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DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO Receita Operacional

No documento Data-Base - 31/12/2005 (páginas 33-41)

Em 2005, a receita operacional bruta atingiu R$ 11.153,7 milhões, montante 11,8% superior ao registrado no ano anterior. O melhor desempenho reflete o reajuste tarifário médio de 2,12%, em vigor desde 4 de julho, que, em conjunto com a conclusão do processo de revisão tarifária de 2003, responsável por uma receita adicional de R$ 106,9 milhões, proporcionaram um acréscimo na receita com fornecimento de energia elétrica de 8,8%. Também contribuiu para a evolução positiva da receita operacional no exercício a elevação do consumo total (clientes cativos e livres) em 1.156,5 GWh, o que representa um aumento de 3,3% em relação a 2004. Adicionalmente, a Companhia registrou em 2005 forte crescimento da receita com suprimento de energia elétrica, que passou de R$ 1,9 milhão em 2004 para R$ 62,0 milhões em 2005, devido à introdução do Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits (MCSD), que permite a cessão a outras distribuidoras ou a devolução a geradoras de sobras de energia adquirida em leilões.

Em 2005, as receitas operacionais líquidas da AES Eletropaulo acumularam R$ 8.296,8 milhões, quantia 12,2% superior à registrada em 2004. Além dos fatores mencionados anteriormente, a reversão de deduções da receita bruta no segundo trimestre de 2005, no valor R$ 72,0 milhões, referentes a questionamentos judiciais do pagamento de PIS/PASEP, também contribuiu para esse crescimento.

Custos Operacionais

Os custos operacionais em 2005 apresentaram crescimento de 5,8%, totalizando R$ 5.615,1 milhões. Um dos principais fatores de pressão foi o aumento de 4,4% no custo com compra de energia elétrica para revenda.

Receita Operacional Bruta - R$ 11.153,7 m ilhões

4 % 1% 9 3 %

2%

Disponibilização do sistema de transmissão e distribuição Suprimento de energia elétrica

Outras receitas operacionais Fornecimento de energia elétrica

Receita Líquida - R$ bilhões

CAGR = +9% 8,3 7,4 6,4 5,8 5,9 2001 2002 2003 2004 2005

O custo com a compra de energia por meio do contrato bilateral com a AES Tietê teve crescimento de 73,8% em relação a 2004, refletindo o aumento do volume e do preço da energia. O volume adquirido por meio desse contrato cresce em 25% por ano, desde 2002, e a tarifa foi corrigida em julho de 2005, com base no IGP-M, passando de R$ 123,91/MWh para R$ 132,73/MWh. Adicionalmente, os encargos de uso do sistema de transmissão e distribuição tiveram elevação de 13,1%.

Por outro lado, o volume dos contratos iniciais de fornecimento de energia, desde 2002 vem sendo reduzido em 25% a cada ano. Com isso, houve decréscimo de 47,9% no valor despendido com esses contratos, apesar do reajuste tarifário médio de 9,6% em julho de 2005.

Nos encargos com o uso do sistema de transmissão e distribuição, a Companhia registrou elevação de 13,1% no ano, resultado do reajuste de 11,8% nas tarifas da rede básica e das maiores despesas com a amortização da CVA de encargos de serviços do sistema (ESS), que registrou um aumento de 45,6% em relação a 2004. O efeito negativo desses aumentos foi amenizado com a redução do custo anual de conexão em 20,8%, a partir da redução da Receita Permitida de Conexão para a CTEEP.

Despesas Operacionais

As despesas com vendas somaram R$ 768,9 milhões em 2005, o que representa um aumento de R$ 537,4 milhões em relação ao ano anterior. Essa elevação foi decorrente da variação da conta provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) – que passou de R$ 210,2 milhões, em 2004, para R$ 746,5 milhões no ano seguinte, em função:

(1) da decisão de realizar provisão referente a Confissão de Dívidas assinada pela Prefeitura Municipal de São Paulo, do período de 1996 a 2003. Como a primeira parcela do Instrumento de Acordo de Pagamento firmado com a Prefeitura Municipal de São Paulo, vencida em 31/08/2005, não foi honrada e considerando a falta de perspectiva de retomada de negociações bilaterais e de expectativa de longo prazo para a conclusão das providências judiciais já tomadas, a AES Eletropaulo provisionou integralmente os valores remanescentes, num total de R$ 346,4 milhões.

