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Identificação dos processos de conversão de conhecimento intrínsecos ao

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.4 Identificação dos processos de conversão de conhecimento intrínsecos ao

A partir da identificação dos atores envolvidos no processo de compras, foram identificadas e analisadas, de acordo com as definições de Takeuchi e Nonaka (2008), as formas de conversão de conhecimento que ocorrem entre eles para identificar o conhecimento crítico que auxiliasse na elaboração de uma solução. Foram descritos como as informações e conhecimentos são utilizados nas atividades:

a) Requisitantes – Fornecem as informações necessárias com a descrição do objeto e com os orçamentos para o Departamento de Compras. É o início do processo de compras com o cadastramento do objeto e a elaboração das requisições;

b) Analista – no caso, o chefe do Depto de Compras, analisa o cadastramento dos materiais solicitados no Sistema SAGUI pelos requisitantes, baseado em sua experiência e na legislação, ele verifica se o objeto foi cadastrado de forma correta. Caso haja algum problema, ele notifica o requisitante para a correção;

c) Pregoeiro – monta o processo físico separando os itens por categoria; analisa as possibilidades das modalidades de licitação consultando a legislação; após receber a minuta do edital faz as alterações necessárias e verifica a descrição dos objetos e valores estimados; E ainda, opera o pregão, consulta a Procuradoria Jurídica (PJ) e outros pregoeiros no caso de dúvidas;

d) Equipe de apoio – formado pelos outros pregoeiros, a sua função é prestar apoio ao pregoeiro nos casos de dúvidas, consultas de certidões negativas e também apoio administrativo;

e) Procuradoria Jurídica (PJ) – elabora a minuta do edital através das informações dos processos e fornece o parecer jurídico em caso de dúvidas e decide os recursos impetrados;

f) Governo através da Legislação – Lei 8666/19993 e outras legislações e fornecimento de recursos necessários de todas as aquisições, tais como, o próprio sistema Comprasnet e os recursos financeiros;

g) Outros pregoeiros de outras instituições – são consultados em caso de dúvidas e com o compartilhamento de experiências.

A Figura 18 apresenta uma visão geral do processo de conversão do conhecimento entre os atores envolvidos do processo de compras da UFSCar, com base na teoria da criação do conhecimento de Takeuchi e Nonaka (2008).

Figura 18 - Conversão do Conhecimento do processo de compras

Fonte: Autora.

Nesta atividade as formas de conversão do conhecimento foram analisadas com base nos atores envolvidos no processo de compras (quadro 7). A socialização é o tipo de conversão de conhecimento resultante do compartilhamento de conhecimento tácito entre as pessoas mediante troca de experiências, contatos face a face, observação direta. A externalização se caracteriza pela transformação do conhecimento tácito em explícito, dependendo da utilização de linguagem figurada, metáforas, analogias, modelos e simbologias. A combinação é a conversão do conhecimento explícito em explícito que podem se realizar por meio de documentos, reuniões, conversas, etc. A internalização é a incorporação do conhecimento explícito em tácito e relaciona-se ao “aprender fazendo” (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).

Quadro 7 - Análise do processo de conversão do conhecimento no processo de compras SOCIALIZAÇÃO ANALISTA, PREGOEIROS, PJ E REQUISITANTES

Esse processo de conversão ocorre quando as requisições são acessadas no sistema SAGUI. Quando as dúvidas aparecem é preciso contatar os requisitantes. A interação entre os membros ocorre também quando as experiências são compartilhadas na hora de se decidir qual a melhor

modalidade de licitação a ser escolhida, embora sempre dentro dos parâmetros que a Lei 8666/93 permite.

Durante a operação dos pregões eletrônicos há intensa troca de ideias quando as dúvidas aparecem. Os pregoeiros podem consultar a PJ em questões jurídicas e entrar em contato com os requisitantes via telefone ou e-mail para tirar dúvidas, bem como solicitar parecer das propostas para fechar a aquisição.

EXTERNALIZAÇÃO ANALISTA, PREGOEIROS, GOVERNO E REQUISITANTES

Aqui a conversão seria no sentido de se analisar os detalhes das especificações confrontando com os orçamentos. Muitas vezes, alguns detalhes sobre a descrição de serviços causam dúvidas e é necessário verificar os orçamentos e consultar os requisitantes. Para a elaboração do edital será preciso a leitura minuciosa da minuta do edital, bem como para o cadastramento dos dados do Pregão no sistema Comprasnet com base no edital

O governo através da Lei 8666/93 institui os procedimentos que devem ser obedecidos para a aquisição. Os manuais disponibilizados no sistema Comprasnet também são fontes de consulta. COMBINAÇÃO

PROCURADORIA JURÍDICA E PREGOEIROS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES

O processo de conversão ocorre quando da elaboração das minutas dos editais. O conhecimento técnico e a experiência dos membros da PJ são incorporados na minuta de acordo com a descrição do objeto. Esse documento é

compartilhado através de armazenamento em arquivos em nuvem

Os pregoeiros de outras instituições são consultados através de um fórum de discussão disponibilizado via internet. Há uma troca de experiências e lições aprendidas. Os membros compartilham as dúvidas e há uma tentativa de resoluções de problemas.

INTERNALIZAÇÃO ANALISTA, PREGOEIROS, PJ E REQUISITANTES

Processo necessário quando os requisitantes elaboram as requisições com orientações das videoaulas disponibilizadas na pagina da ProAd. Será necessário compreensão, reflexão e decisão.

O analista precisa verificar a descrição que foi inserida no cadastro de materiais

Os pregoeiros acessam as requisições e separam os itens por categoria de materiais. Durante a operação do pregão será necessário analisar as propostas, seguir as regras contidas no edital, acessar o SICAF, consultar os sites do Portal da Transparência, do TST e muitas vezes acessar certidões negativas dos sites da Receita Federal, Caixa Econômica Federal, Dívida Ativa Estadual e Municipal

A PJ deverá analisar os processos, consultar a legislação e acórdãos e seguir as diretrizes do TCU na elaboração das minutas. O mesmo ocorre quando é preciso julgar as impugnações ao edital, os recursos e as contrarrazões Fonte: Autora.

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