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DEPOIMENTOS DOS FILHOS DAS CURVAS DO TREM

No documento A MENINA E AS CURVAS DO TREM (páginas 43-57)

Ao concluir este livro dona Laura nos confessa um desejo rabiscado no papel: “Filho, ficaria feliz se todos fizessem um depoimento; ficaria lindo. Aí, seria um livro também dos filhos e dos netos. Beijo. Mãe”.

E assim, os oito filhos de dona Laura, cada um a seu jeito e livremente, a começar pelo mais novo, manifestou sua homenagem de louvor e agradecimento à dona Laura: A menina das curvas

Dona Laura, minha querida e amada mãe é uma mulher incrível, que se reinventa a cada nova situação, mostrando sempre o lado bom da vida, que nem tudo está perdido e sempre vale a pena.

A vida deste teu filho, minha mãe, teve o rumo totalmente reprogramado, graças a uma ligação telefônica, no intervalo entre as aulas, onde entre outros assuntos, fui informado da sua decisão de ir embora para o Mato Grosso do Sul, morar com mano mais velho.

Convidado a te acompanhar, mal sabia aquele menino que estava tomando a decisão mais importante de sua vida. Minha única certeza era de que estava com minha mãe e então nada poderia dar errado. E minha certeza se concretizou. Hoje tenho uma família maravilhosa e um objetivo a seguir na trilha dos teus passos.

Contigo aprendi o que também aprendeste: ouvir o silêncio e sempre buscar a palavra certa.

Mesmo nos momentos incertos, foste sábia. Sabedoria certamente emprestada dos Deuses.

Mãe, teu amor nos tornou pessoas boas, mas teus ensinamentos diante das dificuldades da vida nos tornaram fortes e melhores, guerreiros das causas justas. Teus valores são nossos agora. Temos a missão de continuarmos juntos a trilha que fizeste ao longo do trem, com serenidade, paz e justiça.

Mãe, gratidão por ter formado uma família tão especial. Obrigado por ter nos dado a vida e a oportunidade de ir além. Você é a minha pessoa. Obrigado por tudo. Um beijo do filho Vilson

Júnior.

Tem coisas que não podemos definir ou explicar claramente. Coisas que quando observamos não entendemos e parece não ter lógica ou não serem racionais.

Um caso que exemplifica isto são as coisas que as Mães fazem. Elas são capazes de abdicar

dos próprios sentimentos para se dedicar a compreender os sentimentos dos filhos, mesmo que eles nem percebam ou reconheçam o esforço.

Elas são capazes de deixar o conforto da vida de uma grande cidade, para dedicar-se a família numa cidade pequena do interior. Enfrentando inúmeros desafios e provações neste novo e desconhecido território. Elas têm uma força capaz de suportar tristezas profundas e ao mesmo tempo, confortar e animar aqueles que caíram.

Será que podemos defini-las como super- heroínas? Não, pois os heróis são imaginários. Mães são humanas, são reais, podemos toca-las e abraça-las e até magoa-las. Elas estão sempre ali muito próximas de nós.

No entanto, eu não critico quem define sua mãe como uma super-heroína, afinal elas são especiais. Elas têm força para gerar um novo ser, resiste a dores insuportáveis, fazem mágicas com alimentos, mudam o rumo da história, entoam canções tão belas que nos fazem dormir, enfrentam adversários muito mais fortes, mudam tudo e logo a seguir mudam de novo.

Eu mesmo acredito nos poderes de uma mãe, por que eu tenho uma na minha vida. Ela se chama

Laura e a ela eu atribuo todos os poderes possíveis. Poderes estes que foram usados para gerar uma família linda e fabulosa. Sempre cuidando, amando, guiando pelos caminhos da vida com um único objetivo: a felicidade.

Mãe, obrigado por me proteger dos males deste mundo, de me amar, de me orientar mostrando os caminhos certos. Hoje eu me sinto um super-herói também. Oh, como te amo dona Laura. Um beijo do filho José Luiz.

Mãe, teu amor nos tornou pessoas boas, mas teus ensinamentos diante das dificuldades da vida nos tornaram pessoas ainda melhores.

Nos transformaste em grande guerreiros das causas justas. Os teus valores são nossos agora.

Temos a missão de continuarmos juntos a tua caminhada, que também é a nossa, com amor e paz no coração.

