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II. I DENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE AMEAÇA ANTROPOGÉNICA

2.2. L OCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS FONTES DE AMEAÇA

Uma vez que um dos objectivos deste capítulo, consiste na identificação das fontes de ameaça, sobre a população de roazes, e sua localização, foi construído um Sistema de Informação Geográfica (SIG4), baseado num estudo do INAG (por publicar), em informação

geográfica disponível on-line e em diversa informação já referida no capítulo I, relativa à caracterização das fontes de pressão.

A vantagem, da utilização deste sistema, prende-se com a facilidade de identificação e localização dos agentes/estruturas perturbadoras e, na quantidade de informação relevante, de cada agente, que se pode armazenar (e.g. tipo de ameaça – degradação da qualidade de água, tráfego marítimo, pesca ou poluição acústica; efeitos da sua actividade na população de roazes).

A localização no terreno dos agentes identificados no Capítulo II-2.1, permite perceber quais se localizam mais próximos das áreas vitais dos roazes (embocadura do estuário, canal sul e interior do estuário (Gaspar, 2004)) e os que, apesar de se localizarem fora da área utilizada pelos roazes, a alguns km’s de distância, podem perturbá-los, ainda que indirectamente.

No SIG construído foi utilizado um modelo raster, constituído por 76 imagens georreferenciadas retiradas do GoogleEarth com o referencial WGS84. O SIG foi desenvolvido com recurso ao software ArcView – ArcMap versão 9.2, onde se procedeu à transformação das imagens para o referencial Datum 73 Hayford-Gauss do IPCC.

A figura II-1 apresenta a localização geográfica de todas as fontes de pressão identificadas nas tabelas II-2 e II-3, à excepção das empresas de observação de golfinhos, uma vez que o seu meio de acção é a globalidade do estuário e não uma localização fixa.

São também identificadas as as descargas urbanas directas, apesar de não estarem identificados os agentes responsáveis, que, como se pode ver na figura se localizam junto à cidade de Alcácer do Sal.

IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE AMEAÇA ANTROPOGÉNICA

Figura II-1. Localização das principais fontes de pressão antropogénica (por tipologia) sobre os roazes e estuário do Sado.

Segue-se um conjunto de figuras mais pormenorizadas, para facilitar a identificação de cada tipologia de pressão, apresentada na figura II-1.

Através da figura II-2 conseguem-se identificar e localizar no espaço, dois ancoradouros, um clube naval, uma doca de recreio, uma marina recém construída (Marina de Tróia) e a Doca Pesca de Setúbal.

De acordo com a base de dados introduzida, é possível identificar, nas janelas de identificação do software, o tipo de ameaça a que corresponde cada agente/estrutura e os respectivos efeitos nos roazes.

Através da análise das janelas de identificação (Figura II-3), verifica-se que a Doca das Fontaínhas contribui para o tráfego marítimo e poluição acústica, tal como todos os outros portos5, com os consequentes efeitos nos roazes do Sado (de entre os quais se salienta,

como observável na figura II-3: alteração de actividades, aumento de apneia e mascaramento de comunicações). A Doca Pesca de Setúbal contribui ainda, como é óbvio, para a actividade piscatória e para a degradação da qualidade de água do estuário.

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IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE AMEAÇA ANTROPOGÉNICA

Na figura II-4 apresenta-se a localização de duas unidades industriais, a fábrica da Maurifermentos e a Central Termoeléctrica de Setúbal, a ETAR da Cachofarra (da responsabilidade da empresa Águas do Sado), e os terminais portuários identificados também na figura. Nas janelas de identificação do software é possível identificar, como tipologia de ameaça de cada agente/estrutura, a degradação da qualidade de água do estuário.

Figura II-2. Pormenor da localização de quatro portos de recreio e um porto de pesca.

Figura II-3. Informação disponível no SIG construído – Identificação da fonte, tipo de ameaça e efeitos nos roazes.

IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE AMEAÇA ANTROPOGÉNICA

Os terminais portuários contribuem também para o tráfego marítimo e poluição acústica associada aos motores dos navios. Desses terminais, três são de serviço público (Terminal Multiusos zona 1 e zona 2, Terminal RollOn RollOff e Terminal Sapec-Agro), da responsabilidade da TERSADO S.A., SADOPORT S.A., APSS e Sapec-Agro respectivamente, e um de uso privativo (Terminal das Praias do Sado) da responsabilidade Somincor S.A.

Na figura II-5 é possível identificar e localizar uma marina de recreio (Marina Marbella) da responsabilidade da Empresa Marbella Setúbal, que contribui para a afluência das embarcações de recreio ao estuário, com os impactes sobre os roazes e estuário já identificados (Tabela II-1).

É também possível localizar as empresas: Alstom, Ambicare e CITRI que, segundo o INAG, contribuem para a degradação da qualidade de água do estuário; e ainda quatro terminais de uso privativo: Terminal ABB Alstom, Terminal Tanquisado, Terminal Lisnave e Terminal Eurominas, da responsabilidade da Alstom, Galp Energia, Lisnave e Secil – Cimpor – Secil Martingança – CMP respectivamente, que contribuem para o tráfego marítimo e poluição acústica associada à movimentação dos navios.

Figura II-4. Pormenor da localização da ETAR de Setúbal, da central Termoeléctrica, da fábrica da Maurifermentos e quatro terminais portuários.

IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE AMEAÇA ANTROPOGÉNICA

Figura II-5. Pormenor da localização de três unidades industriais, uma marina de recreio e quatro terminais portuários.

Na figura II-6 salienta-se a localização das ETAR’s de Águas de Moura (da responsabilidade da SIMARSUL) e de Pontes e Faralhão (da responsabilidade da Águas do Sado), e do porto de pesca da Gâmbia, identificados, pelo INAG, como fontes de poluição da água do estuário.

O porto de pesca, para além da degradação da qualidade de água, contribui ainda para o tráfego marítimo, com a poluição acústica a este associada, e para o desenvolvimento das actividades piscatórias.

As ETAR’s identificadas na figura II-7 contribuem, como já foi discutido, para a degradação da qualidade de água do estuário do Sado, sendo a ETAR de Tróia da responsabilidade da Sonae Turismo, e a ETAR Comporta-Cambado da responsabilidade da Câmara Municipal de Alcácer.

Também o Porto Palafítico da Carrasqueira contribui para a degradação da qualidade de água, para além de potenciar as actividades piscatórias, o tráfego marítimo e a poluição acústica no estuário.

O ancoradouro da Soltróia, da responsabilidade da APSS, contribui para o tráfego marítimo de recreio e poluição acústica associada.

IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE AMEAÇA ANTROPOGÉNICA

Figura II-6. Pormenor da localização de três ETAR’s e um porto de pesca.

IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE AMEAÇA ANTROPOGÉNICA

Figura II-8. Pormenor da localização de duas ETAR’s fontes de poluição para o estuário.

A figura II-8 permite localizar geograficamente duas ETAR’s: Monte Novo Palma e Montevil, ambas da responsabilidade da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, fontes de poluição da água do estuário.

Finalmente, na figura II-9, apresenta-se a localização de duas ETAR’s (Forno da Cal e Bairro da Quintinha) da responsabilidade da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, identificadas pelo INAG como fontes de poluição da água do estuário do Sado. É também apresentada a localização de oito descargas urbanas directas, e portanto sem qualquer tipo de tratamento.

Neste trabalho apresenta-se uma simples amostra da potencialidade que um SIG poderá ter no âmbito da gestão integrada do estuário e, conservação da população de roazes. O sistema desenvolvido poderia ser disponibilizado ao público, numa plataforma on-line, podendo constituir uma importante ferramenta de apoio a futuros estudos, mantendo uma base de dados actualizada, de acordo com planos de monitorização, existentes e futuros, e integrando, também, a evolução dos instrumentos de ordenamento do território.

IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES DE AMEAÇA ANTROPOGÉNICA

NECESSIDADE DE UMA GESTÃO INTEGRADA