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265 Autores referidos no Caderno do Professor a propósito do “Desenvolvimento da percepção visual” (Parte 2: p.9): Rudolf Arnheim; Bartlett Hays; Juneking Mofee.

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Apanhar uma borboleta é um triunfo supremo. Através destas descobertas naturais, a criança experimenta diferentes sensações de cor, forma e textura. A emoção gerada é uma motivação natural para a iniciar na descoberta dos elementos do “design”. (…)266

Desta conceção está ausente qualquer indício de utilidade prática, o que entra em contradição com a tendência que vinha sendo tomada, tanto na disciplina de Desenho, como na de Trabalhos Manuais, no sentido de criar para uma finalidade concreta. Contudo, apesar da justificação sensorial e fenomenológica, que podemos depreender do texto anterior, o facto é que, para efeitos de didática, o design passa a ser entendido e praticado nos seus aspetos meramente formais:

Mas o que é o design? Fundamentalmente é organização. É o plano específico, através do qual qualquer coisa é criada ou executada. O design é a integração da linha, cor, textura, forma e espaço, dá visibilidade e unicidade aos objectos naturais e aos feitos pelo homem. (…) No que difere ela da aparência de uma concha, da Torre Eiffel, ou da pintura de uma cena de Ballet por Degas? Coisas tão diferentes como as destes exemplos já que cada um representa uma organização visual especial, têm em comum, no entanto, os mesmos elementos do design.

Esses elementos básicos são visuais e plásticos.

São visuais - linha, forma, cor, textura, espaço, etc. e plásticos os caminhos pelos quais eles podem ser usados para produzir a qualidade e o interesse da obra de arte. A compreensão destes elementos é essencial para o desenvolvimento dos conhecimentos da criança e da sua capacidade de apreciação das obras criadas pelo homem e do meio ambiente onde viva, evidentemente, do seu próprio trabalho criador. No entanto é essencial notar que aqueles elementos não podem ser ensinados de uma maneira formal, abstrata e teórica e apresentados como leis ou teorias do conhecimento visual. Seria substituir um academismo pedagógico por outro, de sinal contrário mas igualmente errado. A criança deverá ser encorajada, através da inspiração, do desafio criador e do contacto com bons exemplos de design, natural ou feito pelo homem, a investigar, a identificar os elementos e qualidades visuais dos objectos, vendo-os, tocando-os, cheirando-os e experimentando-os…267

Com efeito, e de acordo com este argumento, os conteúdos da disciplina passam a incidir nos elementos estruturais da linguagem visual (espaço, luz, cor, forma, volume, superfície, linha, padrão, textura, estrutura, movimento), sendo que para cada um destes elementos se apresenta um pequeno texto elucidativo268.

Áreas de Exploração

As áreas de exploração são consideradas o “veículo” pelo qual se irão tratar os conteúdos. Basicamente, são duas: a exploração de temática regionalista e a exploração de jogos plásticos. No primeiro caso, e de acordo com o exemplo dado, na verdade, seria mais indicado o título “exploração do meio ambiente”, uma vez que o que se pretende é

266 Caderno do Professor: Parte 2: 43-44.

267 Caderno do professor do 5º Grupo, 1973. Parte 2. Cap. 4. “Desenvolvimento dos elementos estruturais da linguagem visual”. Pp. 43-44.

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que a criança investigue numa zona que lhe é familiar, e crie em relação a ela novos laços. No segundo caso, trata-se da criação a partir dos materiais, das suas caraterísticas expressivas, da observação qualitativa dos elementos da linguagem visual, no pressuposto de que estas atividades hão-de permitir o enriquecimento do mundo interior da criança. 269

Meios e Materiais de Ensino

Os autores dão uma particular atenção à importância aos exercícios de expressão plástica no domínio do tridimensional, chamando a atenção para a utilização dos materiais de desperdício e para a aplicação de novos “média” de projeção e reprodução visuais no ensino desta disciplina, com o que dão diversas sugestões relativamente à sua utilidade educativa e operacionalização em sala de aula.

