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L. alba

A administração de medicamentos por via oral é, sem dúvidas, uma das mais utilizadas e requisitadas pela população. Dentre os medicamentos de administração via oral os mais comumente utilizados são formas farmacêuticas sólidas em formatos de comprimidos ou cápsulas devido a sua praticidade, doses unitárias e exatidão nas mesmas (LACHMAN et al., 2001). Além de serem mais convenientes ao paciente por se tratarem de uma via natural têm sua preparação relativamente mais fácil se comparada a outras formas farmacêuticas, já que não precisam ser estéreis, podem ser produzidas em larga escala e são compactas, facilitando assim seu transporte e armazenamento (AULTON, 2005). Essas formas também costumam não apresentar, na maioria das vezes, odor e sabor desagradáveis como acontece com seus correspondentes líquidos de administração oral (ALLEN JR.; POPOVICH; ANSEL, 2000).

Os comprimidos podem ser obtidos pelas técnicas de compressão direta, por via seca (dupla compressão) ou por granulação via úmida. Algumas substâncias granuladas possuem fluxo livre e propriedades de coesão que permitem que sejam compactadas diretamente, sem necessidade de granulação úmida ou seca. A tendência atual é a compressão direta, onde os pós são misturados e imediatamente comprimidos. Isto só é possível graças a adjuvantes especiais, pois a maioria dos princípios ativos não apresenta características compressivas e lubrificantes, necessárias para tal tecnologia. A granulação por via seca, também chamada de pré-compressão ou dupla compressão, o grânulo não é formado por umedecimento ou adição de um aglutinante à mistura em pó, e sim por compactação na forma de grandes comprimidos e posterior aglomeração e redução a grânulos menores. Este tipo de granulação é utilizado para princípios ativos que apresentam instabilidade frente ao calor e/ou umidade, especialmente para os ativos que não podem ser preparados por granulação via úmida. Já a granulação por via úmida os ingredientes da formulação são misturados adicionando-se um aglutinante líquido à mistura de pó, passando a massa úmida através de um tamis e em seguida secando o granulado e passando-se novamente por um segundo tamis de malha menor. Após esse processo esses grânulos são submetidos à compressão. (LE HIR, 1997; RUDNIC; SCHWARTZ, 2000; ALLEN JR.; POPOVICH; ANSEL, 2000).

O desenvolvimento e a produção de um comprimido visam à administração de uma quantidade correta de fármaco (s) sendo liberado no organismo de forma previsível e reprodutível, apresentando uma estabilidade química ao longo do tempo de modo a não

permitir a alteração desse (s) fármaco (s), no local desejado para sua ação no organismo (LACHMAN, 2001).

Os adjuvantes farmacêuticos presentes na formulação desempenham um importante papel na mesma, embora historicamente tenham sido considerados inertes, apesar de poderem influenciar diretamente em parâmetros como a velocidade de dissolução do fármaco, podendo tanto facilitá-la aumentando a penetração dos fluidos gastrointestinais, quanto dificultá-la ao formar complexos com o fármaco ou adsorvê-lo (AULTON, 2005).

Excipientes ou adjuvantes farmacêuticos são substâncias adicionadas à formulação com o intuito de auxiliar na liberação do fármaco e sua absorção, facilitar a sua manipulação e aumentar a aceitabilidade da formulação pelo paciente. O fármaco quase nunca é administrado sozinho, podendo ser acompanhado dos mais diversos adjuvantes como agentes emulsionantes, dispersantes, diluentes, lubrificantes, desintegrantes, adsorventes, entre outros. Portanto, a velocidade e a extensão da absorção de um determinado fármaco bem como sua biodisponibilidade podem ser afetadas pelo adjuvante farmacêutico empregado na formulação. Essas alterações podem ser maiores ou menores de acordo com as propriedades biofarmacêuticas do fármaco em questão (AULTON, 2005).

