• Nenhum resultado encontrado

Descrição da(s) relação(ões) A) Informações sobre a área geográfica

A área de produção da DOC «Piemonte» é muito extensa e encontra-se globalmente situada na parte central e meridional da região do Piemonte, estendendo-se às suas zonas setentrionais e aos vales alpinos, conhecidos pela longa tradição de produção de vinho. A área de produção inclui todas as zonas de relevo acidentado da região utilizadas para a viticultura, sendo excluídas as planícies e zonas de baixa altitude.

Os solos da região da DOC «Piemonte» estão sujeitos a constante erosão, devido a processos naturais ou a atividades agrícolas. Geralmente, caracterizam-se pelo facto de serem pouco profundos, de formação recente ou renovação constante pela erosão das encostas, com composição variável (mas predominantemente equilibrada ou apresentando uma estrutura tendencialmente fina, de franco-arenosa a franco‐argilosa ou franco-limo-argilosa), definidos, em termos químicos, por baixo teor de matéria orgânica, presença reduzida de fósforo assimilável; são com frequência solos calcários.

O clima é continental; as temperaturas no inverno podem ser muito baixas – inferiores a 4-5 graus – e os verões são secos e quentes, com temperaturas muitas vezes superiores a 35 graus. As variações de temperatura são moderadas durante o dia, em parte devido à altitude relativamente elevada, sobretudo nas zonas em que é praticada a «viticultura de montanha». A precipitação anual ronda os 700/900 mm, concentrando-se sobretudo no final do outono e na primavera.

A área da DOC «Piemonte» tem uma longa tradição vitícola, comprovada por dados históricos particularmente importantes, em especial datados da Idade Média. No entanto, foi no século XIX que se registaram alguns dos desenvolvimentos que contribuíram para a situação atual da vitivinicultura: a reconstituição dos vinhedos após a praga da filoxera veio renovar a tradição vitícola do Piemonte. Os esforços de investigação e experimentação subsequentes favoreceram a adoção de novas técnicas de viticultura e de vinificação a nível local, todas destinadas a melhorar a qualidade e a conferir as características específicas das castas e do território ao vinho do Piemonte. Assim, a atividade humana integrou os fatores naturais, não só através dos conhecimentos adquiridos no que respeita às condições pedoclimáticas, como também através da atualização contínua das técnicas, destinadas a preservar e a melhorar um produto com características inéditas.

Cate go ri a 1 (vi nho )

Os vinhos produzidos nesta região vitícola demonstram a natureza particular do território, uma vez que combinam, por um lado, fatores naturais que favorecem uma expressão original do potencial das uvas, com solos e um clima continental temperado, com variações de temperatura que permitem uma boa maturação das uvas, e revelam uma expressão equilibrada das diferentes componentes e aromas dos vinhos. A combinação dos fatores naturais e humanos acima descritos e a cobertura territorial da DOC «Piemonte» permitem obter várias categorias e tipos de vinho com características físico-químicas e organoléticas peculiares (cor, aroma e sensações gustativas). Estas vão desde os vinhos brancos, passando pelos vinhos tintos e espumantes até aos vinhos de uvas passas, cada um dos quais com um perfil sensorial característico.

Vinhos brancos – As condições ambientais temperadas e frias da região da DOC «Piemonte» permitem produzir vinhos brancos caracterizados pela cor amarelo‐palha, de intensidade variável, com acentuada frescura na prova olfativa, boa quantidade de extrato e acidez elevada. O sabor pode variar entre o seco e o meio-seco, consoante o método de vinificação. Se a casta sauvignon estiver presente ou prevalecer, os vinhos revelam aromas frutados mais intensos. Quando prevalece a casta moscato, os vinhos têm um típico aroma evocativo de flores brancas. Os vinhos desta categoria devem ter um título alcoométrico volúmico total mínimo de 10 %, embora oscilem geralmente entre os 12 % e os 13 %. A acidez total mínima é de 4,5 g/l, embora seja geralmente medida entre 5,5 e 6,5 g/l. Extrato não redutor mínimo: 15 g/l, embora seja geralmente medido entre 17 e 20 g/l.