Avaliação

A questão da avaliação na disciplina de Desenho ainda surge incipiente, não existindo qualquer rubrica específica sobre este assunto. As indicações são diluídas nos textos, se bem que, no essencial e na continuidade do “modelo expressivo”, verifiquemos uma abertura ao outro através da estratégia da hetero-avaliação: Os resultados obtidos nas realizações individuais, poderão ser julgados pela turma, meio pelo qual, a criança aprende a aceitar uma crítica e a dá-la também.270 Todavia, além deste aspeto mais comum da avaliação, a dos resultados, o texto aponta igualmente para um tipo de capacidade individual de apreciar e julgar esteticamente a obra plástica, quer seja a sua, a dos colegas, e a Arte em si mesma, como um processo evolutivo de auto-conhecimento e de maturidade cultural, em grande parte assente na experiência de ateliê.

7.4.1.2 Planificação das atividades de Ensino-Aprendizagem

A planificação das atividades de ensino-aprendizagem é apresentada a diversos níveis. Primeiramente, surge a questão da “organização da aula,”271

um aspeto inédito decorrente da abertura a uma grande diversidade de materiais e áreas de exploração, o que dará azo a tarefas complexas que irão implicar uma socialização e co- responsabilização de atitudes por parte de todos os alunos.

O texto programático dedica uma parte importante ao esclarecimento acerca dos materiais a introduzir nesta disciplina e sua organização, e também aos aspetos relacionados com as práticas de determinadas atividades plásticas e correspondente disposição da sala de aula, pretendendo-se quebrar com a tradicional disposição individual e enfileirada das carteiras. Esta abertura inspiradora exige, no entanto, pela complexidade das tarefas e circulação, um tipo de organização, quer espacial, quer grupal e individual, que só se poderá gerir-se mediante uma socialização e co- responsabilização de atitudes por parte de todos os alunos, obviamente com a supervisão

269 Idem, Parte 2. pág. 95. 270 Idem, Parte 2. pág. 33. 271 Idem: 26 e 27.

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do professor. Este é certamente o domínio de atividade onde terão mais visibilidade os objetivos de natureza formativa como (desenvolver a…): integração social ou hábitos de trabalho.

A um segundo nível de planeamento, apresentam-se uma “sugestão de projeto” para o desenvolvimento do programa nos primeiros dois anos do ensino secundário e um exemplo de planificação letiva a partir de um dos elementos da linguagem visual, a Textura272. Relativamente à alteração dos métodos escolares, é de assinalar a tendência para a planificação letiva globalizadora, pelas vantagens que esta oferece na consecução simultânea de diversos objetivos e desempenhos. Este método desencadeia as seguintes atitudes:

Suscita o incentivo, uma vez que os alunos podem escolher, dentro de um campo de estudo, os temas que mais lhes interessarem;

- Permite a aprender a aprender, ou seja, estimula metodologias de auto-descoberta: busca de informações em várias fontes, apontamentos e registos, apresentação de resultados

- Desenvolve atitudes de cooperação social pelo trabalho em pequenos grupos para fins comuns

- Desenvolve atitudes pessoais (tais como a iniciativa e a capacidade de planear atividades individualmente)

- Desenvolve a comunicação verbal

- Proporciona oportunidades para a manifestação da criatividade e da expressão em trabalhos de projeto

Contudo, esta forma de organização curricular centrada nos processos de aprendizagem exige condições, ainda não existentes à época, quer quanto à natureza dos materiais postos à disposição dos alunos, quer relativamente à maneira como se utiliza o tempo e o espaço, e para os quais os programadores chamam a atenção, alertando para a necessidade da sua reivindicação em cada estabelecimento de ensino.