Sou eternamente grata por ter formado esta família tão especial, honrada e maravilhosa.

Sou eternamente grata por ter-nos dado a vida, e a oportunidade de sempre ir mais além, impulsionada pela tua garra de viver e jamais esmorecer.

Obrigada por tudo. Você é a minha pessoa, e mora sempre no lado esquerdo do meu peito. Um beijo da filha Maria Angélica.

Essa é a menina que andou pelas curvas do trem e que se tornou mulher forte e destemida. Soube enfrentar com muita garra todos os obstáculos que foram surgindo pela frente.

E também as alegrias, uma delas, a linda e nobre missão de se tornar minha mãe. Sei que não foi por acaso que Deus nos colocou sob o mesmo teto: tínhamos uma missão. E foi morando juntas que alinhamos rumos e aparamos arestas, nos

aperfeiçoamos. Com esta convivência crescemos em vida e espírito.

Muito agradeço a dona Laura, minha mãe, ela oportunidade de poder praticar a tolerância, a compaixão, o respeito e todos os predicados que nos tornaram melhores. Tenho orgulho de ser sua filha, por tudo que fez e faz. Escritora na melhor idade. Olha só que incrível, concluindo o seu 4º livro.

Rogo ao Pai celestial que lhe dê muita saúde e paz de espírito. Que cumpramos nossa missão com louvor, até o dia que o Pai, todo poderoso, resolver nos dar a vida eterna. A sua bênção, minha mãe. Um beijo da filha Lélia.

Falar sobre a minha mãe é motivo de orgulho e alegria e eu teria um milhão de palavras para descrevê-la e contar muitas coisas que nos envolveram no decorrer destes 60 anos que a conheço...

Gosto de lembrar a minha infância quando acordava com aquele cheirinho de café preto passado, que pairava no ar, pois sabia que durante aquela refeição matinal ela nos ofertava um ovo quente que o tio Guilherme trazia... Até hoje, quando sinto o cheirinho de café preto passado na hora, fico imaginando e recordando àqueles momentos...

Já quando eu estava maior e trabalhava no Banco do Brasil (e me exibia por isso) e, nos finais de semana, o Apolo “bombava” e eu não podia faltar, mas tinha que ter a permissão dos pais para poder frequentá-lo. E ela, levantava largando a costura de sua máquina Singer e ia falar com o pai para pedir autorização e, naquele momento ela voltava com um sorriso no rosto do consentimento...

Com esta mesma máquina Singer, lembro também quando ela costurou uma pantalona boca de sino bordô, cós alto com nesga e uma camisa floriada com as mangas também de sino iguais a do John Travolta realizando assim uma vontade minha de fazer parecer com aquele que era meu ídolo...

Minha mãe também é uma mulher de fé. Acredito e confio muito nas suas orações e a vejo sempre rezando o terço e intercedendo sempre a

favor de todos os seus filhos e sei que estarás sempre de plantão rezando por seus amados...

Lembro de um momento inesquecível quando precisei das suas orações: foi quando, depois de velho, não lembro a data certa, mas lembro do ocorrido: Eu estava morando no Mato Grosso do Sul e fui convidado para dar aulas na Faculdade de Presidente Epitácio-SP e aceitei o desafio.

Quando cheguei para a minha primeira aula o Diretor da Faculdade me chamou em particular uns minutos antes, e me contou que a professora a qual eu estava substituindo tinha saído a pedido da direção, mas os seus alunos estavam em protestos com abaixo assinado pedindo a sua volta e que não aceitariam ninguém em seu lugar.

Apavorado, espiei pela janelinha de vidro da sala de aula que eu deveria entrar e, sem coragem de enfrentar, corri para o banheiro, peguei o celular e liguei pra mãe e contei pra ela e ela me disse:

“-Vai lá meu filho, porque tu não estás sozinho. Estou agora acendendo uma vela e rezando por ti e podes acreditar aqui na sua mãe que tu vais resolver, e tudo ficará bem, pois eu estou contigo!”

Minha mãe se parece muito com o seu pai, o meu avô João: herdou sua garra, coragem, determinação, perseverança, atitude, e brabeza também. Isso a faz não se dobrar e lutar até o fim, pois não desiste nunca de sonhar e imaginar um mundo melhor e mais bonito acreditando sempre que “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, ela sempre repete.

