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II. I DENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE AMEAÇA ANTROPOGÉNICA

2.1. I DENTIFICAÇÃO DOS AGENTES LOCAIS

No que respeita à qualidade de água do estuário, podem identificar-se várias fontes de impacte. Delas fazem parte: unidades industriais, ETAR’s, terminais navais, portos de pesca e descargas urbanas directas para o estuário, sendo as principais fontes as referentes à zona urbana e industrial da cidade de Setúbal (Cortesão & Vale, 1994).

Esta identificação deixa de parte a poluição introduzida pelas explorações agrícolas e piscícolas existentes nas margens do estuário superior, uma vez que não foi possível identificar os agentes concretos responsáveis por essa poluição, devido ao seu padrão difuso. Deixa também de fora, a drenagem de explorações mineiras, quer por estarem já desactivadas, quer pelo seu padrão, igualmente, difuso.

Os agentes económicos locais que contribuem para a degradação da qualidade de água do estuário e, consequentemente, para os efeitos que essa degradação tem nos roazes, estão identificados na tabela que se segue (Tabela II-2). A identificação apresentada tem por base um estudo recente (2007), ainda por publicar, do INAG (dados fornecidos por Rocha, Fernanda Maria & Ferreira, Susana).

Ainda no mesmo estudo realizado pelo INAG, foram identificadas como fontes de pressão antropogénica, oito descargas urbanas directas na zona de Alcácer do Sal e três portos de pesca (Doca Pesca de Setúbal, Porto de Pesca da Gâmbia e Porto de Pesca da Carrasqueira). Estas fontes de poluição não se devem a um agente em concreto mas sim aos efluentes urbanos de Alcácer do Sal e aos pescadores que usam os referidos portos de pesca. Deste modo não é possível apresentar neste trabalho os agentes responsáveis por estas fontes de poluição.

Relativamente à pressão exercida pelo tráfego marítimo, as suas origens encontram-se principalmente na náutica de recreio. Apesar de todos os tipos de embarcação contribuírem para a degradação da qualidade de água do estuário e para o aumento do ruído subaquático, são as embarcações de recreio as que mais directamente perturbam os roazes, com efeitos a mais curto prazo.

IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE AMEAÇA ANTROPOGÉNICA

Tabela II-2. Agentes locais que contribuem para a degradação da qualidade de água do estuário do Sado.

Agentes

Unidades industriais Actividade

AMBICARE Tratamento de resíduos.

ALSTOM Equipamentos e sistemas para produção de energia. Mauri Fermentos Fabricação de leveduras.

CITRI Centro Integrado de Tratamento de Resíduos Industriais. Central Termoeléctrica de

Setúbal

Produção de energia.

Terminais marítimos Concessão/uso por parte de:

Terminal Multiusos Zona 1 Tersado, S.A. Terminal Multiusos Zona 2 Sadoport, S.A.

Terminal RollOn RollOff APSS – Administração dos portos de Setúbal e Sesimbra. Terminal Praias do Sado Somincor-Sociedade Mineira de Neves Corvo, S.A.

Terminal Sapec Agro Sapec Agro – Produção de adubos químicos, fertilizantes e rações. Terminal ABB-Alstom ALSTOM Power Service.

Terminal Tanquisado Galp Energia, SGPS, S.A. Terminal Lisnave Lisnave.

Terminal Eurominas

Secil, Cimpor (Industria de Cimentos, S.A.), Secil Martingança (Aglomerantes e Construções, Lda.) e CMP (Cimentos Macieira e Pataias, S.A.).

ETAR’s Gestão a cargo de:

ETAR de Águas de Moura SIMARSUL – Sistema Integrado Multimunicipal de Águas Residuais da Península de Setúbal, S.A.

ETAR da Cachofarra

ETAR do Faralhão Águas do Sado. ETAR do Bairro da Quintinha

ETAR da Comporta-Cambado ETAR Forno da Cal

ETAR Monte Novo Palma ETAR de Montevil

Câmara Municipal de Alcácer do Sal.

IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE AMEAÇA ANTROPOGÉNICA

Das embarcações de recreio, há que distinguir entre as embarcações particulares e as marítimo-turísticas, de empresas com licença para a observação de golfinhos (existem actualmente quatro empresas licenciadas). A estas, somam-se algumas embarcações marítimo-turísticas de empresas não licenciadas para a observação.

Porque é impossível identificar os proprietários das embarcações particulares que perturbam os roazes, pode-se apenas identificar as marinas/ancoradouros e portos de recreio, que recebem essas embarcações.

Deste modo estão identificados na tabela II-3, os agentes que mais directamente contribuem para a perturbação dos roazes do Sado no quadro do tráfego marítimo de recreio (empresas de observação), e os agentes indirectamente ligados à afluência de embarcações particulares de recreio ao estuário.

Tabela II-3. Agentes locais que perturbam directa e indirectamente os indivíduos da população de roazes, através do tráfego marítimo no estuário.

Agentes Empresas licenciadas

para observação dos roazes

Embarcações utilizadas

NAUTUR – Sociedade de Actividades Marítimo Turísticas, Lda.

Antiga embarcação de pesca de cerco remodelada.

Rotas do Sal – Actividades de animação ambiental e turismo da natureza, Lda.

Galeões do Sal e embarcações semi-rígidas.

TroiaCruze – Navegação

Costeira de Cruzeiro, Lda. Galeões do Sal. Vertigem Azul – Turismo de

Natureza Lda. Semi-rígidas, catamarã. Marinas ancoradouros e

docas de recreio Concessão de:

Ancoradouro Toca do Pai Lopes/Esguelha

Ancoradouro do Outão Ancoradouro da Soltróia

APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, S.A.

Doca do Clube Naval

Setubalense Clube Naval Setubalense. Marina Marbella Marina Marbella Setúbal. Marina de Tróia3 Marina de Tróia, SA.

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IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE AMEAÇA ANTROPOGÉNICA

No que respeita à influência das actividades pesqueiras sobre os roazes, os dados são relativamente escassos e indefinidos. Como já foi referido, não existem estudos sobre o impacte destas actividades na população de roazes do Sado, e qualquer informação a este respeito é difícil de obter devido a conflitos de interesse. Deste modo, não são identificadas neste trabalho as fontes de ameaça antropogénica associadas à actividade pesqueira.

Relativamente à poluição acústica subaquática de origem antropogénica, apesar de existirem evidências de pressão acústica elevada no estuário (dos Santos, 1998), são insuficientes os estudos para que se possa estabelecer uma relação de causa-efeito, entre os agentes ou actividades económicas locais, e os efeitos negativos que a poluição acústica possa ter sobre os roazes do Sado. Deste modo não é possível identificar, no presente trabalho, os agentes locais que perturbam os roazes em termos de ruído subaquático.