O sucesso de uma formulação estável e efetiva para uma forma farmacêutica sólida, depende do cuidado na seleção dos excipientes utilizados, de modo a facilitar sua administração, promover uma liberação consistente, protegê-la da degradação e garantir a biodisponibilidade da droga, como descritos seguir (WELLS, 1988):

a) Diluentes – São substâncias inertes, cuja função é dar carga ao comprimido, ou seja, originar sistemas sólidos particulados (pós ou granulados) com peso viável, uma vez que, em muitos casos, os princípios ativos figuram em concentrações muito pequenas nas formulações. A lactose e o amido, por exemplo, são muito usados como diluente na formulação de comprimidos. A celulose microcristalina é um material para compressão direta e em muitos aspectos constitui, um diluente de propriedades únicas no que diz respeito à produção de comprimidos coesos atuando no material como agente desintegrante.

b) Agregantes ou aglutinantes – são substâncias inertes que possuem propriedades intrínsecas de elevada aglutinabilidade interparticular (coesividade). Assim sendo, o aglutinante pode melhorar a compressibilidade do material. Normalmente são substâncias adicionadas na forma de pó ou em solução (alcoólica, aquosa ou hidroalcoólica), dependendo dos outros componentes da formulação ou do método de preparo, durante a granulação por via úmida, na formação de grânulos

com boa fluidez, dureza e tamanho uniforme dos grânulos obtidos ou para facilitar a produção de comprimidos coesos por compressão direta.

c) Desintegrantes – são substâncias inertes que apresentam a capacidade de proporcionar ou facilitar a desintegração dos comprimidos, quando em contato com os fluídos digestivos, ou seja, promovem a desestruturação dos comprimidos em partículas menores após a sua administração. Por esta razão, apresentam influência na velocidade de dissolução/liberação dos princípios ativos veiculados pelos comprimidos. As principais substâncias que servem como desintegrantes são: amido, celulose, croscarmelose, crospovidona e o glicolato de amido sódico.

d) Lubrificantes – são substâncias inertes, capazes de transmitir ao sistema particulado propriedades deslizantes. Cumprem várias funções na elaboração dos comprimidos tais como facilitar o deslizamento, impedir que a massa adira à superfície das matrizes e punções, redução da fricção entre as partículas, facilitar a ejeção dos comprimidos das matrizes, melhorar a fluidez do granulado ou da mistura de pós. Entre os lubrificantes mais utilizados, são citados talco e carbowaxes (deslizantes), estearatos e gorduras (anti-aderentes).

Os comprimidos desenvolvidos devem possuir qualidades que assegurem sua integridade: aspecto, dureza, friabilidade, uniformidade de peso e dosagem, desintegração, dissolução, etc. As especificações do comprimido garantem que não ocorrerão variações das características do mesmo entre lotes (RUDNIC; SCHWARTZ, 2000). A seguir são descritas tais especificações:

Peso médio: este parâmetro avalia a uniformidade dos comprimidos de um lote através da determinação da variação de peso numa amostra contendo 20 unidades as quais são pesadas individualmente. A tolerância dessa variação é de não mais que duas unidades fora dos limites, porém nenhuma poderá está acima ou abaixo do dobro das porcentagens indicadas na tabela 1 abaixo (F. BRAS V, 2010):

Tabela 1: Variação de peso na forma farmacêutica comprimido Forma Farmacêutica Peso médio ou valor

nominal declarado

Limites de variação Comprimido, núcleos, comprimidos

efervescente, sublinguais, vaginais e pastilhas.

Até 80 mg ± 10%

Entre 80 e 250 mg ± 7,5 % Acima de 250 mg ± 5,0 %

Dureza: ou resistência à quebra determina o quão duro são os comprimidos, de modo a resistir à fratura durante processos de revestimento, embalagem, transporte,

armazenagem e a manipulação. No entanto, devem ter características suficientes para dissolver ou desintegrar depois de administrados. Estas determinações são feitas durante a produção para avaliar a necessidade de ajustes de pressão nas máquinas de compactação, exercendo-se uma força que esmagará o comprimido, esta força pode ser exercida por uma mola espiral ou por uma bomba de ar. A figura 1 apresenta um modelo de durômetro. (ALLEN JR.; POPOVICH; ANSEL, 2000; F. BRAS V, 2010).