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Fig. 40. Diagrama do esquema programático para a disciplina de Desenho do Ciclo Preparatório do Ensino

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7.4.2 Ensino Técnico: “Educação e Comunicação Visual”

Os Programas para a disciplina de Desenho do 2º Ciclo do Ensino Secundário para o Ensino Técnico e para o Ensino Liceal , no ano letivo de 1974/75, intitulam-se, respetivamente, “Educação e Comunicação Visual” e “Educação Visual e Estética”. Trata-se de programas provisórios, a aguardar reformulações no âmbito da reforma geral do ensino, promulgados para o ano letivo de 1973-74. São já diversos os pontos em comum, nomeadamente a organização do discurso, de onde constam os itens Objetivos, Conteúdo Programático, Áreas de Exploração e Orientações didáticas. Dando continuidade ao programa do Ciclo Preparatório, são introduzidos os estudos da Comunicação Visual e dos elementos estruturais da linguagem visual, a partir da obra de arte e do Design.

Este programa destina-se aos cursos gerais: industrial, comercial e agrícola. Excetua-se o Curso Geral de Artes Visuais, que na época era ministrado nas escolas António Arroio, em Lisboa, e Soares dos Reis, no Porto, com um plano de estudos particular, como vimos anteriormente. Relativamente ao programa anterior, são suprimidas as designações “desenho subjetivo interpretativo”, “noções de projeção ortogonal e projeções” e “esboços de figura humana e animais”.

Os objetivos da disciplina também são alterados. Se anteriormente eles visavam exclusivamente a aquisição duma “ linguagem gráfica e visual”, agora são investidos para “o conhecimento e enquadramento humano, fundamentado na necessidade de integração do aluno no mundo de hoje”, a partir de situações que suscitassem uma participação ativa. Passam, então, a ser objetivos desta disciplina:

- Dar oportunidade ao aluno de participar em atividades de tomada de decisão e de resolução de problemas em condições realistas e objetivas.

- Utilização de processos que levem o aluno à investigação, experimentação, critica e verificação dos resultados. 273

Os Conteúdos Programáticos concentram-se à volta do estudo dos elementos da linguagem visual [Ponto; Linha; Forma (bidimensional / superfície; tridimensional/volume, espaço); Luz (influência na forma, textura e cor dos objetos); Cor (idêntico ao Ciclo Preparatório); Textura (análise e criação de texturas); Padrão (organização visual); Estrutura (análise e criação de estruturas bi e tridimensionais); Movimento (real e aparente; cinetismo)]; da análise, interpretação e representação do real (forma, proporções, eixos, estruturas, cor e textura); do Estudo de sinais, signos e símbolos; e na resolução de Problemas gráficos básicos e métodos de representação (interpretações gráficas; transformações; geometria aberta e fechada; desenho perspético e cotado; conhecimento e leitura de plantas, alçados e cortes; planificações).

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Educação e Comunicação Visual. Programa de Desenho para o curso geral do Ensino Técnico. Ano letivo 1974/75. P. 1-2.

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As Áreas de Exploração incidem sobre o “Meio Ambiente”, os “ Estudos Sociais” e a “Obra de Arte e de Design”.

Dum modo geral, mantêm-se as mesmas orientações dadas para o Ciclo Preparatório, quer quanto ao papel do professor, quer quanto à organização das unidades de ensino ou projetos. Sugere-se que os alunos participem no processo de planificação das atividades letivas, propondo e analisando, com o professor, os temas e o modo de os desenvolver. A planificação dos projetos passa pela consideração dos seguintes itens: Tema de exploração; Atividades de expressão visual; Processos de realização e Materiais e Técnicas a utilizar.

Ao professor cabe educar a capacidade de ver e apreciar e estimular uma atitude de criatividade, evitando a instalação de rotinas e “receitas”. Na sua planificação, o professor deve atender à sugestão da progressividade proposta pelo Programa, de modo a promover a aprendizagem gradual dos conteúdos. Será, no entanto, livre na escolha da ordem das rubricas, tendo em conta o nível do ou dos alunos e os meios à sua disposição.

