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2.3 Controle mecânico do biofilme dentário durante o tratamento

4.5.4 Descrição da intervenção

O primeiro exame do paciente foi realizado no período de instalação do aparelho ortodôntico. Os pacientes nesta fase do tratamento não estão com todos os acessórios instalados, visto que, eles não são colados em um único momento, mas em diversas sessões. Os pacientes avaliados estavam neste período e por este motivo alguns não haviam instalado nada, outros possuíam elástico separador, outros bandas e outros bandas e braquetes. Com

isto, se viu a necessidade de anotar além do nome do acessório, o elemento dentário a quantidade de dias de instalação.

O próximo passo foi a medição da profundidade de sondagem, a verificação do nível clínico de inserção e a quantidade de mucosa ceratinizada. O Índice Gengival foi obtido no momento da sondagem, e simultaneamente anotado. Só foram examinados os dentes totalmente erupcionados, excluiu-se o segundo e o terceiro molares e os dentes decíduos. Vale relembrar que, o exame inicial foi realizado pelo investigador nº1, e o sorteio para alocação dos grupos só foi executado ao final dos exames iniciais e o controle profissional do biofilme dentário.

Após isto, evidenciou-se o biofilme dentário com corantes para obter o Índice de Placa de O’Leary modificado. Neste momento foi entregue ao paciente um espelho para que ele visualizasse as áreas deficientes da escovação. O paciente recebeu uma escova dentária, de cabeça reta e consistência macia da marca Bitufo, para que a instrução de higiene oral fosse diretamente na boca.

A técnica de escovação ensinada ao pacientes foi a de Bass modificada. Quanto à sistematização da orientação de higiene oral, procedeu-se na seguinte ordem: primeiro a arcada superior por vestibular, lingual e oclusal e depois a arcada inferior seguindo a mesma seqüência. Para a higiene interproximal, que foi descrita após a escovação, utilizou-se um fio dental do tipo super-floss. Com o auxílio de um mostruário de escovas dentárias disponíveis no mercado (Figura 7) foi feita uma apresentação das escovas específicas para quem usa aparelho ortodôntico (a interdental, a unitufo e a ortodôntica) bem como do o passador de fio dental (agulha) e do super-floss. Todos os paciente foram orientados quanto à indicação e utilização de cada desses recursos mecânicos de higiene oral. Todas estas medidas de orientação foram determinadas como meio de sensibilização do paciente para os cuidados com a higiene oral.

Figura 7. Mostruário de escovas de dente da Oral B. Natal/RN, 2007.

O próximo passo foi a remoção criteriosa de cálculo e biofilme dentário com curetas periodontais universais 13-14 (Figuras 8 e 9) para os dentes anteriores, 14-15 para região interproximal e 17-18 para os posteriores (marca: Trinity). A cureta era introduzida dentro do sulco gengival contornando todo o dente, que era depois inspecionado para ver se não havia a presença de algum depósito de biofilme dentário. Por fim, era executado o polimento dentário com escova de Robson e pasta profilática (marca: Herjos-F - Vigodent), da seguinte forma: primeiro sem acionar o pedal de comando do contra-ângulo, espalhava-se toda a pasta profilática sobre o dente, dando especial atenção à região do sulco gengival e, somente depois que o pedal era acionado, percoria-se todas as faces do dente (Figuras 9 e 10) . Ao término dos exames, das aplicação do questionário, da orientação de escovação e da remoção profissional de biofilme dentário, o paciente sorteou qual grupo ele iria pertencer.

Figura 8. Remoção do cálculo e biofilme dentário com cureta periodontal 13-14, na fase do exame inicial. Natal/RN, 2007.

Figura 9. Remoção do cálculo e biofilme dentário com cureta periodontal 13-14, na fase de controle. Natal/RN, 2007.

Figura 10. Polimento dentário com pasta profilática e escova de Robinson, na fase do exame inicial. Natal/RN, 2007.

Figura 11. Polimento dentário com pasta profilática e escova de Robinson, fase de controle. Natal/RN, 2007.

Descrição da intervenção por grupo:

Grupo 1: Submetido ao controle mecânico mensal do biofilme dentário, executado pelo

profissional, durante seis meses, recebendo ao final 5 controles.

Grupo 2: Submetido ao controle mecânico trimestral do biofilme dentário, executado pelo

Grupo 3: Submetido ao controle mecânico semestral do biofilme dentário, executado pelo

profissional, durante seis meses, recebendo ao final 1 controle.

Nos exames subseqüentes, os pacientes pertencentes ao Grupo 1 receberam, todo mês, controle profissional de biofilme dentário e motivação de higiene oral pelo investigador nº 1, totalizando ao final cinco intervenções. Foram cinco e não seis intervenções, pois a primeira foi executada no exame inicial e a última, que no caso seria a sexta intervenção, foi aplicada após o exame final não tendo o seu efeito investigado e, portanto não entrando na contagem. A motivação para o cuidado com a escovação dentária era aplicada aos pacientes em que se observava deficiência na higiene oral. A estes pacientes, era entregue um espelho e indicado aonde havia falha na escovação, sendo ainda explicado como ele poderia utilizar as escovas recomendadas para a remoção do biofilme dentário nestas áreas.

Os pacientes do Grupo 2 tiveram o controle mecânico profissional do biofilme dentário da mesma forma que o Grupo 1, só que em intervalos de três meses, recebendo duas intervenções, a primeira no exame inicial e a segunda depois de três meses. A terceira intervenção não foi considerada, pois, da mesma forma que no grupo 1, esta ocoreu no momento do exame final.

E os pacientes do Grupo 3 foram submetidos ao mesmo tratamento do Grupo 1, só que esta intervenção foi aplicada uma única vez, no momento do exame inicial. Uma segunda intervenção também foi realizada nestes pacientes do grupo 3, mas como era no momento do exame final e para que seu efeito imediato não interferisse nos resultados, ela foi realizada após a coleta dos dados, e por isto teve o seu efeito excluído.

Ao fim do período de seis meses, foram aplicados em todos os pacientes de todos os grupos o Índice Gengival, o Índice de Placa, a medição da profundidade de sondagem, do nível clínico de inserção e da quantidade de mucosa ceratinizada, além da avaliação da presença e o tipo de acessório, mas só que pelo investigador nº2 que desconhecia a qual grupo pertencia o paciente. Neste momento do exame final (Figura 12), o paciente era primeiro examinado para depois realizar o controle profissional de biofilme dentário. Esta medida evitou que o controle de biofilme dentário, realizado antes do exame final, alterasse os resultados.

Figura 12. Exame final. Natal/RN, 2007.

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