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Capítulo 3: Aplicação dos programas de simulação no ensino da distribuição eletrónica

3.2 Descrição da execução da atividade prática

De uma maneira geral, pode-se afirmar que a aula planificada decorreu em dois momentos. No primeiro momento foi dada uma explicação de toda a atividade que os alunos teriam de desenvolver. No segundo, estes desenvolveram as tarefas propostas.

A aula iniciou-se com a entrega do roteiro de exploração e a sua leitura integral, sendo prestados todos os esclarecimentos solicitados. As dúvidas prendiam-se mais com o preenchimento da Tabela 3, relativa aos átomos, mais propriamente na coluna da “

Distribuição dos eletrões nos níveis de energia n=1 e n=2” e na coluna da “Distribuição eletrónica”, e ainda na contagem do número de “Eletrões” “Protões “e “Neutrões “, na

Tabela 4, relativa aos iões. Informei que no final da aula iria recolher um exemplar preenchido do roteiro de exploração de cada grupo para analisar o trabalho realizado.

Seguidamente procedeu-se à formação dos grupos de trabalho, tendo em conta o número de computadores disponíveis e a disposição dos alunos na sala. Foram requisitados cinco computadores portáteis, mas apenas três deles estavam em boas condições de funcionamento. Dois alunos de cada um dos turnos e a docente disponibilizaram os seus computadores portáteis pessoais. O número de elementos dos grupos de trabalho, formados em cada um dos turnos, encontra-se discriminado na Tabela 6.

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Turno Grupo de trabalho Nº de elementos

1.º Turno 1 2 2 2 3 2 4 3 5 3 2.º Turno 6 2 7 2 8 2 9 2 10 2 11 2

Tabela 6 - Constituição dos grupos de trabalho

De seguida, colocou-se um portátil em cada grupo e instalou-se o programa “Monte um átomo”, a partir da rede wireless da escola.

No primeiro contacto que os alunos tiveram com o programa “Monte um átomo”, experimentaram imediatamente a opção do jogo. Mas abandonaram essa atividade perante as sucessivas respostas erradas.

Os diferentes grupos de trabalho, facilmente preencheram as colunas da “Repres.

Esquemát”, “Número Atómico”, “Número Massa“, “Número de Eletrões”, “Número de Protões ”e “Número de Neutrões”, relativas à Tabela 3, uma vez que estes conhecimentos

já tinham sido adquiridos em aulas anteriores. As dúvidas mais frequentes persistiam nos conhecimentos que deveriam resultar da visualização do programa de simulação, mais especificamente na representação dos eletrões nos dois primeiros níveis de energia n=1 e n=2, relativos à Tabelas 3 e 4. Esta situação, talvez tenha ocorrido por os alunos não estarem habituados a esta forma de «manipulação» dos átomos, com a colocação dos protões e neutrões no núcleo e os eletrões nos níveis de energia. Foi notório a surpresa com que «criavam» tipos de átomos diferentes. Após passar esta fase surpresa ficaram mais calmos para completarem a Tabela 3. A maioria dos grupos de trabalho concluiu com êxito o preenchimento da Tabela 3. Nalguns outros grupos foram detetados um ou outro erro na contagem do número eletrões, protões e neutrões, tal como ilustra a figura seguinte.

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Tabela 8 - Trabalho realizado pelos grupos 10

A grande dificuldade sentida pelos diferentes grupos de trabalho verificou-se na resposta à pergunta “Como se distribuem os eletrões nos átomos?”. Os alunos tiveram

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dificuldade em sistematizar a informação fornecida no programa de simulação e no preenchimento da Tabela 3. Frequentemente colocavam as seguintes dúvidas: “o que é para responder nesta questão?”, “não percebemos esta pergunta”, “o que é para escrever aqui?”. O esclarecimento era feito com a interpretação da imagem fornecida no ecrã principal do programa de simulação. Perante a insistência das dúvidas, de forma consciente ou inconsciente, muitas vezes acabava por ser fornecida uma possível resposta, que os alunos aproveitavam para a transcrever para o roteiro de exploração. Como se pode ver as respostas não divergiram muito do 1.º turno (grupo 5) para o 2.º turno (grupo 10).

