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Desempenho da Granja G

No documento DE SUSTENTABILIDADE (páginas 119-123)

4 RESULTADOS e DISCUSSÃO

4.2 Aplicação do Método SISS em diferentes granjas suinícolas

4.2.4 Sistema de manejo sobre camas

4.2.4.1 Desempenho da Granja G

avaliados com nota 1 pela eficiência, o que representa possibilidade de melhorias na gestão da granja. Análises físico/químicas dos dejetos e do solo periodicamente favoreceriam a sua avaliação, como também área própria para utilização do composto disponível ou a comercialização da produção excedente a sua capacidade de absorção.

Assim como a Granja E, a Granja F encontra-se numa região cujo Comitê de Gerenciamento da Bacia não é atuante, fato já relatado nas discussões das demais granjas participantes da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari-Antas. O município de Paraí não tem no seu Plano Diretor um planejamento e orientações específicas para a suinocultura. Fatos estes que contribuíram negativamente na avaliação na dimensão político-espacial da granja, atingindo apenas 55% do total da dimensão. Porém, as Licenças Ambientais emitidas pelo órgão competente municipal são mais abrangentes que as emitidas pelo município vizinho de Serafina Corrêa, uma vez que aplica condições e restrições de manejo para a prática da compostagem.

Com 50% a dimensão social foi a pior avaliação da granja, principalmente pela irregularidade na contratação do funcionário e ausência de benefícios pagos. Embora utilize equipamentos de segurança no manejo diário e se atualize com treinamentos técnicos e operacionais, essas ações não foram suficientes para que alcançasse um bom resultado nesta dimensão.

Produtora de Leitões. No ano de 2004, o produtor construiu um novo pavilhão para 50 matrizes e 200 leitões, e utiliza a casca de arroz como substrato para a composição da cama.

Conforme visto no capítulo 3.4 da revisão bibliográfica, há severas discussões quanto à prática desse sistema de manejo devido à incidência da doença linfadenite nos suínos, fato que fez com que as agroindústrias restringissem esse sistema. OLIVEIRA (2000) relata que esse problema é mais incidente na terminação, fase final de desenvolvimento do suíno. Assim, são poucas as granjas no Estado que investiram e que continuam com esse tipo de manejo.

Embora esta fase na produção dos suínos demande mais mão-de-obra que a terminação, o produtor trabalha sozinho na granja, sendo auxiliado eventualmente pelo seu filho. No Quadro 9 é apresentada a avaliação final da Granja G pelo Método SISS.

Quadro 9: Avaliação Final da Granja G pela aplicação do Método SISS.

Com 5,7 pontos na avaliação final pelo SISS, a Granja G é enquadrada como uma propriedade que está “EM BUSCA DA SUSTENTABILIDADE” (Figura 20).

2,2

1,5 1,2

0,8

5,7 3,9

2,9

2,2

1,0

10,0

0 2 4 6 8 10 12

Ambiental Econômica Político-Espacial Social TOTAL Dimensão

Pontuação SISS

Granja G SISS Máx.

Figura 20: Desempenho da Granja G.

Sua pior pontuação foi na dimensão Econômica, alcançando somente 52% dos pontos possíveis nesta dimensão. Esse resultado é atribuído a falta de controle das conversões alimentares nas fases de gestação e creches. Os animais são criados no mesmo pavilhão, separados por áreas de crescimento, porém o fornecimento de ração e o peso desenvolvido no lote de criação não são apontados de acordo com cada fase produtiva da granja.

Outro indicador que prejudicou, e muito, a avaliação econômica da Granja G foi a sazonalidade econômica. O produtor apontou que o Independente está na última posição de compra dos suínos pelas agroindústrias. Primeiramente há a comercialização de todo o sistema vertical, após isso é que os produtores independentes são procurados para negociações. Assim, o produtor relatou que já sofreu com os problemas provenientes das crises econômicas, tendo que manter os suínos estocados ou recebendo uma oferta muito aquém do valor necessário para manter a granja lucrativa.

ROCHA et al. (2007) em seu estudo da análise de risco de sistemas de produção de suínos relata que na suinocultura Independente a relação é típica de mercado aberto, onde os produtores estão mais expostos aos prejuízos oriundos da crise, mas também podem colher, em maior escala, os ganhos dos períodos de prosperidade.

Diante destas variáveis, o produtor da Granja G não pensa em trocar de sistema porque prefere a “liberdade” de condução da granja conforme os seus princípios e conhecimentos, do que se submeter às exigências do sistema integrado.

Com uma avaliação não muito diferente da dimensão econômica, a Granja G atingiu 52% na dimensão político-espacial da nota máxima possível. Localizando-se num município sem diretrizes específicas para a suinocultura, e cujo Comitê Gerenciador da Bacia também não é atuante e um tanto remissivo quanto a brevidade que o assunto requer, seus indicadores nesta dimensão ficaram com baixas avaliações.

Ambientalmente, quatro dos doze indicadores não foram pontuados, influenciando para que somente 54% da nota total desta dimensão fosse alcançada.

Questões importantes como os parâmetros resultantes de análises físico-químicas da ração, produzida na granja pelo produtor, não são conhecidos. Assim como a quantidade de água consumida na produção dos suínos não é controlada separadamente entre os ciclos produtivos. Conforme CASAGRANDE (2003), a matrizaria é o ciclo de maior consumo de água devido ao período de amamentação das leitoas, porém não foi possível averiguar-se esse resultado visto que o produtor não tem esses valores monitorados separado sendo que uma única entrada de água abastece toda a propriedade.

A cama formada pela casca de arroz é manipulada semanalmente, conforme as determinações técnicas. O composto saturado pelas fezes e urina dos animais, normalmente em locais distintos dentro do leito, é retirado e colocado noutro leito coberto, mas fora das instalações, para que ocorra a compostagem final dos elementos.

O composto gerado é utilizado pelo produtor nas suas plantações, não havendo necessidade de repasse para terceiros, pois dispõe de área suficiente para a utilização.

A dimensão que obteve a melhor avaliação na pesquisa na Granja G foi a social, com 80% da nota total. Sabedor das necessidades e importância dos treinamentos técnicos, de segurança e de gestão para a prática da suinocultura, o produtor participa das atividades promovidas pelas entidades de classe da região, inclusive por convites da Perdigão, já que este tipo de manejo é restrito no mercado e requer constante monitoração dos resultados.

No documento DE SUSTENTABILIDADE (páginas 119-123)