Figura 1: Durômetro

Friabilidade: outro teste para avaliar a resistência física do comprimido é a friabilidade a qual testa a capacidade do comprimido em resistir ao desgaste pelo atrito nos processos de empacotamento, manuseio e transporte, A determinação da friabilidade é realizada através da pesagem de 20 comprimidos antes e depois de um número especificado de rotações durante cinco minutos (os comprimidos rolam e caem dentro de um receptáculo giratório) determinando-se a perda de peso, que deve ser menor que 1,0%. A figura 2 apresenta um modelo de friabilômetro. (ALLEN JR.; POPOVICH; ANSEL, 2000; F. BRAS V, 2010).

Figura 2: Friabilômetro

Desintegração: Esta pode ser aferida por testes in vitro, empregando aparelho que consiste de um sistema de cestas e tubos, com recipiente apropriado para o líquido de imersão, termostato para manter o líquido a 37°C ± 1°C, e de mecanismo para movimentar verticalmente a cesta e os tubos no líquido de imersão, com frequência constante e percurso específico. O intervalo de tempo do ensaio é determinado pela monografia, o limite de tempo estabelecido como critério geral para o teste de desintegração de comprimidos é de 30 minutos. A figura 3 apresenta um modelo de desintegrador de comprimidos (F. BRAS V, 2010).

Figura 3: Desintegrador de comprimidos

Dissolução: é o ensaio que determina a porcentagem ou quantidade de princípio ativo, declarado no rótulo do produto, liberado no meio de dissolução dentro do período de tempo especificado na monografia de cada produto, quando o mesmo é submetido à ação de aparelhagem específica, sob condições experimentais descritas. O aparelho de dissolução consiste de sistema contendo as seguintes partes: um recipiente de forma cilíndrico e fundo arredondado com a parte superior achatada, de vidro, plástico ou qualquer outro material transparente e inerte. Uma haste metálica (de aço inoxidável) para agitar o meio de dissolução podendo ter em seus extremos dois tipos de agitadores: pás ou cestas; um dispositivo que imprima à haste a velocidade de rotação especificada na monografia (Figura 4). Os recipientes são submergidos, num banho com temperatura homogênea de 37°C ± 0,5°C, durante o período de teste. O meio de dissolução deve ser o especificado na monografia do produto. Quando o meio de dissolução for solução tampão, o pH deve ser ajustado a ± 0,05 unidade do valor do pH especificado. Quando um único tempo de dissolução for especificado, o mesmo representa o tempo máximo dentro do qual deve ser dissolvida a quantidade mínima em porcentagem, de princípio ativo estabelecida na monografia. O perfil deve ser desenvolvido sob várias condições, que podem incluir, no mínimo três meios de dissolução diferentes (pH 1,0 a 6,8), adição de tensoativos e uso de pá ou cesta, variando-se as velocidades de agitação (F. BRAS V, 2010; BRASIL, 2003).

Figura 4: Dissolutor de comprimidos

Teor de Princípio Ativo: esse ensaio visa quantificar o teor de substância ativa em medicamentos. São utilizadas com o objetivo de estabelecer a concentração dos componentes essenciais presentes na formulação e na sua matéria prima. No caso de medicamentos fitoterápicos, são quantificados os marcadores químicos que são substâncias ou classe de substâncias utilizada como referência no controle da qualidade da matéria- prima vegetal e do fitoterápico, preferencialmente tendo correlação com o efeito terapêutico. O marcador pode ser do tipo ativo, quando relacionado com a atividade terapêutica do fitocomplexo, ou analítico, quando não demonstrada, até o momento, sua relação com a atividade terapêutica do fitocomplexo; (BRASIL, 2014). O teor de princípio ativo em comprimidos tanto para fitoterápicos quanto para medicamentos sintéticos normalmente são avaliados por metodologias validadas tais como métodos espectrofotométrico ou cromatográfico (CLAE), quando não existe em compêndios oficiais. (GIL, 2007)

Referências

ANSEL, H.C.; POPOVICH, N.G.; ALLEN, Jr. L.V. Farmacotécnica – Formas Farmacêuticas & Sistemas de Liberação de Fármacos. 6. ed. Baltimore: Editorial PREMIER, 2000.

