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Desenvolvimento das sociedades e energia

Capitulo 2 Energia, economia e sociedade

2.2 Desenvolvimento das sociedades e energia

As sociedades ao longo da história da humanidade com o objectivo de assegurar suas necessidades básicas de sobrevivência – alimentação e saúde, moradia e segurança – viu-se sempre estreitamente ligada ao fornecimento de energia, portanto a energia em todas as suas formas é parte da própria natureza do homem.

Ao logo desse percurso, o homem tem utilizado energia proveniente de muitas fontes. Começando com sua própria energia e da luz solar (energia solar), passou depois para as do combustível lenhoso, da tracção animal, da força da água e do vento. Mais tarde desenvolveu-se a força das máquinas alimentada a lenha, carvão, petróleo e energia nuclear. O homem utilizou energia para modificar ou manipular a terra, a água, as plantas e os animais, a fim de fornecer a si próprio alimento, vestuário e materiais para abrigo. Descobrir, controlar e utilizar energia levou o homem avançar da vida primitiva para um estado estável civilizado. O homem é o único dos animais capaz de pensar criativamente e de utilizar a ciência e a tecnologia, colocando a seu serviço a energia e outros recursos ambientais.

A energia é também utilizada para controlar doenças dos organismos; para obter e purificar e armazenar água; para produzir antibióticos e outras drogas químicas; e para aplicar medidas diversas de saúde pública. Embora a saúde pública seja um aspecto da segurança, tanto está com a estabilidade estão também associadas à protecção dos homens entre si, de um grupo de pessoas contra as investidas de outros grupos rivais. A harmonia social depende não somente das regras estabelecidas pelos governos mas também da eficiência das forças policiais e militares utilizadas para fazer cumprir a lei. Tanto os governos como as forças policiais e militares despendem quantidades enormes de energia. Nas chamadas “sociedades civilizadas” das nações desenvolvidas do mundo de hoje, a quantidade de energia utilizada pelo governo e pelas forças policiais e militares

é significativamente mais elevada que a utilizada para produzir alimentos destinados à população governada (Cottrell, 1955).

A disponibilidade de excedentes de energia habilita o homem a criar estruturas mais complexas que a dos primeiros caçadores-colectores. O presente estado de utilização de recursos energéticos representa uma alteração dramática, relativamente àquele de um passado recente, em que a procura de alimentação adequada era a principal preocupação do homem e comandava as suas actividades.

De acordo com White (1943) a evolução do homem pode ser desdobrada em três principais estágios: (1) população “selvagem” em que os caçadores-colectores viviam da alimentação natural; (2) população “bárbara”, primitivas sociedades agrícolas e pastorais; (3) “civilização”, desenvolvimento das máquinas e uso intensivo de energia fóssil para produzir alimentos e outros bens úteis.

Estes passos encontram-se todos relacionados com alterações nos fornecimentos de energia utilizada pelo homem. White (1943) considerava que este “teria ficado indefinidamente ao nível da selvageria se não tivesse aprendido a quantidade de energia sob o seu controlo”. Inclui esta a quantidade total de energia controlada pelo homem e os excedentes energéticos de que este dispõe acima do necessário para satisfazer as necessidades essenciais de alimentação, vestuário, abrigo e saúde pública.

O uso da energia acomodou a sociedade actual de tal forma, que as sociedades com pouco acesso a energia são as que ficam consequentemente com uma evolução inferior aos outros que tem maior acesso a energia. Países localizados em continentes como a África, têm índices baixíssimos de consumo de energia, porém o índice de pobreza é elevado, devido à falta de tecnologia sustentado por fortes fontes de energia.

Com a falta de energia o Estado perde força e a sociedade empobrece. Tendo em vista a permanente dependência do homem diante da energia, e conhecendo-se perfeitamente todo um contexto histórico cabe a sociedade buscar constantemente novas saídas de produção, sem o qual não será possível obter uma economia forte e competitiva (Willrich, 1978).

Pode-se constar isso actualmente, ao ver o que a humanidade fez e continua fazendo, em busca de energia. Destaca-se aqui o petróleo, que continua mantendo guerras. Países em buscar do poder sobre esse cobiçado potencial energético, o qual é capaz de influenciar a sociedade de tal modo que move um país e faz com que o homem passe por cima de princípios essenciais para a harmonia entre os povos. Percebe-se também, que

países chamados desenvolvidos, são os que possuem maior consumo de energia, isso porque eles necessitam da energia para manter todo seu potencial energético e tecnológico, pode-se constar isso ao observar países como Estados Unidos e grande parte da Europa, onde o consumo de energia é muito grande, acarretando assim em índices de poluição estrondosos. No entanto, destaca-se aqui a preocupação quanto à incessante busca por energia, busca essa que certamente chegará a um fim.

O governo assume papel primordial para o desenvolvimento de cada sociedade, pois ele deve possibilitar o acesso de toda a sociedade à energia, agindo como uma válvula onde regula o quanto e o modo de uso da energia, que não pode ser descuidada, os governos que conseguem fazer cumprir seu papel de acessibilidade de energia a todos passa a ser um dos principais factores pela evolução de tal sociedade, porém se este não cumprir com esse papel acabará por conter o desenvolvimento de sua população além de prejudicar o meio ambiente (Hinrichs e Kleinbach, 2004).

A energia é elemento essencial para a evolução de qualquer tipo de sociedade. Tendo em vista a constante evolução que vivencia-se nas sociedades modernas e sabendo que a mesma está altamente vinculada com esse bem indestrutível chamado energia, deve- se impor à sociedade informações quanto à utilização racional e o respeito ao meio ambiente, do qual ela é extraída, para que não obtenhamos como consequência a formação de um danoso a todos, implicando assim no retrocesso na evolução (Hammond, 1972).