e Sabatini (1994), dizem que os sinais de patologia em argamassas simples ou mistas são facilmente encontrados no Brasil na forma de fissuras, deslocamentos, unidade, que geralmente comprometem o desempenho das edificações.

Na Figura 8 pode-se observar revestimento com fissuras em mapa, típico de argamassa com alta retração, fissuras estas que posteriormente tornam-se pontos de movimentação devido as ações térmicas e higroscópicas sobre o revestimento

Figura 8 - Fissuras causadas por retração.

Fonte: Carasek (2010).

Passos et. al. (2008), concluiu que o aumento de finos no material utilizado nas argamassas aumenta a quantidade de fissuração nos revestimentos, e também que o índice de fissuração dos revestimento e bem maior nos três primeiro dias após a aplicação no substrato. Segundo os autores isto se deve ao aumento da retração plástica potencializada pela granulometria uniforme dos agregados, e cimento com alta finura.

A cal hidratada também pode ser uma das causadoras de patologias nas argamassas, a baixa qualidade do produto disponível hoje no mercado com índices de impurezas muitas vezes acima dos permitidos pela norma, acabam por consumido prejudicar o produto final a ser.

Carasek e Cascudo (1999) relatam, sobre a hidratação retardada da cal e a carbonatação que podem causar patologias do tipo desagregação do emboço, ou até mesmo desolamento de peças cerâmicas.

O excesso de material orgânico nos agregados pode também alterar suas características físicas e causar patologias nos revestimentos quando constituintes da argamassa.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Nesta etapa da pesquisa estão descritos todos os materiais utilizado para o desenvolvimento da mesma, bem como os métodos usados para que os objetivos fossem atingidos.

A metodologia desta pesquisa divide-se em cinco etapas:

Etapa 1 - Caracterização dos materiais utilizados, levantamento de seus índices físicos;

Etapa 2 – Análise das argamassas no estado fresco; Etapa 3 – Análise das argamassas no estado endurecido;

Etapa 4 - Análise dos blocos cerâmicos utilizados. Quanto a absorção de água e resistências mecânicas.

Etapa 5 – Confecção dos painéis cerâmicos revestidos pela argamassa com seus diferentes traços, foi monitorado o comportamento dos painéis quanto a fissuras, permeabilidade e aderência.

Toda esta análise descrita acima foi realizada seguindo a orientação das normas da ABNT e outros organismos internacionais, conforme indicado em cada caso especifico.