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Devido à falta de orçamento para o primeiro semestre de 2006, o PSC só foi realizado a partir do mês de outubro de 2006 e a pesquisa aconteceu nas turmas da 1ª Fase do PSC em 2006, no Rio de Janeiro, que ocorreu em 16 e 17 de outubro.

Conforme pode ser visto pela escala de turmas, em anexo, o programa foi aplicado em oito unidades do Exército, sendo seis no município do Rio de Janeiro, uma em Niterói e outra em Petrópolis, perfazendo um total de 265 soldados capacitados no Estado do Rio de Janeiro.

A 2ª Fase do Programa ocorreu em 4 e 5 de dezembro de 2006, na qual atingimos apenas 33 sujeitos, sendo 18 em São Gonçalo e 15 no Rio de Janeiro, pois só tivemos acesso a duas turmas.

Inicialmente, quando o PSC estava sob a administração da FUNCEB, havia um responsável pedagógico pelo programa (General), que organizava o oferecimento dos cursos em relação aos quartéis, a distribuição de vagas e fazia o contato com as instituições de ensino e o Governo Federal; um encarregado logístico (Coronel), que ficava responsável por administrar a formação de turmas; alocação de espaço físico e a distribuição destas por unidades militares em todo o território nacional; e um responsável em cada quartel, que fazia o elo com o responsável logístico e os soldados que seriam capacitados.

Considerando-se o abrangência nacional do sistema militar e o nível de hierarquia, a comunicação, o comprometimento e o acompanhamento ficavam prejudicados, implicando em prejuízos para o andamento do PSC. Isso poderá ser constatado mediante alguns dados que serão apresentados no decorrer da análise.50

Considerando-se a multiplicidade de cursos oferecidos pelas diversas instituições de ensino que compõem o “Sistema S”, não seria possível avaliar o programa através dos muitos cursos oferecidos, devido ao leque de opções e ao fato de que cada um deles se propõe a desenvolver determinados tipos de competências. No entanto, ao final dos cursos específicos, todos os soldados são

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Supomos que com a nova administração da COTER esses fatores sejam minimizados, pois existe a proposta de um acompanhamento mais intenso.

obrigados a ingressar no curso “Aprender a Empreender” do SEBRAE, visando oferecer condições de aproveitar os conhecimentos adquiridos na formação específica e transformá-los num trabalho autônomo, ou num pequeno empreendimento. O curso “Aprender a Empreender” do SEBRAE é aplicado a todos os participantes, o que leva a uma homogeneidade da amostra. Assim, poderíamos fazer uma avaliação geral quanto à aquisição das competências arroladas no programa, incluindo-se ao fato, que é o último curso a ser oferecido, favorecendo a construção de uma concepção de validade do Programa por parte dos participantes. Em relação à inscrição dos soldados no PSC, temos um aspecto importante a ser destacado. Teoricamente, os soldados podem escolher os cursos que desejam fazer, embora, na prática, esta escolha não ocorra de forma tão democrática. Os jovens são distribuídos de acordo com o número de vagas e a preferência de escolha é dos mais bem avaliados, dentro dos critérios de disciplina militar. Conseqüentemente, existem casos em que os jovens fazem cursos que não são de seu interesse, evidentemente gerando desmotivação e falta de comprometimento com o programa. Constamos que, por muito, os participantes são enviados ao curso sem ao menos saber a finalidade da atividade. Alguns pensavam que era uma palestra; outros não sabiam o objetivo do curso. Percebeu-se, dentre os participantes, uma grande desinteresse, ausência de consciência em relação ao mercado de trabalho e a necessidade de uma melhor capacitação profissional. Muitos foram para o curso, apenas, para fugir da escala de serviço.51Os sujeitos da pesquisa foram os soldados que estavam concluindo o serviço militar obrigatório, por serem eles o público alvo do PSC.

Por questões de viabilidade operacional, optamos por utilizar as técnicas de levantamento de dados no Estado do RJ. Assim, escolhemos duas unidades do Exército, uma na 1ª fase e outra na 2ª fase, para realizarmos a entrevista coletiva e aplicarmos uma dinâmica de grupo. Nosso objetivo foi verificar a aquisição das competências propostas no curso “Aprender a Empreender” do SEBRAE, tomando por base a categorização das competências de Deluiz (1996), conforme já explanadas anteriormente.