(2) do provisionamento de R$ 176,9 milhões em decorrência dos Ofícios Circulares da Aneel nº 2.212 de 20 de dezembro de 2005 e nº 074 de 23 de janeiro de 2006, que alteraram as regras para remuneração da Recomposição Tarifária Extraordinária (RTE), o que gerou em contrapartida uma receita de atualização financeira adicional para a empresa no valor de R$ 121,8 milhões, porém com baixa expectativa de recebimento efetivo. Portanto, o impacto no resultado foi de R$ 55,1 milhões.

As despesas gerais e administrativas acumularam R$ 217,2 milhões, o que representou acréscimo de 5,5% no ano. A alta está diretamente relacionada ao aumento de 17,8% nas despesas com serviços de terceiros, que refletiu a gradativa intensificação do processo de corte e religa, em atendimento ao plano de combate a fraudes.

No grupo outras de despesas operacionais, houve elevação de 46,8% (passou de R$ 596,2 milhões, em 2004, para R$ 875,2 milhões, em 2005), resultado: (1) dos aumentos de 22,9% e 27,3% na Conta de Consumo de Combustível (CCC) e Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), respectivamente, explicados pela aplicação das novas quotas tarifárias estabelecidas pela Aneel, que entraram em vigor em 4 de julho de 2005, data do reajuste tarifário da AES Eletropaulo; (2) das elevações de despesas de CVA com CCC e CDE, decorrentes, entre outros fatores, do início da amortização do ativo regulatório correspondente ao ciclo 2004/2005, também ocorrido em julho; e (3) da alteração na regra de contabilização para o registro das despesas relacionadas aos Programas de Eficiência Energética e Pesquisa e Desenvolvimento, estabelecida pela

Resolução Normativa da Aneel no 176 de 28 de novembro de 2005, que gerou aumento

de R$ 54,0 milhões nas despesas operacionais do ano.

LAJIDA (EBITDA) Ajustado

A geração operacional de caixa medida pelo LAJIDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 1.116,8 milhões em 2005, com redução de 15,5% em comparação a 2004. Esse decréscimo reflete o crescimento de 80,1% nas despesas operacionais, oneradas por eventos não recorrentes, conforme detalhado anteriormente.

O LAJIDA Ajustado de 2005 somou R$ 1.933,4 milhões, ante R$ 1.722,7 milhões em 2004, o que equivale ao crescimento de 12,2%. O LAJIDA ajustado de 2005 levou em conta as seguintes correções:

2005 2004

EBITDA 1.116,8 1.322,3

Ajuste - Fundação Cesp 46,4 88,2

RTE 334,9 312,1

PIS (reversão contábil) -72,0 0,0

Provisão PMSP 330,5 0,0

Provisão RTE 176,9 0,0

EBITDA Ajustado 1.933,4 1.722,7

Lajida ajustado - R$ m ilhões

1.556 1.436 1.472 1.723 1.933 2001 2002 2003 2004 2005 + 12 , 2 %

Resultado Financeiro

Em 2005, o resultado financeiro líquido, considerando-se as demonstrações da empresa controladora, registrou despesa de R$ 358,1 milhões, comparado a uma despesa financeira líquida de R$ 549,1 milhões, em 2004. Nas demonstrações consolidadas, o resultado líquido apresentou despesa de R$ 368,2 milhões no ano, montante também inferior aos R$ 504,0 milhões apurados em 2004. As demonstrações consolidadas espelham com maior fidelidade o resultado financeiro da Empresa por anular os encargos da dívida de R$ 1.357,6 milhões que a AES Eletropaulo tem com sua controlada, a Metropolitana Overseas II Ltd.

Considerando o resultado financeiro ajustado, que reclassifica a despesa com a Fundação Cesp (Confissão de Dívida IIA) contabilizada como gastos com pessoal dentro do grupo de despesas operacionais, pela sua real natureza, para uma despesa financeira, o resultado financeiro líquido do exercício encerraria o ano com uma despesa consolidada de R$ 414,6 milhões, 30,0% inferior aos R$ 592,2 milhões registrados em 2004.

O aumento das receitas financeiras foi o principal responsável pelo melhor desempenho financeiro em 2005. No exercício, as receitas financeiras consolidadas acumularam R$ 690,5 milhões, com acréscimo de 42,8% em relação a 2004. Esse resultado foi influenciado pelas alterações de regras para remuneração da Recomposição Tarifária Extraordinária (RTE) estabelecidas pelo Ofício Circular da Aneel nº 2.212, de 20 de dezembro de 2005, o que gerou uma receita financeira adicional de R$ 121,8 milhões para a AES Eletropaulo. No entanto, considerando a atual regulamentação setorial que restringe o prazo de recuperabilidade, a Empresa optou por provisionar integralmente o valor na conta de provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD).