O estudo da linguagem visual faz-se com recurso “à totalidade do real”, do qual a obra de arte é considerada um recurso particularmente útil em termos de motivação e exploração.

7.4.3 Ensino Liceal: “Educação Visual e Estética”

O Curso Geral regula-se por valores educativos de natureza formativa. Como tal, os objetivos da disciplina apontam para uma formação integral dos indivíduos através do desenvolvimento gradual e progressivo das capacidades criadoras, das capacidades técnicas, informativas e sociais, visando contribuir para a melhoria da qualidade de vida da comunidade. Pretende-se fazer cumprir estes objetivos por meio de uma Educação Visual, Estética e Tecnológica. Pela educação visual, pretende-se desenvolver a compreensão das formas da natureza e das formas criadas pelo Homem, tendo como instrumentos de interpretação os elementos da linguagem visual. A educação estética realiza-se pela sensibilização e análise crítica da realidade e pela compreensão do valor da criatividade na obra de arte. A educação tecnológica justifica-se tendo em conta a adequação da escola a um tempo de transformações aceleradas neste domínio e como meio de estímulo às capacidades criativas.

Os conteúdos programáticos compreendem genericamente as seguintes rubricas: 1º Ano: Organização Formal e Comunicação Visual; “Expressão Plástica Livre”; 2º e 3º Anos: Organização Formal e Comunicação Visual; Análise e Interpretação do Real.

O mapa de conteúdos relativos aos três anos do Curso Geral é resumido no Quadro 4, onde procuramos sintetizar, sem o desvirtuar, o sentido de um texto programático demasiado pormenorizado, extenso e concetualmente complexo.

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Quadro 4. Mapa de conteúdos de acordo com o programa para a disciplina de Desenho do

Curso Geral do Liceu, para o ano letivo 1974/75.

Curso Geral

Organização Formal e Comunicação Visual

Expressão Plástica Livre

1º Ano a) Iniciação ao sentido de organização das formas. - Ordem /Caos; Campo Visual: eixos, centros de atenção, linhas de força; Contraste e inter-relação das formas;

Qualidades: equilíbrio, tensão, movimento, ritmo, unidade. b) Descoberta dos elementos básicos da linguagem visual. Ponto; linha; superfície; volume; luz; cor; textura.

c) Análise e interpretação do real Compreensão visual e gráfica da estrutura, dinamismo e

funcionalidade de objetos e formas naturais; Apontamentos rápidos e recriação dos modelos.

Os programadores aconselham esta abordagem no 3º período, contando com o desenvolvimento do aluno proporcionado pelas aprendizagens anteriores. Trata-se, portanto, de um campo de recriação e síntese, um pouco à maneira do que se pretendia com a “Composição Decorativa”. Os temas sugeridos apontam para as

vivências dos alunos, a ficção e

interpretações plásticas associadas à música ou a ambientes e situações do dia-a-dia. Realização dos exercícios pela

experimentação de meios bi e tridimensionais.

2º Ano Qualidades e elementos da linguagem visual (continuação) Processos de transformação de formas bi e tridimensionais (compressão, expansão; ação e reação; choque, rutura,

seccionamento; posição, cor, luz; expressividade do gesto; posição humana e dos animais em geral). - Relação forma-função

- Ritmo de formas bi e tridimensionais. - Textura e Luz - Cor (Teoria da cor e

experiências relativas às relações cromáticas)

- Experiências de composição bi e tridimensionais com técnicas diversas.

