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Departamento de Alimentação e Nutrição

No documento Relatório de Atividades 2013 (páginas 83-86)

14. Desempenho das Ações realizadas pelos Departamentos Técnico Científicos e Museu

14.1 Departamento de Alimentação e Nutrição

Ao Departamento de Alimentação e Nutrição (DAN) compete:

a) Promover, coordenar e realizar investigação e desenvolvimento em alimentação e nutrição, identificando as necessidades e estabelecendo as respetivas prioridades de nomeadamente as fixadas pelo Ministério da Saúde, acordo com as estratégias nacionais e internacionais, que reforcem os programas nacionais e a internacionalização;

b) Promover, coordenar e implementar programas de observação em saúde associados à alimentação e avaliar o risco e benefício para fins do desenvolvimento de planos de prevenção e controlo da doença;

c) Assegurar a recolha, compilação e transmissão à Direção -Geral de Alimentação e Veterinária, para efeitos de comunicação à Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, dos dados analíticos nacionais relativos à composição, incluindo contaminantes e outras substâncias químicas, dos géneros alimentícios e alimentos para animais;

d) Assegurar a função de laboratório de referência para a saúde, nos domínios da segurança alimentar e nutrição, através da implementação de novas metodologias, do estudo epidemiológico laboratorial de doenças de origem alimentar, da prestação de serviços diferenciados, incluindo ensaios analíticos, produção de materiais de referência, e da organização de programas de avaliação externa da qualidade laboratorial.

Das atividades realizadas em 2013 pelo DAN podem ser salientadas as ações que se encontram abaixo descritas.

Relativamente aos projetos de investigação e desenvolvimento:

 Rose4Pack - Embalagem biodegradável ativa com extrato de alecrim (Rosmarinus officinalis L.) para incrementar a vida útil dos alimentos. O projeto teve início em Abril de 2013 e a duração de 2 anos. Este projeto visa desenvolver e avaliar a eficácia de uma nova embalagem alimentar ativa que incorpora extrato de uma planta com propriedades antioxidantes. Pretende-se que a nova embalagem tenha uma atividade antioxidante que permita conservar a qualidade dos alimentos e aumentar o seu prazo de validade. A nova embalagem ativa será também usada para minimizar o uso direto deste aditivo alimentar, uma vez que irá libertar o aditivo para o alimento durante o armazenamento. Investigador responsável: Doutora Ana Sanches Silva. O Rose4Pack é financiado por Fundos FEDER através do Programa Operacional Fatores de

Competitividade – COMPETE (FCOMP-01-0124-FEDER-028015) e por Fundos nacionais da

FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia (PTDC/AGR-TEC/3366/2012).

 MycoMix - Estudo exploratório dos efeitos tóxicos de misturas de micotoxinas em alimentos para crianças e potencial impacto na saúde, decorre entre Maio de 2013 e 2015. A ocorrência de

micotoxinas (metabolitos secundários produzidos por fungos) constitui uma preocupação crescente em saúde pública. A ocorrência simultânea de micotoxinas poderá constituir uma preocupação adicional. O presente projeto visa estudar os efeitos tóxicos de misturas de micotoxinas detetadas em alimentos para crianças e avaliar o eventual risco de exposição. Não existem, até ao momento, dados sobre a exposição das crianças Portuguesas a estas toxinas. O projeto (PTDC/DTPFTO/0417/2012) é coordenado pela Doutora Paula Alvito e inclui uma equipa multidisciplinar do INSA e da Direção Geral da Saúde. É um projecto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

 EConDA - Economics of Chronic Diseases (http://www.econdaproject.eu/) Abril de 2013 a

Outubro de 2015. O projeto EConDA é liderado pelo UK Health Forum. As doenças crónicas não transmissíveis representam as principais causas de mortalidade global, sendo responsáveis por mais mortes do que todas as outras causas combinadas. O objetivo principal do projeto é ajudar os Estados-Membros a implementar políticas de prevenção destas doenças.O projeto irá desenvolver um modelo de micro-demonstração sobre os custos e “encargo” da doença no futuro para oito países Europeus (Bulgária, Grécia, Finlândia, Lituânia, Holanda, Polónia, Portugal e Reino Unido).

 ORQUE SUDOE - Observatório de Investigação para a Qualidade Ambiental do Sudoeste Europeu. 2013 – 2014.O projeto ORQUE SUDOE (SOE3/P2/F591) coordena os esforços e as competências de nove parceiros para implementar ferramentas inovadoras e fiáveis de modo a monitorizar a quimiodiversidade e biodiversidade do espaço SUDOE. Visa avaliar a evolução a longo prazo de contaminantes ainda não identificados ou “emergentes” em importantes zonas de produção aquícola de áreas-piloto. Financiado pelo FEDER, é liderado pela Université de Pau et des Pays de l'Adour, França, sendo no DAN/INSA a Investigadora Principal Isabel Castanheira a responsável.

 Organização de conferências e formação em colaboração com entidades internacionais:

“IMEKO international TC8, TC23 and TC24 Symposium 2013"- Symposium on Traceability in Chemical, Food and Nutrition Measurements”, 22-25 de September de 2013, INSA I.P., Lisbon. Working Meeting “INFOGEST COST Action FA 1005 Improving Health Properties of Food by Sharing our Knowledge on the Digestive Process”, 4-6 de June de 2013, INSA I.P., Lisbon. Summer Course “Total Diet Study Exposure”, 7-12 de July de 2013, INSA I.P., Lisbon.