Também contribuíram para o aumento das receitas financeiras a elevação das taxas de juros – a taxa média anual de CDI evoluiu de 16,2%, em 2004, para 19,1%, em 2005 – e o recebimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em janeiro de 2005, da terceira parcela do empréstimo do racionamento, no valor de R$ 243,3 milhões. Tal parcela ampliou a base do ativo regulatório constituído em função da Recomposição Tarifária Extraordinária (RTE) sobre a qual a Selic é aplicada.

As despesas financeiras consolidadas somaram R$ 1.058,8 milhões no ano, com acréscimo de 7,2% em comparação a 2004, em grande parte devido à elevação de 38,8% na conta “variação monetária em moeda nacional”, que registrou uma despesa de R$ 530,8 milhões no exercício. Tal variação é explicada pela alteração na correção da conta de Energia Livre em função do Ofício Circular da Aneel nº 2.212, mencionado anteriormente; e pela apreciação do real em relação ao dólar de 11,8% em 2005, comparada à valorização de 8,1% em 2004.

A maior apreciação do Real com relação ao ano anterior também gerou aumento de 52,5% na despesa de tradução das demonstrações de controlada, em função da apropriação dos resultados da Metropolitana Overseas II Ltd. nas demonstrações financeiras da AES Eletropaulo. Por outro lado, a valorização do real proporcionou crescimento de R$ 45,5 milhões na receita proveniente de Variação Monetária em Moeda Estrangeira, que totalizou R$ 150,8 milhões.

A reversão de R$ 98,0 milhões no segundo trimestre de 2005, referente a questionamentos judiciais do pagamento de PIS/PASEP, baseado em parecer legal, contribuiu para suavizar o impacto do aumento das despesas financeiras do ano.

Itens Extraordinários

Desde 2002, a AES Eletropaulo faz o reconhecimento contábil do passivo atuarial não registrado com a Fundação Cesp, apurado em 31 de dezembro de 2001, no montante de R$ 2.431,3 milhões. A Companhia, amparada pela Deliberação CVM nº 371/00, optou por reconhecer essa quantia em um período de cinco anos, em parcelas de um quinto do total a cada exercício fiscal, no valor bruto de R$ 486,3 milhões ao ano, contabilizados como “Itens Extraordinários”. Em 2005, foi registrada uma despesa líquida de imposto de renda e contribuição social de R$ 340,9 milhões. O reconhecimento desse passivo, que não representa efeito imediato sobre o caixa, termina no ano de 2006.

Resultado Líquido

Como reflexo dos fatores descritos acima, o resultado final da AES Eletropaulo em 2005 apresentou prejuízo de R$ 184,4 milhões, ante um lucro de R$ 5,6 milhões em 2004.

Fluxo de Caixa

Endividamento

Em 2005 a AES Eletropaulo deu continuidade à sua estratégia financeira de alongar o prazo e reduzir o custo médio da dívida junto a bancos credores. A readequação do perfil do endividamento, concluída em março de 2004, permitiu o saneamento das situações de inadimplemento, normalizando os pagamentos de seus compromissos e melhorando os indicadores de crédito da Empresa ao longo do ano.

Durante o exercício, a AES Eletropaulo realizou três captações – cujos recursos foram parcialmente (78%) utilizados para pré-pagar 58% da dívida com bancos credores – nos mercados local e internacional:

? Em 28 de junho de 2005, foi concluída a emissão de R$ 474,0 milhões em títulos

no mercado externo denominados em reais (Euro Real Bonds). Desse montante, 50% dos recursos destinaram-se ao pré-pagamento da dívida com bancos Saldo de caixa 31/12/2004 LAJIDA Ajustes do LAJIDA (*) Variaçãod o Capital de Giro Captação / Amortização Empréstimos Resultado financeiro Investimento em Ativo Permanente Saldo de caixa 31/12/2005 Venda de Ativo

Evolução do Saldo de Caixa – 2004 / 2005 (R$ milhões)

133,1 1.116,8 816,7 46,3 (98,0) (1.042,8) (358,1) (354,8) 259,2 (*) Ajustes do LAJIDA: RTE = R$ 334,9 milhões Provisão RTE = R$ 176,9 milhões Fund. CESP = R$ 46,4 milhões PIS (reversão contábil) = (R$ 72,0 milhões) Provisão PMSP = R$ 330,5 milhões SALDO FINAL = R$ 816,7 milhões