Agradeço a Deus por ter me dado esta minha mãe, que me enche de orgulho. Dona Laura, minha patronesse e escritora preferida. Um beijo do filho Luiz Eduardo.

Querida D. Laura! Achei que já tinhas ensinado tudo que uma mãe devia ensinar a um filho, mas enganei-me. Os anos passaram e tua coragem, criatividade, curiosidade e sabedoria frente à vida permanecem vivas no tempo a me ensinar e orientar.

Assim, continuas sendo fonte de inspiração e exemplo de vida, vivida com retidão e entusiasmo. Orgulho-me de tê-la como mãe.

Ensinastes o valor maior da fraternidade pelo exemplo. Sinto-me feliz e grato por todo amor que me deste.

Desconheço quem não nutre bons sentimentos e respeito pela senhora. Quando quero me apresentar e lograr alguma atenção especial me socorro em teu prestígio e logo vou anunciando:

“-Sou o João, filho da D. Laura e do Seu Vilson!”. E de pronto, tudo ficava mais fácil. Afinal, era os filhos diletos da D Laura que pediam passagem.

Teu zelo nos guardou das armadilhas da noite e tornaste o mundo mais bonito e melhor para nós e tantos outros que cruzaram o teu caminho. Amo-te muito! Um beijo do filho João

Antônio.

Hoje aos 62 anos de idade vejo dona Laura provavelmente mais próxima de sua essência, seu cerne mais profundo.

Ao passar pelas muitas etapas de minhas vivências tive olhos para muitos rostos e braços desta mulher que se acercou de nós, seus filhos, no curso de nossas vidas.

Às vezes repressora, noutras vezes, lúdica. Num dia, sonhando, distante; no outro cantando, lutando; poucas vezes a vi chorando.

Mas, sempre forte, atenta; sábia e leoa na defesa de seus filhos.

Várias facetas. Verdadeiro mar de surpresas. E também incompreensões.

Hoje, esta filha primogênita entre as mulheres filtra o caminhar desta mãe e a cerca de todo o amor e respeito.

E é de coração aberto que nesta ocasião a homenageio: Laura mãe que me trouxe até aqui.

Porque o que importa é o que somos e onde chegamos conduzidos por tua mão.

Obrigado meu Deus por poder vê-la ainda com vida e saúde, forte e escritora...

Obrigado por me fazer lembrar de tantas jornadas que empreendi e venci. E você estava lá ao meu lado. Permanecendo até hoje.

Agradeço a minha mãe a vida que tenho: meus sonhos, projetos, ideias, criação e rebeldia, que nos tornaram fortes. Um beijo dona Laura, minha mãe, da filha Léa.

Querida mãe. Não tenho a letra tão bonita como a sua. E tampouco a suavidade de suas mãos. Mas rabisco este papel para demonstrar que ainda pulsa dentro de mim um coração que, de quando em vez, se desprende das palavras e se entrega aos caprichos do amor, da saudade e a vontade de estar perto.

É o que faço agora me aproximando de ti, por entre os sons e as palavras que nos une desde o ventre, para além dos oceanos e cerrados, rios e fontes e a pampa que nos orienta e consome. Mas sempre pelas linhas do trem...

Falar de dona Laura sem valer-se do auxílio do coração é a tarefa mais difícil. De sorte contrária, se me deixo embalar pelo seu acalanto e

pulsar suave de seu colo, sinto-me livre para voar e sonhar.

Esqueço que um dia fui um menino magro, franzino e amedrontado com o peso da primogenitura; que contemplou em silêncio os primeiros anos do casal e a vida a dois que recém iniciava.

Nos teus braços minha mãe todo o medo dissipava-se, toda a tristeza sumia e eu me sentia protegido por aquela mulher forte e destemida.

É como me sinto agora, depois de mais de 60 anos passados. Tenho muito do que me orgulhar desta mãe, mulher, esposa, profissional, liderança religiosa e comunitária, e escritora.

O mérito da família de tê-la, dona Laura, ao lado de nosso saudoso pai, Vilson, e todos aqueles passageiros, filhos da “Rede”, que participaram da trajetória desta menina pelas curvas do trem, é o maior dos presentes que Deus poderia nos dar. Obrigado mãe querida. Um beijo do teu rebento primeiro, o filho Carlos Alberto.

HOMENAGEM AOS SAUDOSOS

No documento A MENINA E AS CURVAS DO TREM (páginas 43-57)

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