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3. Metodologia

3.2 Procedimentos

3.2.1 Descritivo dos experimentos

Para os ensaios em MDF, foram demarcadas grades de furação com uma distância de 2,5cm entre os centros, dispostos em toda a superfície útil de cada placa com dimensões 90cmx68cm e com delimitação nas bordas de 5cm. O MDF, assim como a madeira não necessitam de punção, a broca já possui a ponta com este fim. Os painéis foram fixados em uma parede de um canteiro de obras. Cabe destacar, que sempre que os ensaios foram realizados, nenhum outro equipamento que pudesse intervir ou mascarar os resultados, estava em uso.

A delimitação das alturas e zonas de furo, foi estabelecida considerando posição de uso frequente, mas que fosse ergonômica, minimizando o esforço e cansaço prematuro do operador. A faixa foi determinada entre a posição do cotovelo em 90° e a mão do gatilho na altura do ombro, sendo a última linha de furos situada a 0,92m (limite inferior) e 1,47m (limite superior) do piso, com a altura definida para conforto do operador com 1,71m de altura. Optou-se pela operacionalidade de execução dos furos, e o tempo de perfuração resultou da sequência de 3 furos para cada teste, por diâmetro de broca, sendo executados em triplicata e igualmente para cada uma das furadeiras listadas anteriormente.

Já para os ensaios em concreto, foram demarcadas grades de furação também com distância de 2,5cm entre os centros, dispostos em toda a superfície útil de cada lajota com dimensões nominais de 45cmx45cmx5cm, já caracterizadas na Tabela 6 e com bordas delimitadas também de 5cm. Para o concreto foi necessária a punção em todos os furos. Cada lajota foi fixada com o topo (limite superior) a 150cm do piso, na parede do canteiro de obras. Cabe ressaltar, que sempre que os ensaios foram realizados, nenhum outro equipamento que pudesse intervir ou mascarar os resultados, estava em uso.

Os tempos relativos à preparação do acelerômetro, bem como os tempos de troca de brocas e posicionamento para furação, não foram computados para fim de cálculos de dose de vibração. São relatados apenas os tempos efetivos de furação, assim como as doses relativas a estes. Foi efetuada a calibração do acelerômetro a cada início de uma bateria de ensaios. As medições foram realizadas nos eixos "x", "y" e "z", sendo obtidos os valores individuais para cada eixo, e a aceleração equivalente normalizada A(8), em m/s².

As medições de vibração em MDF e em concreto, foram aferidas com o sensor posicionado na mão do operador, pois verificou-se ser a melhor maneira de adaptá-lo a todas as furadeiras e sem intervir na execução da tarefa. A norma NHO 10, permite esta possibilidade por facilitar mudanças de posturas e ou posições das mãos em relação aos punhos e ao corpo da ferramenta, ou quando o operador utiliza duas ou mais ferramentas em sua rotina de trabalho.

Os eixos que foram orientados em relação à mão do operador ocorreram conforme Figura 8. No entanto, de acordo com a NHO 10, para vibração em mãos e braços, por trabalhar-se com o resultado da somatória vetorial dos eixos, e o fato dos três eixos, neste caso, terem fator de ponderação igual, e de valor 1,0, não haveria interferência na rotação dos eixos conforme Equação 5.

Griffin (1997, p.75) explica que a orientação dos eixos pode ser definida em relação à mão ou à ferramenta. Isto porque a posição e orientação da mão na ferramenta pode variar, e que pode ser mais conveniente cotar as magnitudes relativas aos três eixos da ferramenta ou aos eixos da mão.

A fim de uma melhor distribuição operacional, as atividades experimentais deste trabalho foram divididas em 2 grandes etapas, sendo elas denominadas ensaios preliminares e definitivos, contendo cada uma delas, um coletivo de vários testes ou subtestes, conforme apresenta-se:

• Ensaios Preliminares de Capacitação das brocas; • Ensaios Preliminares de Descarte de empunhadura; e • Ensaios Definitivos da Análise global da operação.

Os primeiros ensaios preliminares têm por finalidade a capacitação, caracterização ou aferição das brocas, que são importantes para detectar a variabilidade encontrada,

ainda que em produtos da mesma marca, com a mesma especificação, e não simplesmente reprová-las, como se faria em uma análise química de precisão ou pesquisa social. Assim, de posse das variabilidades das variáveis envolvidas neste projeto, é possível analisar e ponderar os fatores de segurança a serem incluídos na análise final de tempo, visando uma operação segura por cenário possível.

Já com a segunda fase dos ensaios preliminares buscou-se a redução de uma das variáveis da operação; a empunhadura a ser medida durante a realização dos testes, que caso não fosse efetuada, dobraria o número de furos realizados no ensaio definitivo, além de dificultar a análise global dos dados. A cada furo foi monitorada a voltagem fornecida para a operação antes, durante e após. Para estes testes foram elencadas 3 furadeiras, sendo a F2 por apresentar a menor potência (400W), mas capacidade de furar concreto; a F9 por apresentar a maior potência (780W) e F4 por apresentar a potência (550W) mais próxima da potência média teórica (590W) de todas as furadeiras utilizadas neste trabalho.

O operador usou todos os EPI cabíveis, bem como foi indagado no início de cada teste, com relação à fadiga, estresse, dores ou outras condições adversas, visando minimizar a variação da produtividade. Estes ensaios contemplaram 162 furos em madeira (MDF) e 52 furos em concreto. As condições ambientais de temperatura ambiental e umidade relativa do ar, foram aferidas a cada dia de operação, para posterior análise. Toda a operação foi monitorada pelo acelerômetro e todos registrados em planilha conforme Apêndice A.

Os ensaios definitivos buscaram consolidar e comparar as diferentes condições de operações testadas, a fim de concluir quais os cenários menos favoráveis do ponto de vista ocupacional para operadores de furadeiras. A cada furo foi monitorada a voltagem fornecida para a operação antes, durante e após. O operador usou todos os EPI cabíveis, bem como foi indagado no início de cada teste, com relação à fadiga, estresse, dores ou outras condições adversas, para minimizar a variação da produtividade. As condições ambientais de temperatura ambiental e umidade relativa do ar, foram aferidas a cada dia de operação, para posterior análise. Toda a operação foi monitorada pelo acelerômetro e decibelímetro e todos registrados em planilha conforme Apêndice B.

O número de furos efetuados nos ensaios definitivos foi de 918 (considerando 9 máquinas (400 a 780W), 2 materiais (MDF e Concreto), 3 bitolas (ø6, 8 e 10mm), 3 brocas (triplicata das brocas: R, S, T), 3 repetições (triplicata de uma mesma condição:

máquina, material, bitola e broca). Sendo que o número de furos em MDF foi 3x maior do que em concreto, pois a cada teste foram efetuados 3 furos de 18mm, visando totalizar 54mm, que foi a profundidade de cada furo efetuado em concreto; foram portanto, 729 furos em madeira (MDF) e 189 furos em concreto.

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