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4 A SEQUÊNCIA DIDÁTICA

4.1 Descrição das atividades

Em meados de abril, após várias orientações, passei a fazer a pesquisa etnográfica, que se iniciou em maio e durou o mês inteiro. Assim pude caracterizar o público de minha intervenção e o cenário pedagógico onde estamos inseridos. Foi então que em junho elaborei um questionário a fim de colher informações, por meio de material escrito, a fim de se descobrir a concepção que cada aluno possuía sobre língua, linguagem, gramática e variação linguística.

Este questionário foi aplicado e a partir dele começou o processo de intervenção no início de julho, assim que o recesso junino terminou e voltamos às aulas.

Percebi, por meio da análise das respostas dadas no questionário (apêndice A) que em sua grande maioria os alunos possuíam uma visão de língua como algo relacionado apenas à gramática normativa e não havia um discernimento sobre algumas questões-chave no aprendizado de língua materna, tais como: o que é falar bem, escrever bem, relação oralidade/escrita, dentre outras. Alguns acreditavam que a forma “correta” de usar a língua é na escrita, demonstrando total desprezo (e preconceito) à modalidade falada. Por outro lado, contraditoriamente, afirmava saber usar a língua portuguesa muito bem na fala, mas não na escrita.

ALUNOS (AS) QUANTITATIVO Z. URBANA Z RURAL

RAPAZES 09 03 06

MOÇAS 22 06 16

TOTAL 31 09 22

As questões foram assim agrupadas por mim: as de nº 7, 8, 9, 10, 11 e 23 são relativas ao falar; as de nº 17, 18, 19, 20, 21 e 22 referem-se ao escrever; e as de nº 14, 16 e 30 estão relacionadas à variação linguística. Todas estas de alguma forma estão tentando fazer emergir a concepção de língua que os estudantes possuem.

A questão 07 que trata da questão do “falar bem”, e pergunta se eles consideram que falam bem a língua portuguesa, obtive os seguintes resultados:

SIM NÃO NÃO SOUBERAM

RESPONDER

13 12 06

13 (06 rapazes e 07 moças) responderam sim; 12 (02 rapazes e 10 moças) responderam não e 06 (03 meninos e 03 meninas) não souberam ou não quiseram responder. Selecionei algumas respostas dadas a esta questão:

Aluno 2: “é o professor que ensina a falar”.

Aluna 3: “diz que fala bem porque não usa gírias”. Aluna 4: “diz que fala bem porque todos a entendem”. Aluno 5: “diz que fala bem porque todos o entendem”. Aluna 6: “afirma que fala bem porque escreve bem”.

A questão 8 quer saber dos estudantes o que é, para eles, falar bem. Dentre as respostas selecionadas (as mais curiosas) para análise, temos:

Alunas 7, 8 e 9 têm a mesma ideia: afirmam que é saber se expressar e ser entendido.

Aluna 10 relaciona o bem falar à questão da leitura em voz alta quando afirma que está relacionado à entonação, ritmo e ortografia/pronúncia.

Aluna 11 afirma que falar bem é obedecer a norma padrão. Aluno 12 diz que é saber verbos.

Aluna 13 afirma que é falar bonito.

A questão 9 pergunta se há uma forma correta de falar e qual seria?

SIM NÃO NÃO SOUBERAM

RESPONDER

18 10 03

Dentre os 18 que responderam que sim, alguns indicaram qual seria a forma “correta” de falar:

A forma correta de falar é a da gramática

É de acordo com o lugar e com os hábitos

É a do interior; da minha cidade

06 01 01

A questão 10 quer saber qual o objetivo da escola ensinar uma língua que eles já falam. Em sua maioria os alunos responderam que era para aprender a ler melhor ou ampliar o conhecimento, contudo algumas respostas chamaram mais atenção porque estavam voltadas a uma concepção tradicional de língua que ainda separa o que é “certo” do que é “errado” na língua. Um respondeu que era para consertar os erros de ortografia, outro afirmou que era ensinar o modo certo

de falar, e outro disse que era para aperfeiçoar e atualizar as regras e normas da língua. A mais estarrecedora foi a resposta da aluna que afirmou que era para “consertar nossos erros” [sic].