AULTON, M.E. Delineamento de Formas Farmacêuticas. 2ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2005.

BRASIL, Resolução (RE) nº 899, de 29 de maio de 2003. Determina a publicação do "Guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos". Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 02 de junho de 2003. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2003/re/899_03re.htm. (Acesso em: 05.02.2014).

BRASIL, RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC N° 26, de 13 de maio de 2014. “ Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos”. Diário Oficial da República Federativa do Brasil,

Brasília, DF, 13 de maio de 2014. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2014/rdc0026_13_05_2014.pdf. (Acesso em 25 de abril de 2017).

FARMACOPÉIA BRASILEIRA. 5ªed. São Paulo: Atheneu, 2010.

GIL, E. S. Controle Físico-químico de qualidade de medicamentos. 2. ed. São Paulo: Pharmabooks, 2007.

LACHMAN. H.A.; LIEBERMAN, H.A.; KANIG, J.L. Teoria e Prática na Industria Farmacêutica. Lisboa: Calouste Gulbekian. v. 2, 2001.

LE HIR, A. Noções de Farmácia galênica. 6. ed. São Paulo: Organização Andrei, 1997. RUDNIC, E. M.; SCHWARTZ, J. D. Formas farmacêuticas sólidas por via oral. In: REMINGTON, A. G. Remington: A ciência e a prática da Farmácia. 20. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

WELLS, J. I. Pharmaceutical Preformulation: The Physicochemical Properties of Drug Substances. 1. ed. England: Ellis Horwood Limeted, 1988.

DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE COMPRIMIDOS FITOTERÁPICO A PARTIR DO EXTRATO DE LIPPIA ALBA

Gomes, A.F. Leite, M.F.1 Almeida, M.P.1 Schwaiger, S.2 Stuppner, H.2 Halabalaki, M.2 Amaral, J.G.1 David, J.M.1

Resumo

As folhas de Lippia alba (Mill.) N. E. Br., conhecida no Brasil como `cidreira`, são frequentemente usadas como chás para o tratamento de transtornos gastrointestinais e como tranquilizante. No entanto, apesar do seu vasto uso popular, ainda não existe estudos de formulações ou fitomedicamentos contendo essa planta. O presente estudo tem como objetivo desenvolver uma formulação, comprimidos, usando o extrato hidroetanólico seco das folhas desta planta. Nesse trabalho, os comprimidos obtidos por diferentes métodos contendo o extrato foram avaliados através dos parâmetros relativos ao peso médio, friabilidade, dureza, doseamento, tempo de dissolução e desintegração. Para o desenvolvimento das formulações, foram testadas a compressão direta, a granulação por via úmida e a granulação seca. Além disso, os excipientes foram avaliados através do ângulo de repouso e foi realizado o estudo das concentrações de cada adjuvante. No total, foram avaliadas 17 formulações, e dentre as mesmas, a 16º foi a que demostrou ser mais adequada. Os parâmetros apresentados por esta formulação estiveram de acordo com as especificações propostas pela ANVISA, exceto pelo teor de acteosídeo devido a não uniformidade da umidade do extrato. Por esta razão, é necessário utilizar uma técnica de secagem mais eficiente, como o spray drier, e repetir esta formulação.