Vinhos tintos – existem boas condições para a produção de vinhos tintos na totalidade do território, graças aos solos de diversas origens, mas todos relativamente pouco férteis, acidentados e com precipitação limitada, que asseguram uma boa maturação das uvas, nomeadamente no que se refere aos componentes fenólicos. O elevado nível de profissionalismo dos viticultores tem ditado, desde há muito, as variedades produzidas nas vinhas em função das suas necessidades específicas. Os vinhos apresentam geralmente cor vermelha viva, de intensidade variável, com nuances que vão do violáceo ao grená, consoante a casta. Os aromas são definidos por notas de frutos vermelhos, por vezes com ligeiras notas herbáceas. O sabor caracteriza-se por um grau de acidez moderado a considerável, mas as principais diferenças residem na perceção dos taninos, que varia significa­ tivamente consoante a casta principal, podendo ir de subtil (barbera, por exemplo) a forte (albarossa, freisa, por exemplo). Importa salientar que os diferentes tipos de solos e de condições climáticas e microclimáticas nas superfícies vitícolas do Piemonte implicam que as variedades possam ser expressas em graus de intensidade variável, revelando uma clara diferença a nível do perfil final dos vinhos. Os vinhos desta categoria devem ter um título alcoométrico volúmico total mínimo de 11 %, embora oscilem geralmente entre os 12 % e os 13 %. A acidez total mínima é de 4,5 g/l, embora seja geralmente medida entre 5 e 6 g/l. Extrato não redutor mínimo: 20 g/l, embora seja geralmente medido entre 22 e 24 g/l.

Vinhos rosados – As condições ambientais temperadas e frias da região da DOC «Piemonte» permitem produzir vinhos rosados caracterizados por uma cor entre o laranja e o vermelho-cereja, de intensidade variável, com acentuada frescura na prova olfativa, boa quantidade de extrato e acidez elevada. O sabor pode variar entre o seco e o meio-seco, consoante o método de vinificação.

Os vinhos desta categoria devem ter um título alcoométrico volúmico total mínimo de 10,5 %, embora oscilem geralmente entre os 12 e 13 %. A acidez total mínima é de 4,5 g/l, mas é geralmente medida entre 5,5 e 6,5 g/l. Extrato não redutor mínimo: 17 g/l, embora seja geralmente medido entre 17 e 19 g/l.

Ca tego ri as 4 (vinh o espum a nte) e 6 ( Vinho e spum ant e d e qu ali d ad e ar o mát i co )

As condições ambientais, climáticas e dos solos em que é produzida a DOC «Piemonte», dada a dimensão da área, permitem que as uvas atinjam um grau de maturação suficiente para produzir vinhos espumantes, selecionado o período de maturação mais adequado. As melhores condições para a produção de vinhos espumantes, em toda a área de produção, encontram-se nas zonas de menor altitude e com exposição menos favorável; estes vinhos caracterizam-se pelo título alcoométrico moderado, uma acidez média-elevada e sabor agradável, com espuma fina e persistente. Os vinhos espumantes são produzidos com fermentação secundária em autoclaves, quer sejam brancos, rosados ou tintos. Se forem utilizadas castas aromáticas, como a brachetto, produz-se um espumante tinto de intensidade média, por vezes com tons vermelho-cereja, de sabor delicado e diferentes graus de doçura e um aroma característico, delicadamente almiscarado.

Os vinhos desta categoria devem ter um título alcoométrico volúmico total mínimo de 10,5 %, embora oscilem geralmente entre 12 e 13 %. A acidez total mínima é de 5 g/l, embora seja geralmente medida entre 5,5 e 6,5 g/l. O extrato não redutor mínimo é de 17 g/l para os vinhos brancos e 20 g/l para os vinhos tintos, embora seja geralmente medido entre 17 e 20 g/l. O açúcar residual pode variar entre nulo (pas dosé), médio (demi-sec) e doce (como a variedade aromática Brachetto).

C atego ri a 8 ( vi nho fr isante natural)

As condições ambientais, climáticas e dos solos em que é produzida a DOC «Piemonte» permitem que as uvas atinjam um grau de maturação suficiente para produzir vinhos frisantes. Este tipo de vinho tem uma longa tradição no Piemonte, sendo predominantemente utilizadas castas tradicionais de uvas do Piemonte na sua elaboração. São vinhos que se caracterizam pelo título alcoométrico médio-elevado, acidez moderada e sabor agradável. Uma ligeira efervescência, combinada com um teor residual de açúcares moderado, intensifica a perceção das notas frutadas. Os vinhos frisantes são produzidos com uma ligeira fermentação secundária em autoclaves, quer sejam brancos, rosados ou tintos. Existem boas condições para a produção deste tipo de vinho em toda a área abrangida pela DOC.