Paradoxalmente a estas respostas acima, na questão 11, onde pergunto se no Brasil as pessoas falam sempre do mesmo jeito e qual a diferença que eles percebem, as respostas foram assim contabilizadas:

SIM NÃO Não souberam

responder

02 26 03

Este resultado acima demonstra que há o reconhecimento de que apesar de a língua ser a mesma, não é falda da mesma forma pelos milhões de brasileiros.

As respostas que mais chamaram minha atenção foram:

“Não, á muitas diferenças linguísticas no Brasil, tais como sutaque, modo de falar, etc.” [sic];

“Não. O jeito das pessoas falarem se diferem de acordo com a região na qual elas vivem. Um exemplo é o Sul e o Nordeste”. [sic]

Surpreendentemente, na questão 23, ao perguntar se as pessoas sem instrução falam tudo errado ou não sabem falar o português, 17 alunos responderam que sim e 12 responderam que não, enquanto que apenas 02 não souberam responder. As respostas mais interessantes e inusitadas dos que responderam “não” e que fugiu à concepção tradicional de língua foram as seguintes:

Aluna 15: “Não, pois na convivência com as outras pessoas os fazem aprender” [sic];

Aluna 16: “Na verdade ninguém fala errado, mis sim da forma que foi ensinado” [sic];

Aluna 17: “Sabem falar, mas com gírias e sem concordância”;

Com relação às questões 14, 16 e 30, que tratam mais especificamente da variação linguística, considerei importante destacar algumas respostas que me chamaram mais a atenção. Na questão 14, a grande maioria respondeu que nas aulas de língua portuguesa são consideradas as variedades linguísticas e não se restringe ao ensino da gramática normativa, outros simplesmente responderam “sim”, por isso não reproduzi aqui nenhuma das respostas, pois não houve nenhuma de destaque. Na questão 16, poucos foram os que admitiram já ter passado por uma situação de discriminação pela maneira como falam. Na questão 30, a maior parte dos alunos acredita que usa a mesma língua sem alterar em nada a maneira como fala nos diversos contextos em que se encontra.

Questão 16: Você já sofreu algum tipo de discriminação por causa da maneira como você fala?

Aluno 19: “Sim porque tem muitas pessoas que não gosta do jeito que eu falo”. [sic]

Aluno 20: “Não. Discriminação não! Mas já corrigiram o meu modo de falar”. Aluno 21: “Sim, muitas vezes por pessoas de outras cidades como: Salvador e São Paulo”.

Aluno 22: “Já quando falei amalero para amarelo”. Aluno 23: “Sim, muitas vezes”.

Aluno 24: “Sim, muitas vezes até por colegas”.

Questão 30: Fora da escola você usa a mesma língua do mesmo jeito ou usa de maneira diferente?

Aluno 25: “Depende da situação”.

Aluno 26: “As vezes sim quando estou no face abreviu as palavras, quando estou em casa relaxo e não me importo com a forma como falo”. [sic]

Aluno 27: “A mesma, ou melhor, dependendo do local que esteja ou de com quem eu esteja”. [sic]

Aluno 28: “Uma língua diferente. Eu uso gírias”.

Aluno 29: “Uma língua diferente, a linguagem popular”. Aluno 30: “Não. Porque sempre utilizo minhas gírias”.

A partir desta constatação, parti para a intervenção propriamente dita, e realizei uma roda de conversa (duas aulas geminadas) que teve como ponto de partida a leitura de um capítulo do livro didático adotado pela escola e posterior discussão com a sala organizada em círculo para que todos pudessem se ver e também para propiciar uma maior participação de todos. O capítulo tem como título: Uma língua: muitas línguas/Variação linguística, do livro Ser Protagonista, da Editora Santa Maria. (anexo A). A partir dele provocações foram sendo feitas por mim para promover uma reflexão sobre aquilo que eles tinham lido e principalmente sobre o que tinham dado como resposta no questionário. Mesmo com a leitura do capítulo, ficou claro na fala dos alunos que as concepções que possuíam não tinham mudado apenas com a leitura daquele capítulo do livro didático e que além da conversa ali realizada, precisaria realizar algumas atividades que fizessem com que eles pudessem vivenciar situações de uso da língua que derrubassem alguns mitos revelados por eles e mostrasse como a língua muda de acordo com o contexto. Eis algumas consideração feitas oralmente por eles:

Depoimento 1: “(...) todas as pessoas do Brasil falam a mesma língua, mas algumas aprenderam a falar errado e é essa a diferença de falar a mesma língua e não falar: uns falam certo e outros falam errado”. (aluno de 16 anos)

Depoimento 2: “ (...) as pessoas que não se formaram, os mais velhos não falam muito bem”. (aluno de 14 anos)

Depoimento 3: “Professor, pessoas que estudaram falam melhor que o analfabeto”.

