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Desenvolvimento do método para a definição da margem tarifária

3 MARGEM TARIFÁRIA IDEAL

3.3 Método para a determinação da margem tarifária ideal

3.3.1 Desenvolvimento do método para a definição da margem tarifária

Como afirmado anteriormente, o método proposto não altera a performance do atual modelo vigente no setor elétrico, mas parte da inserção de algumas variáveis, como a definição de um valor para o Fator X e introdução do princípio da correção monetária no balanço das empresas.

Para a definição desse método é importante observar duas características essenciais: a primeira, associada às empresas já privatizadas, em cuja estimativa de Valor Econômico Mínimo no âmbito do Programa Nacional de Desestatização (PND) e dos Programas Estaduais de Desestatização (PEDs), citados no capítulo 2, foram atendidas as condições estabelecidas na minuta do contrato de concessão (referência ao Edital de Desestatização), com o estabelecimento das regras de reajuste e revisão tarifária.

A segunda característica associa-se às empresas não privatizadas: neste caso a opção é de adotar a correção monetária integral dos ativos, tomando-se a base dezembro de 1995, até a data de assinatura do contrato de concessão e, a partir daí, a universalização do critério de definição da margem tarifária ideal.

Para a adequação e proposição deste método, são necessários os desenvolvimentos de alguns pressupostos, já considerados no modelo institucionalizado para o setor elétrico:

i) Receita operacional verificada: refere-se à receita bruta das vendas e

dos serviços prestados em razão do investimento, observadas as diversas classes de consumo (residencial, industrial, comercial, rural, poder público, e iluminação pública), verificadas no mercado, a um preço determinado. Esta receita é fator básico para a geração dos recursos próprios destinados ao financiamento das despesas e realização dos

investimentos. A tarifa ou preço da energia elétrica é base para o estabelecimento da receita, considerando os valores físicos do mercado num determinado período.Definição da tarifa: a definição da tarifa a ser utilizada na determinação da receita refere-se aos valores determinados pela ANEEL, conforme resolução vigente. Quanto à tarifa de projeção, deve-se considerar o preço ideal a ser determinado, conforme simulação que será demonstrada a partir deste trabalho.

ii) Outras receitas: receitas derivadas da geração própria da empresa ou

saldo de energia decorrentes de contratos de suprimento, fornecidos a outras congêneres ou a consumidores livres, conforme a legislação do setor elétrico. Incluem-se nestas as receitas oriundas do serviço taxado, renda de prestação de serviços, TUSD, rendas de aluguéis e outras receitas decorrentes de novos negócios desenvolvidos. Da mesma forma que a receita verificada, esses recursos se referem à origem interna, porém, são definidos como recursos próprios, importantes na realização dos gastos e investimentos de interesse da concessão.

iii) Receita requerida: é a receita identificada pelo critério do

reposicionamento tarifário, necessário para cobrir os dispêndios operacionais, investimentos, encargos tarifários e remunerar o capital próprio e o capital de terceiros. Ao compará-la com a receita operacional verificada tem-se o reposicionamento tarifário. Segundo a ANEEL (2001), são parcelas que compõem a receita requerida: despesa operacional, quotas de reintegração, encargos sobre a tarifa, resultado não operacional, retorno sobre o capital de terceiros e lucro/prejuízo antes do imposto de renda.

iv) Reposicionamento tarifário: refere-se ao critério adotado para a

determinação da receita requerida, necessária para o equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

v) Despesas operacionais não administradas: envolvendo compra de

energia de outras supridoras (transporte, repasse de ITAIPU, energia tradicional de FURNAS, e rede básica), considerando os contratos estabelecidos (MAE) para consumo em MWh e de demanda em MW e kW, mediante aplicação das tarifas estabelecidas pelo Poder Concedente (ANEEL), bem como compensação financeira referente à geração própria

em KWh, a ser repassada à ANEEL.

vi) Encargos tarifários: (RGR, CCC, Taxa de Fiscalização e Compensação

Financeira), que são despesas decorrentes de incidências de origem legal, previstas na legislação vigente.

vii) Despesas operacionais administradas: despesas com pessoal,

material, serviços de terceiros e outras despesas (arrendamentos, aluguéis, seguros, tributos, propaganda e publicidade, provisão para devedores duvidosos e outras despesas).

viii) Resultados não operacionais: Incluem-se neste item, o resultado não

operacional (lucro na desativação de bens, receitas na alienação de ativos e outras receitas não operacionais) e a despesa não operacional (prejuízo na desativação de bens e custos dos bens alienados e outras despesas não operacionais).

ix) Quotas de reintegração: referem-se às despesas ajustadas à base de

remuneração, consideradas no período a ser adotado para a definição de tal base. Para tanto, será definido um nível de depreciação média compatível com a adotada pela contabilidade, que incide sobre a referida base de remuneração. As quotas deverão ser ajustadas pelo efeito fiscal entre base de remuneração regulatória e a depreciação contábil (depreciação contábil mais a diferença entre a depreciação regulatória e a depreciação contábil, pelo percentual da diferença da alíquota do Imposto de Renda e a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro).

x) Definição da base de remuneração: refere-se aos valores relativos à

margem tarifária necessária, a ser definida na revisão tarifária considerada na recomposição do equilíbrio econômico-financeiro da concessão, caso das empresas de distribuição de energia elétrica. Nesta base de remuneração incluem-se os valores pro rata do imobilizado em serviço, a depreciação acumulada, almoxarifado, capital de giro e obrigações especiais.

xi) Definição da estrutura de capital: os resultados econômicos e

financeiros das empresas distribuidoras de energia elétrica, da mesma forma que qualquer outra empresa, estão sujeitos ao custo do capital incorrido (próprio ou de terceiros). Assim, para a determinação da margem tarifária ideal, ao se considerar a expansão, deve se atentar à análise do

menor custo de capital possível de cada estrutura de capital simulada, maximizando os resultados da empresa.

xii) Aplicação do método: o método, ora em desenvolvimento para a

definição da margem tarifária ideal aplica-se apenas às empresas distribuidoras de energia elétrica.

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