Relativamente ao Laboratório de Referência:

O arsénio é um elemento tóxico que ocorre no ambiente quer de forma natural quer a partir de fontes antropogénicas. A principal fonte de exposição humana é através da ingestão de alimentos e água contaminados. No entanto a sua presença nos alimentos não é por si só suficiente para aferir sobre a sua toxicidade. É fundamental identificar as espécies químicas presentes pois são

estas que vão determinar o grau de toxicidade do arsénio. Assim, o arsénio inorgânico, presente por exemplo no arroz, está classificado como cancerígeno estando demonstrada a sua relação com cancro da pele, pulmões e bexiga. Por outro lado, a arsenobetaina, uma espécie orgânica predominante nos peixes, é considerada não tóxica, não representando um risco para a saúde humana.

O Laboratório de Materiais de Referência do DAN implementou a técnica hifenada de HPLC-ICP-MS para especiação química de arsénio. Trata-se do estado da arte das metodologias utilizadas na identificação e quantificação das espécies químicas de arsénio presentes em géneros alimentos, uma vez que permite aliar o poder de separação da cromatografia liquida à elevada sensibilidade do ICP-MS.

Relativamente à Prestação de Serviços Diferenciados:

A Qualidade expressa pela Acreditação é muito mais do que

um sistema normativo. Evidencia, quantifica variações

aleatórias, diminui a incerteza analítica, cria uma linguagem comum na comparação de resultados.

No ano de 2013 o DAN investiu na metodologia de acreditação de ensaios tendo proposto 25 ensaios para âmbito de descrição Flexível Global. Este tipo de acreditação proporciona aos laboratórios do DAN uma nova capacidade de resposta em situações futuras, permitindo adaptar, de forma mais célere, a oferta dos seus ensaios acreditados a novas solicitações. A concessão de acreditação flexível global é o reconhecimento, por parte da entidade competente, da capacidade técnico-científica dos Laboratórios para poder, de forma autónoma, entre avaliações do IPAC, implementar, validar e incluir novos ensaios na lista de

ensaios acreditados.

Relativamente ao Observatório de Saúde:

O Departamento de Alimentação e Nutrição (DAN) do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. (INSA, I.P.) realizou em parceria com a GS1 Portugal, no dia 31 de outubro de 2013 em Lisboa, a 6ª Reunião Anual do Programa PortFIR - Portal de Informação Alimentar com o tema “Gestão da Informação Alimentar: Presente e Futuro”. A sessão de abertura da 6ª Reunião Anual PortFIR foi realizada pelo Professor José Calheiros (Vogal do Conselho Diretivo do INSA, I.P.) e contou com a participação do Dr. Fernando Leal da Costa (Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde) e do Eng.º João de Castro Guimarães (Diretor Executivo da GS1 Portugal). Estiveram presentes aproximadamente 100 participantes representando, profissionais da saúde, laboratórios, comunidades académica e científica, indústria alimentar e da distribuição, entre outros

.

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. (INSA, I.P.) foi o anfitrião do primeiro TDS- Exposure Summer School 2013, que contou com a presença de 21 delegados de 15 organizações (13 beneficiários do TDS-Exposure, e três organizações externas) de 14 países, bem como 13 formadores (10 TDS-Exposure e três externos).

A formação teve por objetivo reunir os peritos e capacitar os vários países para a implementação e desenvolvimento de Estudos de Dieta Total, uma importante ferramenta de Saúde Pública que permite a monitorização e vigilância, fornecendo uma base científica para a exposição alimentar da população aos contaminantes e nutrientes. Este é um projeto que assenta numa forte componente de formação e suporte, dedicada aos países que ainda não têm estudos de dieta total implementados, assegurando a produção de dados consistentes, reunidos num único banco de dados.

Também em 2013, realizou-se a 1ª Reunião conjunta dos Programas Nacionais de Avaliação Externa da Qualidade, nas áreas da Microbiologia de Alimentos e Microbiologia de Águas. 12 de novembro de 2013. A reunião contou com a presença habitual de alguns membros da Public Health England (PHE), nomeadamente, a Dr.ª Nita Patel, coordenadora da Food and Environment Proficiency Testing Unit (FEPTU) e Dr.ª Heena Shah, Business, Information and Network Manager da FEPTU, tendo estado presentes cerca de 90 elementos dos laboratórios participantes nestes Programas.

Os PNAEQ para as áreas da Microbiologia de Alimentos e Microbiologia de Águas, que no ano 2013/14 contaram com 46 e 48 laboratórios participantes, respetivamente, são coordenados pelo Departamento de Alimentação e Nutrição (Lisboa e Porto) e integrados no PNAEQ do INSA, I.P. Estão inseridos num programa que engloba mais de 50 países, coordenado pela PHE. Todos os “PHE EQA Schemes” estão acreditados pelo United Kingdom Accreditation Service (UKAS) de acordo com a ISO/IEC 17043: 2010 – Conformity assessment - General requirements for proficiency testing.

É reconhecida pelas autoridades e comunidade científica internacional a importância dos ensaios interlaboratoriais. A participação nestes ensaios encontra-se ainda reforçada por imperativos legais e normativos, nacionais e internacionais, sendo uma exigência para todos os laboratórios acreditados (NP EN ISO/IEC 17025: 2005), pelo que a existência de Programas Nacionais vem facilitar e contribuir para o seu cumprimento.

No documento Relatório de Atividades 2013 (páginas 83-86)