Desenvolvimento da pesquisa

A pesquisa-ação, segundo Thiollent (1997) compreende várias fases que não seguem, necessariamente, uma ordem cronológica rígida. As fases da pesquisa ação estão apresentadas no Quadro 5.

Quadro 5 - Fases da Pesquisa-ação

FASE DESCRIÇÃO

Exploratória

Consiste em descobrir o campo de pesquisa, os interessados e suas

expectativas e estabelecer um primeiro levantamento (ou “diagnóstico”) da situação, dos problemas prioritários e de eventuais ações.

Tema da pesquisa

Envolve a designação do problema prático e da área de conhecimento a serem abordados.

Colocação do problema Trata de definir uma problemática na qual o tema escolhido adquira sentido. O lugar da teoria

O papel da teoria consiste em gerar ideias, hipóteses ou diretrizes para orientar a pesquisa e as interpretações.

Hipóteses

As Hipóteses são definidas como suposições formuladas pelo pesquisador a respeito de possíveis soluções para um problema colocado na pesquisa, principalmente ao nível observacional.

Seminário

O seminário central reúne os principais membros da equipe de pesquisadores e membros significativos dos grupos implicados no problema sob

observação. O papel do seminário consiste em examinar, discutir e tomar decisões acerca do processo de investigação. O seminário desempenha também a função de coordenar as atividades dos grupos.

Campo de observação, amostragem e representatividade qualitativa

A delimitação do campo de observação empírica, no qual se aplica o tema da pesquisa, é objeto de discussão entre os interessados e os pesquisadores

Coleta de dados

A coleta de dados é efetuada por grupos de observação e pesquisadores sob controle do seminário central

Aprendizagem A capacidade de aprendizagem esta associada ao processo de investigação.

Saber formal/Saber informal

O estudo da relação entre saber formal e saber informal visa estabelecer (ou melhorar) a estrutura de comunicação entre os dois universos culturais: o dos especialistas e o dos interessados.

Plano de ação

Para corresponder ao conjunto dos seus objetivos, a pesquisa-ação deve se concretizar em alguma forma de ação planejada, objeto de análise, deliberação e avaliação. A ação corresponde ao que precisa ser feito (ou transformado) para realizar a solução de um determinado problema.

Divulgação Externa

Além do retorno da informação aos grupos implicados, também é possível, mediante acordo prévio dos participantes, divulgar a informação

externamente em diferentes setores interessados. Fonte: THIOLLENT (1997).

A fase exploratória é a fase de diagnosticar a situação pesquisada, conhecer e analisar as pessoas envolvidas, verificar as expectativas e a opinião sobre o problema a ser estudado. Importante também, nesta fase, o contato inicial com a organização, conhecer os participantes e analisar a viabilidade de aplicação do método. Para esta pesquisa, identificaram-se como participantes a pesquisadora (que é servidora e tem a função de pregoeira), o Pró-Reitor de Administração e o Adjunto, os pregoeiros dos 04 campi, sendo 02 pregoeiros do campus São Carlos, 02 do campus Sorocaba, 01 do campus Araras e 01 do campus Lagoa do Sino, um membro da Procuradoria Jurídica e um grupo de requisitantes do campus Sorocaba. Ainda nesta fase, Thiollent (1997) também orienta quanto ao diagnóstico da situação e a divisão de atividades. Neste caso, foram desenvolvidas as seguintes atividades: pesquisa bibliográfica sobre os temas GC, criação do conhecimento, aprendizagem organizacional, compartilhamento do conhecimento, a pesquisa de campo realizada nos campi São Carlos, Sorocaba, Araras e Lagoa do Sino sobre o processo de compras na UFSCar e o planejamento das ações visando realizar as atividades no Departamento de Compras. No primeiro momento, foi realizada uma reunião com os pregoeiros para expor o tema e explicar o objetivo do estudo.

Na segunda fase, definição do tema da pesquisa, Thiollent (1997) recomenda verificar o problema prático a ser estudado e os objetivos a serem atingidos. Nesta pesquisa, o objetivo geral foi a de elaborar e implementar uma sistemática para a melhoria dos processos internos de compras - modalidade Pregão Eletrônico, baseada na GC. A modalidade de licitação escolhida para o estudo foi o Pregão Eletrônico, pois é a modalidade mais utilizada para as aquisições na Universidade. Definido o objetivo, traçaram-se os objetivos específicos

a serem alcançados que foi a elaboração e aplicação de uma sistemática compreendendo as seguintes etapas: Diagnóstico englobando o Mapeamento do fluxo de informação do processo de compras, a Identificação da situação problema, a Identificação das principais causas do problema, Identificação dos processos de conversão do conhecimento entre os atores envolvidos, Identificação das iniciativas de GC entre os atores que têm implicações diretas com o processo de compras - modalidade pregão. A partir do diagnóstico selecionou-se o foco de atuação, logo após a implementação dessa solução e sua avaliação (Figura 11).

A terceira fase, colocação dos problemas, definiu-se o problema no qual o tema escolhido adquira sentido. Buscou-se, aqui, soluções para se alcançar um objetivo ou realizar uma possível transformação dentro da situação observada (THIOLLENT, 1997). No caso, ocorreu por meio da análise definindo o resultado desejado – uma solução baseada na GC para ser aplicada na melhoria do processo de compras.

A quarta fase, o lugar da teoria, consiste em gerar ideias, hipóteses ou diretrizes para orientar a pesquisa e as interpretações. Esta fase ocorreu juntamente com a fase anterior, pois todas as ações da pesquisa são alicerçadas no referencial teórico, embasando e estabelecendo um diálogo entre as decisões tomadas. A formulação de hipóteses constitui a quinta fase. Assim, definiu-se como hipótese: “É possível aplicar a GC na melhoria do processo interno de compras na modalidade Pregão Eletrônico?”.

Na seção 4, “Resultados e Discussões”, são apresentados e discutidos com base