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Quando se observa os fatores e os desafios enfrentados pelos pilotos, é possível entender que o conjunto destes atuando mesmo que não seja estabelecido um padrão a todos os envolvidos, estes colaboram para que o índice de fadiga seja estabelecido. Vários elementos estão inseridos, despertando sempre no meio aéreo a busca de conhecimentos que estão associados ao estado fisiológico bem como à saúde mental de cada indivíduo. Conforme o artigo sobre a saúde onde estudos revelam os motivos mais frequentes relacionado ao sintoma da fadiga, no qual afetam as condições físicas são:

- Depravação de sono; - Perturbação do sono;

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- Estresse mental, emocional em relação a problemas familiares, ansiedade ou até o estresse perante a exames periódicos;

- Esforço físico em demasia e;

- Problemas de saúde, com inclusão de dieta não adequada e desidratação.

Durante a atividade, os pilotos procuram gerenciar diversos sistemas os quais contém muitas informações necessárias para executar a função. (RAYOL, 2009).

A fadiga pode ser entendida como o estado fisiológico onde acontece uma redução das capacidades no desempenho físico e ou mental, que são consequências dos fatores acima mencionados. As pesquisas realizadas, relatam que a fadiga contribui entre 15 a 20% nos acidentes aéreos. A fadiga não é um caso único, porém é uma consequência de muitos fatores que interconectam a necessidade fisiológica de um indivíduo. O cansaço sendo uma debilidade contida entre unicamente o período de uma atividade, sendo ela por exemplo uma fraqueza muscular devido a uma atividade física que desenvolvem sintomas os quais podem ser aliviados com um repouso; já a exaustão se apresenta através de uma confusão mental, na qual pode trazer delírios, desmaio, dificuldades de permanecer acordado, dificuldades para dormir, até mesmo tornar a pessoa reclusa. (CALDWELL, 2009, apud RAYOL, 2009).

O estado de fadiga tem base na interação combinada dos ritmos circadianos, estado de alerta, sonolência e efeitos do débito de sono. A influência negativa pela falta de sono, trazem degradação física, psicomotora, sonolência excessiva e comprometimento do desempenho cognitivo. O estado de melhor performance do cérebro corresponde a um estado de alerta adequado onde permite que o indivíduo seja capaz de captar as informações que são importantes ou deletar as mesmas dentro de um determinado ambiente. O estado de alerta pode depender da hora do dia pois é influenciado através do mecanismo circadiano. O relógio biológico humano, produzirá efeitos de sonolência independentemente das atividades executadas, estando o indivíduo em repouso ou trabalhando. Pode de se compreender que a referência de o quanto melhor uma pessoa executa uma tarefa, é determinado pelo seu nível de alerta. Assim sendo, quando se trata de relacionar a fadiga humana em seu entendimento por completo é preciso considerar muito além das horas consecutivas de trabalho, mas também os efeitos produzidos pelo período do dia no qual a tarefa está sendo realizada. (CNFH & CNPAA, 2017).

Devido aos diferentes horários que ocorrem os voos, onde a escala de trabalho se realiza muitas vezes á noite através de madrugadas em claro, os pilotos são expostos a um conflito direto com o organismo o qual está ligado ao sono, afetando a saúde dos mesmos e podendo ser problemático em sua vida social e familiar. Dependendo de que forma ocorre a

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alteração do sono dentro de seu ciclo, é possível ter um considerável desgaste que afeta a performance e eficiência da pessoa em referência a saúde, estado psicológico e comportamental. (RAYOL, 2009).

Seguindo ainda o autor, que através de sua obra destaca o encontro de alguns dos efeitos que fadiga ocasiona, trazendo uma preocupação para a gestão de segurança de voo onde é necessário uma especial atenção e cuidado com eles que são:

- Ausência de motivação; - Esquecimento;

- Baixa performance; - Julgamento prejudicado;

- Baixo índice para tomada de decisão, considerando falta de posicionamento correto ou ações precipitadas que afetam o parecer final.

Diante dos itens mencionados e que estão relacionados à fadiga, pode se compreender que os riscos existentes na vida dos aeronautas devem ser estudados a fim de se buscar o gerenciamento constante das jornadas de trabalho, escalas de voos, descanso adequado entre outros fatores que podem oferecer uma incerteza de alta modificação nos níveis de saúde física e mental. Estes aumentam a probabilidade da ocorrência de perigo durante as operações. (RAYOL, 2009).

Durante a jornada de trabalho do piloto, é evidente que esteja submetido a riscos devido a modificações no ambiente ao qual executa suas tarefas, ele sofre influência de fatores como vibração, ruído, baixa umidade do ar e de pressão de oxigênio que atuam no organismo. A prestação dos serviços aéreos é feita de uma forma dinâmica nos dias atuais e expõe o tripulante a um sistema de longas jornadas, cruzando fusos horários fazendo modificações no ciclo biológico. O ciclo conhecido com circadiano onde este que tem a origem de uma combinação de palavras, circa e diem proveniente do latin, é influenciado pela luz, temperatura do dia e noite e completa a atividade dos seres vivos. Através destas informações, pesquisadores tentam buscar uma maneira de definir as variáveis que influenciam na vida destes profissionais. (RAYOL, 2009).

Uma investigação sobre distúrbios específicos de afastamento temporário por motivos de saúde por mais de 15 dias foi feita durante o período de 21/08/1996 a 20/10/2000, no qual revela uma realidade desafiadora. (MORAES, 2001).

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Tabela 4- Número em percentuais de 77 pilotos afastados por distúrbios

CAUSA DO AFASTAMENTO %

Transtornos mentais (Exceto fobia de voo) 55,85

Distúrbios Ósteo-Mio-Articulares (exceto da coluna vertebral) 22,27

Transtornos na coluna 11,69

Alcoolismo 7,79

Transtornos auditivos 5,19

Transtornos cardiovasculares 5,19

Fobia de voo 3,90

Transtornos do metabolismo dos carboidratos 3,90

Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) 2,60

Uso de cocaína 1,30

Gravidez 1,30

Transtornos da tireoide 1,30

Fonte: Relatório de afastamento temporário CEMAL (2001) – Adaptado.

Conforme a tabela acima é possível perceber que até o ano de 2000, a fadiga não é percebida como causa de afastamento, porém tendo com maior causa, os transtornos mentais com 55,85%. Sendo assim é possível compreender a mudança em relação ao estudo da fadiga que vem sendo acompanhado por diversos pesquisadores e chamando a atenção das autoridades.

O controle de estresse e fadiga é de suma importância na aviação, pois a carga de trabalho quando constantemente alta pode vir a reduzir a capacidade física e mental de um piloto comprometendo as funções cognitivas, assim como, a memória para procedimentos de emergência, sua percepção para riscos, julgamento e tomada de decisões não adequadas para a correta resolução de um conflito. A atividade aérea ainda pode ser comprometida pela baixa motivação do piloto, que pode levar ao prejuízo no controle do risco e prática de erros em situações de perigo. Portanto, o controle de fadiga deve ser algo fundamental para garantir um bom funcionamento e saúde operacional. (BAUER, 2020).

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