Depoimento 4: “No meu entender muitas pessoas falam errado a própria língua materna”.

A partir daí perguntei à turma se eles conheciam o gênero oral entrevista. Após ouvir as considerações dos que se pronunciaram, perguntei se eles gostariam de realizar uma entrevista com a comunidade a fim de observar a linguagem das pessoas e trazermos apara sala de aula o que eles coletassem para estudarmos e avaliarmos alguns aspectos da língua. Foi assim que elaborei as sequências didáticas que norteariam a nossa produção final e na aula seguinte

levei dois vídeos didáticos retirados da internet15 para exemplificar o que é uma entrevista, discutimos as ideias apresentadas no vídeo e em seguida expliquei sobre a linguagem utilizada nos diversos tipos de entrevistas e disse que eles precisariam vivenciar esta situação de gênero oral para entendê-lo melhor e fazer um roteiro para executar a entrevista. Este foi o primeiro momento da sequência: apresentação da situação, como denominam e propõem Schneuwly e Dolz (2004). Aproveitei a situação do preconceito linguístico evidenciado no questionário aplicado para servir de tema para nossa entrevista, já que

“as sequências visam ao aperfeiçoamento das práticas de escrita e produção oral (...) não podem assumir a totalidade do trabalho necessário para levar os alunos a um melhor domínio da língua e devem apoiar-se em certos conhecimentos, construídos em outros momentos (...) as sequências didáticas propõem numerosas atividades de observação, de manipulação e de análise de unidades linguísticas”.(SCHENEUWLY E DOLZ: 2004, p. 96)

A partir daí surgiram as três etapas seguintes da sequência didática, seguindo o modelo proposto pelos autores anteriormente citados: a primeira produção (simulação de uma entrevista com os colegas de sala a partir de um roteiro criado por eles e pelo que já sabem do gênero em questão, tendo como tema a Variação Linguística), os módulos (atividades que darão embasamento para domínio do gênero e do conteúdo a ser abordado na entrevista) até chegar à última, que é a produção final: a entrevista em si para daí fazermos um quadro comparativo dos traços graduais e descontínuos existentes no português do Brasil e presentes nos falares dos entrevistados. Sobre os módulos que compõem a sequência didática, os autores consideram:

O caráter modular das atividades não deverá obscurecer o fato de que a ordem dos módulos de uma sequência didática não é aleatória. Se vários itinerários são possíveis, certas atividades apresentam uma base para a realização de outras. (idem, p. 94)

Foi então que na aula seguinte levei e li o texto o Fax do Nirso (anexo B) para iniciar a discussão sobre variedades linguísticas (discutir as diferenças entre o oral e o escrito) de maneira descontraída e gerar mais algumas reflexões sobre

15

Os vídeos encontram-se disponíveis em: https://www.youtube.com/watch?v=wLz1dsj7Tn0 e

os usos da língua, afinal o Nirso obtém sucesso naquilo que se propõe a fazer mesmo sem dominar a ortografia oficial. Solicitei então que registrassem por escrito (em um parágrafo) o que foi discutido e me trouxessem na aula seguinte para finalizarmos esta atividade e assim eles pudessem perceber a necessidade do uso formal da língua na escrita e a diferença entre esta modalidade de uso da língua e a exposição oral. Na aula seguinte (02 aulas) alguns alunos voluntariamente leram suas considerações sobre o que foi discutido e eu fui fazendo observações acerca dos ajustes linguísticos, explicando a necessidade do uso formal ou não da língua na situação de comunicação que eles iriam realizar, considerando os interlocutores que iriam entrevistar e a utilizada na produção escrita deles. Segue abaixo dois textos produzidos por dois grupos, após toda a discussão relatada acima. No 1º texto, os alunos relacionam a discussão oral ao livro didático que trata da relação entre oralidade e escrita, assim como fica clara no texto a necessidade do uso da variedade de prestígio – que aparece representada pela palavra “gramática” – na situação apresentada. No 2º texto, o grupo deixa claro a diferença das duas modalidades de texto (oral e escrito), ressaltando sua complementaridade.

