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Capítulo 5 Considerações Finais

2. Desenvolvimento curricular e profissional

De facto, o estágio caracteriza-se por um período de tempo, onde temos a oportunidade de colocar em prática, enquanto Professoras/Educadoras, os conhecimentos adquiridos nos anos de formação inicial, também designados como o processo de “tornar-se professor” e de “aprender a ensinar” (Montero, 2001; Silva, 2011). É um momento onde somos confrontados com os nossos dilemas e receios, nos quais através da reflexão e tomada de decisões, vamos ultrapassando dificuldades, crescendo, aprendendo e consolidando aprendizagens. Aprendemos a ser espontâneas, flexíveis e a estar predispostas para inovar.

Efetivamente, a realização deste projeto de investigação-ação permitiu confirmar mais uma vez, as potencialidades da metodologia do PCI, compreendendo claramente que

estes projectos curriculares são espaços importantes, quer de reflexão e discussão sobre os problemas educativos fundamentais (…), quer de tomada de decisões pedagógico- didácticas para melhorar as práticas educativas, possibilitando uma maior coerência entre os valores educativos e a sua realização prática. (Alonso, 1998, p.29)

Esta metodologia assenta numa abordagem globalizadora, na qual os conteúdos e as capacidades a desenvolver são organizados em torno de sequências de aprendizagem interligadas (atividades integradoras) orientadas para a resolução de problemas, com sentido e intencionalidade, promovendo aprendizagens significativas e funcionais. Neste processo, os alunos mantêm sempre um papel central na sua aprendizagem, concretizando progressivamente as tarefas de forma autónoma, responsável e crítica e aprendem a analisar, a refletir e a participar na construção e tomada de decisões do projeto. Relativamente aos Professores, pretende-se que desenvolvam um perfil como construtores de currículo único e requer-se uma atitude e capacidade investigativa, para que possam refletir sobre o percurso dos alunos, delineando práticas revelantes para a construção do conhecimento num contexto interativo.

Referindo-me especificamente às minhas aprendizagens, posso concluir que cresci como pessoa e como profissional da educação. Melhorei as minhas competências ao nível da construção do PCI, do desenvolvimento da metodologia de investigação-ação, aprendi a envolver e a motivar os alunos, a trabalhar em equipa, a cooperar e, também, a investigar, a refletir e a tomar decisões/resolver problemas. Por outro lado, especializei-me de forma aprofundada ao nível da ortografia e dos processos que envolvem a produção textual. Nesse sentido, consegui compreender quais as estratégias de intervenção pedagógica que podem favorecer um

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desenvolvimento bastante considerável dessas duas componentes, alcançando eu e os alunos o papel de investigadores da nossa língua.

Refletindo um pouco acerca do meu estilo docente, classifico-me como uma futura profissional da educação que revela persistência e decisão na procura das atitudes e competências que definem o perfil profissional, tentando sempre evoluir significativamente, sustentando a minha prática através de investigação, ação e reflexão na procura de soluções inovadoras. Além disso, tenho gosto em colaborar e parto sempre em busca de enfrentar os desafios com inovação e criatividade.

Considero que as competências de investigação e reflexão são fulcrais no desenvolvimento da prática pedagógica, porque mais importante do que pensar em atividades, é necessário compreender que utilidade estas terão para os alunos e que potencialidades terão para o seu desenvolvimento. Igualmente, aquando da discussão de temáticas, é necessário primar por um registo o mais claro e científico possível, pois para criarmos momentos de aprendizagem significativa, temos de ter conhecimentos sólidos nas temáticas que vamos trabalhar. A partir dessa constatação, potencia-se a realização e planificação de uma prática teoricamente fundamentada e adequada ao contexto, mobilizando para isso os conhecimentos e as competências das várias áreas curriculares do respetivo nível de ensino, tentando promover aprendizagens enriquecedores para os alunos.

Ao nível das competências curriculares e pedagógicas, sempre foi objetivo realizar e planificar uma prática teoricamente fundamentada e adequada ao contexto. Para isso, fui mobilizando os conhecimentos das várias áreas curriculares deste nível de ensino, bem como as competências definidas em cada uma, tentando promover aprendizagens enriquecedores para os alunos. Em todas as atividades realizadas, procurava prepará-las da melhor forma possível, prevendo dúvidas que os alunos poderiam ter, assim como reunindo a máxima informação possível, no sentido de aproveitar os diversos momentos de aprendizagem que pudessem surgir. Relativamente à dimensão afetiva/relacional, penso que é relevante desenvolver uma relação de respeito mútuo e de profissionalismo na convivência com os alunos, permitindo uma pacífica gestão/organização da turma. O mesmo é referido ao nível das atitudes e posturas profissionais, onde devem destacar-se atitudes de respeito, cooperação, responsabilidade, partilha e coerência. Como futura profissional da educação, tento sempre estar disposta a aprender e a aceitar as reflexões críticas dos meus colegas, valorizando o trabalho colaborativo e

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em equipa. Penso que os vários docentes devem colaborar, dialogar, dando sentido ao seu trabalho. No fundo, as ideias e ações dos outros estimulam a nossa ação pessoal. E esse foi um aspeto interessante que se promoveu ao longo deste projeto de investigação-ação, com as minhas colegas de estágio, pois mesmo estando a trabalhar temáticas diferentes e em salas distintas, havia sempre momentos de reflexão conjunta e troca de opiniões valiosas.

Em virtude disso, realizo uma apreciação global positiva de toda a minha prática pedagógica, no desenvolvimento deste projeto de investigação-ação, tendo a perfeita consciência que há aspetos que podem e devem ser sempre melhorados. Reforço a ideia de que o meu Projeto Docente encontrar-se-á em constante construção, pois à medida que vamos intervindo, vamos também crescendo como profissionais e pessoas. Para isso, é essencial desenvolvermos progressivamente a nossa capacidade de reflexão. A formação contínua torna-se fundamental, pois os Professores têm de saber adaptar-se às novas realidades do ensino, possibilitando e promovendo intervenções inovadoras nos contextos educativos. Para a minha prática pedagógica levo alguns ensinamentos substanciais. Primeiro que um Professor deve ser um investigador autónomo na busca de conhecimentos para resolver os desafios que surgem. Segundo, um Professor deve colaborar num objetivo comum com todos os elementos de uma comunidade escolar e educativa, promovendo uma educação de qualidade. E, em terceiro lugar, mas igualmente substancial, todas as práticas têm de ser devidamente fundamentadas e refletidas, pois só assim estaremos a promover experiências de aprendizagem reais e com sentido.