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Aja no desenvolvimento da tomada de decisão e raciocínio conducentes à construção e aplicação de argumentos rigorosos:

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4. Aja no desenvolvimento da tomada de decisão e raciocínio conducentes à construção e aplicação de argumentos rigorosos:

98 a) seleccione os meios e estratégias mais adequados à resolução de um determinado problema, de forma fundamentada;

b) avalie os resultados, em ganhos em saúde sensíveis aos cuidados de enfermagem e da perspectiva das repercussões em sentido ético e deontológico.

O juízo clínico e a construção e implementação da tomada de decisão por parte do Mestre, de forma aprofundada, coerente e sustentada, necessita de afirmação/confirmação a nível da definição de padrões de qualidade na prática clínica de enfermagem.

Os padrões de qualidade na prática clinica de enfermagem perfilam-se como ―a sistematização de uma ação em resposta a uma necessidade em cuidados de saúde de uma pessoa, família ou comunidade, num determinado contexto e num determinado momento, que traduza a intervenção mais efetiva, de acordo como os dados disponíveis no momento da sua prescrição e execução. O padrão significa uma estrutura mínima do que é expectável, desejável, e qualidade significa boa prática, ou seja, a melhor prática de acordo com a evidência disponível.‖ (Sampaio; Sequeira & Lluch-Canut, 2014).

Os mesmos autores referem ainda que, na ação profissional dos enfermeiros é fundamental definir as áreas de intervenção autónomas e partilhadas entre os enfermeiros de cuidados gerais/enfermeiros especialistas e entre os enfermeiros/outros profissionais. Face a cada situação/contexto é necessário consensualizar os dados mínimos que nos permitem enunciar determinado diagnóstico; quais os instrumentos de avaliação/escalas que devem ser utilizados, quais os critérios para a utilização de determinados instrumentos.

No domínio das intervenções os padrões de qualidade devem, entre outros, garantir a relação entre as intervenções e os diagnósticos, identificar as intervenções que revelam maior efetividade terapêutica; descrever quais as atividades que concretizam cada intervenção (conteúdo que cada intervenção deve incorporar) e identificar os processos que devem nortear as intervenções, quais os procedimentos, qual a melhor forma de implementar uma determinada intervenção, pois em saúde mental, a forma pode ser determinante para a efetividade da intervenção (Sampaio; Sequeira & Lluch-Canut, 2014) .

99 Consideramos que, relativamente aos padrões de qualidade, interessa que se discuta a questão dos critérios associados ao levantamento de determinados diagnósticos de enfermagem (os seus focos e respectivos juízos devem traduzir uma definição do perfil de competências do EEESM). Relativamente às questões relacionadas com a Terapia Familiar Comportamental, importa pois clarificar ―pré-requisitos‖ que devam ser contemplados, associados à construção do processo de enfermagem na lógica dos padrões de qualidade, desde a avaliação inicial/colheita de dados, que permitam alavancar a problemática da TFC. Esta é associada a diagónostico(s) concreto(s) de enfermagem, de intervenções específicas, de resultados concretos e geradora de indicadores específicos. Desta forma, o EEESM poderá em função do seu perfil de competências e da avaliação inicial que realiza e que traduz o seu pensamento clínico e juízo crítico associado aos cuidados de enfermagem, ―gerar‖ ganhos em saúde, podendo-se assim definir um padrão de qualidade associado a esta tipologia de abordagem.

Consideramos também, que as intervenções de enfermagem devam designar em si os arquétipos associados às possibilidades de registo que se poderão levar a cabo e que traduzam o ―conteúdo‖ da intervenção (no caso de TFC). A sistematização de arquétipos comporta-se como uma importantíssima ferramenta, na perspetiva da uniformização do registo (e da orientação ou fio condutor ou pedagogia da intervenção em causa). Por outro lado, a salvaguarda da continuidade de cuidados está implícita como vantagem associada aos arquétipos para registo dentro de cada intervenção de enfermagem. No caso do programa concetualizado PIS: ―Parceria em Família‖, os arquétipos poderão ser a informação associada ao ponto 3.2.2 do relatório ―Estrutura do Programa‖, nomeadamente a informação de cada uma das sessões, num total de treze, e dos temas a abordar em cada uma delas (sempre salvaguardando um campo de escrita livre associado a cada sessão, para se poder, em ―escrita natural‖ registar dados especíicos e contetualizados relativos à sessão em causa).

Colocamos então as questões que se seguem como mote para um debate que possibilite consensualizar a utilização de critérios e linguagem comum: Esses pré-requisitos poderão ser uniformizados e consensualizados pelos EEESM? Pelo respetivo colégio de especialidade? Quais os focos de enfermagem que se poderão concensualizar no sentido de traduzir esta tipologia de abordagens? A tipologia de possíveis indicadores (de resultado, epidemiológicos, de processo,…) deverá ser emanada pela Ordem dos Enfermeiros, nomeadamento pelo Colégio de Especialidade, de forma a comportar-se como linha orientadora e reguladora da prática profissional e, consequentemente, dos indicadores que advém da mesma?

100 Se considerarmos que estes indicadores são essenciais (aludindo à realidade socio profissional, a conjuntura do SNS no que respeita ao seu financiamento,…) então importa igualmente referir que o resumo mínimo de dados de enfermagem associado a esta tipologia de abordagem especializada deverá ser consistente, coerente e rigoroso. Para tal, não nos poderemos desviar do processo de enfermagem nas suas várias etapas/fases e da informação registada associada ao mesmo.

Reconhecemos a importância de se dar resposta aos padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem. Os enunciados descritivos de qualidade do exercício profissional dos enfermeiros visam explicitar a natureza e englobar os diferentes aspectos do mandato social da profissão de enfermagem. Pretende-se que estes venham a constituir-se num instrumento importante que ajude a precisar o papel do enfermeiro junto dos clientes, dos outros profissionais, do público e dos políticos (OE, 2001), Realçamos que a elaboração do presente relatório teve como pano de fundo a preocupação latente de poder ir de encontro a estes enunciados descritivos, sendo eles a satisfação do cliente, a promoção da saúde, a prevenção de complicações, o bem-estar e o autocuidado, a readaptação funcional e a organização dos cuidados de enfermagem.

Consideramos que é a construção de padrões de qualidade com indicadores objetivos (daí a necessidade da definição de critérios) que permitirá objectivamente conferir visibilidade ao trabalho diário de prestação de cuidados de enfermagem.

5. Inicie, contribua para e/ou sustenta investigação para promover a prática de enfermagem