Design e Designer

O termo design é uma criação recente, surgiu da língua inglesa e em Português não existe qualquer palavra que a defina, pelo que a sua explicação de torna complexa.

Segundo Ruthshilling (2009) este termo resulta do aumento da criação artística, pela necessidade do estudo de novos materiais, novas técnicas e novas formas e é utilizado para explicar um produto que não só é criativo e original mas sobretudo funcional, resultante de um projeto previamente estudado e analisado e que tem como destinatário um consumidor com necessidades específicas.

“Design pode ser definido como um projeto de conceção de um produto, serviço ou sistema, onde são determinados os seus aspetos físicos, serviços e sistemas pelo qual passará, englobando o ciclo de vida, com a finalidade de exprimir no mesmo o que o público-alvo necessita e /ou deseja”. (RUTHSCHILLING, 2009, p. 8)

Por isso mesmo em várias línguas encontramos expressões que o diferenciam da palavra desenho já que muitas vezes estas palavras se confundem ou interligam pelas suas parecenças. Sendo assim em Inglês é utilizada a palavra drawing, para definir desenho e para a diferenciar de design, já em Espanhol utiliza-se disenõ para designar o desenho e dibujo para designar o desenho que é a base de um projeto.

Sabendo que em Portugal, bem como em outros países como a Alemanha, isto não acontece é necessária a sua definição consoante as suas características. Ainda segundo Ruthshilling (2009) estes definem-se da seguinte forma:

- O desenho é caracterizado como uma atividade manual, um processo livre, é realizado espontaneamente, sem qualquer necessidade de pesquisa pois não é destinado a um consumidor específico como forma de responder às suas necessidades, por isso mesmo é possível caracteriza-lo como um produto individual único.

- O design, contrariamente ao anterior, resulta da investigação realizada por alguém com especialização que através dessa mesma investigação retira as suas conclusões. Novamente ao contrário do anterior, este tem como destino a produção em série e por isso mesmo é essencial que seja planeado e que passe pelas várias etapas, dependendo do produto, até à sua produção.

Ainda segundo o mesmo autor (2009, p. 9) numa pesquisa realizada no ICSID

(International Council Design of Societies of Industrial Design), “Design é uma atividade criativa cuja finalidade é estabelecer as qualidades multifacetadas de objetos, processos, serviços e seus sistemas (…) design é o fator central da humanização inovadora de tecnologias e o fator crucial para o intercâmbio económico e cultural”.

Além do design encontramos também o trabalho do designer, como explica Moura (2008) este tem obrigatoriamente de entender que todo o trabalho de um designer tem por base um processo de desenvolvimento de um projeto ou de um produto, o mesmo, destinado a um grupo de pessoas e com objetivo da sua reprodução, ou seja, a sua produção em série.

Esta informação torna-se crucial pois após a recolha de informação acerca das tendências, seja em apresentações de tendências, feiras, desfiles, Websites de tendências, blogs etc… cabe ao designer analisar e tratar toda a informação percebendo qual a melhor solução para a realização do seu produto, podendo assim responder às necessidades da sociedade, mais especificamente, às necessidades em função do seu público-alvo.

“O design deve ser entendido não apenas como uma atividade de dar forma aos objetos, mas como um conjunto de ideias, centradas no desejo, na forma e no modo de ser e estar no mundo de cada um de nós”. (BÁRRIO, 2009, p. 61)

Segundo Ruthschilling (2009) apesar de o design estar ligado à produção em série, não significa que o produto criado pelo designer não seja criativo, muito pelo contrário, nos dias de hoje, no mercado da moda, a procura de algo diferente, único, algo que seja fator de surpresa para os consumidores, tem aumentado, pelo que, esta aposta no estudo contínuo tem levado cada vez mais os designers a apostar na introdução de novas variáveis no processo de produção, ou seja, cada vez mais se aposta na introdução de técnicas de enobrecimento da peça através dos mais variados processos têxteis, como os tingimentos, lavagens, estampagens etc… no entanto, um designer, tem obrigatoriamente de respeita o principal objetivo do design, adaptar o seu produto ao consumidor, criando algo funcional e que corresponda às suas exigências e necessidades.

Concluindo, Rocha (1995, p. 220) acrescenta que:

“A função da estética é hoje considerada pelos designers mais conscientes como parte da totalidade dos aspetos de ordem utilitária a salvaguardar, uma vez que o design é entendido como atividade de projeto para o Homem no mundo, para os valores nele enquadrados, sociais, biológicos, psicológicos, ergonómicos, culturais entre outros”.

No entanto, estes dois termos, o design e designer, não existiriam sem esta vontade contínua de criar, de inovar e de servir o consumidor. Estes fatores são essenciais no mundo da moda, sendo um dos que mais os utiliza. Na opinião da aluna, a moda sofre alterações conforme a mudança da forma de pensar do ser humano, ou seja, vive das mudanças sociais, políticas, económicas, vive da mudança de estilos de vida do consumidor e dos seus gostos.

Por isso mesmo e por ser um ramo tão complexo do mercado, é um fenómeno sociológico que sofre alterações não devido a uma determinada pessoa mas a grupos distintos de pessoas que se assemelham pelos seus estilos de vida, valores e interesses. (TREPTOW, 2003)

“Moda é um fenómeno social de carácter temporário que descreve a aceitação e disseminação de um padrão ou estilo, pelo mercado consumidor, até a sua massificação e, consequente, obsolescência como diferenciador social”. (TREPTOW, 2003, p. 26)

O papel do designer de moda é essencial no fenómeno da moda, segundo Bárrio (2009) este deve possuir especialização quer a nível técnico, cientifico, criativo e mesmo artístico de modo a criar projetos que combinem a originalidade à funcionalidade equacionando-lhes dados tecnológicos, sociais, culturais e estéticos.

Nos dias de hoje a moda encontra-se em constante mudança pelo que o trabalho de pesquisa de tendências é essencial ao trabalho do designer permitindo que este corresponda às necessidades do consumidor mais rapidamente.