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A equipe formada para elaborar a Cartilha foi composta de vários representantes de diversas construtoras, do SINDUSCON-MG, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-MG), representante da prefeitura, da SLU-BH e da Secretaria de Meio Ambiente, que levaram experiências positivas e negativas em sua área de atuação no que diz respeito ao gerenciamento de resíduos, com o objetivo de agregar valores e informações dos vários setores responsáveis pelo gerenciamento dos RCC no município.

4.3.2 Protocolo de implantação

A implantação da Cartilha baseou-se nos processos e diretrizes descritos na FIG. 11.

Figura 11 - Fluxograma.

FONTE: Dados compilados pelo autor. • Papel da direção da empresa

O primeiro passo para o início do trabalho foi o comprometimento explícito do dono da empresa, da direção e da alta gerência. Isso foi fundamental para a realização do trabalho. A direção da empresa foi responsável pelas ações descritas a seguir.

- A primeira tarefa da direção da empresa foi a comunicação a todos os funcionários sobre a realização do programa na obra. Foram reunidos todos os funcionários que tiveram informações sobre o programa que seria desenvolvido na obra, onde foi explicada a importância da participação de todos para a saúde financeira da empresa e para a manutenção dos postos de trabalho.

02 - Formação do ECOTIME.

- A segunda tarefa da direção da empresa foi a formação do ECOTIME que foi composto pelos funcionários que conhecem a empresa mais profundamente e/ou que eram responsáveis por áreas importantes, como produção, meio ambiente, qualidade, saúde, segurança e manutenção. Essas pessoas foram responsáveis por repassar a metodologia aos demais e fazer a implantação da Cartilha na obra. Identificou-se um coordenador para o ECOTIME, que teve a responsabilidade de manter o grupo informado sobre o desenvolvimento das atividades.

• Papel do ECOTIME

Iniciou-se uma série de reuniões técnicas do ECOTIME, com a finalidade de apresentar os objetivos de cada etapa da metodologia e como atingi-los. Comunicou- se também que cada atividade exigiria interação entre os setores, para a busca das informações necessárias.

O ECOTIME foi responsável pelas ações descritas a seguir: 01 - Apresentação da Cartilha.

Nesta etapa foi apresentada a todos os envolvidos na obra a metodologia de trabalho baseada nas propostas descritas a seguir, segundo orientação da Cartilha do SINDUSCON-MG:

- Todo material antes de ser descartado deveria ser separado para possível reaproveitamento. A ordem da obra foi reutilização dos materiais na própria obra.

- No caso do descarte de materiais, existiriam dutos de condução sinalizados e com entradas em todos os andares que conduziriam o material descartado à sua respectiva caçamba de acondicionamento. Existiriam na obra quatro tipos de caçambas, sendo todas sinalizadas e cada uma correspondente a uma CLASSE de resíduo determinada pela Resolução CONAMA nº 307/2002.

- As caçambas iriam separar o material de acordo com a Resolução CONAMA nº 307/2002 e deveriam ser cubadas (avolumadas) com 4 m3, após serem compactadas manualmente com soquetes e pedaços de madeira.

02 - Plano para levantamento de dados.

- A etapa seguinte foi a criação e o preenchimento pelo ECOTIME de uma tabela que poderia expressar a quantidade de resíduos gerada em cada mês de construção, assim como separar esses resíduos por suas respectivas CLASSES. Essa tabela possibilitou calcular a quantidade total de resíduos gerados por CLASSE e também criar os INDICADORES de geração de resíduos da obra. 03 - Definição dos INDICADORES da obra.

- Foram definidos pelo ECOTIME os indicadores de geração de resíduos que determinaram a quantidade de resíduo gerada de cada CLASSE e também o total por m2 de construção. Esses indicadores servirão como referência para a construtora em outros empreendimentos. Foi definida a meta de geração total de resíduos que deveria ser menor que 0,10 m3 de resíduo gerado por m2 de área construída. Essa meta foi definida baseada em obras anteriores da construtora que tiveram geração de resíduos de aproximadamente 0,12 m3 por m2 de construção.

04 - Avaliação dos dados coletados.

- Uma vez preenchidas as tabelas com os valores quantitativos referentes à geração mensal de resíduos de cada CLASSE, foi calculada a quantidade total gerada de cada resíduo, que dividida pela área total de construção, resultou no INDICADOR de geração de resíduo da obra, que foi comparado com dados referentes a outras obras encontradas na literatura e com dados da própria construtora, referentes a obras anteriores. Com os dados obtidos da geração de resíduo foram determinados os meses de maior geração e a fase em que a obra se encontrava naquele período, com o intuito de identificar e intervir nos processos onde se gerou maior quantidade de resíduos. Foram traçados gráficos representando a geração de resíduos de cada CLASSE para maior facilidade de identificação da quantidade de cada resíduo gerado e de possíveis alterações na representatividade de cada resíduo ao longo da obra. Por meio dos gráficos foram determinadas as CLASSES que mais geraram resíduos, assim como identificada à etapa da obra na qual ocorreu essa geração.

05 - Avaliação do processo e opções de melhoria.

- Feito o levantamento e análise dos dados de geração de resíduos numa etapa da obra, o ECOTIME avaliou as causas da geração de cada resíduo identificado e propôs medidas para minimizar a quantidade de geração desse resíduo na etapa seguinte da obra.

06 - Plano de monitoramento.

- Implementado o programa, o ECOTIME estabeleceu um plano de monitoramento para a avaliação da minimização da quantidade de resíduo gerada, da eficiência da separação do resíduo por CLASSE, sempre analisando qualquer desvio anormal na geração de resíduos. Os indicadores estabelecidos e medidos mensalmente foram as ferramentas utilizadas para o acompanhamento e verificação de possíveis alterações na geração de resíduos.