Introdução

Lippia alba (Mill.) N.E. Brown (Verbenaceae) é um arbusto aromático largamente

distribuído na América do Sul e Central. Suas propriedades sedativa, digestiva, anti- inflamatória, carminativa, espasmolitíca e emanagoga, além do uso para o tratamento de distúrbio do sono, foram extensivamente reportadas tanto em estudos etnofarmacológicos quanto em ensaios em animais. (AGRA et al., 2008; PASCUAL et al., 2001; RODRIGUES; GUEDES, 2006; PINTO et al., 2006; HATANO et al., 2012; VIANA et al., 1998). Os efeitos da infusão de L. alba foram avaliados na mucosa gástrica de ratos demostrando efeito preventivo contra ulcera gástrica induzida por indometacina em exposição curta (1 dia) e longa (5 dias) (PASCUAL et al., 2001). Em relação aos efeitos no SNC, o extrato hidroetanólico a 80% (v/v) (quimiotipo mirceno-citral) inibiu a captação e a ligação de GABA de modo dose-dependente o que poderia ser uma possível explicação para o seu efeito anticonvulsivante a nível molecular. (NETO, et al., 2009).

Outros estudos farmacológicos demostraram que o extrato polar (hidroetanólico sem a presença de óleo essencial) exibiram efeito neurosedativo em ratos. Em tal estudo, desenvolvido por Zétola e cols (2002), foi investigada a atividade no SNC dos extratos secos das folhas submetidos a secagem por spray dry, contendo a fração não volátil. Neste estudo, foram preparados os extratos por percolação utilizando-se soluções hidroalcoólicas nas concentrações de 40, 60 e 80%, na qual a última apresentou o efeito sedativo e miorrelaxante mais significativo bem como também o maior teor de flavonoides totais. Hennebelle e cols (2008), também investigaram a atividade neurosedativa dos cinco principais compostos presentes no extrato (flavonoides e fenilpropanoides), através do ensaio de afinidade para inibição dos receptores BZD e GABAA no SNC. Diante do vasto uso desta espécie bem como a variedade de pesquisas relatando o seu uso popular, Lippia

alba foi selecionada para o desenvolvimento de comprimidos a partir do extrato

hidroetanólico a 80% das suas folhas.

Materiais e Métodos

Material vegetal

A espécie foi cultivada no campus da UFBA em Vitória da Conquista-Ba, Brasil, e uma exsicata foi depositada no Herbário Mongoyós do mesmo Instituto (voucher número 1536). Para a realização da pesquisa foi solicitada autorização do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), cujo número de registro foi 01080612/2015-6.

Os extratos foram preparados usando folhas frescas maceradas em solução hidro- etanólica a 80% (v/v) e concentradas usando evaporador rotativo sob pressão reduzida. Após esse procedimento, os extratos foram liofilizados. Desta forma, foram preparadas quantidades suficientes de extrato para a realização de todas as etapas de desenvolvimento e o mesmo foi acondicionado em dessecador para preservar a umidade.

O rendimento do extrato foi calculado utilizando-se três amostras de cerca de 3 gramas de folhas frescas, e o preparo foi realizado conforme descrito acima pra os demais extratos.

Padrões para cromatografia, solventes, reagentes e excipientes farmacêuticos Todos os solventes utilizados na etapa de isolamento dos padrões foram provenientes do fornecedor International (Darmstadt, Alemanha). Os solventes grau HPLC foram da Merck (Darmstadt, Alemanha) e a água utilizada foi purificada através do aparelho Sartorius Arium® 611 UV water purification system (Göttingen, Alemanha). Os solventes usados nas análises de RMN, contendo 0,03% de TMS como padrão externo, foram fornecidos por Euriso-Top (Gif-sur-Yvette, França). O marcador analítico (acteosídeo) foi isolado com grau de pureza de 95%, através das técnicas cromatográfica em coluna,

Sephadex LH-20 e CLAE- semi preparativo. A pureza do composto isolado foi determinada através de CLAE-DAD-EM e a identificação confirmada através dos espectros de RMN.

Os ingredientes farmacêuticos, estearato de magnésio, celulose microcristalina e dióxido de silício coloidal foram fornecidos pela Fragon, lactose monohidratada e carboximetilcelulose pela Proquímicos, lauril sulfato de sódio, amido e goma xantana pela Mapric, gelatina e povidona (Synth), croscarmelose sódica (Valdequímica) e Tween 80 (Isofar).