Para justificar a atividade que segue, necessário se faz registrar que, como foi relatado na etnografia, os alunos (aqui deste interior) em sua maioria fazem parte de um universo agrícola, esta é base econômica da região, são provenientes da zona rural em que a escrita não é tão desenvolvida e os ensinamentos por meio de provérbios é muito intenso e recorrente nos diálogos deles. Desta forma, a utilização dos provérbios nas aulas que seguem faz parte de uma estratégia para mostrar que mesmo sendo populares estes ditos mantém uma estrutura linguística formal, mesmo que em alguns o vocabulário seja muito mais próximo do popular. Mesmo porque, como já foi dito anteriormente, alguns alunos acreditam que não sabem escrever e que a única forma de “saber língua portuguesa” é por meio da escrita e utilização da norma padrão/formal, que eles acreditam não dominarem e acham que a língua falada por eles não serve para a escola, para os usos sociais da língua, revelando preconceito linguístico que pode ter sido desenvolvido na própria escola em anos anteriores.

Embora alguns vivam em áreas rurais, outros (ou até eles mesmos) possuem celulares, e como se utilizam de ditos populares em sua comunidade, desenvolvi uma atividade (04 aulas em dois dias) que consistia em utilizar emotions para decifração dos ditos populares que estavam sendo utilizados na brincadeira (anexo C). Os emotions foram expostos na TV pendrive em forma de slide e eles (em duplas ou trios) iam socializando o que sabiam sobre provérbios com aqueles que não o conheciam tão bem mas que conheciam os emotions por utilizarem celular com maior frequência e dominavam a comunicação mista (verbal e não-verbal) das redes sociais. Após a socialização das respostas, fomos analisando a estrutura linguística de cada provérbio até eles perceberem que apesar de serem ditos populares, apresentavam uma estrutura gramatical que estava convergente com a gramática normativa. Ou seja: chegaram à conclusão de que falavam norma padrão sem ter convicção ou plena consciência e assim perceberam que são falantes também da norma dita culta. Se um dos objetivos do trabalho com língua portuguesa é proporcionar o contato com a variedade padrão, acredito que este trabalho tenha contemplado isto.

Ainda assim solicitei que decifrassem alguns provérbios, mas que estavam numa linguagem mais formal (o vocabulário foi modificado propositalmente)

apenas para ilustrar que os mesmos são objetivos e curtos e que na modalidade mais formal, com palavras mais rebuscadas, eles não atingem o seu objetivo de ser breve e claro. E ainda: em algumas situações o vocabulário mais rebuscado não irá servir, assim como em algumas situações a formal não ajuda, pode inclusive até atrapalhar, considerando os objetivos da situação comunicativa e os envolvidos nela. Para concluir esta atividade detivemo-nos em cada provérbio para tentar exemplificar situações em que eles seriam empregados, enfatizando o caráter poético, metafórico de sua linguagem. É importante observar que, a partir desta atividade, foi evidenciado para os alunos que o processo de variação ocorre em todos os níveis de funcionamento da linguagem, sendo mais perceptível na pronúncia e no vocabulário. Esse fenômeno da variação se torna mais complexo porque os níveis não se apresentam de maneira estanque, eles se superpõem. São eles:nível fonológico, nível morfossintático e nível vocabular.

Antes da aplicação das atividades seguintes, que será com textos, resolvi apresentar um vídeo (02 aulas) que foi exibido no Jornal Hoje, rede Globo, sobre os sotaques do Brasil16. Este vídeo foi postado no grupo do facebook “Língua Portuguesa”17

, criado por mim no início deste ano com o intuito de postar textos, vídeos, informações e dicas sobre a língua para que eles tivessem um material complementar às aulas do colégio. E foi no Laboratório de Informática que assistimos a este vídeo18 com a utilização da rede social, propiciando também, a meu ver, o letramento digital.

