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Desenvolvimento – experiência de um curso híbrido

Ao pensar em desenvolver essa pesquisa, não imaginávamos as possibi- lidades que esse tema pudesse nos apresentar em relação à fragilidade do te- ma e, principalmente, as fragilidades dos alunos da EJA em relação ao Ensino Híbrido.

Em busca de alcançar resultados para suprir a lacuna desta pesquisa, considerando nossos objetivos, as ações que nos auxiliaram em busca por respostas e os impactos para a conscientização dos participantes, pudemos perceber que, para termos resultados, precisaríamos dividir essa reflexão em duas possibilidades de investigação, sendo a primeira: Discutir temas da Edu- cação Financeira que podem contribuir para a Inclusão Social alunos da EJA em seus cotidianos; e a segunda: Identificar quais estratégias de mediação, durante as interações ocorridas em um curso de Educação Financeira Híbrido, influenciam na conscientização de alunos da EJA.

Em busca por respostas à primeira inquietação, sendo: Discutir temas da Educação Financeira que podem contribuir para a Inclusão Social alunos da EJA em seus cotidianos, pudemos identificar, na coleta e análise da pesquisa, que os temas foram discutidos em todas as cinco unidades e que os alunos puderam ter experiências diferenciadas ao promover reflexão sobre o uso dos recursos financeiros em cada momento de consumo.

Já em relação ao segundo objetivo: Identificar quais estratégias de medi- ação, durante as interações ocorridas em um curso de Educação Financeira Híbrido, influenciam na conscientização de alunos da EJA, percebemos que as estratégias de mediação foram aplicadas, conforme os critérios encontrados na literatura, durante a pesquisa, e que constam dos Quadros 1.3 e 1.4, nos quais entendemos que os participantes foram influenciados positivamente e, como

visto na coleta e análise, demonstraram sua compreensão durante as intera- ções, confirmando que a nossa escolha estratégica foi adequada.

Vale ressaltar que tivemos, como reflexão norteadora, a seguinte inquie- tação: Quais os impactos na inclusão social de alunos da EJA são resul- tantes da discussão de alguns temas sobre Educação Financeira? Dessa maneira, pudemos identificar que o impacto principal foi conscientização e o desenvolvimento da autonomia, dos participantes, para a tomada de decisão futura, como visto na análise desta pesquisa. Identificamos que, com a discus- são do tema de Educação Financeira em rede social Facebook, percebemos que os participantes foram impactados a “repensar” suas decisões futuras e considerar os gastos, nas compras com ou sem juros.

Desse modo, as potencialidades para uso do tema apresentadas ao longo do curso para os alunos permitiram-nos identificar as principais ocorrências causadas pela vulnerabilidade destes alunos e, principalmente, pudemos iden- tificá-las a partir das discussões em cada Unidade do curso.

Inicialmente, pensamos em enfatizar os aspectos da Educação Financei- ra, observando o comportamento dos alunos da EJA em relação ao tema e identificar se poderia haver aprendizagem para estes participantes. No entanto, o desafio foi diferente, tivemos que deixar de lado a ideia de aprendizagem e verificar possibilidades de inclusão social, com o conhecimento sobre EF por meio da interação na rede social. Dessa maneira, criamos um curso no Face- book para possibilitar a interação entre os participantes e apontar se haveria conscientização para que eles pudessem ter autonomia para tomada de deci- são, sobre assuntos financeiros.

Perceber, assim, que o desafio de promover interação, por meio da medi- ação nas redes sociais, possibilitou coletar os dados para a análise desta pes- quisa, no entanto, a observação dessa interação pode proporcionar elementos para reflexão acerca da conscientização dos participantes, sobre o tema Edu- cação Financeira. Desse modo, criamos um curso híbrido para a Educação, utilizando as redes sociais, o qual apresentou alguns fatores desafiadores, co- mo:

• Disponibilidade de acesso nas redes sociais – pudemos identificar que os participantes não apresentaram, ao longo do curso, muita disponibili- dade para acessar e participar das discussões. Houve a participação, no entanto, eles poderiam explorar mais ainda as potencialidades das inte- rações via rede social, tendo em vista que essa tecnologia pode ser usada em qualquer momento e em qualquer lugar.

• Disponibilidade de participar dos momentos presenciais – identificamos que a maioria dos participantes trabalha todos os dias, incluindo sába- dos e alguns domingos, dificultando a agenda, e a disponibilidade para comparecer nos encontros presenciais. Ademais, aqueles que informa- ram não trabalhar, possuíram algum impedimento para participar dos momentos presenciais por motivos particulares e suas atividades em ca- sa.

• Discussão em ambiente virtual – verificamos que as discussões segui- ram um roteiro prévio, idealizado conforme cada tema e vídeo norteador, no entanto, as discussões não foram muito profundas como desejado para a pesquisa, talvez por que os participantes não possuíssem vivên- cia desejada, considerando a experiência ou hábito de “pensar sobre a vida financeira” para discutir questões sobre finanças pessoais.

Dessa maneira, buscamos na literatura pesquisas que contemplassem os temas sobre Educação Financeira, Ensino Híbrido e uso das redes sociais para Educação como a finalidade de tornar a nossa revisão da literatura bastante completa.

A coleta de dados ocorreu a partir da ferramenta “Comentar” utilizada em um curso via rede social, Facebook, que possibilitou resgatar/organizar os da- dos das cinco Unidades do curso. Cada Unidade contou com um tema nortea- dor relacionado à Educação Financeira aos vídeos e às discussões, como apresentado no Capítulo 2.

As unidades 1 e 5 contaram com a participação presencial dos participan- tes, sendo que na Unidade o encontro presencial serviu para apresentar o cur-

so, iniciar a discussão e indicar o caminho que seria percorrido. Já na Unidade 5, houve um novo encontro presencial, no qual pudemos realizar nossa avalia- ção final.

Encontramos na análise e nos resultados as fragilidades e vulnerabilida- des dos participantes alunos da EJA, estes apresentaram ter consciência do uso dos recursos financeiros mensais, mas que por questões de obterem pou- cos recursos e entradas mensais, possuem somente o sonho do investimento, contudo, almejam quitar suas contas e ter controle financeiro.

Acreditamos que, com os resultados dessa pesquisa, podemos influenciar novas pesquisas em busca de novos resultados acerca dos temas de Educa- ção Financeira, Ensino Híbrido e Redes sociais.