Saldo de caixa 31/12/2004 LAJIDA Ajustes do LAJIDA (*) Variaçãod o Capital de Giro Captação / Amortização Empréstimos Resultado financeiro Investimento em Ativo Permanente Saldo de caixa 31/12/2005 Saldo de caixa 31/12/2005 Venda de Ativo

Evolução do Saldo de Caixa – 2004 / 2005 (R$ milhões)

133,1 1.116,8 816,7 46,3 (98,0) (1.042,8) (358,1) (354,8) 259,2 (*) Ajustes do LAJIDA: RTE = R$ 334,9 milhões Provisão RTE = R$ 176,9 milhões Fund. CESP = R$ 46,4 milhões PIS (reversão contábil) = (R$ 72,0 milhões) Provisão PMSP = R$ 330,5 milhões SALDO FINAL = R$ 816,7 milhões

? Em 27 de setembro de 2005, a Companhia concluiu a 8ª emissão de debêntures, no valor de R$ 800,0 milhões, dentro do programa de R$ 1.500,0 milhões aprovado pela CVM. Ao todo, 90% do volume captado foi utilizado para pré- pagamento.

? Em 26 de dezembro de 2005, dentro do mesmo programa, a Companhia concluiu

a 9ª emissão de debêntures, no montante de R$ 250,0 milhões, dos quais 90% foram utilizados para pré-pagar bancos credores.

A substituição da dívida renegociada em 2004 pelas novas dívidas permitiu reduzir o custo médio (de 105,6% do CDI, em dezembro de 2004, para 100,7% do CDI, em 2005) e alongar o prazo médio do endividamento total de 2,86 anos para 3,69 anos. Este resultado refletiu a elevação das notas de crédito da AES Eletropaulo pelas agências de

rating Standard & Poors e Fitch, tanto na escala internacional como local, de B para B+ e

de BB+ para BBB, respectivamente.

Além das captações, a AES Eletropaulo recebeu, em 11 de janeiro de 2005, os recursos da terceira parcela do contrato de financiamento firmado com o BNDES, relativo às perdas do racionamento, no valor de R$ 243,3 milhões. Desse montante, 75,8% também foram utilizados para pré-pagar a dívida com bancos credores.

BONDS (Junho 2005)

Principal: R$ 474 milhões

Prazo: 5 anos

Taxa de juros: 19,125% a.a.

Juros e Amortizações: Amortização no vencimento

Juros semestrais

Principal: R$ 800 milhões

Prazo: 5 anos

Taxa de juros: CDI +2,90% a.a.

Juros e Amortizações:Juros semestrais23 meses de carênciaamortizações anuaisPrincipal: R$ 250 milhõesPrazo: 8 anos

Taxa de juros: CDI + 2,5% a.a.

Juros e Amortizações:Juros semestrais

71 meses de carência

amortizações anuais

Debêntures 8ªemissão (Setembro 2005)

De acordo com o perfil atual da dívida da AES Eletropaulo, 89,2% dos compromissos estão atrelados a taxas variáveis, sendo 42,3% corrigidos pela Selic. Com a tendência decrescente da taxa de juros no Brasil, a Companhia espera ter um benefício em suas demonstrações financeiras futuras.

Dívida Total

A exposição à variação monetária foi reduzida. A parcela da dívida vinculada à moeda estrangeira cedeu de 17,0% do total, no final de 2004, para 6,0% no encerramento do exercício de 2005. Dessa parcela, 85% estavam protegidos de variações cambiais por meio de operações de hedge financeiro e dólares em caixa.

Hedge Financeiro 41% 25% 54% 62% 83% 94% 41% 61% 4% 3% 17% 5% 18% 14% 42% 35% 1% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Endividam e nto Consolidado - 31/12/05 L o n g o P razo 7 3 % C u r t o P razo 2 7 % 0 , 2 % 4 0 , 7 % 6 , 0 % 10 , 8 % 4 2 , 3 % Outros – R$ IGP-DI CDI/Selic Libor Tx. Fixa

Ao final do exercício, o saldo total de empréstimos consolidados da AES Eletropaulo somava R$ 5.075,3 milhões (incluído o passivo com a Fundação Cesp), o que representa redução de 3,9% em relação à posição de 31/12/2004. Deste montante, R$ 350,1 milhões correspondem ao saldo remanescente da dívida renegociada em 2004, originalmente de R$ 2,3 bilhões.

No documento Data-Base - 31/12/2005 (páginas 33-41)