A partir daí uma nova discussão, desta vez a partir de um vídeo, foi feita e, para mim, ficou claro, por meio das falas dos alunos, que tinham não só entendido o vídeo que trata da variação linguística do Brasil com relação ao sotaque ou ao vocabulário, mas também percebido a necessidade do respeito às diferenças linguísticas e que elas fazem parte de nosso cotidiano, queiramos ou não. Alguns alunos fizeram uma relação entre o vídeo e o que foi discutido na aula anterior na roda de conversa a partir do capítulo do livro didático, que aborda a riqueza da língua portuguesa do Brasil e fizeram associações também com palavras que usam em seu cotidiano e que varia em outros estados, lembraram a diferença de

16 disponível em:

http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2014/08/sotaques-do-brasil-desvenda- diferentes-formas-de-falar-do-brasileiro.html.

17

A página do grupo continua ativa em: https://www.facebook.com/groups/582135608552122/

18

pronúncia das letras do alfabeto, já que na sala havia um aluno que veio de São Paulo, além de outros que vieram de outros estados mais próximos e que deram exemplos de como se falam alguns vocábulos e expressões por lá: pão, geladinho, biscoito, frango, enrabar, tangerina, aipim, “comer um trem”, “se avexe não”, dentre outros.

O objetivo ao trabalhar este vídeo é proporcionar uma reflexão a fim de que chegassem à conclusão de que a língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua. Solicitei aos alunos que pesquisassem na internet e trouxessem (quem não tivesse acesso à internet a escola o disponibilizaria no turno oposto ou no intervalo) de casa uma lista de algumas expressões dos diferentes estados do Brasil para socializar na aula seguinte ou produzissem um texto sobre o que tínhamos discutido sobre os sotaques do Brasil19

Após socialização das expressões, foi o momento de distribuir entre eles (dupla) o texto “Nóis Mudemo”, de Fidêncio Bogo para realização de uma tarefa de interpretação em dupla (anexo D), e para posteriormente à leitura do texto abordar mitos sobre a língua (em forma de vídeo animado baixado do site youtube) e propor a confecção de um cartaz, contendo os mitos abordados, diferentemente da atividade de produção textual que foi feita na atividade após a roda de conversa. Desta vez a discussão foi em torno do ensino/uso da gramática em sala de aula. O texto deixa clara a rigidez com que ela é utilizada na escola e por meio desta crônica ilustra como o preconceito linguístico levou à evasão de um aluno e a uma reflexão da professora-personagem sobre o ensino de língua materna. Após a apresentação de uma breve exposição da biografia do autor, destacamos alguns elementos do gênero em questão: personagem, espaço, tempo, narrador, etc e exploramos o texto com algumas perguntas orais:

a) A professora agiu corretamente ao corrigir o aluno na frente da turma? b) O que revela para nós este comportamento da professora?

19

Algumas produções dos alunos sobre esta aula, que abordou os sotaques do Brasil, encontram-se em Apêndice C.

c) Na sua opinião, qual deveria ser a atitude da professora diante do aluno Lúcio? d) O pai do personagem Lúcio afirma que não sabe falar, que fala tudo errado. O que você acha desta afirmação?

e) Ao final da crônica, a professora chega a uma conclusão a respeito da gramática e de suas aulas de língua portuguesa. Que conclusão é esta? Em seguida uma atividade escrita (e em dupla) de interpretação de texto.

Após isto, apresentei o vídeo animado sobre Preconceito Linguístico20 e, em seguida, com papel metro, revistas, tesoura, cola e piloto, os alunos passaram a fazer a produção dos cartazes, que ficaram exibidos na sala de aula.

No encontro seguinte (02 aulas) após dividir a sala em seis grupos, distribuí cinco textos (anexo E), um para cada grupo. Ei-los: Aula de Português, de Carlos Drummond de Andrade; Erro de Português, de Oswald de Andrade; Pronominais, de Oswald de Andrade; Evocação do Recife, de Manuel Bandeira; O Portuguêis, de Jô Soares. A escolha destes textos se deu em virtude da provocação de uma

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