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Quanto à responsabilidade para realizar depósito de documento nos repositórios institucionais, do total de 20 respondentes, identificou-se que o depósito realizado por bibliotecário corresponde a 18 (90%). Em 10 (50%) RI, o processo de submissão é feito por estagiário e/ou bolsista, 9 (45%) gestores afirmaram que o responsável pela comunidade/coleção deposita documento. Já em 6 (30%) RI, autor da obra e técnico-administrativo fazem depósito da produção científica da instituição. Por fim, 1 (5%) respondente informou que a submissão ocorre por colheita “harvesting” automática de outros sistemas de informação da universidade, conforme se pode observar na Tabela 8.

Responsável pelo depósito Nº de respostas %

Autor da obra 6 30

Bibliotecário 18 90

Estagiário e/ou bolsista 10 50

Responsável pela comunidade/coleção 9 45

Técnico-administrativo 6 30

Outro(s) 1 5

Total de respondentes 20

Fonte: Dados da pesquisa.

*Nota: Questão de múltipla escolha.

Ao verificar que o autor da obra é responsável pelo depósito de documento em apenas seis RI, constata-se que o autoarquivamento não é realizado na maioria dos repositórios institucionais analisados. Este resultado contrasta com os dados obtidos na análise das políticas de funcionamento, visto que todos os treze documentos investigados possuem a diretriz que o autor da obra também pode realizar depósito de documento nos RI.

Os resultados demonstram que a maior parte do depósito da produção científica das universidades federais é realizada pelas equipes técnicas dos RI, confirmando a pesquisa de Andrade (2012), realizada com repositórios institucionais de instituições de ensino e pesquisa do Brasil.

O número reduzido de autoarquivamento contraria o princípio norteador do movimento de acesso aberto aos RI (Via Verde) (HARNAD, 2007; MARCONDES; SAYÃO, 2009). A esse respeito, Assis (2013) alerta que o autoarquivamento ainda não é uma prática comum entre os pesquisadores.

Os RI estudados comprovam a afirmação de Viana e Márdero Arellano (2006), ao relatarem a dificuldade existente em conseguir levar os autores ao autoarquivamento sistemático de sua produção intelectual.

Diante do exposto, entende-se que a institucionalização de uma política de autoarquivamento, a qual estabeleça a obrigatoriedade dos autores realizarem os depósitos das suas obras é uma alternativa para aumentar o número de autoarquivamento nos RI. Esta medida poderá assegurar o povoamento dos repositórios institucionais que, consequentemente, oferecerá maior visibilidade à produção intelectual da instituição que, por sua vez, colaborará com o fortalecimento do movimento de acesso aberto à informação científica.

pelo depósito de documento, 17 (85%) dos 20 gestores dos RI, disseram que essa ação é realizada, no entanto, 3 (15%) deles afirmaram que não oferecem capacitação aos depositantes.

Este resultado afirma os trabalhos de Leite (2009), Carvalho (2011), Moura (2011) e, Torino, Torino e Melzer (2013), os quais orientam o desenvolvimento de treinamento para os depositantes como estratégia para estimular o autoarquivamento da produção intelectual da instituição, além de divulgação do RI.

O treinamento dos responsáveis pelo depósito de documento é uma das ações que os gestores dos repositórios institucionais devem oferecer para capacitar tanto às suas equipes técnicas quanto os autores das obras, nos casos de autoarquivamento. Evidencia-se a necessidade de capacitação do depositante, ainda mais, nos casos dos repositórios que não possuem um manual para auxiliá-lo na padronização de metadados no processo de descrição de documento.

Ressalta-se que os três gestores que disseram não ofertar treinamento, relataram como motivo a carência de bibliotecários na equipe técnica do repositório, sendo que dois desses respondentes afirmaram que o RI possui apenas um profissional da informação, o qual desenvolve as atividades de gestão.

Do total de 17 gestores que declararam oferecer treinamento para os responsáveis pelo depósito de documento nos RI, conforme a Tabela 9, 11 (64,71%) informaram disponibilizar esse serviço para bibliotecário. Já 9 (52,94%) disseram que estagiário e/ou bolsista, responsável pela comunidade/coleção e técnico- administrativo são capacitados para a submissão de documento. Ainda, 7 (41,18%) respondentes afirmaram treinar autor da obra e 1 (5,88%) declarou que técnico em informática e toda a comunidade da universidade recebem treinamento.

Tabela 9 - Responsável pelo depósito de documento contemplado com treinamento*

(continua) Contemplados com treinamento Nº de respostas %

Autor da obra 7 41,18

Bibliotecário 11 64,71

Estagiário e/ou bolsista 9 52,94

(conclusão) Contemplados com treinamento Nº de respostas %

Técnico-administrativo 9 52,94

Técnico em informática 1 5,88

Outro(s) 1 5,88

Total de respondentes 17

Fonte: Dados da pesquisa.

*Nota: Questão de múltipla escolha.

Conforme se observa na Tabela 9, o número reduzido de RI que oferece treinamento a autor da obra confirma que a grande maioria das submissões de documentos é realizada pelas equipes técnicas dos repositórios. Assim sendo, para que o processo de autoarquivamento seja incentivado nos RI, Carvalho (2011) defende a necessidade de sensibilizar os pesquisadores quanto à importância do depósito de sua produção, através de campanhas de divulgação e/ou treinamento.

Quando perguntados sobre a realização de revisão/controle de metadados antes da validação do depósito de documento, dos 20 gestores, 19 (95%) afirmaram que essa ação é realizada pelo RI, enquanto 1 (5%) disse que não revisa/controla os metadados.

Esses dados corroboram com a obra de Leite (2009), a qual recomenda que a verificação dos metadados seja feita por um bibliotecário na última fase do processo de submissão de documento, antes de disponibilizá-lo para pesquisa, visando reduzir a inconsistência de metadados e aumentar a qualidade da representação da informação dos recursos nos RI.

O único gestor que afirmou não controlar os metadados antes de aprovar o depósito, justificou que a responsabilidade pelo depósito de documento no RI é dos “administradores” das comunidades e/ou coleções, com exceção das teses e dissertações que são migradas do Sistema Pergamum.

Conforme destaca a Tabela 10, dos 19 gestores que afirmaram realizar revisão/controle de metadados, 18 (94,74%) informaram que essa atividade é executada por bibliotecário, já 2 (10,53%) respondentes disseram que estagiário e/ou bolsista, assim como responsável pela comunidade/coleção revisam os metadados inseridos no RI antes de validar o depósito de documento.

Responsáveis Nº de respostas %

Bibliotecário 18 94,74

Estagiário e/ou bolsista 2 10,53

Outro(s) 2 10,53

Total de respondentes 19

Fonte: Dados da pesquisa.

*Nota: Questão de múltipla escolha.

Estes resultados ratificam os estudos de Freitas, Silva e Guimarães (2009), Moura (2011) e, Torino, Torino e Melzer (2013), ao apontarem que a revisão de metadados é realizada por bibliotecários nos repositórios institucionais de universidades analisados.

Diante dos resultados apresentados nesta seção temática, verificou-se que a maioria dos repositórios investigados possui apenas um bibliotecário na equipe técnica. Deste modo, deduz-se que nesses RI, a revisão de metadados não seja realizada em todos os documentos armazenados.

Entende-se que estagiário e bolsista, além de outros componentes da equipe técnica do RI, mesmo treinados para realizar depósito de documento, não devem ser responsabilizados pela revisão/controle de metadados, pois o bibliotecário é o profissional capacitado para executar tal atividade no repositório.