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2. Caraterização Socioeconómica e Psicopedagógica

2.1.3. Desenvolvimento cognitivo das crianças

Este grupo de crianças apresenta um desenvolvimento normal e equilibrado. Apesar de ser um grupo pequeno, estas crianças conviveram bem entre si, respeitaram-se e ajudavam-se.

É essencial caraterizar o nível de desenvolvimento das crianças, pois cada grupo de crianças tem caraterísticas muito próprias, segundo a fase em que se encontram.

Piaget (s/d) cit. Spengler (2014), explica que é através da psicologia genética, que a criança começa a interagir por meio de ações cognitivas concretas, ou seja, é um processo de construção de estruturas lógicas, sobre os objetos que envolvem a criança. Este autor classifica o desenvolvimento cognitivo das crianças em estádios, onde cada fase obedece a uma sequência e tempo determinados pela criança, que vai desde os conceitos básicos até aos conceitos complexo. Piaget refere ainda quatro etapas a nível de desenvolvimento, podendo observar de forma mais sistemática a fase designada de pré-operacional (2 a 7 anos). É no estádio pré-operatório que a criança adquire uma inteligência representativa e simbólica, ou seja, já tem a capacidade de interiorização, de linguagem e já faz uso do jogo simbólico.

Segundo Piaget, dentro do estádio referido, podemos observar dois subestádios, sendo o primeiro o pré-conceptual ou de exercício da função simbólica, no qual a criança tem uma concentração cognitiva, é egocentrista, tem um pensamento mágico, interessa- se sobretudo por resultados práticos e a perceção imediata é vista como uma verdade absoluta (pensamento não reversível); no segundo subestádio a criança tem um

pensamento intuitivo, tendo a criança capacidade de pensar em alguma coisa através de símbolos. As crianças entre os três e os seis anos não são capazes de ter um pensamento abstrato e é também nesta idade que as crianças são mais curiosas.

Todas as atividades promovidas em conjunto com a educadora, foram pensadas respeitando o nível cognitivo destas crianças, para que pudessem aprender ao seu ritmo e para que sentissem gosto na realização das atividades.

2.3. Escola Básica Augusto Gil

Caraterização do grupo de alunos

A turma inclui 16 alunos, 7 rapazes e 9 raparigas. Existem também alunos oriundos das mais diversas zonas da cidade e bairros periféricos, cujos Pais/Encarregados de Educação têm o seu local de trabalho perto da escola, ou no centro da cidade; alunos transferidos de escolas de outros concelhos; duas alunas internas da Casa do Sagrado coração de Jesus, (com alguns problemas de ordem emocional,); também nesta mesma turma, há dois alunos com Necessidades Educativas Especiais.

Como reitera Piaget (s/d), todo o ser humano passa por quatro estádios de desenvolvimento intelectual: estádio sensório – motor (dos 0 - 18/24 meses); estádio pré – operatório ( dos 2 aos 7 anos); estádio das operações concretas (dos 7 aos 11-12 anos);

e estádio das operações formais ( dos 11-12 aos 15-16 anos). Os alunos referidos anteriormente, encontram-se no estádio das operações concretas. Neste estádio, a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, sendo esta já capaz de relacionar diferentes aspetos e abstrair dados da realidade. Não se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto, para chegar à abstração. Desenvolve a capacidade de representar uma ação, no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade).

São poucos os alunos que, após as atividades letivas, frequentam Atividades de Tempos Livres, os restantes ficam na escola nas Atividades de Enriquecimento Curricular.

O grupo tem grandes problemas de comportamento: são muito irrequietos, faladores, barulhentos e desatentos; os alunos, na sua grande maioria, não conseguem ouvir o professor, ou os colegas, nem concentrar-se devidamente no que estão a fazer, sem se estar constantemente a chamar-lhes a atenção.

É um grupo muito heterogéneo, a nível de ritmo de aprendizagem. O mesmo se aplica na escrita e na área de Matemática.

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Existem alunos que necessitam de um acompanhamento individualizado e, para isso foram elaborados Planos de Acompanhamento Pedagógico Individual (PAPI) a quatro alunas, que obtiveram níveis negativos na área de Matemática.

Também nesta mesma turma há dois alunos, que necessitam de um apoio individualizado constante para executar os trabalhos pedidos, mas no conjunto, os alunos revelam um ritmo de trabalho diferente, não necessitando de apoio coadjuvado. Os alunos referenciados anteriormente são abrangidos pelo Decreto – Lei 3 de janeiro de 2008, usufruindo de apoio individualizado. Um dos alunos está medicado, conseguindo acompanhar os colegas e os conteúdos do ano em que está matriculado, (4º Ano). Ainda é de referenciar que nesta mesma turma houve uma aluna que apesar de todos os esforços e estratégias utilizadas não ficou aprovada.

Nesta sequência, transitaram para o 2º Ciclo quinze alunos com um aproveitamento geral satisfatório, sendo que cinco alunos atingiram o nível de Muito Bom, dois o nível de Bom e oito o nível de suficiente.

Alguns revelam ainda dificuldades a nível da leitura e principalmente na escrita (ortografia e escrita de frases corretas).

As informações referentes ao grupo foram recolhidas através de conversas com a professora e através do diálogo com os próprios alunos.

O grupo de trabalho era constituído por 16 alunos, 7 meninos e 9 meninas, com idades compreendidas entre os 9 e os 12 anos de idade (gráfico 2).

O seguinte gráfico representa aspetos relativos à caraterização do grupo observado.

Sexo dos alunos

Masculino Feminino

Em síntese, e em relação ao comportamento, ao longo do ano registou-se uma melhoria satisfatória, a nível global da turma.

Como preconiza Marques (1985, pp. 45 e 46), (…) deixar a criança descobrir a

realidade, à medida do seu ritmo, do seu talento e dos interesses; seguindo a máxima de que perder tempo é ganhar tempo, a criança vai evoluindo lentamente no processo de construção do seu potencial de humanidade.

Dewey, (1965, p. 51) ainda defende que (…) devemos, literalmente, partir da criança, tomada por guia (…) a criança é o ponto de partida, o centro, o fim.

Capítulo II

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