Figura 14 - Respostas dos grupos de trabalho 5 e 10

No preenchimento da tabela relativa aos iões, notou-se dificuldade na contagem do número de “Eletrões” “Protões “e “Neutrões “. Verificou-se uma certa insegurança nesta contabilização e na mudança de análise dos átomos para os iões. A ajuda era pedida para confirmar se a contabilização do número de “Eletrões”, “Protões “e “Neutrões estava correta ou para auxiliar na compreensão da estrutura atómica dos iões em relação à estrutura atómica dos átomos. As questões repetiam-se pelos diferentes grupos de trabalho: “preciso que venha ver se está bem”, “ será assim…?”, “não entendo nada dos iões!”, “como se vai contar o número de eletrões, protões e neutrões nos iões?” (…). A ajuda foi feita recorrendo à escrita de pequenas anotações, que sistematizasse as informações mais importantes referente aos átomos e aos iões. Apesar destas dúvidas, os diferentes grupos de trabalho concluíram esta tarefa, tal como se pode observar nos exemplos a seguir.

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Tabela 10 – Trabalho realizado pelo grupo 10 na tabela dos iões

A mesma dificuldade da sistematização da informação recolhida na Tabela 8, também, foi sentida na pergunta: “Como se distribuem os eletrões nos iões?”. Os alunos sentiram dificuldade em explicar por palavras suas a distribuição dos eletrões pelos níveis de energia n=1 e n=2. Foi evidente que as palavras-chave: níveis de energia n=1 e n=2, iões positivos, iões negativos, perda de eletrões, ganho de eletrões, ainda não estavam na «ponta da língua». Esta dificuldade é evidente nos exemplos a seguir ilustrados.

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Figura 15 - Resposta dada pelo grupo 5

Figura 16 - Resposta dada pelo grupo 10

Como o tempo da aula estava quase a terminar, alguns grupos de trabalho preferiram dedicar-se a responder às perguntas do jogo, de forma entusiástica. O inquérito foi a última tarefa desempenhada.

Neste acompanhamento efetuado pelos grupos, verificou-se alguma diversidade na abordagem no trabalho proposto. Alguns alunos seguiam a sequência das tarefas expostas no roteiro de exploração, outros optaram por preencher as colunas com os conhecimentos adquiridos nas aulas anteriores e só depois é que recorreram ao programa de simulação para obterem novas aprendizagens de forma a completarem as restantes colunas. Outros, ainda, optaram por visionar o programa “Monte um átomo” de forma a perceberem como se distribuíam os eletrões nos dois primeiros níveis de energia e só depois é que seguiram o trabalho proposto no roteiro de exploração.

Notou-se que os alunos que pertenciam ao primeiro turno cumpriam na íntegra todas as atividades propostas no roteiro e entregaram um exemplar, por cada grupo, totalmente preenchido. Os alunos do turno b não conseguiram concluir as atividades da página 4 do roteiro fornecido, pelo que foi sugerido para concluírem em casa. Esta situação ocorreu porque escolheram o método de trabalho de manipulação exaustiva do programa de

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simulação e só depois desempenharam as tarefas do roteiro de exploração. A recolha de um exemplar do roteiro, por grupo, ficou adiada para a aula seguinte.

Como evidências, anteriormente apresentadas, das respostas dadas pelos diferentes grupos de trabalho, foram escolhidos os grupos 5 e 10 por representarem o turno a e b, respetivamente, e serem os grupos que mais dificuldades apresentaram na aula. As respostas dos outros grupos de trabalho não diferiram muito. Os erros mais comuns que surgiram no roteiro de exploração foram na contagem do número de protões eletrões e neutrões.

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