- A transformação formal na Arte: o realismo e a abstração.

a) Observação de formas ambientais Desenho de apontamento do exterior; Exploração gráfica de valores texturais e de luz;

Desenho livre de formas que comuniquem visualmente a impressão de volumes e espaços.

b) Representação extensional

Composições a partir da transformação formal; variações do suporte;

Desenho de pormenores ampliados e cortes; Observações macroscópicas e

microscópicas.

c) Noção elementar de projeção e aplicações simples

Projeção ortogonal de plantas e alçados principais;

Noção de cotagem e desenho cotado de formas simples.

c) Elaboração de um “dossier” de recolha de documentação sobre os campos do real abordados.

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Relativamente aos Meios e Materiais de Ensino, desde a criação do Ciclo Preparatório, em 1968, que se assiste a um período de suspensão nas edições dos manuais escolares para esta disciplina, agora alargado ao 2º Ciclo. Em contrapartida, o Programa para o Ensino Liceal oferece um vasto conjunto de sugestões, quer bibliográficas, quer ao nível dos recursos audiovisuais, na perspetiva de dar ao professor os meios para organizar e gerir as suas atividades de ensino-aprendizagem. Um programa que pode variar de turma para turma, ou mesmo de aluno para aluno, a que se acrescentam também, como condicionantes, as caraterísticas locais e os recursos existentes nas escolas.

As referências bibliográficas apresentadas no Caderno do Professor do 5º Grupo, quer ao longo texto, quer na bibliografia final, revelam atualização e consonância com o pensamento para a educação artística-plástica que à época se publicava em países como Inglaterra, Estados Unidos, França e Suíça. Os títulos estrangeiros revelam uma maioria de obras centradas na didática dos meios de expressão plástica e da forma Visual,274 mas

274 A bibliografia não apresenta as datas das publicações. Para as obras relacionadas com a didática dos meios de expressão plástica e a forma visual, destacamos: da editora Reinhold Pub. Corporation, New York, os seguintes títulos: Paper constructions for children (Krinsky, Norman; Brerry, Bill); Silhouettes, shadows and cutouts (Laliberté, Norman; Magelon, Alex); Rubbings and textures

Exploração-base . Na Arte em Geral . Na Arte em Portugal . Na natureza

. No meio ambiente

3º Ano a) Espaço, luz e cor

b) O movimento e a 4ª dimensão (o tempo) Exploração-base . Na Arte em Geral . Na Arte em Portugal . Na natureza . No meio ambiente a) Sentido do movimento

Apontamentos gráficos sobre o movimento de formas naturais e produzidas pelo homem;

Expressão extensional das formas quando animadas de movimentos imaginários, como agentes de transformação. b) Desenvolvimento do estudo das projeções

Sistema de axonometria isométrica; Composições de formas inventadas, em isometria; projeção isométrica de conjuntos simples construídos.

c) Elaboração de um “Dossier” sobre os campos do real abordados no 3º ano. d) Realização de um trabalho de projeto teórico ou prático, em regime parcialmente extra-escolar e com eventual apoio

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também outras de natureza mais teórica relativas à educação visual e artística,275e uma única sobre design funcional: A Arte como ofício, de Bruno Munri.

O programa oferece ainda um roteiro pormenorizado sobre a história de arte geral e sobre a história de arte portuguesa, através do qual se dão sugestões aos professores para a exploração dos conceitos relativos à “Organização Formal e Comunicação Visual”. Tanto estas sugestões, extensas e pormenorizadas, como a bibliografia final pretendem apoiar o professor na preparação das aulas, na realização de recursos informativos, como conjuntos de estampas ou diapositivos, e na preparação de visitas de estudo. No âmbito das publicações independentes, destaca-se a coleção de títulos da autoria de Elvira Leite e Manuela Malpique, publicados em 1974 pela editora ASA, Porto: “Forma”, “Palavra- Imagem”; “Cabelos”; “Medidas”; “Metades”; “Posições”; “Ritmos”; “Seis Cores”; “Trisósceles”.

