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CAPÍTULO 3 MODELO DE ANÁLISE DA DISSERTAÇÃO

3.3 Níveis de Capacidade Para as Funções Tecnológicas

3.3.3 Descrição dos Níveis para a Função Processos e Organização da Produção de Hardware

Hardware

Nesta função, os níveis de rotina representam as capacidades de manufatura, em grau crescente, de itens de complexidade tecnológica simplificada como, por exemplo, kits SKD e CKD. Seus processos organizacionais e de manufatura são de modo geral simples, mas com graus crescentes de eficiência e agregação de técnicas e ferramentas gerenciais voltadas para os sistemas produtivos. Ainda nestes níveis, os controles de qualidades evoluem de intermitentes para controle em tempo real na medida em que a empresa acumula capacidades.

Já nos níveis inovadores, a empresa adquire, progressivamente, a capacidade de produzir e manufaturar itens com complexidade tecnológica crescente. As ferramentas gerenciais empregadas nos sistemas de produção adquirem complexidade e são desenvolvidos processos de automação para produção e testes. Os controles de qualidade são realizados com base em análises detalhadas de defeitos e os processos de produção e testes podem adquirir alto grau de complexidade tecnológica e ser copiado ou adotado pela matriz e/ou outras filiais.

1. Rotina Básica: neste nível, a capacidade da empresa em efetuar manutenção em seus

equipamentos para produção é de natureza corretiva e com auxílio de prestadores de serviço especializados. Sua capacidade de produção limita-se a montagem de kits SKD. Utiliza técnicas de planejamento de produção simples como PCP e suas práticas organizacionais são voltadas para a manutenção dos fluxos básicos da produção. Em termos de testes, seu controle de qualidade é intermitente e baseado em inspeções visuais.

2. Rotina Intermediária: no nível de rotina intermediária, a empresa adquire uma maior

capacidade na manutenção de seus equipamentos; neste nível ela é capaz de efetuar manutenções rotineiras (preventivas e corretivas) com pessoal próprio. Todavia, a instalação e configuração operacional de seus equipamentos são realizadas por equipes de terceiros. Sua capacidade de montagem é ampliada para kits CKD para posterior integração e montagem completa. Seu processo de produção é contínuo e com ajustes de linha, mas ainda com interrupções no processo, obtendo melhorias de eficiência por meio de experiência própria adquirida (learning by doing). Seus testes ainda são eminentemente visuais, mas passam a ser rotineiros durante todo o processo. Sua movimentação de materiais é melhorada com o uso de códigos de barras e etiquetas.

3. Rotina Superior: no último nível de capacidade de rotina para a função Processos e

Organização da Produção de Hardware, a unidade agrega, em termos de manutenção de equipamentos, a capacidade de reparar defeitos com equipe própria. Além disso, ela passa a ser capaz de instalar e configurar seus equipamentos sem ajuda de terceiros. Em termos de complexidade tecnológica dos itens montados, ela adquire capacidade de montar, por exemplo, placas densas com diversos componentes e produtos miniaturizados. Ela passa a ser capaz também de usar técnicas de reprogramação da fábrica sem perdas na produção. Seus sistemas de produção agregam otimização de insumos e a empresa é capaz de usar os sistemas de produção desenvolvidos por outras unidades da corporação. Por fim, as atividades relacionadas ao controle de qualidade passam a ser desempenhadas em tempo real e a empresa obtém certificações internacionais de qualidade como o ISO 9000:2000 e TL-9000.

A partir do nível 4, as empresas passam a inovar na função em exame, agregando capacidades tecnológicas cada vez mais complexas em Processos e Organização e Produção de Hardware.

4. Inovativo Básico: neste nível, além das atividades de manutenção em equipamentos dos

níveis rotineiros, a empresa consegue realizar cópias, com pequenas adaptações, em projetos de peças, componentes ou equipamentos existentes. Além disso, seus processos de produção adquirem maior complexidade ao ser capaz de implementar produção com base no conceito ‘zero defeito’. A empresa também passa a ser capaz de executar reengenharia de processos produtivos e de adaptar aqueles utilizados em outras unidades da Corporação e, não apenas, usá-los. Seus processos de testes e controle de qualidade são refinados com uso de engenharia CAD/CAM. Por fim, a empresa adquire capacidade de implementar automação de processos de produção e de testes.

5. Inovativo Intermediário: a empresa alcança elevadas taxas de eficiência para seus

equipamentos com o desenvolvimento de TPM (Total Productivity Maintenance) e passa a ser capaz de programar suas máquinas SMT. Suas linhas de produção ganham maior complexidade tecnológica ao incorporar a capacidade de efetuar total reformulação da organização dos processos produtivos, de executar ramp-up e produzir em baixa/média escala e de introduzir inovações organizacionais complexas como o Six Sigma, alcançando elevadas taxas de produtividade. Seu controle de qualidade é incrementado em termos tecnológicos ao fazer uso da análise detalhada de defeitos (FMEA). Seus processos de automação são também melhorados com o uso do RFID para produção e de CNCs em equipamentos existentes com utilização de CAD/CAM. Por fim, no nível Inovativo Intermediário a empresa é capaz de empregar técnicas ECN (reativo ou pró-ativo) e de usar CIM integrado com clientes, fornecedores, matriz ou outra filial.

6. Inovativo Intermediário Superior: em atividades relacionadas com equipamentos, a

empresa no nível Inovativo Intermediário Superior é capaz de especificar novos equipamentos e ferramentas de alta precisão e automatizado, em parceria com outra instituição; além de desenvolver soluções complexas em software ou hardware para equipamentos complexos. Suas linhas de produção têm capacidade, neste nível, de ramp-up em larga escala. A empresa é

capaz ainda de elaborar seus próprios processos produtivos com uso de equipamentos e

software altamente sofisticados, diferenciando-se regionalmente. No caso da complexidade

dos itens fabricados pela empresa, ela passa a ser capaz de produzir e testar placas miniaturizadas e de alto desempenho. Seus processos de testes também adquirem grande capacidade tecnológica ao obter a capacidade de executar inspeção ótica automatizada (integrada ao SPC), desenvolver testes de produtos e sistemas à base de rádio freqüência. Além disso, as empresas integram ferramentas complexas como o DFx com os sistemas da fábrica.

7. Inovativo Avançado: neste nível a empresa é capaz de desenvolver processos de produção

com uso de equipamentos e software altamente sofisticados, diferenciando-se, desta vez, globalmente. A unidade também desenvolve ferramentas gerenciais para o sistema produtivo que possuem aplicabilidade global e em outros setores industriais. Seus processos de testes agregam produtos e sistemas ópticos. Além disso, suas ferramentas de testes são de tal monta complexa em termos tecnológicos, que são institucionalizadas pela matriz e exportados para outras filiais.

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