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5 A EPISTEMOLOGIA DA ARQUITETURA

5.3 Ontologia BI

5.3.5 Descrevendo temas de análise

Verificam-se na literatura várias metodologias para o desenvolvimento de soluções de BI (INMON, 2002; KIMBALL et al., 1998, 2002; SELL, 2001). Essas metodologias prevêem etapas para o levantamento dos requisitos da solução, modelagem do Data warehouse, construção das ferramentas ETL e construção das ferramentas analíticas. As metodologias tradicionais, no entanto, não abordam métodos para facilitar a apresentação dos dados reunidos no DW para a comunidade de usuários. Usuários constantemente têm de recorrer à equipe técnica para extrair informações do DW por que não conseguem compreender quais dados existem no DW e como podem extraí- los.

A equipe de desenvolvimento de projetos de BI do Instituto Stela (2006), em que o autor atua na pesquisa e desenvolvimento de soluções de BI desde 1998, percebendo a dificuldade dos usuários em compreender a abrangência dos dados reunidos em seus repositórios de dados, desenvolveu uma metodologia para mapear os dados reunidos nesses repositórios em assuntos. Essa metodologia é descrita em detalhes em Gonzaga (2005) e em Tissot (2004).

Seguindo as etapas dessa metodologia, conforme ilustra a Figura 16, primeiramente os elementos de dados do DW são divididos em assuntos. Um assunto corresponde a uma coleção de tabelas de fatos e suas respectivas dimensões, criados para reunir os dados sobre um determinado processo do negócio. Cada assunto pode compreender um ou vários tópicos, denominados unidades de análise. Uma unidade de análise corresponde a uma unidade de informação, mantida por uma (comumente) ou por várias tabelas de fatos. Cada unidade de análise reunirá várias unidades de conteúdo, que são as medidas pelas quais são mensuradas as unidades de análise. As unidades de conteúdo correspondem às medidas das tabelas de fatos e respectivas operações de sumarização ou ainda a outros atributos utilizados para apresentação das unidades de conteúdo. Cada unidade de análise pode conter ainda uma ou várias unidades de filtros, que são atributos descritivos mantidos pelas dimensões do DW, utilizados para permitir, entre outras, operações de

slice e drill sobre uma unidade de análise (GONZAGA, 2005; TISSOT, 2004).

Figura 16 - Etapas da Metodologia do Instituto Stela para Projeto da Área de Apresentação de Soluções de BI.

Fonte: Gonzaga (2005)

A Figura 17 apresenta uma tela da ferramenta analítica Plano Tabular do Diretório de Grupos de Pesquisa do Brasil (DGP). O Plano Tabular é um instrumento concebido para permitir que a comunidade científica possa facilmente obter dados sobre as atividades de pesquisa e desenvolvimento conduzidas pelos grupos de pesquisa brasileiros. No Plano Tabular, o assunto

corresponde ao data mart do Diretório de Grupos de Pesquisa. As unidades de análise correspondem a “Grupos de Pesquisa”, “Linhas de Pesquisa”, “Pesquisadores”, “Estudantes”, “Técnicos”, “Produção C,T&A (Científica, Tecnológica e Artística)” e “Empresas/Grupos”. No caso da unidade de análise Produção C,T&A, são relacionadas a unidade de conteúdo total de autores e várias outras que representam totalizações por tipo de produção. Essa unidade de análise possui diversas unidades de filtro, tais como ano da publicação, instituição de lotação do autor da produção, entre outras. As unidades de filtro permitem agrupar ou filtrar as informações sobre a unidade de análise selecionada.

Figura 17 - Apresentação das Unidades de Análise, Filtros e de Conteúdo na Ferramenta Plano Tabular

Visando atender projetos de ferramentas analíticas estruturadas segundo a metodologia do Instituto Stela, foi introduzida na Ontologia BI uma classe para descrever as unidades de análise. As unidades de conteúdo e de filtro são definidas pelos conceitos DB_Attribute, Dimension, Dimension_Usage e por outros descritos nas seções anteriores. Até o momento, essas definições eram embutidas no próprio código das ferramentas produzidas pelo Instituto Stela, dificultando a modificação dessas definições em face às mudanças de

requisitos e inviabilizando a reutilização das ferramentas em domínios de aplicação diferentes.

Busca-se com a Arquitetura SBI apoiar a construção de ferramentas analíticas guiadas pelas definições da Ontologia BI, permitindo a reutilização do mesmo código para atender a demandas de diferentes tomadores de decisão. Dessa forma, as definições dos temas de análise podem ser alteradas sem a necessidade de modificar a sua codificação, além de permitir diferentes modalidades de navegação sobre os dados através dos relacionamentos semânticos entre os conceitos do domínio, conforme descrito nas seções seguintes. A classe Analysis_Unit, utilizada para descrever os temas de análise, é apresentada no Quadro 14 a seguir. Esta classe está associada às demais classes utilizadas para descrever tabelas de fato, dimensões e atributos, as quais foram descritas nas seções anteriores.

Quadro 14 - Descrição da classe Analysis_Unit

Atributo Descrição

has_analysis_unit_code Código identificador da unidade de análise

has_analysis_unit_name Descreve o nome da unidade de análise (e.g.,

Produção Científica e Tecnológica)

has_analysis_unit_dimension_usage Descreve quais instâncias da classe Dimension formam as dimensões (cabeçalhos de linha) da análise através de uma lista de instâncias da classe

Dimension_Usage.

has_analysis_unit_measure Mantém a lista de DB_Attributes que correspondem às

medidas e operações de sumarização associadas a unidade de análise

has_analysis_unit_allowed_user Lista de usuários (instâncias de User) que terão acesso à unidade de análise.

has_analysis_unit_allowed_role Lista de grupos de usuários (instâncias de Role) que terão acesso à unidade de análise.