Desenvolvimento da formulação comprimido Ângulo de repouso

O ângulo de repouso foi usado para caracterizar as propriedades de fluxo dos pós. Essa propriedade foi determinada pela formação de um cone a partir do escoamento do pó fixando um diâmetro como base, sendo a medida da altura do cone formado pelo pó. A relação entre altura (h) e raio (r) é a tangente (α). O equipamento utilizado para determinação estática do ângulo de repouso foi Automated Powder Flow Analyser PTG S4 Pharmatest (USP, 2007).

Processo de Compressão

O extrato de L. alba foi pesado e misturado com os excipientes através da técnica de diluição geométrica com o auxílio de gral e pistilo para obter a aparência de uma massa. Três métodos foram empregados para obtenção dos comprimidos: compressão direta, granulação por via úmida e granulação seca.

Compressão direta: os comprimidos foram preparados misturando-se os excipientes em diferentes proporções e sendo testados. Os comprimidos foram submetidos à compressão com monopunção na compressora (Lemaq ®, Brazil) cujo punção foi de 12 mm de diâmetro. As composições das formulações são apresentadas na Tabela 1.

Na granulação por via úmida os pós foram misturados usando-se um recipiente redondo. A mistura dos pós foi umidificada com quantidade suficiente de água e granulado usando-se uma peneira de 18 mesh. Os grânulos foram secos a 50º C por 24h. Os grânulos secos foram comprimidos para usando-se um punção de 12 mm de diâmetro conforme descrito no método de compressão direta.

Na granulação por via seca os pós foram misturados e submetidos à compressão em estágio simples na compressora com mono-punção como descrito no método de compressão. Os comprimidos foram introduzidos no granulador e os grânulos resultantes foram comprimidos novamente da mesma forma descrita para os métodos de compressão anteriores.

Controle de qualidade físico-químico e doseamento dos comprimidos

Os ensaios de variação de peso médio, dureza, friabilidade e tempo de desintegração dos comprimidos foram realizados de acordo com os métodos descritos na Farmacopéia Brasileira (2010).

Ensaio de variação de peso médio

A metodologia para a determinação da variação de peso médio de cada lote dos comprimidos realizada foi conforme descrito na Farmacopéia Brasileira (2010), usando-se a faixa de tolerância de ± 5%, especificada para comprimidos com peso acima de 250 mg.

Ensaio de dureza

No ensaio de dureza foi utilizado um durômetro manual (Nova Ética®, Brasil). Para este ensaio dez comprimidos foram testados por formulação e foi determinado o valor da média de dureza, como recomendado pela Farmacopéia Brasileira (2010).

Ensaio de Friabilidade

O ensaio de friabilidade foi realizado de acordo com o procedimento descrito na Farmacopéia Brasileira (2010), no qual vinte comprimidos são pesados com precisão antes do teste e submetidos ao friabilômetro (Nova Ética®), o qual foi ajustado para 100 rotações durante 4 minutos. A diferença entre o peso final e inicial dos comprimidos representa a friabilidade (FR), estimada pela perda de peso em porcentagem. O máximo tolerado para essa perda é o valor de 1%.

Tempo de desintegração

O teste de desintegração foi realizado conforme descrito na Farmacopéia Brasileira (2010) usando-se um aparelho de desintegração (Nova Ética 301 AC apparatus). O teste foi realizado usando seis comprimidos inseridos nos tubos cilíndricos cobertos com um disco. O meio utilizado consistiu de 900 ml de água mantido na temperatura de 37º ±1 C. Os tempos registrados para o fim do teste foi o momento no qual todos os comprimidos foram desintegrados em pequenas partículas que passavam pela malha do disco.

Avaliação de teor

Analise quantitativa de Acteosídeo

O composto acteosídeo foi escolhido como marcador analítico para avaliar o teor. Para tanto, o método validado que foi usado para esta análise será descrito a seguir.

Análises cromatográficas

A validação de metodologia analítica foi realizada de acordo com os parâmetros de validação exigidos pela ANVISA (Brasil, 2003). As condições cromatográficas foram: coluna C-18 YMC – Pack Pro C18 RS 150 x 4,6 s-3µm 8 nm cuja temperatura do forno foi ajustada

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