7.5 Manuais Escolares

“Educação Artística” de Helena de Abreu

Ainda no que diz respeito aos recursos para apoio à disciplina, os programadores referem o manual escolar que Maria Helena Abreu publica em 1973, com o título Educação Artística, como o único existente e satisfatoriamente adequado às disposições programáticas276, ainda que discordem do excesso de historicismo na abordagem à arte portuguesa e da falta de referência ao meio ambiente como forma de promover a educação visual.

A educação estética dos alunos continua a ser o principal critério na conceção dos manuais de Helena Abreu, como vimos naquele que realizou para o 2º ciclo liceal durante os anos 50. Nesta nova publicação, essa vertente é acentuada com a reprodução de inúmeras obras de arte e exemplos gráficos da sua autoria, que utiliza a título de enquadramento para observação e análise, e como exemplo para a compreensão da aplicabilidade dos conteúdos. Contudo, e embora utilize uma linguagem atualizada, em

(Boder, John, J.); Exploring with polymer (Chavatel, George); Exploring with paint (Pettreson, Henry; Gerring, Ray); Children make murals and sculptures (s.a.). Da Editora Ginn and Company, London: Education par la forme et par la couleur (Tritten, G. Editons Delta, Suisse) ; The shapes we need; Pattern and shape; the shape of towns (s/d /s.a.); The development of shape (s.d./.s.a.). E ainda as seguintes obras: Design in three dimensions (Randal, Reino Unido. Davis publ. Worcester, Massachusetts); Photography in art teaching (Kay, Allan, B.T. Batsford Ltd. London); Dessins et Bulles. La bande dessiné comme moyen d´expression (Fresnault-De Ruelle, Pierre. Bordas. Paris); Design activities for the elementary classroom (Lidstone, John. Davis public. Worcester. Massachusetts); Basic design. The dynamics of visual forms (Sausmarez, Maurice. Dtudium Vista).

275 Para as obras relacionadas com a educação visual e artística, destacamos os seguintes títulos: Experiencing Art in the elementar school (Hern, Georg F., Davis Publications, Worcester, Massachusetts); Education artistique et formation globale (Brassart, Simone Fontanel, Librairie Arman Colin. Paris); Learning to see (Rowland, Kurt.Ginn and Company. London); L´art à l´école (Gloton, Robert. Presses Universitaires de France. Paris) ; Developing artistic and perceptual awareness (Earl W. Linderman and Donald W. Herberholz; W.C. Brown Comp. Publ. Iowa); Desarrollo de la capacidad creadora (Lowenfeld, Viktor. Ed. Kapeluz); Educazione artística (Abelardi, P. M., Lattes Editor Torino); Artes plásticas na escola (Sousa, Alcídio de. Ed. Bloch, Brasil); L´art pour les enfants. Paul Klee/ Pablo Picasso (Raboff, Ernest. Wewber Ed. Genéve); Education de la vision (Kepes, Gregory, Bibliothèque des Syntèses) ; Developing Artistic and Perceptual Awareness (Linderman, Earl & Herberholz, Donald. W.C. Brown Comp. Publ. Iowa).

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Do mesmo período encontramos na Biblioteca Nacional um manual intitulado Educação Visual e Estética de Luís Gonçalves, publicado pela Didática Editora em 1974.

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consonância com as práticas artísticas do seu tempo, a organização do manual reporta-se à lógica do Programa de 1948.

Fig. 41. “Educação Artística”, Livro de Desenho para o

2º Ciclo do Ensino Liceal de Maria Helena Abreu, 1973.

Fig. 42. “Educação Artística”, Livro de Desenho para o

2º Ciclo do Ensino Liceal de Maria Helena Abreu, 1973

A obra é dividida em 3 capítulos: o primeiro, intitulado “Composição Plástica”, inclui uma abordagem ao “movimento” como elemento plástico e às artes cinéticas, à Teoria da Cor e ao traçado das figuras dinâmicas do Desenho Geométrico: Elipse, Parábola e