Os vinhos desta categoria devem ter um título alcoométrico volúmico total mínimo de 10 %, embora oscilem geralmente entre 11 e 12 %. A acidez total mínima é de 4,5 g/l, embora seja geralmente medida entre 5,5 e 6,5 g/l. O extrato não redutor mínimo é de 15 g/l para os vinhos brancos e 20 g/l para os vinhos tintos, embora seja geralmente medido entre 17 e 22 g/l.

Categori a s 1 ( vinho ), 1 5 ( vinh o p rov eniente de uv as pas s as ) e 1 6 (v i nh o d e uv as so bream ad urecida s)

Toda a área está perfeitamente adaptada à produção de vinhos com elevado teor alcoólico, mas as suas características em termos de aroma intenso, doçura e corpo podem ser realçadas com um período de secagem das uvas nas videiras ou em locais especiais. Esta operação permite a concentração da cor do vinho, que passa a ser muito intensa, e alteração dos taninos, que se tornam intensos e envolventes, conferindo ao vinho uma boa estrutura e longevidade. As sensações gustativas variam consoante o grau de secagem. Na categoria «vinho», a secagem é feita em menor medida, possibilitando apenas uma redução da acidez e acrescentando uma certa suavidade. Na categoria «vinho de uvas sobreamadurecidas», a concentração é mais elevada, sendo percetível a quantidade de açúcar residual. Na categoria «vinho proveniente de uvas passas», o teor alcoólico é muito elevado, sendo percetível o teor de açúcar residual e os taninos bastante atenuados.

Se forem utilizadas variedades aromáticas, os aromas característicos são fortemente acentuados.

Os vinhos Piemonte de uvas passas tintos podem ter um título alcoométrico volúmico total mínimo de 16 % (dos quais pelo menos 9 % de álcool adquirido) para a categoria «vinho proveniente de uvas passas», de 15 % (dos quais pelo menos 12 % de álcool adquirido) para a categoria «vinho de uvas sobreamadurecidas» e de 13 % (dos quais pelo menos 10,5 % de álcool adquirido) para a categoria «vinho». A acidez total mínima é de 4,5 g/l. Extrato não redutor mínimo: 25 g/l para os vinhos provenientes de uvas passas e para os vinhos de uvas sobreamadurecidas e 23 g/l para a categoria «vinho».

Os vinhos Piemonte de uvas passas brancos podem ter um título alcoométrico volúmico total mínimo de 16 % (dos quais pelo menos 9 % de álcool adquirido) para a categoria «vinho proveniente de uvas passas», de 15 % (dos quais pelo menos 12 % de álcool adquirido) para a categoria «vinho de uvas sobreamadurecidas» e de 13 % (dos quais pelo menos 10,5 % de álcool adquirido) para a categoria «vinho». A acidez total mínima é de 4,5 g/l. Extrato não redutor mínimo: 22 g/l para os vinhos provenientes de uvas passas e para os vinhos de uvas sobreamadurecidas e 20 g/l para a categoria «vinho».

Os vinhos Piemonte Barbera de uvas passas podem ter um título alcoométrico volúmico total mínimo de 16 % (dos quais pelo menos 9 % de álcool adquirido) para a categoria «vinho proveniente de uvas passas», de 15 % (dos quais pelo menos 12 % de álcool adquirido) para a categoria «vinho de uvas sobreamadurecidas» e de 13 % (dos quais pelo menos 10,5 % de álcool adquirido) para a categoria «vinho». A acidez total mínima é de 4,5 g/l. Extrato não redutor mínimo: 26 g/l para os vinhos provenientes de uvas passas e para os vinhos de uvas sobreamadurecidas e 24 g/l para a categoria «vinho».

As condições geográficas da área da DOC são muito importantes na produção de vinhos de uvas passas. Além da garantia de que as uvas se encontram em perfeito estado de maturação, é necessário dispor das condições ideais para a sua secagem em locais especiais, designadamente baixa humidade, grandes variações de temperatura e ventilação adequada. No outono, a área da DOC «Piemonte», de abundantes colinas e contrafortes, é caracterizada por acentuadas variações de temperatura entre o dia e a noite. Além disso, os contrafortes aquecem mais com a insolação do que a planície, o que provoca uma circulação natural do ar ao crepúsculo. Este fenómeno é bem conhecido e comprovado pela ausência de nevoeiro, frequente no vale do Pó nessa época.

9. Outras condições essenciais (engarrafamento, rotulagem, outros requisitos)

Documentos relacionados