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A pesquisa de campo ocorreu em três etapas consecutivas. Primeiramente, distribuímos os questionários52, via malote53 junto ao material do SEBRAE, no qual havia a explicação sobre o foco da pesquisa e uma solicitação para que o instrutor do curso do SEBRAE aplicasse os questionários e entregasse-os ao responsável naquela unidade do Exército, para que o mesmo os remetesse ao Coronel responsável pela logística do PSC e o material chegasse às mãos da pesquisadora54. Os questionários foram entregues no último dia de curso, preenchidos na hora e devolvidos ao instrutor do SEBRAE.

Na 1ª fase do programa em 2006, foram enviados 235 questionários, para as oito unidades militares, além dos 2355 aplicados pela pesquisadora na turma onde realizou-se a entrevista coletiva e a dinâmica de grupo. Vale ressaltar que, para as outras oito unidades, enviamos apenas os questionários. A unidade escolhida para aplicação da dinâmica de grupo na 1ª Fase foi o MMCL - Museu Militar Conde de Linhares, localizado em São Cristóvão, no município do Rio de Janeiro. A seleção do local ocorreu pela facilidade de acesso e pelo bom contingente de soldados nas turmas. Não houve possibilidade de fazer a entrevista coletiva e nem a dinâmica nas 8 turmas restantes, pois estavam em atividade na mesma data e no mesmo horário. Vale relembrar que o calendário é o mesmo em todo território nacional. Sendo assim, só poderíamos estar presentes em uma turma por fase. Optamos por aplicar os questionários nas demais turmas, objetivando aumentar nosso universo de atuação e maior captação de dados.

Na 2ª fase, tivemos acesso, apenas, a duas turmas, num total de 33 participantes, sendo que, pelas mesmas justificativas anteriores, só aplicamos a dinâmica de grupo e a entrevista coletiva em uma das turmas e os questionários nas duas outras. A unidade escolhida para aplicação da dinâmica de grupo na 2ª Fase foi o 3º BI - III Batalhão de Infantaria em São Gonçalo, Estado do Rio de Janeiro. A seleção do local ocorreu pela facilidade de acesso e pelo bom contingente de soldados nas turmas.

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Vide modelo em anexo. 53

o que acarretou em alguns erros de aplicação, apesar do material ter sido enviado com um roteiro explicativo

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Para fins de esclarecimentos, informamos que a pesquisa de campo foi realizada em parceria com a FUNCEB e com o SEBRAE, pois neste período, o PSC ainda não estava sob a administração da COTER.

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Inicialmente faremos a análise da aplicação dos questionários na turma, onde realizamos a entrevista coletiva e a dinâmica de grupo e, posteriormente, passaremos à análise dos questionários das turmas onde não houve a entrevista coletiva e nem a aplicação da dinâmica de grupo. Analisaremos cada uma das etapas, por fase, separadamente, e, a seguir, faremos as reflexões pertinentes, incluindo o resultado de todas as turmas. Para maior compreensão das respostas abertas contidas no questionário, utilizaremos a análise de conteúdo e a desconstrução do discurso de Turato (2003).

Para facilitar uma melhor compreensão das etapas da pesquisa, construímos o quadro abaixo.

Quadro 2: Explicação das etapas de Desenvolvimento da Pesquisa

Instrumentos Utilizados Unidades do Exército Capacitadas Nº Participantes Convocados Nº Real de

Participantes Questionário Entrevista Dinâmica

1ª Fase - 16 e 17/10/2006

15º RCMec 30 Não houve

devolução

X

REsC 30 Não houve

devolução

X

11º GAC 30 Não houve

devolução

X

EsACosAAe 30 24 X

MMCL 30 23 X X X

1º DSup 30 20 X

20º BLog Pqdt 25 Não houve

devolução

X

21º GAC (Niterói) 40 40 X

32º BIMtz 20 18 X

15º RCMec 30 Não houve

devolução X 2ª Fase - 4 e 5/12/2006 56 11º GAC 15 15 X 3º BI (São Gonçalo) 18 18 X X X TOTAL 298 158 56